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quarta-feira, janeiro 03, 2018

Ancoragem cristã na pós-modernidade

Cristo na Tempestade - Pintura de Rembrandt

Por: João Cruzué

O desencanto da sociedade com a religião e depois com a ciência é a principal característica da pós-modernidade. E não parou por aí. No rastro destes dois pilares seguiu-se a política, a justiça e a imprensa.  Assim como na época do Renascimento, um espírito de inconformismo e insatisfação paira sobre tudo e todos,  até mesmo sobre a própria pós-modernidade.

Posso comparar esta época com a situação enfrentada por alguns pescadores no Mar da Galileia, há dois milênios, onde a a fúria do mar e a força do vento, que pareciam incontroláveis, se acalmaram pelo som das palavras de um homem.

Quero começar com a  Operação Lava-Jato, um dos agentes da pós-modernidade no Brasil. Ela desnudou e vem  desnudando com fotos, vídeos e gravações a forma centenária de como o poder do dinheiro vem comprando a consciência dos políticos no Brasil - aos MILHARES. desencanto. A forma como o Ministério Público tratou dos acordos de delação levou o Judiciário a aplicar penas brandas a grandes larápios do dinheiro público. Transparência e desencanto como os agentes da Lava-Jato.

A Igreja Evangélica, minha casa, também enfrenta os efeitos da pós-modernidade. A forma com que algumas denominações "arrecadam" os recursos do bolso dos fiéis é uma ofensa à prudência paulina dos capítulos 8 e 9 da II Carta aos Coríntios. Desde quando o Apóstolo Paulo, em nossos dias, ira tomar os dízimos e ofertas do povo de Deus para comprar uma rede de TV para transmitir novelas, filmes e programas indecentes? De que livro da Bíblia Sagrada veio a inspiração para Igrejas fundarem partidos políticos seculares? Com que autoridade um Pastor Presidente pode aparecer em um culto de Santa Ceia para apresentar pastores ou familiares a pré-candidatos a cargos de representação política? Não deviam eles anunciar nestas ocasiões e lugares um plano nacional de evangelização ou um novo campo de atuação missionária? Transparência e desencanto.

A Ciência que "deveria" soterrar a religião, empacou no sequenciamento do DNA humano. Depois de "sequenciado" trouxe mais dúvidas que certezas. O câncer ainda não tem cura, a AIDS ainda não tem cura. A tuberculose nunca esteve matando tanto. E no Brasil a febre amarela e o sarampo estão de volta. A Ciência não deveria ser ter a solução para toda espécie de males? E o que dizer da comunicação na era digital? É só olhar na hora do rush dentro dos trens e dos metrôs e principalmente em suas escadas: zumbis abstraídos com seus smartphones. Houve um recrudescimento da comunicação. As pessoas estão perdendo a sociabilidade, principalmente dentro dos lares. Ninguém tem mais paciência para conversar com ninguém. No meio cristão, é uma dificuldade reunir a família para orar na hora do almoço. Cada um está recolhido em seu espaço manuseando o seu celular. Não sabemos ainda aonde isso vai dar. Estamos cheios de problemas e comendo mal, perdoe-me a indiscrição: comendo porcaria. Uma quantidade enorme de substâncias químicas na carne, nos vegetais, na água, nos produtos enlatados. Nunca tivemos tanta alergia. E as bulas de remédios, cada vez maiores. Na verdade, grande parte das descobertas científicas está sendo aplicada na produção de bens de uso e consumo humano. Faturamento. A sociedade esperava mais.

Quanto à imprensa, jornal, rádio e TV, é 99% tendenciosa. Mostra a informação sob o ângulo que lhe convém. Muitos jornalistas falam aquilo que a audiência quer ouvir e escamoteiam a verdade. A transparência completa  é algo que ainda precisa ser incorporado ao processo de informação dos fatos à sociedade brasileira na era das páginas eletrônicas.  Gilberto Mendonça Teles (2010), registrou um fato interessante ao notar que os dicionários nem sempre reservaram um verbete especial para o termo transparência [1]. Para defini-lo com a profundidade exigida,  buscou auxílio no Dicionário dos Sinônimos - Poético e de Epítetos da Língua Portuguesa de Roquete & Fonseca (1848). Lá,  encontrou o seguinte:
A água é clara, quando nenhuma substância a turva; é diáfana, quando permite a passagem dos raios de luz, mas só é transparente quando permite a visão completa dos objetos que nela estão contidos.
Diante desses conceitos, não é possível dizer que há transparência em todos os fatos noticiados pela imprensa devido à manipulação.

O Judiciário brasileiro, principalmente o que está instalado nas grandes capitais, é a esfera de poder no Brasil que, segundo a grande imprensa, recebe remuneração, benefícios e aposentadoria acima dos limites impostos pela própria Lei. Transparência e desencanto.

Depois de ter se desencantado com tudo e com todos, chegou a vez da própria pós-modernidade. Sua visão crítica expôs a nudez de todas as áreas. A sociedade, sob está ótica,  passou a observar as mazelas e idiossincrasias de religiosos, cientistas,  políticos, juízes e jornalistas. O resultado disso é um comportamento individualista e consumista. O novo fica velho em menos de um ano. A descartabilidade de tudo.  A pós-modernidade é um pensamento que mostrou o cisco no olho das instituições sociais, sem dar nenhuma referência em troca. As instituições coletivas tiveram suas vidraças quebradas mas o indivíduo está se desgarrando e ficando solitário. Desagregação social.

E o cristão dentro da Igreja, diante de tudo isso, não está imune à fúria do mar e a força contrária do vento. A palavra de Deus ainda é o nosso referencial e a nossa âncora em meio à tempestade.  Entre tantos outros textos, citarei este, um dos meus preferidos: primeira Carta de São João, 2,  assim está escrito:
15 Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. 
16 Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. 
17 E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.
18 Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora.
19 Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós.
20 E vós tendes a unção do Santo, e sabeis tudo.
21 Não vos escrevi porque não soubésseis a verdade, mas porque a sabeis, e porque nenhuma mentira vem da verdade.

 O mundo passa, mas a Palavra de Deus permanece. Em meio às tempestades de quaisquer eras eu continuo ancorado nestes belos versos do Salmo 46:
DEUS é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia.  Portanto não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares. Ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza. Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo. Deus está no meio dela; não se abalará.

SP 03/1/18.







domingo, fevereiro 19, 2017

Chamada ministerial, Igreja e representação política


A MISSÃO DA IGREJA É PREGAR O EVANGELHO


BÍBLIA
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João Cruzué

Quero deixar registrado com bastante clareza, aqui, minha opinião sobre o papel da  Igreja  e de seus pastores na política da nação brasileira. Sou blogueiro evangélico desde 2005. Cristão, servo do Senhor Jesus Cristo desde os 19 anos; consciente de minha cidadania sou compelido a posicionar-me de forma clara, de acordo com o conhecimento que tenho vontade do Senhor e dos meus 42 anos de fé. Se o interesse exagerado de representação política da Igreja Evangélica brasileira e de seus pastores não for criticado, comentado, reprovado e combatido, ele só vai aumentar!

Estou perfeitamente consciente que sem a Política, o Estado não vai destinar com eficiência e equidade os recursos dos tributos que pagamos. A Política, para mim, é a arte de conversar e voltar a conversar com o propósito de conhecer os problemas da nação e levar recursos  para onde há maior carência. A política como fator de equilíbrio social. Por exemplo: estamos em 2018, e a transposição do Rio São Francisco ainda não foi concluída. Ainda hoje, assisti no Jornal Nacional que a Ferrovia Transnordestina começou em 2006, deveria ter sido terminada em 2010, também está parada e enferrujando.

Por outro lado, vemos a boa política não está funcionando em nosso país. Foram gastos bilhões de reais em construções de estádios para a Copia de 2014, e  outros bilhões nas construções dos Jogos Olímpicos de 2016. Megalomanias que tiveram o foco do mundo inteiro, mas que durou apenas um mês. E porque não houve a boa política nestes casos? Porque quanto maior a empreitada, maior a corrupção. E quase o Brasil caiu no conto do vigário do trem bala São Paulo Rio, que nossa "ex-presidenta" queria licitar por uma "micharia" de 50 bilhões de reais..

Quanto a Igreja, O Senhor Jesus não a edificou para outro propósito senão para ser Casa de Oração para todos os povos. Uma instituição divina e mística para cuidar da vida espiritual das pessoas que a cada ano ficam mais vazia. 

A Igreja é a porta e o caminho de um  Reino totalmente distinto do mundo social. Dessa forma, a representação política pretendida pelos religiosos e  Igreja são coisas bem distintas. Na Igreja, a autoridade maior é o SENHOR JESUS. Na política, a autoridade maior pode ser qualquer cidadão/cidadã. Mas, em nenhuma passagem do Novo Testamento, seja pelas palavras do SENHOR, ou de Paulo, João, Pedro ou Tiago está escrito que a missão da Igreja é fazer política. Por analogia, a César o que é de César e a DEUS o que é de DEUS.

"Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura" (Marcos 16:15) - é esta a Missão da Igreja.

O abandono do arado. É esta, a imagem que vejo quando percebo a preocupação das lideranças das grandes denominações evangélicas (Igreja Universal,  Igreja Internacional da Graça, Igreja Mundial e Igreja Assembleia de Deus) em participar ativamente de projetos políticos, aspirando posições e cargos de poder temporal. Quando este desejo, este projeto se torna mais comentado e mais discutido em meio à liderança de uma Igreja Evangélica, o Reino de Deus, ó... deixou de ser a missão da Igreja. A missão primeira, segunda, terceira quarta, quinta... da Igreja é apregoar o Reino de Deus e a  reconciliação com Deus por meio do sangue de Jesus.

Um pastor que recebeu a convocação do SENHOR, a unção ministerial para cuidar do rebanho do SENHOR, quando larga tudo isso para ser um Vereador, Deputado, Senador, Governador, ou até mesmo Presidente, está trocando o sagrado pelo profano. Estará jogando no lixo a sua CHAMADA MINISTERIAL pelo SENHOR. Não adianta racionalizar, dizendo "Veja bem, José e Daniel..." Não tem nada de veja bem.

Não importa se esse pastor, bispo, evangelista, apóstolo seja lá quem for: Trocou a chamada de Deus para cuidar do rebanho por uma  cadeira de representação política, sinto muito: É, sim, um profeta velho e um homem desviado da verdade. Há homens de sobra para a representação política,e poucos homens com chamada para cuidar do rebanho.

Um erro de estratégia. Uma falta de paciência. Se estas denominações evangélicas, apreciadoras do poder temporal, estivessem mesmo trabalhando prioritariamente em projetos de evangelização nos últimos 20 anos, a metade do Brasil já seria do Senhor Jesus. Isto por si só, evitaria a grande perda de tempo (e ministérios pastorais) em projetos políticos. A lógica é: Se o povo de uma nação se converter ao Senhor, seus políticos serão homens com o temor do SENHOR.

O que a Igreja tem ganhado com a participação direta de seus pastores nas casas legislativas brasileiras? 

Meu comentário: podem até  ter colocado muitos pastores no poder. Pela quantidade de crentes, pode a bancada evangélica chegar a 30%. Todavia,  a um custo muito alto: a sua CREDIBILIDADE. Hoje, diante dos olhos da nação, qual tem sido a imagem, por exemplo: do Bispo Macedo, do Pastor Marco Feliciano,  Valdemiro Santiago, R. R. Soares, Silas Malafaia...

Decididamente são bons homens de negócios! Têm fama, mas a cada dia perdem sua credibilidade perante o povo. O que isto faz? Fecha a porta da Igreja, para os que tinham desejo de entrar. 

Poder e sucesso não é sinônimo de inerrância. Poder temporal e Pastor milionário que cuida de rebanho de pobres são coisas que destoam do perfil do CRISTO. E, se destoam, devo tomar cuidado para não ser enganado com a voz de um profeta velho.

Lugar de Pastor evangélico não é na política, mas cuidando da sua missão espiritual: Orando, evangelizando, pastoreando, consolando, aconselhando, repreendendo, ajudando a levantar, a perdoar... Cuidando do rebanho. Deixar o espiritual pelo material é loucura.  

O papel da Igreja não é separar seus pastores mais populares para serem candidatos a cargos eletivos, porque eles têm compromisso com Aquele que os separou. Se a Igreja fizer isto, estará pisando nos dons ministeriais de seus líderes, e Deus não vai deixar isto impune. A família desses pastores pode ficar sem os muros da proteção da graça de Deus. Sem isso, o diabo deita e rola, como fez dentro da Casa do Rei Davi.

O papel da Igreja Evangélica é pregar o Evangelho da salvação ao pobre para que ele aprenda a orar direito, ser um homem reto e , assim encontrar o caminho da prosperidade. A Igreja também tem em seu projeto principal orar pelo enfermo para que ele receba a cura. Deve expulsar os demônios dos oprimidos pelo diabo para que eles sejam liberto. A Igreja deve falar  ao corrupto para que ele deixe de roubar a nação, o sustento do pobre, a correção da aposentadoria da viúva,  a aposentadoria dos velhinhos e o pão da criança desamparada.

O papel da Igreja é condenar a corrupção, e não caminhar ao lado dos corruptos. O papel da Igreja é preparar seus jovens para apregoar o ano aceitável do Senhor Jesus, em lugar recrutá-los para distribuir "santinhos"  na porta dos templos na época de eleição.

O papel da Igreja não é trazer candidatos ao púlpito, mas ensinar aos novos convertidos a ouvir o doce som da voz do Espírito Santo, para que possam discernir de pronto o santo do profano, quando alguém estiver liderando. 

Com tantas almas perdidas na miséria do pecado, a Igreja está precisando é de mais Pastores, mais Bispos, mais Apóstolos para enviar ao campo em lugar de mandá-los para serem políticos em Brasília. Mais juízo e menos vaidade.

Por outro lado, é também o papel da Igreja levar, por meio da Palavra de Deus, homens e mulheres  a aprenderem o temor de Deus, para que sejam aptos a toda a boa obra, inclusive, servir à nação em qualquer cargo ou função da carreira pública. Se isto não for feito, a corrupção continuará apodrecendo a política e roubando o futuro de milhões de brasileiros. Crente pode militar na política, mas lugar de Pastor é cuidando do rebanho do Senhor através da Igreja. Isto não é costume, é um princípio bíblico conhecido por santidade, separação do mundo para servir a Deus.



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domingo, março 27, 2016

Política, Religião e Impeachment [em 27.3.2016]

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Dilma, antes da delação do Grupo Odebrecht
Por: João Cruzué
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O Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro, Sr. Eduardo Paes, criticou, em conversa recente com o ex-presidente Lula, os agentes da Polícia Federal e os Procuradores do Ministério Público que atuam em Curitiba na Operação Lava Jato. Quando Lula disse que "... esses meninos da Polícia Federal e esses meninos do Ministério Público, eles se sentem enviados por Deus, o Prefeito complementou: "É, mas eles são todos crentes. Os caras do Ministério Público são crentes,né?" Dentro deste contexto, gostaria de deixar algumas considerações e minha opinião sobre o desenrolar dos próximos acontecimentos. Não se trata de profecia ou julgamentos, mas do simples uso da minha intuição de crente em Jesus.

Tenho para mim que, quando o  ex-presidente Lula disse: "Estes meninos se sentem enviados por Deus", ele  estava desdenhando da religião do Procurador Deltan Dallagnol, que frequenta a  que frequenta a Igreja Batista do Bacacheri [bairro que conheço pessoalmente], em Curitiba. O pai do Procurador também era do Ministério Público. Ele e a Polícia Federal estavam e estão determinados a por na cadeia um bando de empreiteiros e políticos que vêm dilapidando os recursos públicos do país em benefício próprio.

Também tenho para mim também que, quando o prefeito do Rio comentou tal frase, ele pontuou que  "Eles são todos crentes, os caras do Ministério Público são crentes", também estava desdenhando dos crentes, com indiretas ao Procurador Deltan Dallagnol.

O ex-presidente quando generalizou: "..Esses meninos... E o prefeito também generalizou quando disse: "Eles são todos crentes" revelaram o velho preconceito contra os evangélicos. É público e notório o que o ex-presidente Lula pensa a respeito dos Pastores Evangélicos, notadamente quanto a colocar a culpa no diabo por todas as coisas ruins que acontece na vida dos fiéis e também sobre o recebimento dos dízimos. Quando ele precisa destes pastores, ele os mima; quando não precisa, os coloca no mesmo saco de farinha do seu partido, por causa do mal testemunho de alguns deles.

De 2002 até 2009, boa parte das lideranças evangélicas se "enamoraram" com o canto da sereia do ex-presidente Lula, porque estavam cansados da política velha, ostensivamente, desprezadora de crentes, e arriscaram a sorte no "novo". E como o "novo" ganhou, trazendo um discurso de proteção aos mais necessitados do país, não foi possível ver  com nitidez o que estava no fundo da caixa d'água: politicas pró-abortistas, ativismo gay, lei da palmada, projeto 122 - a mordaça gay, casamento gay, discurso difamatório de desconstrução da Igreja Evangélica, rótulo de ladrões aos Pastores, projetos de retirada de imunidade tributária das Igrejas, um sufoco tremendo.

De 2002 a 2015, sem dúvida, foi o período que a Igreja Evangélica no Brasil mais sofreu com o processo de secularização, devido a sua intromissão sem limites na representação política. O sagrado se uniu ao profano e sofreu um dano irreparável. Consciências foram compradas e Igrejas foram "vendidas". Basta uma pesquisa criteriosa nos bancos de dados digitais nos anos de eleição, para que tudo que está dito seja comprovado. Nunca tivemos tanta representação evangélica no Congresso, e paradoxalmente, em nenhum outro período as ideologias ateias e comunistas avançaram tanto sobre a família brasileira. O PL 122 foi como um boi de piranha. Enquanto as atenções ficaram focadas nele, passaram o casamento gay, a mudança de interpretação do conceito de família no STF, e mais coisas.

Da mesma forma que o ex-presidente Lula e o prefeito Paes disseram, também é necessário que a Igreja Evangélica de hoje, copie o testemunho fundamentalista dos "meninos da Polícia Federal e dos meninos do Ministério Público" ligados à Operação Lava Jato. Mais fundamentalismo bíblico e menos projetos políticos. O princípio da não aceitação do jugo desigual foi quebrado por muitos líderes evangélicos, mas o ESPÍRITO SANTO DO SENHOR JEOVÁ não o revogou. O fundamentalismo evangélico esfriou. Não me canso de escrever, que hoje há mais ação e arregimentação de jovens nas periferias das grandes cidades por organizações criminosas ligadas ao tráfico de drogas, do que crentes pregando o Evangelho. A Igreja elitizou-se, abandonou as favelas, e Missões deixou de ser prioridade, para ser apenas um artigo de presunção e propaganda.

A ganância religiosa está tão desavergonhada, que fiquei pasmo ao ouvir um dos mais novos líderes evangélicos, no canal RGI, dizendo mais ou menso isso: Preciso de um x número de pessoas que deem uma oferta de R$ 2.000,00. Se você não tem, pega um empréstimo consignado e traga o dinheiro para a "Igreja".  Não foi outros que me disseram, eu ouvi, pessoalmente. Nos últimos 30 anos, uma boa parte do se diz Igreja Evangélica apodreceu muito depressa, a ponto de isto me assustar. E onde isto começou? Bom, em algum lugar de 1990 para cá, alguém trocou o Espírito Santo por fama, TV e dinheiro. Mais ou menos as mesmas coisas que Jesus Cristo recusou do diabo na tentação.

E quanto ao momento político atual, é preciso muita oração e atenção com os gastos familiares. Estamos a poucos dias da colaboração premiada do ex-presidente do Grupo Odebrecht, Sr. Marcelo Odebrecht. Quando ele abrir a boca, provavelmente, vai ligar o dinheiro sujo da corrupção com a campanha política de 2014 da atual Senhora Presidente. Assim que isto acontecer, o TSE vai abrir um processo para cassar a chapa Dilma-Temer. A lista da Odebrecht pode sujar a campanha de centenas de políticos, inclusive, evangélicos.

Depois da cassação da chapa, novas eleições vão ser marcadas ainda para este ano. Neste cenário político novos personagens políticos devem aparecer. Temos que orar muito, para que não aconteça aqui o que aconteceu na Venezuela. O povo estava tão cansado de corrupção que elegeu um militar para Presidente. Esse Militar era Hugo Chaves, o que estava ruim, ficou ainda pior.

Não creio que tenhamos impeachment, pois é provável que o TSE casse  a chapa Dilma-Temer por usar dinheiro sujo na campanha de 2014. Por outro lado, devemos orar muito mais para que não aconteça aqui uma venezuelização do país. Se o cenário fugir do previsível, as coisa piorarem e houver confronto nas ruas, a Economia vai piorar, a inflação vai subir, o desemprego vai aumentar, e só Jesus para ter misericórdia.

Diante disso, oração apenas não basta. Também é preciso muito jejum, para que Jesus tenha misericórdia de nosso país, e dos crentes que foram levados por alguns pastores e bispos a votarem em um jararaca que foi acolhida e ajudada dentro da Igreja Católica*



*Tese de doutorado: [OLIVEIRA - UFRRJ, 2010 - fl.8 , PDF pg 45]

* Livro "Como uma Família COMEFORD, J. C. - Introdução pg. 15]



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Ato Profético em Brasília  - Dia 11 de maio 2016


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sábado, outubro 11, 2014

A política na cosmovisão evangélica


Por João Cruzué

Quando  os fariseus perguntaram a Jesus Cristo se era lícito pagar tributo a César, Ele foi pedagógico em sua resposta.  A questão envolvida tinha um viés político e a resposta também foi da mesma natureza. Hoje é 11 de outubro de 2014; estamos a duas semanas do segundo turno da eleição presidencial, então quero refletir sobre esta questão: O exercício da política é coisa do diabo ou de Deus?

Considerando que o Brasil é um país que  possui características que podem mantê-lo entre as cinco maiores economias mundiais, mesmo tendo muitos problemas de injustiça social, se olharmos para o contexto bíblico, podemos aprender com o posicionamento de Deus quanto a Israel, e de lá transportar nossas considerações para o presente e futuro do Brasil..

Antes, porém, é bom ver a grandeza de nosso país no contexto mundial:

EXTENSÃO TERRITORIAL:
Nosso país está classificado na quinta posição em extensão territorial; tem 8.515.767 km².  
Em primeiro vem a Rússia com 17 125 187 km²; 
em  segundo, o Canadá com 9 984 670 km²; 
em terceiro, a China com  9 596 961 km² e
em quarto, os Estados Unidos da América com  9 371 174 km².

POPULAÇÃO
Em população, o Brasil também está em quinto lugar, com  203.256.456 [1] (11/10/14, 11:14 h)
1º: China - 1.339.724.852 
2º: Índia - 1.210.193.422
3º: EUA - 318.892.103
4º Indonésia: 257.609.643

PRODUÇÃO DE RIQUEZAS
PIB - Produção de Riquezas , base 2012 - moeda: dólar americano
1º EUA: 16.244.600.000.000
2º China: 8,358,399,572,299
3º Japão: 5,960.180.293,678
4º Alemanha: 3,425,956,470,874
5º França: 2,611,221,274,736
6º Reino Unido: 2,471.600.098,476
7º Brasil: 2,254,109.312,134
Fonte: UN Stats (leitura: números acima de 2 trilhões de dólares)

COMPARATIVO DE INSTRUÇÃO  
Brasil: adultos sem  diploma universitário:  94,37%
Brasil: adultos com diploma universitário: 5,63%
Fonte: TSE (2014)
Estados Unidos: Adultos com diploma universitário: 38,29%.
Fonte: census.gov


POPULAÇÃO  DE  EVANGÉLICOS
População evangélica estimada para dezembro de 2014 : 51.210.103 crentes  (25%)


Tendo feito esta contextualização, e demonstrado a grandeza deste país,  vamos verificar, agora, conceito ATUAL de Política.  Enquanto  o pensamento grego, com Aristóteles, pensava a política como a forma dos governantes lidarem com os interesses da cidade e vice-versa, já no pensamento moderno, Norberto Bobbio [I] (1904-2004), conceituou a política com uma ideia de poder.  Poder exercido sobre a sociedade. Em um país democrático, este poder é consensual, outorgado pelo pelos cidadãos por meio do voto. Esta relação foi analisada por Rousseau na obra "Contrato Social" [II]. Em troca da satisfação de  necessidades  (segurança, educação, saúde, assistência social, etc) o cidadão aceita pagar tributos em troca da tutela do Estado.



Quando o Altíssimo, Deus de Israel, planejou abençoar todas as famílias da terra através de Jesus Cristo, Ele começou com a escolha de uma família (Sara e Abraão), que foi ampliada em 12 tribos (Jacó), que se tornou uma nação (Israel), que foi governada por Juízes e Reis, depois, espalhada pelos quatro cantos da terra. Apesar de ser um povo pouco numeroso e uma nação pequena, Israel é próspero e poderoso. Eu Deuteronômio 28:14 Deus repetiu para os filhos de Israel, lá no deserto, que
eles seriam  estabelecidos por cabeça (e não por cauda) entre as nações, mas só permaneceriam por cima se obedecessem os mandamentos do Senhor.

Para ser cabeça é preciso primeiro aprender a Lei do Senhor. O César Augusto da Bíblia somente veio à existência por permissão de Deus. César era o poder político, relativo. Deus é o poder absoluto, que mantêm o controle da terra. Feito estas considerações, para ser CABEÇA, é preciso aprender a exercer o mando e o  mando é  poder. Não com tirania, não de forma patrimonialista (eu sou o Estado e o Estado é meu) mas servindo, administrando, compartilhando, distribuindo as riquezas, eliminando a ignorância e a miséria, dois fatores que retiram a liberdade da pessoa.

O exercício da política no temor de Deus é tudo o que um país precisa. O exercício da política de forma egoísta,   com o aparelhamento das repartições públicas por nepotismo é vergonhoso. O exercício da política para roubar o direito e o recurso dos pobres e miseráveis, isto sim é que é uma política do diabo.

Quando Jesus pediu para mostrar a moeda do tributo, teve a intenção de reconhecer dois tipos de autoridade: Autoridade Política e o senhorio de Jeová. Em nenhum momento de sua vida terrena ele
divulgou opiniões que desrespeitassem as autoridades constituídas. Não fez isto com César, nem com as autoridades religiosas do Templo. Ele combatia, sim,  a hipocrisia dos fariseus e saduceus, mas a Bíblia não registra nenhuma frase do tipo: "Fora César" ou "Fora Fariseu". Jesus não era anarquista nem omisso. Ele tinha uma missão, e não mudou de foco.

Em todos os livros dos profetas do antigo testamento, uma verdade fica bem evidente: A vontade de Deus sendo martelada através da palavra de um homem santo, que exercia também uma função política: repreender, advertir, corrigir, abençoar, amaldiçoar, a nações e reis, Nos dias de hoje, a crítica aos rumos de um país não é mais feita por profetas, mas pela visão contrária de opiniões e partidos.

Deixar que um país inteiro seja representado somente por ímpios, só porque um irmãozinho acha que a política é coisa do diabo, é exatamente isso  que o demo mais deseja. É o que acontecia no meio pentecostal até a década de 80. A omissão é  uma das formas mais ignorante ou covarde de pensamento. O mundo jaz no maligno, isto é fato, mas a terra e seus habitantes não são propriedades do demo.

O exercício da política passa, sim,  por um caminho perigoso. Na tentação do deserto, quando o diabo mandou Jesus Cristo dobrar os joelhos diante dele para ganhar o poder de mandar em todos os reinos da terra, demonstrou  o desejo de ter poder absoluto para mandar nos outros, de usurpar a posição  de Deus, tem natureza maligna. É o brotar da soberba, a exaltação do egocentrismo,  o desprezo ao semelhante. Temos visto por aí muitos parlamentares crentes caindo nesta cova, e outros seguiram pelo mesmo caminho.

Tendo consciência dessas coisas, nós, evangélicos temos de levar em consideração duas coisas: com mais de 50 milhões de crentes, ou seja, um quarto da população brasileira,  não mais podemos aceitar aquele pensamento sofismático, diabólico, de que o senhor da política é o diabo. Por outro lado, não se pode dar lugar ao diabo exercendo a política de forma corrupta. Dependendo do exercício da política de seus governantes,  um povo pode ser levado à destruição e à miséria, como também pode ser guiado à prosperidade e à melhoria das condições de vida.

Se Deus falou no passado que a posição natural do crente é ser a cabeça e não, a cauda, devemos sim estar preparados para o exercício da política, tanto na esfera representativa, quanto participativa. Ser cabeça, quer dizer liderar. Ser cauda, significa aceitar a espora da impios,  em consequência de não andar segundo a vontade de Deus.



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sexta-feira, setembro 26, 2014

O que os evangélicos pensam da política


Comentários sobre os sofismas mais comuns


Parece tudo igual, mas não é.
João Cruzué


1 - "Política não é coisa para crente".



Blog Olhar Cristão: Se os crentes não participarem da política nacional, tudo o que for feito de ruim, indiretamente, serão responsáveis por pecado de omissão. A Bíblia fala na Carta de Paulo aos Romanos sobre a existência de dois tipos de autoridades: Autoridades políticas e Autoridades religiosas. Também diz que não há autoridade que não provenha da vontade ou da permissão de Deus. Por isso creio que se o princípio da autoridade vem de Deus, quem considerar a política como algo maligna, erra por não conhecer as escrituras. E comete um erro maior se recusar o direito de agir politicamente, pois deixa sua oportunidade para que outros façam o que bem entender.

A Igreja, como corpo de Cristo, é composta de salvos. Sua função é ser o sal e a luz do mundo - em todas as organizações sociais lícitas. Talvez pela omissão de muitos crentes, que enxergam o diabo em tudo, o mal esteja mesmo se alastrando tanto, porque não encontra resistência à altura.

2 - "Pastores não devem participar de política".

Blog Olhar Cristãoatualmente existem dois tipos de ministros: os que têm o cargo e exercem o ministério pastoral e aqueles que possuem apenas o cargo sem o ministério. Para os que exercem o Ministério e pretendem concorrer a cargos públicos minha opinião é que não devam fazer isto, pois estariam abandonando o "arado". Entretanto, para os ministros que possuem apenas o cargo, sem chamada pastoral, não vejo incoerência . Todavia, qualquer crente, membro de Igreja ou ministro que aspire seguir a carreira política, deve ter uma orientação muito segura de Deus. Se forçar a barra e romper o muro, como diz a Bíblia, vai encontrar uma cobra (o diabo) do outro lado para picá-lo.

Explico: se Moisés não tivesse uma chamada real, CONFIRMADA por DEUS, em lugar de tirar o povo de Israel do Egito, teria contribuído, isto sim, para a destruição do povo. Sem direção de Deus, em lugar de conquistar um cargo político, o membro ou ministro da Igreja com certeza vai entrar por sua própria conta e risco, não em "Canaã", mas no "Egito" para ser escravizado pelo "faraó" deste mundo. O preço desta aventura ainda não está totalmente informado: faltou dizer que neste caminho infeliz as outras vítimas são a família além e o nome da própria Igreja.

Brevemente veremos uma enxurrada de artigos na internet do tipo: "Não voto em Pastor" Quando eu era "menino" achava esta frase corretíssima. Depois de uma melhor análise, cheguei à conclusão de que esta afirmação é uma campanha preconceituosa, com impacto negativo entre os crentes e principalmente entre os eleitores não crentes. Se Deus chamar um ministro para a política, com ou sem o voto dos crentes, ele vai se eleger de qualquer jeito. Porém, há muita gente enrolada por aí, forçando a barra e falando pelos cotovelos, dizendo que sua chamada para a representação política  foi por direção de divina. Desconfie.

Enquanto isto, na Espanha, tempos atrás o ex-Papa Bento XVI dava seu aval para que sacerdotes católicos concorram a cargos políticos, para impedir o avanço do secularismo. Quem gostou disso foi o Bispo Lugo, que chegou a ser Presidente do Paraguai. Neste infeliz exemplo, cumpriu na vida dele a vontade de Deus. Com era dado a saltar a "cerca", e não honrava a batina, veio à tona os muitos  filhos que teve. Como já tinha perdido mesmo o cajado, sua entrada na política contribuiu para que sua sem-sem-vergonhice viesse a ser exposta à luz do meio-dia. Uma cova que chamou um outra maior.

3 - A carreira política é melhor que o ministério pastoral?


Blog Olhar Cristão: Sou completamente contra este pensamento. Qualquer um poderia exercer um cargo político, basta que gaste bastante. Já o ministério pastoral depende de uma chamada genuína e seu exercício é muito  mais valioso que ter um cargo de representação política.  A Mensagem do Evangelho é muito mais importante que qualquer discurso político. Ganhar uma alma e zelar dela, como ministro de Deus, vale mais que ganhar a presidência de um país. Embora isso pareça loucura, é assim que Deus vê. Portanto, entre o ministério pastoral e a representação política, fico com o primeiro, pois o ministério pastoral é dado pelo próprio Deus para homens especiais.

4 - "Não voto em candidato evangélico, porque ele vai se corromper"

Blog Olhar Cristãoisso é puro preconceito. Em princípio, votar em um candidato que tenha o temor de Deus é uma decisão correta. Se no futuro ele trouxer decepção, na sua próxima candidatura não o eleja mais. Como de fato aconteceu em 2006, quando o povo evangélico deixou de eleger muitos políticos evangélicos que se corromperam no escândalo das "Sanguessugas". O recado foi dado. Não basta ter nome de evangélico para permanecer na política - é preciso ser evangélico de fato. O perigo de negar o voto a um candidato cristão para votar em qualquer um, ou naquele que asfaltou a rua da sua casa, reside na seguinte armadilha: quando uma lei não-cristã em votação, o político evangélico tem um compromisso com a Bíblia, já o "qualquer um" pode votar até contra a liberdade de culto - pois lhe deram um mandato (cheque em branco) para fazer o que quiser.

Vejamos um caso concreto: O ex-Prefeito de São Paulo - Gilberto Kassab - diante de um assunto que envolvia o uso da Avenida Paulista para sediar três manifestações: Dos evangélicos (Marcha para Jesus), de sindicalistas (Dia do Trabalho - CUT), e do movimento GLTBS (Parada Gay), Kassab fez sua opção sem titubear em favor de manter a Parada Gay na Avenida porque achava que ela dá um toque de modernidade e visibilidade mundial à Capital paulista. Em 2014 ele saiu candidato ao Senado, só que não vai ser eleito.

5 - "Não voto em candidato escolhido pela minha Igreja"
Blog Olhar Cristão: muitos crentes não se sentem confortáveis em votar nos candidatos "oficiais" da Igreja, geralmente pessoas escolhidas sem o referendo da membresia. Talvez seja esta falta de democracia que tenha impedido o sucesso de muitos candidatos. Por outro lado, há Igrejas que manipulam o eleitorado tentando fazer com membros um curral eleitoral com a prática do voto de cabresto. Recentemente, ouvi um pastor recomendando o voto em determinada pessoa da  parentela do Bispo da Igreja. E um dos argumentos que usou era que seria uma prova de gratidão ao Bispo, e que o candidato tinha conseguido colocar um irmão doente em um hospital. Ora, vejo isto de forma diferente: quem tem que usar de gratidão e fazer o que o povo precisa é o candidato.

Quanto a este assunto, ainda há duas coisas a considerar: O voto é secreto e inviolável. Diante da urna o eleitor cristão vota em oração, com consciência e intuição de acerto. Votar no melhor, isto é, naquele que no exercício do poder não vai aprovar leis ímpias contra a liberdade de expressão religiosa, como, por exemplo, a lei da mordaça gay. Nem aprovar legislação pró-aborto, nem naqueles que já sujaram o bom nome da Igreja por atos de corrupção. Votar corretamente é difícil, mas possível. Basta que na eleição seguinte, não se repita os mesmos erros.

Conclusão 

Blog Olhar Cristão: Ouvimos de um antigo Pastor, já falecido, que o pior erro é o erro doutrinário. Trazendo isso para este contexto ficaria assim: O pior erro é um erro de princípios. De tudo o que escrevemos aqui, cremos que o perigo maior reside em pensar que a representação política seja uma tarefa que Deus deixou aos cuidados do diabo. Conceitualmente trata-se de um sofisma. Se de fato o exercício da representação política fosse um atributo exclusivo do diabo, todos os que pensam assim estariam deixando nas mãos dele o destino de pessoas, comunidades, bairros, cidades, estados, países - o mundo. Deus há de cobrar caro todo pecado dos corruptos tanto quanto a omissão dos ignorantes!


Deus deu os pastores para cuidar do Seu rebanho. Por outro lado, quem dera que todos os representantes políticos fossem homens tementes a Ele.  O que é preciso discernir neste assunto é que se um pastor quiser trocar o ministério por um cargo político, que tenha absoluta certeza de que a troca de chamada é 100% de Deus, porque se não for, o diabo vai fazer com ele a mesma coisa que fez com Judas Iscariotes.

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"O que mais preocupa não é nem o grito dos violentos,
dos corruptos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética.
O que mais preocupa é o silêncio dos bons."
Martin Luther King







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segunda-feira, outubro 01, 2012

Igreja, oração e política


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João Cruzué


Estamos na primeira semana de outubro de 2012. O primeiro turno das eleições municipais está marcado para o dia sete. A efervescência eleitoral está no ápice; em alguns lugares mais outros menos. Voto na Capital paulista desde 1974 - a primeira eleição direta - ainda no meio dos anos de chumbo. Sou crente desde aquela época, e o assunto que estou tratando é se a Igreja deve ou não se meter com política.

Primeiro vamos pontuar uma coisa: política e poder político. 

Em minha pesquisa na internet, escolhi a explicação mais simples que vem do site do MPF - Ministério Público Federal: "A palavra política tem vários significados. Um deles é o ato de governar, de administrar e cuidar das instituições públicas, ou seja, do Estado."

Quando olhamos para o passado, principalmente antes da Revolução Francesa, vemos a Igreja Católica exercendo o poder político. Em nossos dias, também podemos ver o Irã - a antiga Pérsia - também sendo governado por religiosos. Minha opinião? A religião no comando de um país é a pior forma de ditadura. O passado e o presente nos ensinam a ficar atentos quanto a isto. Religião no poder é símbolo e prática de INTOLERÂNCIA.

Por outro lado, se a governança religiosa é um desastre, o ensino do exercício da política aos fiéis é necessário, principalmente em um país latino como o nosso - cheio de governos populistas e assistencialistas, que preferem dar o peixe (para cevar o pobre) em lugar da vara e das iscas de pescar.

Gastar bem os dinheiros públicos  cujas fontes vêm de nossos bolsos é um dever da União, do Estado e do Município. Como existem várias necessidades e recursos limitados para atendê-las, aqui entra o exercício da política, das negociações, das ponderações, das pressões  - como um cabo de guerra. O recurso deve ir para onde é mais necessário.

Quando o Brasil saiu da ditadura, a participação popular nos assuntos políticos não apareceu de um dia para o outro. Os militares condicionaram o povo a não participar dela. Isto ainda acontece hoje, trinta anos depois.

Se como governo político temporal a Igreja é um desastre a ser evitado,  ela totalmente ausente da política e não cumpre sua missão cristã de zelar pela paz, prosperidade e esclarecimento das comunidades. O ensino da política aos cidadãos, no meu entendimento, é uma normal da Igreja, uma vez que ensina o espiritual.

O cidadão comum precisa ser esclarecido quanto às propostas políticas de seus futuros mandatários. Quanto ao equilíbrio do poder. Quanto ao incentivo aos cidadãos de bem a participarem direta e indiretamente do processo político. A Igreja, na pessoa de seus pastores, padres, bispos, obreiros,  precisa cobrar melhor distribuição de renda. Ensinar que o salário e o pró-labore são melhores que as bolsas-esmolas. Que a dependência do povo à eternas medidas de compensação de renda, leva este povo à subserviência de governos populistas.

Os oficiais religiosos não devem abandonar a batina e o paletó para servirem a um governo menor de natureza terrena, a não ser em situações especiais de direção divina. O que aconteceu recentemente no Paraguai é um belo exemplo disso. O que aconteceu no "mensalão" também é outro. Dai ao púlpito o que é do púlpito, e a césar o que é de César. Cada um no seu quadrado. O chamado de Deus para o púlpito é só para o púlpito. Deus não vai trocá-lo no meio do caminho para a tribuna. A posição do púlpito é mais alta que a da tribuna.

O fiel tem  direitos de cidadania iguais aos dos  não  religiosos.

A vocação para o governo da coisa pública também é uma bênção. A arte de conversar, e conversar, e fazer acordos, e definir prioridades, e atender às necessidades prementes não são habilidades naturais de todos. Toda autoridade vem de Deus, e a bagunça, o vácuo de poder são situações a serem evitadas, pois quando um país perde o governo, passa a sofrer os desmandos e a carnificina  de grupos de poder.

A Igreja deve sim cuidar da oração da assistência aos necessitados, mas sem esquecer de atuar na alfabetização e esclarecimentos políticos de seus fiéis. Ensiná-los, sim. Manobrá-los e explorá-los, não. A tolerância e respeito à cidadania dos não religiosos é o ponto de equilíbrio, para  a paz de um país.

O Brasil tem muitas desigualdades, muita gente dependente de esmolas do governo, que não está presente no dia a dia do povo, mas a Igreja está. Na parábola do "Bom Samaritano" temos um bom exemplo bíblico da falta de atuação de religiosos quanto às necessidades mais urgentes do povo, mas ocupados com seus próprios labores, o levita e o sacerdote abandonaram o objeto da sua fé, atribulados com coisas secundárias.

Ensinar apenas o "Pai Nosso" ao ignorante que  não tem nada para comer, é um ato de hipocrisia ímpar. Cuidar dos rudimentos da fé de um fiel sem abrir os olhos da sua cidadania, é como calçar o tênis do maratonista em pé errado. É dar um livro, sem ensinar a ler.

O voto é inegociável e secreto. O voto de cabresto é uma atividade existente no meio das Igrejas, sempre denunciada pela Imprensa livre. Tem gente que está tão acostumada a ver com os olhos dos outros que nem percebe a existência do cabresto. Se isto não é esclarecido na Igreja, muito provavelmente esta prática, ali dentro seja comum. O voto não pode ser CONDUZIDO pelo bispo, padre ou pastor. O cidadão consciente deve escolher seus candidatos - não pelo bom senso dos outros - mas fazendo sua própria análise dentro da sua casa, ouvindo as opiniões de sua família.

Por último, um governo municipal não vai funcionar bem com a eleição de um único homem. É preciso observar com quem ele anda. Quem são seus pares. Quem são os partidos coligados, pois é do meio dessa turma que ele vai compor o executivo da Prefeitura. Se você não levar isto em conta, vai se decepcionar. E a prioridade em uma eleição municipal não é a escolha do Prefeito, mas do melhor representante para o Legislativo - A Câmara Municipal. São os vereadores que aprovam as leis, e se assim é, a Igreja deve instruir o povo a sufragar pessoas com compromisso com as causas cristãs - que são muito diferentes das "causas" da Igreja.

Lugar de religioso é no púlpito. Sim! Orando, mas ensinando os fiéis   a praticar e participar ativamente do processo político com plena cidadania.











sexta-feira, junho 08, 2012

Igreja Evangélica e jugo desigual na política

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 João Cruzué

 
Quero aproveitar a ocasião de um pequeno problema de saúde, para fazer uma analogia com o flerte que certas lideranças políticas evangélicas tiverem com o partido do governo na última eleição presidencial. Eu estou no "estaleiro" há quase uma semana com uma conjuntivite, inflamação no branco dos olhos, que além de me deixar os olhos pregados de manhã, durante o dia  me traz a sensação de estar com areia nos olhos. Se por um lado não estou enxergando bem, por outro, tenho uma visão bem clara das desvantagens desta associação entre liderança evangélica e comunistas históricos em uma estranha simbiose de poder, entre o santo e o profano.

A Igreja como instituição espiritual não tem posição política. Não é centro, nem de direita e nem de esquerda. Seu arado corta em linha reta para semear o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.  Fico admirado ao ver a desenvoltura de certos pastores que foram meus mestres nos últimos 30/40 anos, errando em coisas que ensinaram, e ensinaram tanto, até que se esquecerem do objeto do ensino. Estou falando do martelado princípio de evitar o jugo desigual. 

"Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; 

porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça?

E que comunhão tem a luz com as trevas?

E que concórdia há entre Cristo e Belial?

 Ou que parte tem o fiel com o infiel?"
( II Coríntios, 6:14/15)

A primeira Igreja que se associou com o petismo (e se deu mal) foi a Igreja Católica, cujas Comunidades Eclesiais de Base serviram de espaço para o ensino do marxismo metamorfoseado sob o discurso venenoso da Teologia da "Libertação".  Esta simbiose foi quebrada pela ação de Carol Wojtila, -  Papa João Paulo II, que sendo polonês de nascimento, conhecia muito bem o estrago dos  efeitos colaterais dessa utopia chamada "comunismo".

Infelizmente, uma miopia espiritual começou a encurtar a visão velhos líderes evangélicos, à medida que suas denominações explodiam em número de fiéis. Homens que passaram grande parte de suas vidas preocupados com evangelização e com  poucos recursos e que de repente começaram a ser assediados e paparicados por candidatos (incrédulos) a cargos majoritários das três esferas de poder.

E um sofisma deu lugar a outro. Crentes só cuidam de religião, pois política é coisa do diabo; e se não tivermos representantes em todas as esferas de governo, os não crentes vão prejudicar a Igreja. Quanto ao primeiro, os corruptos se assenhoram do poder, porque os cidadãos de bem são ensinados a ficarem afastados do poder por causa da corrupção. E quanto ao segundo, em lugar de um plano político para conquistar mais cadeiras legislativas, melhor é ter um plano consistente de evangelização que aumente a taxa de crescimento do Evangelho com um discipulado efetivo. Simples: é melhor ter metade mais um da população brasileira temente a Deus, do que metade mais um dos congressistas em Brasília.

Resultado: a Presidente Dilma fez mesmo um trato político com bispos e pastores evangélicos, mas este acordo é um fio atravessado a poucos milímetros do fio de uma navalha. O Partido da Presidente não é homogêneo; ele é composto de várias correntes. Em seu projeto de poder, o partido consegue aglutinar desde um PCdoB cujo representante vai apresentar o projeto de proibição de aluguel de espaço na TV, até velhos pastores da Igreja Assembleia de Deus.

O que dá segurança à Igreja do Senhor Jesus, não é representação em órgãos legislativos, mas a conquista da opinião pública por ações legítimas de solidariedade, principalmente com os menos assistidos. Não adianta ter 100 parlamentares evangélicos de um lado, se por outro a ganância e a exploração da fé alheia salta aos olhos da sociedade.

A Suécia é a pátria-mãe das Assembleias de Deus do Brasil. A maioria do povo nominalmente é evangélica. Desgraçadamente, a influência da Igreja por lá deve ter sido tão incipiente que o casamento gay e a obrigação de realizá-lo nos púlpitos é uma realidade de dois anos para cá.

O Canadá tem uma Igreja presbiteriana que congrega 70% dos canadenses. Infelizmente este número não tem qualidade. O casamento gay também foi aprovado por lá, e a Igreja já se prepara para celebrar as "bênçãos matrimoniais" de mesmo gênero por lá.

Nos dois países a maioria dos representantes políticos são cristãos nominais cujas consciências se movem de um lado para outro de acordo com o vento de uma aparente "modernidade" social.

O Brasil precisa de uma Igreja Evangélica forte. Uma Igreja que não coloque os meios adiante dos fins. Não é um projeto político que vai trazer credibilidade à atuação da Igreja. A representação política é uma consequência natural do avanço da Igreja em todos os extratos sociais da nação.

Quero denunciar com veemência que não é um bom negócio para a Igreja Evangélica brasileira esta associação estranha com o petismo, pois seus líderes políticos correm  sério risco de serem coniventes com as dezenas de "marcos regulatórios" que estão escondidos nas cartolas desse partido.

Se algum dia  sobrevierem  empecilhos à pregação do Evangelho e humilhação da Igreja para celebração de bençãos matrimoniais de casamento de mesmo gênero, não vai ser por culpa de ateus, nem de incrédulos nem dos homossexuais. Vai ser mesmo  pela loucura de pseudo-pastores e bispos que  relativizaram as verdades bíblicas, pisaram na vocação  e se esqueceram de servir de referência  às gerações mais novas.





segunda-feira, agosto 01, 2011

A Igreja Assembleia de Deus na Política Nacional



"Sucesso Eleitoral da Assembleia de Deus é maior que o do PT"


Valor online

Fonte: Folha Uol

Com os comentários do blogueiro no final.

"A Assembleia de Deus, maior denominação evangélica pentecostal no Brasil, comemora seu centenário em 2011, e sua bancada, que lidera a Frente Parlamentar Evangélica na Câmara, representa 22,5 milhões de brasileiros.

Antes das eleições de 2010, o deputado federal Ronaldo Fonseca (PR-DF) reuniu-se com José Wellington Bezerra, presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus, para escolher pastores e lideranças da igreja com bom potencial eleitoral. Fecharam a lista em 30 nomes. Conseguiram eleger 22 deles, um percentual assombroso de 73,3% de sucesso.

Não há partido político no Brasil com tamanho êxito: o PT, por exemplo, dono da maior bancada da Câmara, lançou 334 candidatos a deputado federal e elegeu 88 deles (26,3%). Dos 73 deputados que compõem a bancada evangélica, os assembleianos são um terço. Seu presidente, o deputado federal João Campos, é seguidor da igreja.

Com seu eleitorado cativo, os parlamentares ligados à Assembleia de Deus podem se dar ao direito de contrariar a orientação partidária quando convém ao seu grupo. Segundo Fonseca, presidente subdivisão ligada à igreja na Câmara, "temos um acordo com nossos partidos: se o que está em pauta na Casa atentar para alguma questão moral, temos independência. Foi assim que derrubamos o kit gay".

O deputado se refere à suspensão da produção e distribuição do kit anti-homofobia, produzido pelo Ministério da Educação para distribuição nas escolas. À época, os parlamentares chegaram a ameaçar adesão à CPI, movida pela oposição, contra o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci, acusado de súbito enriquecimento.

Quase toda a bancada evangélica, 63 parlamentares, faz parte de partidos da base do governo da presidente Dilma Rousseff (PT). "Os partidos sabem que não tem como segurar esses deputados. Falou em aborto, descriminalização da maconha ou casamento gay, os evangélicos votam contra. O PSC é base do governo Dilma, mas nem adianta pedir apoio nessas questões", afirmou o vice-presidente do PSC, pastor Everaldo Pereira.

Para o segundo semestre, os evangélicos devem, novamente na esteira de atuação dos adeptos da Assembleia de Deus, encampar duas pautas. Uma é a elaboração de versão "alternativa" ao projeto de Lei 122, sob relatoria da senadora Marta Suplicy (PT -SP), que criminaliza a homofobia.

"Queremos que o empregador possa estabelecer critérios para não contratar alguém. Inclusive por diferenças de religião ou opção sexual", disse Fonseca. "Se você não quiser me contratar por eu ser pastor, tudo bem. Mas quero ter o direito de, caso eu tenha uma empresa só com homens, não contratar gay."

A outra é promover um plebiscito nacional que substitua a aprovação do STF (Supremo Tribunal Federal), que julgou constitucional a união civil entre pessoas do mesmo sexo. A reivindicação dos deputados evangélicos ganhou fôlego e substância após a divulgação, na semana passada, de pesquisa do instituto Ibope Inteligência, que revelou que 55% dos brasileiros são contra a união estável para casais homossexuais. O percentual de contrários sobe para 77% entre evangélicos.

Por ora, os assembleianos se dizem satisfeitos com a presidente Dilma: "Ela não nos 'peitou' quando fomos pra cima, no caso do kit gay. Então está bom", disse Fonseca. "Agora, precisa nos receber. Passaram-se seis meses e a gente só conversa com o Gilberto Carvalho [ministro da Secretaria-Geral da Presidência]", destacou o pastor Everaldo.

Rondônia é o Estado que abriga mais parlamentares ligados à Assembleia de Deus, em termos absolutos e proporcionais: três de seus oito deputados federais pertencem à igreja. O PSC, com oito deputados, é o partido preferencial. Na sequência, aparece o PR, com quatro deputados --a sigla tem em suas fileiras muitos evangélicos, mas a maioria é de presbiterianos, como o deputado federal Anthony Garotinho (RJ).

Essencialmente, os parlamentares da Assembleia de Deus recorrem a três estratégias na hora de arrecadar fundos para a campanha eleitoral: doações em quantias menores, vindas de simpatizantes; empenho de recursos próprios; ou doações dos próprios partidos, um recurso para escamotear recursos vindos de empresas.

Um dirigente partidário, sob a condição do anonimato, explicou: "Tem muito preconceito contra o evangélico. Então, as empresas ajudam, mas preferem não serem vinculadas diretamente ao candidato. Doam para o partido e a gente repassa".

Destaca-se entre os recebedores de pequenas quantias o deputado federal Paulo Freire (PR-SP), filho do pastor José Wellington: das 350 doações que recebeu na campanha de 2010, 304 eram em valores de até R$ 400, segundo sua prestação de contas ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Zé Vieira (PR-MA) foi quem mais empenhou dinheiro do próprio bolso, nada menos que R$ 310 mil dos R$ 333 mil de sua receita. O campeão em recebimento de repasses partidários foi o deputado federal Filipe Pereira (PSC-RJ).

Dos R$ 3,2 milhões que recebeu, R$ 9.000 foram doados pelo presidente regional do PMDB no Rio, Jorge Picciani. O resto veio do PSC. Foi também o maior arrecadador do grupo, cuja média de receita nas eleições foi de R$ 575,2 mil."



Comentário do Blogueiro: Sou Presbítero da Igreja Ass. Deus e gostaria de comentar este texto:

"Com seu eleitorado cativo, os parlamentares ligados à Assembleia de Deus podem se dar ao direito de contrariar a orientação partidária quando convém ao seu grupo..."


Aos olhos de quem não conhece a forma assembleiana de votar, pode achar que não importa o que façam os políticos eleitos pela Igreja, que nas eleições seguintes os crentes vão se esquecer e eleger um corrupto ou vendido outra vez. Isto é uma falácia. A Prova? veja quantos deputados crentes que se envolveram no escândalo das sanguessugas e dos anoes do orçamento foram reeleitos. Pisou na bola uma vez, pode vir abraçado até com o Pastor Presidente, que os crentes não votam. Isto faz-me lembrar um caso verídico de um certo Pastor, uma alta autoridade assembleiana, que tempos bem lá atraz começou a falar grosso com os obreiros da sua Igreja. Ou votavam no filho dele ou a carta de mudança estava à disposição na Secretaria. Como o voto é secreto, até hoje ele ainda está tentando saber por quem foi que não votou no filho dele - que não foi eleito.

Por outro lado, se o candidato é decente, ainda não pisou na bola, o povo vota nele sim - desde que a forma de comunicação da Igreja não se mostre agressiva insinuando o famigerado voto de cabresto. Por que deveria votar em um desconhecido que nem crente é? Se votando em irmão, as coisas ainda têm possibilidade de darem erradas, votando em descrente a probabilidade de votar errado é maior ainda. As experiências de lutas contra o kit gay e o atropelamento da constituição pelo STF, me fazem mostrar que a prata da casa é melhor que a da casa dos outros.

Quanto ao "sucesso" eleitoral da Igreja, eu acho que não tem sucesso nenhum. Ela tem condições de eleger o dobro deste número. Só não elege porque os assembleianos não seguem a risca as orientações da Igreja, quando ha candidatos melhores e mais experientes - não importando a religião nem a Igreja. (João Cruzué)





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domingo, maio 15, 2011

Consciência cristã, cidadania e boicote

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João Cruzué

Uma das formas não violentas mais efetivas de exercer pressão e conseguir vitórias quase impossíveis é o BOICOTE. Tenho voltado a este assunto, porque há ainda muito desprezo e discriminação contra evangélicos no Brasil.

O boicote foi usado com sucesso por Gandhi, na Índia, contra 300 anos de dominação do Império Britânico. Ali, o exército inglês cometeu tantas barbaridades e tantas arbitrariedades que teve sua imagem muito mal vista até na própria Inglaterra. Mahatma Gandhi apeou a poderosa"Union Jack" das costas da Índia sem dar um tiro sequer.

O Pastor Martin Luther King, Jr. também utilizou os métodos de não violência ou resistência pacífica nos anos 50/60s para conquistar a igualdade dos direitos civis dos negros americanos oprimidos - não por um inimigo externo - mas por irmãos protestantes, brancos, que empunhavam uma Bíblia com uma mão e com a outra brandia o preconceito e os fósforos.

O Brasil é um país cheio de injustiças, com uma dívida social muito grande. Apenas para não ficar em palavras, vou dizer um número: cerca de 130 milhões de brasileiros ADULTOS ainda não tiveram acesso a uma Faculdade. Mais de 80 mil (adultos) ainda não concluíram o ensino médio.

Os meios de comunicação tratam com indiferença estes números, voltando-se a eles apenas em anos de eleições majoritárias.

O respeito ao povo evangélico tem melhorado nos últimos anos, porque estamos começando a ter uma maior consciência de cidadania e engatinhando no exercício da política. Durante meio século, os pastores e mestres de nossas Igrejas nos ensinaram que política não era atividade para crentes. Se com esse pragmatismo evitaram as garras da ditadura dentro das Igrejas Evangélicas, somente 25 anos depois, os crentes começaram a perceber que sem organização política os recursos orçamentários da nação não chegam onde são necessários.

Mas o preconceito contra os crentes ainda é vivo.

No trato com o contexto global, nosso comportamento e idiossincrasia sempre são vistos como o atraso da sociedade que abertamente nos aconselha que devemos "cuidar só de religião" e deixar a política e o comando da nação para (eles) os não cristãos. Com isso, uma minoria incrédula e anticristã vem exercendo com muita eficiência o controle da formação de opinião desta nação.

Estamos a ponto de perder nossa liberdade e expressão por causa de um projeto de lei anticristão que objetiva mudar os textos da Constituição e do Código civil. Somando católicos e crentes, temos maioria da população, mas somos governados e tangidos por lideranças que nunca foram cristãs, porque nunca nos organizamos e desconhecemos a força política que temos.

Quando a TV Globo, useira e vezeira em rotular crentes, veiculava certa novela que ridicularizava e discriminava mulher crente, sofreu uma campanha de desaprovação maciça tanto na blogosfera evangélica quanto na troca de emails. Isto a fez recuar e por causa daqueles protestos não permitiu, inclusive, que a novela levasse ao ar o primeiro beijo homossexual da televisão.

Crentes são grandes consumidores; cerca de 20 a 25% das famílias brasileiras. Já as novelas são patrocinadas por grandes marcas de produtos destinados ao consumo de massa, baratos e dirigidos às classes mais pobres. Grandes empresas ficam de olho nos "trending topics" e já fazemos bastante barulho na Internet, porque somos muito interessados em comunicação.

Nós, evangélicos, devemos e podemos tomar atitudes muito eficientes ao movimentar o dinheiro de nossos bolsos, talvez uns 50 bilhões de reais. Precisamos estar atentos sim, e abrir nossos olhos para ver o que nos discrimina, despreza e ofende. Observe que na política, todo senador, deputado ou vereador que é sistematicamente contra qualquer posicionamento da Igreja - nunca mais deve receber o voto de um crente.

O Pastor ou o filho do Pastor que se candidatar e ganhar um cargo de representação política e nele se corromper e for motivo de vergonha para a Igreja, nunca mais deve ser reeleito - como de fato já tem acontecido.

Também da mesma forma, todo preconceito, discriminação, ofensa, calúnia que for veiculada em uma Rede de Televisão, Rádio ou imprensa escrita - se comprovada e sistematicamente - deve sofrer a ação de um boicote de nossa parte. E a experiência mostra, que a melhor forma de fazer isto é pela via indireta: deixando de compra,r lá no supermercado, os produtos das marcas que patrocinam tais programas.

Sei que não são muitas as pessoas que leem este blog, mas que este assunto precisa ser analisado profundamente em nossa consciência - isto precisa.

Não podemos financiar as fontes de preconceitos, discriminação, abandono político que nos atingem direta ou indiretamente. Seria o mesmo que colocar a espada nas mãos do inimigo.

Por ignorância muita gente simples não sabe como fazer isto, e nem sabe que está sendo discriminada, ofendida ou desprezada. Mas você e eu sabemos. E se sabemos, não podemos ficar indiferentes nem ser omissos, porque a discriminação contra um crente, é uma discriminação contra todos os crentes.








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