Réplica ao artigo de André Petry
Direto ao ponto: sou crente desde 1974 e estou na Igreja Assembléia de Deus há mais de 30 anos. Quando converti-me a uma denominação protestante, sofri discriminação da família e até fui gentilmente "convidado" a sair da casa de meus pais. No trabalho, porque não fui comprar um maço de cigarros para o patrão, sofri descompostura pública na presença de mais de 20 colegas e ameaça velada de ser mandado embora do emprego.
Fui diplomado na escola da discriminação e do preconceito.
Sou contador público, já editei pasquins, gosto da Revista Veja e não vou abandonar sua leitura, de maneira alguma, por causa da visão diferente que alguns articulistas seus, entre eles o jornalista Petry. Senhor editor, é bem verdade que radicalismo e fanatismo existem entre pessoas de qualquer grupo humano. Mas não vou calar-me diante de uma "abobrinha" memorável do senhor Petry. Quem foi que disse a ele que nós os crentes, queremos ver gays sendo apedrejados, mortos, execrados diante das pessoas porque têm uma forma diferente de usar o sexo? Mesmo nos tempos em que isto era possível - falo dos anos da ditadura- nunca vi, ou li, que grupos de crentes reuniram-se para matar, agredir ou ferir gays.
Se alguns de nossos representantes foram a Brasília, não foi pelo direito de discriminar gays, nem mantê-los em guetos, nem de assassiná-los. Se for feito uma análise imparcial do texto do Projeto de Lei 122/2006, vai ser encontrada, sim, uma brecha que mina o direito à livre expressão, não só religiosa, mas de qualquer outro tipo de opinião dentro dos princípios constitucionais.
Senhor, em meu blog Olhar Cristão, sempre recebo ofensas gratuitas de gays nesses termos: "os crentes são a pior coisa que existe no mundo"; que a Bíblia é um "um livro racista, nazista, fachista" e vai por aí afora. Quem está literalmente discriminando quem?
O manifesto foi feito em Brasília, porque nos países onde já existe esta lei, a liberdade de ensinar a Bíblia foi tolhida. Quantos pastores podem ser presos por ler um texto Bíblico dentro da igreja, se um homossexual se infiltrar lá com o propósito de perseguir os crentes? Por acaso a sociedade brasileira deseja uma nova inquisição?
Se eles podem nos discriminar, criticar, ofender, porque pensamos de uma forma diferente, que ensinamos a nossos filhos que Deus não aprova o homossexualismo - e isto fazemos pela interpretação literal da Bíblia - nós também queremos exercer nosso direito de criticar, emitir uma opinião diferente, com apenas uma exceção: sem discriminar. Se Deus não mata ninguém automaticamente quando peca, porque nós evangélicos iríamos enxovalhar, linchar, desrespeitar e expor a preferência sexual das pessoas com alegações fanáticas?
Quando integrantes de várias correntes sociais protestam por seus direitos, isto chama-se democracia. Quando crentes e pastores protestam, são chamados de a "praga do atraso da sociedade". Ora senhor, isto, a meu ver, chama-se preconceito. Perante a grande mídia brasileira, todos mudaram e melhoraram, será que somente os crentes involuíram? Uma mudança está acontecendo em nosso meio, sim, deixamos de ser politicamente alienados para participar ativamente da boa política brasileira, porque estamos aprendendo a exercer nossa cidadania.
Estou sugerindo, com todo respeito e educação, que este projeto de Lei seja examinado com mais acurácia, que as pessoas dos dois extremos sejam ouvidas, entrevistadas, para que exponham com clareza seus pontos de vistas. Isto é o mínimo que deve acontecer em um regime democrático.
Os crentes estão protestando sim: pelo direito de usar e interpretar a Bíblia na sua forma literal, sem distorções, direito este que está sendo ameaçado pelo Projeto de Lei 122/06. E, por favor, apresente ao Sr. Petry nossos protestos de indignação, pois ele, no que concerne aos evangélicos brasileiros, está se baseando na imagem dos crentes que ele viu em novelas da Globo e não na realidade das coisas.
Senhor, se esta lei trouxer a censura para o uso da Bíblia dentro as Igrejas Evangélicas, tal censura não ficará por aí: vai crescer e a próxima vítima pode ser a grande imprensa brasileira. Juízo ao senhor Petry.
Termino parabenizando esta revista, em detrimento de algumas inverdades; saiba que entre as outras três grandes revistas concorrentes, a Veja vem de longe realizando um trabalho democrático, pouco tendencioso, digno de ser apreciado. Li as últimas três entrevistas dos pré-candidatos à alcadia de São Paulo, elas levaram à queda do "muro de berlim" que impedia o exercício da liberdade de informação política no Brasil. Um "Adios " ao resto da ditadura!
Obrigado,
João Batista Cruzué
Blog Olhar Cristão
cruzue@gmail.com
5 comentários:
Quero deixar aqui meu protesto contra este artigo do Andre Petry que foi infeliz no preconceito contra nos evangelicos,gostaria que ele fosse imparcial,como todo jornalista mediano deveria ser,olhando os dois lados da moeda.
Sugiro que ele entreviste o pastor SILAS MALAFAIA, Julio Severo,o Senador Magno Malta,v amos ser imparciais,porque este pseudo-jornalista esta envergonhando este veiculo de comunicaçao.
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Parabéns por suas palavras. Que Deus continue te dando discernimento e sabedoria para que possas falar por nós Cristãos. Tens sido sábio em tuas respostas, aprendí a gostar de ler tuas cronicas e já estou divulgando-as a meus amigos, parentes e irmãos em Cristo. wilma acioly.
Que Deus através do seu Santo Espirito incomode nossos Senadores e Presidente da Republica, a rever as armadilhas que existem por trás desta lei PL 122/06, ela é contra todos os nossos direitos e teremos que rasgar a Biblia, livro que sempre foi usado como regra de Fé e Pratica p/ todos os Cristãos. Oremos, vamos suplicar ao Pai Eterno, nós sempre fomos ensinados a amar a todas as criaturas e por uma obra maligna, estamos sendo perseguidos. E agora! Vamos acordar!
A paz irmão!
Gostei muito da resposta!!
Precisamos ser audaciosos mesmo!
Estou contigo em oração para que essa lei não seja aprovada nesta nação!
As portas do inferno não prevalecerão contra a igreja do Senhor Jesus!!
No Senhor,
Thaís
Email enviado Ao Diretor de Redação Revsita Veja
Caro diretor, assim como varias pessoas tem confundido a intenção do projeto de lei 122/2006, também o fazem quando ouvem um religioso dizer que não aceitam determinada situação.
Eu sou evangélico, respeito qualquer segmento religioso e opções de vida, porém não aceito a prática homossexual. A PL 122 é absurda, isto é oque está sendo contestado, estão querendo isolar um grupo, e lei não é pra isto.
Não é somente os evangélicos que não apoiam esta prática, existem mulçumanos, judeus, cristãos católicos e tantos outros segmentos religiosos; a diferença está na voz que clama!!, não se manifestam em público, alguns até ja foram desmoralizados perdendo a força de opinião.
Nós evangélicos ao longo dos anos recebemos criticas diversas por nossa forma de vida recentemente ridicularizados em novela de horário nobre como fanáticos, e nem por isto estamos pedindo leis especificas.
Hora, se cada segmento que se sentir menosprezado pedir criação de lei para o defender estaremos num conflito de normas, portanto estamos somente invocando oque nos é de direito " liberdade de expressão". Não somos homofóbicos
Rogerio Bonfim
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