segunda-feira, março 03, 2014

A sociologia do ateísmo e a seleção natural do fundamentalismo



Familia pentecostal
João Cruzué

Na coluna semanal de Luiz Felipe Pondé, o filósofo comentou sobre uma tese de Eric Kaufmann sobre  a demografia das religiões. Eu já ouvi na Band News" uma entrevista deste senhor no Canal Livre e semana atrás, ele escreveu um texto com o título "Quem Herdará a Terra".  Recebeu muitos e-mails, e alguns deles comentavam o fato de que os ateus e seculares creem firmemente que podem dominar  o mundo por meio da educação, das ciências e da tecnologia. Porém o filósofo,em seu pensamento,  chegou a uma conclusão interessante e paradoxal.

Ateus e seculares geralmente são darwinistas. 

Os ateus possuem uma crença em um processo histórico irreversível em direção ao ateísmo universal neste sentido: na medida que a sociedade seja equipada com educação e cultura. Ao que Pondé contrapõe pela abordagem do seguinte fato: Que as pessoas fazem suas escolhas de maneiras distintas de valorar a vida e seus sucessos, e que muitas comunidades religiosas, em lugar de se amoldar pelo ateísmo, usam educação, ciência e tecnologia da informação para suas causas com grande habilidade.

Já os secularistas, se por um lado adotam a teoria da seleção natural de Darwin como visão do mundo, não praticam esta teoria fazer crescer a prole familiar, principalmente, porque as mulheres seculares são inférteis por causa dos valores individualistas que carregam.

Com base no estudo de séries estatísticas de países nórdicos, encabeçadas pelos pesquisadores Norris, Inglehart, Davie, Greeley, Bondernson e Peterson, o articulista Pondé que a porcentagem de ateus orgânicos¹ está em queda livre naqueles países.



A explicação do porquê isto vem ocorrendo é matemática e puro exercício da "seleção" natural. 

O articulista apresentou um caso concreto. Há na Finlândia uma comunidade de fundamentalista de luteranos  (laestadianos) que comprova esta tese. Os dados comparativos de fertilidade desta comunidade  com as mulheres seculares finlandesas foram de 2 bebês para um em 1940, 3:1 em 1960, 4:1 em 1980.  No ano de 1985 a taxa de fertilidade de cada grupo era de 5,47 para as fundamentalistas e 1,45 para as seculares.

E sua conclusão foi esta:

"A maioria das instâncias públicas: tribunais, universidades, escolas, mídia ainda é tomada por seculares" E na minha conclusão, no caso do Brasil, os filhos das irmãs (fundamentalistas) crentes já estão galgando a mídia e os tribunais. Por exemplo, o Presidente do STJ, Ministro Joaquim Barbosa, é filho de uma senhora da Assembleia de Deus. É só uma questão de tempo, para que a sociedade brasileira se veja impregnada pelos valores evangélicos.

E o filósofo termina dizendo que nem o poderoso movimento gay conseguiu derrubar o pastor Feliciano. Na visão de Pondé, o estilo de vida secular-individualista é autocentrado e dado a "causas do Facebook" e por isso não tem defesa contra mulheres (fundamentalistas) férteis e homens (determinados).

Ou seja, o "crescei e multiplicai-vos" ainda funciona para dominar a terra.




Um comentário:

Eliseu Antonio Gomes disse...

João.

Muito interessante a pesquisa. Já havia visto o filósofo na Rede Cultura,passarei a observar mais o que escreve e diz.

Abraço.