terça-feira, outubro 18, 2022

Escolaridade dos Eleitores Brasileiros - Bases Eleitorais TSE 2010 x 2022


Quadro Comparativo Escolaridade

Bases Eleitorais TSE 2010 x 2022

Estatísticas Eleitorais do TSE


Fonte 2022: Base Eleitoral 2020 TSE

Fonte 2010: Blog Olhar Cristão (Link da Base Eleitoral 2010 não mais disponível)


Por João Cruzué

SP 18/10/2022


Meu objetivo aqui é mostrar os dados de instrução (escolaridade) dos brasileiros, a partir da base eleitoral publicada pelo TSE. Entendo que estes números são bem próximos da realidade, porque vêm do cadastro declarado de cada eleitor maior de 16 anos. 

Onde começou meu interesse por isso. 

Bem, em 31 de janeiro de 2008, li um artigo do Ministro da Educação, Sr. Cristovam Buarque, publicado na p. 3-A do Jornal "Folha de São Paulo", entitulado  "País A'meaçado".  O resumo da matéria dizia que "Se algum país quisesse dominar o Brasil no secuo 21, não teria estratégia melhor do que abandonar a educação de nosso povo".

Na época, o Ministro fazia uma análise crítica sobre a instrução dos brasileiros,  isso, na base estatística do TSE 2008 onde 104 milhões de eleitores não haviam completadoo ensino médio; 28,8 milhões eram analfabetos ou sabiam ler e  72 milhões não completaram o ensino fundametal. Na opinão dele sobre os que não concluíram o ensino fundamental "O Brasil está ameaçado por um exército de 72 milhões de adultos, que serão os agentes de desagregação social nos próximos 30 anos, não por culpa deles, mas por falha do governo que abandonou a Educação do Brasil". 

Pois bem, a Base Eleitoral 2022 do TSE saíu há pouco tempo do forno. Ela mostra hoje  que há 6.339.894 eleitores analfabetos; sabem ler 11.206.893;  não concluíram o ensino fundamental [acumulado]  53.477.188, não concluíram o ensino médio 89.723.531 e  139.294.727 eleitores ainda não têm curso superior completo, representando 89,03%.

Para comparativo, compilei no quadro os dados da Base Eleitoral 2010, onde  130.453.619 eleitores ainda não tinha conseguido o "canudo" de um curso superior (96,06%).

Artigo publicado, em 13/07/2017, por Maiana Diniz  da Agência Brasil [1] também mostra a vulnerabilidade dos brasileiros que estudaram menos: "Os dados, divulgados nesta quinta-feira (13) pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), confirmam uma maior vulnerabilidade no mercado de trabalho formal dos brasileiros que estudaram menos. Quanto menor a escolaridade, maior a chance de ficar desempregado, aponta o Caged".

A FGV divulgou em 10/10/2008 [2] um estudo interessante (não assinado), concluindo que para cada ano de estudo de um trabalhador poderia trazer um aumento de 15% no salário, tendo como base os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2007, produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Diante destas estatísticas terríveis e reveladoras, estamos diante de um enorme problema público. Não estou falando da baixa escolaridade nem do efeito  freio de mão que provoca em nossa Economia.  Trata-se da incapacidade de sucessivos governos em colocar o melhor GESTOR a frente da Educação ou [por que não?] dividir a pasta em duas gestões distintas: Ensino Básico e Superior.  Se  Até hoje, tudo em um "balaio" só não funcionou, não chegaremos a lugar nenhum utilizando as mesmas políticas.

SP 18/10/2022



domingo, outubro 09, 2022

Como Satanás entrou no coração de Judas

 


Por João Cruzué

Aparentemente, não há detalhes nos Evangelhos que mostrem com transparência o processo de abertura do coração de Judas ao diabo, a não ser o que está escrito no capítulo 12 do Evangelho de São João. A questão que trago neste post é: haveria outros detalhes que concorressem para este desfecho trágico? É sobre isso que faço esta reflexção.

Boa parte dos fatos que ocorreram na vida de Jesus foi antevisto por profecias e personagens bíblicos que são ditos como pré-figuras de Jesus no Velho Testamento, como Adão, Abel, Abraão,  Isaque, Meslquisedeque, José, Moisés, Davi, Jeremias e outros.

Em Abraão e Isaque podemos ter uma pequena antevisão do amor de um Pai em sacrificar seu único filho por um propósito.

Em José, observamos que seus irmãos passaram a odiá-lo. O resentemento deles levou a uma sequência de fatos que só não o destruíram por duas razões: o resentimento não cresceu no coração de José e a mão de Deus. Na origem do problema um pai que no começo não trava os filhos com uma amor igual.

Em Davi, vemos a repetição do erro de Jacó. Por "passar" a mão sobre a cabeça do primogênito Amon, depois do estupro da irmã. A falta de uma dura repreensão, produziu uma raiz de amargura no coração do outro filho - Absalão. Seu nome: "o pai da paz", depois disso, já não representava mais a esperação daquela oração que deve ter sido feita no seu nascimento. O Resentemento de Absalão foi o espinho mais profundo na alma de Davi.

Ressentimento. Raiz de amargura.

A raiz de amargura é um sentimento de rancor, um brecha, um ferida que o diabo aproveita para alimentr e aumentar como um fermento químico. E, este processo somente pode ser parado com o exercício de perdão. Se isto não acontecer, o resultado já nos é conhecido. José reagiu ao resentimento com um coração perdoador.

Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo e ele fugirá de vós.

Judas foi movido pelo resentimento? A julgar pelas estreitas relações do Novo com o Velho Testamento, sim! A Bíblia não em mais detalhes, a não ser o que já sabemos: A repreensão na casa de Simão, no assunto do "desperdício" do nardo puro.

Embora a Bíblia mostre no capítulo 12 de S. João que Judas era um tesoureiro ladrão, não foi isso que o diabo a entrar no coração dele. Mas, alguma coisa aconteceu a partir da dali cujo desfecho ocorreu na ceia da Páscoa.

A Bíblia não registra uma linha sequer sobre eventuais disputas de poder entre os apóstolos, a não ser o caso do pedido de João e Tiago, os filhos de Zebedeu, de Marcos 10;32. Sabemos que havia um grupo de apóstolos mais íntimo do Senhor, mas este assunto parece que não se repetiu. 

Entendo que o fator que abriu o coração de Judas para o diabo foi um processo crescente de ressentimento. É possível que a partir do confronto de Jesus, seguido de uma repreensão pública sobre a indignação de Judas quanto à recusa da sua proposta de venda do nardo por 300 dinheiros.

Pode ser que após este pito, Jesus tenha tido outra conversa íntima com Judas desascarando seu "amor" aos pobres, na verdade uma hipocrisia que disfarça seu amor ao dinheiro.

O fato é que durante a Ceia, Jesus foi direto: É aquele a quem eu der  o bocado molhado. E, molhando o bocado, o deu a Judas Iscariotes, filho de Simão (São João 13;26). O registro bíblico é cristalino: após o bocado, Satanás entrou em Judas e utilizou seu resentimento para trair o mestre.

O ressentimento é a raiz de amargura. As duas coisas se resumem em uma: resistência ao exercício do perdão. Para evitar este mal, a receita está no capítulo 12 da Carta aos Hebreus.

14/15: Seguia paz com tdos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, tendo o CUIDADO de que ninguém se prive da graça de Deus,  e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos PERTURBE, e por ela muitos se contaminem.

No final deste mês e ano, no dia 30/10/2022, haverá o 2º turno das eleições majoritárias de nossa nação. Tenha CUIDADO para não se deixar levar por conselhos de ressentidos. Eu sei que você ja sabia, e que este texto apenas tocou em assunto extensamente explicado e vivenciado em toda Bíblia.

Toda reação causada por um ressentimento tem Satanás junto dela.  Devemos deixar que a paz seja o árbitro em nossos corações (Colossenses 3:15).







quarta-feira, outubro 05, 2022

O Gueto de Varsóvia e a Perseguição dos Judeus na 2ª Guerra Mundial

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Adrien Brody - Filme O Pianista, de Roman Polanski,  Gueto de Varsovia
(https://www.sfgate.com)

Tradução de João Cruzué

Em Varsóvia,  Capital da Polônia, os nazistas estabeleceram o maior gueto de toda a Europa, [durante a segunda guerra mundial]. Cerca de 375.000 judeus viviam em Varsóvia antes da guerra; aproximadamente 30% da população da cidade.

Em setembro de 1939, imediatamente após a rendição da Polônia [para os alemães], os judeus de Varsóvia foram literalmente encurralados como animais e obrigados ao trabalho forçado [dentro de um espaço estimado de 1.600 m x 2.400 m].

Ainda em 1939, os primeiros decretos anti-judaicos foram aprovados. Todos os judeus obrigatoriamente deviam usar uma braçadeira branca com a estrela azul de David. Depois, medidas econômicas foram tomadas exclusivamente com o propósito  de fechar-lhes a porta dos empregos.

O Judenrat (Conselho Judaico local) foi estabelecido sob a liderança de Adão Czerniakow e, em outubro de 1940, a determinação do estabelecimento de um gueto foi anunciado [pelos nazistas]. No dia 16 de novembro, os judeus foram amontoados dentro da área do gueto [cerca de 1.600 m de largura por 2.500 m de comprimento - em média]

Embora um terço da população de Varsóvia fosse judaica, o gueto tinha somente 2,4% da área da cidade. Massas de refugiados, que tinham sido trazidas de outros lugares para Varsóvia, foram despejadas no meio do gueto até sua da população  chegar a 450.000 seres humanos.

Rodeado de muros, que os próprios judeus foram obrigados a construir, debaixo do vigilância severa e violenta, os judeus de Varsóvia foram segregados do mundo exterior. Dentro do gueto, suas vidas oscilaram na luta desesperada entre a sobrevivência e a morte por doença ou inanição. As condições de vida eram insuportáveis e o gueto foi extremamente abarrotado. Em média, entre 6 a 7 pessoas viviam em uma sala e as rações alimentares diárias eram o equivalente a um décimo do mínimo necessário.

Os muros do gueto não puderam silenciar a atividade cultural de seus habitantes, contudo, e apesar das condições apavorantes de vida no gueto, os artistas e os intelectuais continuaram em suas perspectivas criativas. Além disso, a ocupação nazista e a deportação para o gueto serviram de incentivo ao ímpeto dos artistas para buscar alguma forma de expressão sobre a visita da destruição sobre o seu mundo. No gueto havia bibliotecas em um arquivo subterrâneo, o "Oneg Shabbat”, movimentos juvenis e até uma orquestra sinfônica. Os livros, o estudo, a música e o teatro serviram de uma fuga  e como uma lembrança das suas vidas prévias diante da realidade áspera que os rodeava.

A superpopulação do gueto o transformou em foco de epidemias e mortalidade em massa, que nem as instituições da comunidade judaica, nem a Judenrat,  nem as organizações de assistência social foram capazes de combater [no gueto não havia rede de esgotos]. Mais de 80.000 Judeus morreram ali.

Em Julho de 1942, começaram as deportações para o campo da morte em Treblinka. Quando as primeiras ordens para deportação foram recebidas, Adão Czerniakow, o Presidente da Judenrat, recusou-se a preparar as listas de pessoas para os registros de deportação,  em vez disso, suicidou-se em 23 de julho de 1942.


Fim da Tradução.

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Comentários finais: A palavra gueto, segundo a Wikipedia, etimologicamente, pode ter varias origens, mas é possível observar que na maioria dos casos era para designar um lugar de segregação de judeus. Na própria língua hebraica, o termo "get" significa literalmente "Nota de Divórcio". 

Em 1555, o Papa Paulo IV criou o Gueto Romano e emitiu um Cânone para forçar os judeus a viverem naquela área. O Papa Pio V também recomendou que todo os estados fronteiriços a Roma, deviam estabelecer um gueto para os judeus. Por isso, no século XVII, todas as principais  cidades perto de Roma, tinham o seu gueto de judeus. 

Todos estes guetos, citados, não eram hermeticamente cercados como no caso de Varsóvia. Eram áreas de moradias comunitárias "sugeridas" para judeus - apesar de isoladas.


Crédito do texto: Yadvashem.Org


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A História do Pentecoste na Rua Bonnie Brae nº 214

 


Rua Bonnie Brae nº 214

Por João Cruzué

Assisti, há alguns anos, no Teatro Brigadeiro, a peça Rua Azusa - O Musical. Na época gostei. É inevitável a entrada da cultura evangélica na dramaturgia brasileira por uma questão estatística. Hoje, é aceito que 33% da população brasileira seja de cristãos evangélicos; mais ou menos 70 milhões de pessoas potenciais consumidoras de cultura. Porém, nosso principal assunto é outro. Se formos justos, a Rua Azusa ficou com a fama, mas o berço do avivamento pentecostal moderno teve início na Rua Bonnie Brae, em Los Angeles.


Em maio de 2006 - portanto,  há quase 16 anos,  publicamos no blog Escola Bíblica a biografia de William Joseph Seymour. Se não houve mudanças, o texto original de nossa tradução (na época) de uma página da Azusastreet.Org.  Analisando toda história, há algumas coisas que precisamos considerar para referenciar se  o começo do Pentecoste moderno veio da Rua Azusa ou da Rua Bonnie Brae.  Claro que isto é uma questão secundária, mas como temos compromisso com a transparência dos fatos, vamos apresentá-los e deixo a conclusão para nossos leitores.

Um pouco de história. 

Fugindo da pobreza e da opressão do Sudeste da Louisiana, Seymour deixou o lar em plena infância. Ele esteve trabalhando em Indiana, Ohio, Illinois e outros estados; possivelmente no Missouri e no Tenesse. Habitualmente trabalhava como garçom em hotéis das grandes cidades.

Foi na cidade de Indianápolis que Seymour se converteu em uma Igreja Metodista.  Entretanto, uniu-se ao movimento da Igreja de Deus Reformada em Anderson, estado de Indiana. Naquele tempo, o grupo era chamado "Os santos da Luz do Alvorecer". Ali, ele foi separado e chamado para ser pregador.

Em Cincinnati, estado de Ohio, depois de um surto quase fatal de varíola, Seymour rendeu-se à chamada ministerial. A varíola o deixou cego de um olho e com marcas na face. Ele usou barba pelo resto da vida, para esconder aquelas marcas.

Em 1905, Seymour estava em Houston, Texas, quando ouviu pela primeira vez a mensagem pentecostal. Ele se matriculou na Escola Bíblica dirigida por Charles F. Parham, o fundador do Movimento da Fé Apostólica, sendo considerado por alguns, como o pai do reavivamento Pentecostal/carismático moderno, pois foi  Na Escola Bíblica de Topeka, estado do Kansas, que seus seguidores receberam o batismo no Espírito Santo com a evidência bíblica de falar em outras línguas.

Por causa das leis de segregação racial da época, Seymour foi forçado a se assentar no corredor, do lado de fora da sala de aula. O humilde servo de Deus suportou a injustiça com graça. Em poucas semanas ele se tornou bastante familiarizado com os ensinos de Parham, que observou que ele também poderia ensinar. Entretanto, ainda não recebera o batismo com o Espírito Santo com a evidência de falar em línguas.

Continuando.

Parham e Seymour dirigiam reuniões juntos.  Em Houston, enquanto Seymour pregava para auditórios negros, Parham pregava para brancos. Parham tinha planos de enviar Seymour para espalhar a mensagem da Fé Apostólica para os afro-americanos do estado do Texas.

Mas foi Neely Terry, uma convidada de Los Angeles, quem se encontrou com Seymour, quando ele pregava numa Igreja regular pastoreada por Lucy Farrar,  empregada da família de Parham no Kansas.

Quando Nelly Terry retornou a Los Angeles, persuadiu os dirigentes  da pequena  Igreja que frequentava para convidar William Seymour para ir até Los Angeles para uma reunião. Sua pastora, a Sra. Julia Huthinson,  foi quem oficializou o convite.

Foi assim que Seymour chegou a Los Angeles, em fevereiro de 1906.

Seus primeiros esforços para pregar a mensagem pentecostal foram impedidos.  Ele foi expulso porta à fora da igreja pastoreada pela Sra. Huthinson. Ela tinha suspeitas da doutrina de Seymour, pois  estava convencida de que pregava sobre uma coisa que ainda não tinha recebido.

Seymour mudou-se para a casa de Edward Lee, um zelador de um Banco local. Dali, começou a ministrar para um grupo de oração que se reunia regularmente na casa de Richard e Ruth Asbery, na Rua Bonnie Brae nº 214. 
Bonnie Brae House  nº 216 - Los Angeles/Califórnia
O Sr. Asberry também tinha um emprego de zelador. A maioria dos adoradores eram afro-americanos, com algumas visitas ocasionais de brancos. À medida que o grupo foi buscando a Deus por reavivamento sua fome foi se intensificando.  

Finalmente, em 19 de abril, Edward Lee foi batizado no Espírito Santo com a evidência de falar em outras línguas. Quando as novas de seu batismo foram contadas aos crentes da Rua Bonnie Brae, um poderoso derramamento se seguiu. Muitos receberam ali o Batismo do Espírito Santo. Foi dessa forma que o reavimento pentecostal chegou à Costa Oeste.

O culto de oração daquela tarde poderia ser descrito assim: gente caindo pelo assoalho, parecendo inconsciente, outros clamavam e corriam pela casa. Uma vizinha, a Sra. Jennie Evans Moore, tocou piano sem nunca ter tocado antes.

Em poucos dias de continuo derramamento, centenas de pessoas se ajuntaram. As ruas ficaram cheias e Seymour pregava do alpendre da casa dos Asbery. Mas foi somente em em 12 de abril, três dias depois do derramamento inicial, que William Joseph Seymour recebeu seu próprio batismo de poder.

Como a casa da Rua Bonnie Brae nº 214 não mais podia receber tanta gente, rapidamente, o Pregador foi à procura de um local mais amplo abrigar a  igreja. 

Foi assim que eles encontraram um prédio localizado na Rua Azusa nº 312.