Blog Olhar Cristão: Se os crentes não participarem da política nacional, tudo o que for feito de ruim, indiretamente, serão responsáveis por pecado de omissão. A Bíblia fala na Carta de Paulo aos Romanos sobre a existência de dois tipos de autoridades: Autoridades políticas e Autoridades religiosas. Também diz que não há autoridade que não provenha da vontade ou da permissão de Deus. Por isso creio que se o princípio da autoridade vem de Deus, quem considerar a política como algo maligna, erra por não conhecer as escrituras. E comete um erro maior se recusar o direito de agir politicamente, pois deixa sua oportunidade para que outros façam o que bem entender.
A Igreja, como corpo de Cristo, é composta de salvos. Sua função é ser o sal e a luz do mundo - em todas as organizações sociais lícitas. Talvez pela omissão de muitos crentes, que enxergam o diabo em tudo, o mal esteja mesmo se alastrando tanto, porque não encontra resistência à altura.
2 - "Pastores não devem participar de política".
Blog Olhar Cristão: atualmente existem dois tipos de ministros: os que têm o cargo e exercem o ministério pastoral e aqueles que possuem apenas o cargo sem o ministério. Para os que exercem o Ministério e pretendem concorrer a cargos públicos minha opinião é que não devam fazer isto, pois estariam abandonando o "arado". Entretanto, para os ministros que possuem apenas o cargo, sem chamada pastoral, não vejo incoerência . Todavia, qualquer crente, membro de Igreja ou ministro que aspire seguir a carreira política, deve ter uma orientação muito segura de Deus. Se forçar a barra e romper o muro, como diz a Bíblia, vai encontrar uma cobra (o diabo) do outro lado para picá-lo.
Explico: se Moisés não tivesse uma chamada real, CONFIRMADA por DEUS, em lugar de tirar o povo de Israel do Egito, teria contribuído, isto sim, para a destruição do povo. Sem direção de Deus, em lugar de conquistar um cargo político, o membro ou ministro da Igreja com certeza vai entrar por sua própria conta e risco, não em "Canaã", mas no "Egito" para ser escravizado pelo "faraó" deste mundo. O preço desta aventura ainda não está totalmente informado: faltou dizer que neste caminho infeliz as outras vítimas são a família além e o nome da própria Igreja.
Brevemente veremos uma enxurrada de artigos na internet do tipo: "Não voto em Pastor" Quando eu era "menino" achava esta frase corretíssima. Depois de uma melhor análise, cheguei à conclusão de que esta afirmação é uma campanha preconceituosa, com impacto negativo entre os crentes e principalmente entre os eleitores não crentes. Se Deus chamar um ministro para a política, com ou sem o voto dos crentes, ele vai se eleger de qualquer jeito. Porém, há muita gente enrolada por aí, forçando a barra e falando pelos cotovelos, dizendo que sua chamada para a representação política foi por direção de divina. Desconfie.
Enquanto isto, na Espanha, tempos atrás o ex-Papa Bento XVI dava seu aval para que sacerdotes católicos concorram a cargos políticos, para impedir o avanço do secularismo. Quem gostou disso foi o Bispo Lugo, que chegou a ser Presidente do Paraguai. Neste infeliz exemplo, cumpriu na vida dele a vontade de Deus. Com era dado a saltar a "cerca", e não honrava a batina, veio à tona os muitos filhos que teve. Como já tinha perdido mesmo o cajado, sua entrada na política contribuiu para que sua sem-sem-vergonhice viesse a ser exposta à luz do meio-dia. Uma cova que chamou um outra maior.
3 - A carreira política é melhor que o ministério pastoral?
Blog Olhar Cristão: Sou completamente contra este pensamento. Qualquer um poderia exercer um cargo político, basta que gaste bastante. Já o ministério pastoral depende de uma chamada genuína e seu exercício é muito mais valioso que ter um cargo de representação política. A Mensagem do Evangelho é muito mais importante que qualquer discurso político. Ganhar uma alma e zelar dela, como ministro de Deus, vale mais que ganhar a presidência de um país. Embora isso pareça loucura, é assim que Deus vê. Portanto, entre o ministério pastoral e a representação política, fico com o primeiro, pois o ministério pastoral é dado pelo próprio Deus para homens especiais.
4 - "Não voto em candidato evangélico, porque ele vai se corromper"
Blog Olhar Cristão: isso é puro preconceito. Em princípio, votar em um candidato que tenha o temor de Deus é uma decisão correta. Se no futuro ele trouxer decepção, na sua próxima candidatura não o eleja mais. Como de fato aconteceu em 2006, quando o povo evangélico deixou de eleger muitos políticos evangélicos que se corromperam no escândalo das "Sanguessugas". O recado foi dado. Não basta
ter nome de evangélico para permanecer na política - é preciso
ser evangélico de fato. O perigo de negar o voto a um candidato cristão para votar em qualquer um, ou naquele que asfaltou a rua da sua casa, reside na seguinte armadilha: quando uma
lei não-cristã em votação, o político evangélico tem um compromisso com a Bíblia, já o "qualquer um" pode votar até contra a liberdade de culto - pois lhe deram um mandato (cheque em branco) para fazer o que quiser.
Vejamos um caso concreto: O ex-Prefeito de São Paulo - Gilberto Kassab - diante de um assunto que envolvia o uso da Avenida Paulista para sediar três manifestações: Dos evangélicos (Marcha para Jesus), de sindicalistas (Dia do Trabalho - CUT), e do movimento GLTBS (Parada Gay), Kassab fez sua opção sem titubear em favor de manter a Parada Gay na Avenida porque
achava que ela dá um toque de modernidade e visibilidade mundial à Capital paulista. Em 2014 ele saiu candidato ao Senado, só que não vai ser eleito.
5 - "Não voto em candidato escolhido pela minha Igreja"
Blog Olhar Cristão: muitos crentes não se sentem confortáveis em votar nos candidatos "oficiais" da Igreja, geralmente pessoas escolhidas sem o referendo da membresia. Talvez seja esta falta de democracia que tenha impedido o sucesso de muitos candidatos. Por outro lado, há Igrejas que manipulam o eleitorado tentando fazer com membros um curral eleitoral com a prática do voto de cabresto. Recentemente, ouvi um pastor recomendando o voto em determinada pessoa da parentela do Bispo da Igreja. E um dos argumentos que usou era que seria uma prova de gratidão ao Bispo, e que o candidato tinha conseguido colocar um irmão doente em um hospital. Ora, vejo isto de forma diferente: quem tem que usar de gratidão e fazer o que o povo precisa é o candidato.
Quanto a este assunto, ainda há duas coisas a considerar: O voto é secreto e inviolável. Diante da urna o eleitor cristão vota em oração, com consciência e intuição de acerto. Votar no melhor, isto é, naquele que no exercício do poder não vai aprovar leis ímpias contra a liberdade de expressão religiosa, como, por exemplo, a lei da mordaça gay. Nem aprovar legislação pró-aborto, nem naqueles que já sujaram o bom nome da Igreja por atos de corrupção. Votar corretamente é difícil, mas possível. Basta que na eleição seguinte, não se repita os mesmos erros.
Conclusão
Blog Olhar Cristão: Ouvimos de um antigo Pastor, já falecido, que o pior erro é o erro doutrinário. Trazendo isso para este contexto ficaria assim: O pior erro é um erro de princípios. De tudo o que escrevemos aqui, cremos que o perigo maior reside em pensar que a representação política seja uma tarefa que Deus deixou aos cuidados do diabo. Conceitualmente trata-se de um sofisma. Se de fato o exercício da representação política fosse um atributo exclusivo do diabo, todos os que pensam assim estariam deixando nas mãos dele o destino de pessoas, comunidades, bairros, cidades, estados, países - o mundo. Deus há de cobrar caro todo pecado dos corruptos tanto quanto a omissão dos ignorantes!
Deus deu os pastores para cuidar do Seu rebanho. Por outro lado, quem dera que todos os representantes políticos fossem homens tementes a Ele. O que é preciso discernir neste assunto é que se um pastor quiser trocar o ministério por um cargo político, que tenha absoluta certeza de que a troca de chamada é 100% de Deus, porque se não for, o diabo vai fazer com ele a mesma coisa que fez com Judas Iscariotes.
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"O que mais preocupa não é nem o grito dos violentos,
dos corruptos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética.
O que mais preocupa é o silêncio dos bons."
Martin Luther King
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