.
DIA INTERNACIONAL DA MULHER 2013 |
João Cruzué
O mundo muda devagar. Mas muda. O reconhecimento dos mesmos direitos para gêneros diferentes tem evoluído mais nos últimos 90 anos que em qualquer outra época, principalmente no meio da sociedade cristã que veio do judaísmo. Mesmo assim, a cultura preconceituosa latente, da pouca valorização da mulher, dentro dessa sociedade ainda tem muito o que melhorar.
No Brasil já não é mais estranho que uma mulher seja Prefeita, Governadora, Juíza, Ministra ou Presidente. Por outro lado, se for utilizar dados estatísticos para tabular de que sexo é a maioria dos bebês que são abortados e abandonados (pelas próprias mães), você e eu já sabemos a resposta: É do sexo feminino. É uma parte do que eu chamei de cultura preconceituosa latente.
Na Índia existem programas de políticas públicas do governo cujo objetivo é estimular a mulher a continuar seus estudos depois do casamento. Analisando de perto o problema, entendi que a preocupação é mais econômica do que de valorização. A Economia indiana perde trilhões de rúpias pela falta de graduação das mulheres. Com menos estudos, elas alcançam um menor potencial de produção e consumo - um tropeço formidável em uma economia de escala global.
Na Arábia Saudita, o berço do Islã onde fica a cidade sagrada de Meca, a casa de Mohamad, o Profeta de Alah, a mulher é tão inferior ao homem que não tem ainda o direito de dirigir um carro nas ruas. Coisa mais comum que acontece, por exemplo, na Cidade de São Paulo.
Por que a Inglaterra e os Estados Unidos prosperaram tanto nos últimos 400 anos? Por que será que o Cristianismo cresceu mais que todas as religiões no mundo?
Minha resposta ainda não tem base científica, pois não tive tempo para pesquisar, tabular, ensaiar, mas minha intuição me diz que isso foi devido a aceitação crescente da mulher como ser inteligente e do seu papel na sociedade como ser mais sensível, solidário, responsável e comunicativo. Para mim isto teve, sim, grande influência econômica.
Minha resposta ainda não tem base científica, pois não tive tempo para pesquisar, tabular, ensaiar, mas minha intuição me diz que isso foi devido a aceitação crescente da mulher como ser inteligente e do seu papel na sociedade como ser mais sensível, solidário, responsável e comunicativo. Para mim isto teve, sim, grande influência econômica.
Agora vamos falar de liderança eclesiástica feminina na Igreja evangélica brasileira. Durante 16 anos frequentei as reuniões de obreiros na Igreja Assembleia de Deus em São Paulo. período de 1988 a 2004, tanto no ministério de Madureira quanto na "Missão". Era apenas um espaço masculino onde nenhuma mulher punha os pés - nem a esposa do Pastor. Pois, de uns sete anos para cá isso mudou. Melhorou. Tornou-se rotina obreiros (oficiais), suas esposas e líderes femininos fazerem-se presentes, naturalmente, seguindo o costume do que já acontece lá fora há décadas.
Será que a Igreja Evangélica atual esta errando ao outorgar ministério à mulheres? Literalmente, sim. Mas biblicamente, não. Deus colocou um sacerdócio provisório nas mãos da tribo de Levi. Mas Jesus mudou a regra: o Messias era da tribo de Judá. O Siloh da profecia.
O livro de Hebreus trouxe uma mensagem revolucionária demais para sua época. Registrou uma mudança radical do Antigo para o novo Testamento. A expiação dos pecados que era feita pelo sangue de bodes e cordeiros, tinha passado e caducado porque o sangue do Cristo inocente, derramado na cruz do Calvário, alcançou o status de sacrifício definitivo e eterno. A aceitação desta mudança não foi coisa de dias nem de anos, nem de séculos. Até hoje há judeus que não aceitam que Jesus era o Messias profetizado.
Lembro também quanto foi a traumática experiência de Paulo para poder enxergar o Cristo que combatia quando perseguia os crentes da Igreja recém-nascida.
E Jesus tinha uma cultura muito particular para tratar com as mulheres do seu tempo. Nas muitas vezes que o vemos na Bíblia ele estava sempre "quebrando" os protocolos: Dialogando com a mulher samaritana, abordando a viúva de Nain, Chamando de filha a mulher do fluxo de sangue, libertando a mulher encurvada, perdoando a mulher adúltera, defendendo a ex-prostituta que lhe enxugava os pés na casa de Simão o fariseu, aparecendo primeiro para Maria Madalena, ensinando Maria e Marta, as irmãs de Lázaro, provocando a reação da mulher sirofenícia e passando o destino de sua mãe aos cuidados do evangelista João. Estas coisas não estão por acaso na Bíblia. Mostram que para o Senhor não havia diferença entre gênero humano. Elas dispensam comentários e mostram por isso que Jesus estava muito à frente da cultura machista de sua época.
A crescente aceitação e valorização da mulher no mundo cristão ao longo dos séculos vem, ou pelo menos deve vir, da forma com que Cristo olhava para as mulheres: Como seres humanos iguais e não inferiores aos homens. É isto que penso. Nenhuma outra religião tem valorizado a mulher no mundo tanto quanto o Cristianismo.
A violência contra a mulher está longe de ser resolvida no Brasil. A prostituição infantil aumenta insidiosamente. As delegacias da mulher espalhadas pelo país ainda não são institutos fortes. Os estupros praticados por pais, padrastos, avôs e, pasmem, bisavôs ainda continuam escondidos (e tolerados) debaixo do tapete. E estas coisas acontecem muito porque falta uma consciência cristã dentro dos lares. É preciso de uma mudança endógena, de dentro da fora, feita preventivamente, principalmente nos sermões da Igreja. É contra uma cultura milenar de desvalorização feminina que temos que lutar.
A mulher cresce e se potencializa econômica, social, sentimental e profissionalmente quando a família abre a porta para o Cristo que bate. Que venham dias muito melhores. Eu estou orando e torcendo por isso.
Salve 08 de Março de 2013, Dia Internacional da Mulher
.
Salve 08 de Março de 2013, Dia Internacional da Mulher
.