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sexta-feira, novembro 21, 2025

O Processo da Secularização pela Ótica do Pensamento Cristão Conservador

 

Ocaso

João Cruzué

Sob a ótica do pensamento cristão conservador, o fenômeno da secularização configura-se como uma das transformações mais inquietantes e profundas da civilização ocidental, caracterizando-se pelo gradual mas inexorável eclipse da cosmovisão cristã tanto da esfera pública quanto da consciência coletiva. Longe de constituir mero epifenômeno histórico ou desenvolvimento espontâneo das sociedades modernas, tal processo é interpretado como um movimento sistemático de descristianização que corrói as próprias fundações morais, culturais e espirituais sobre as quais o Ocidente ergueu sua identidade ao longo de dois milênios. O próprio Cristo, em Lucas 18:8, apresenta este retrato.

Trata-se, nesta perspectiva, de uma apostasia civilizacional na qual verdades perenes, derivadas da revelação divina, são preteridas em favor de construções antropocênicas contingentes e falíveis, enquanto a sabedoria transcendente cede terreno à hybris da autonomia individual e ao relativismo ético que dissolve toda ancoragem normativa absoluta. A genealogia deste processo remonta, segundo os exegetas conservadores, a inflexões históricas precisas, particularmente ao advento do Iluminismo, quando a razão humana emancipada de qualquer tutela heterônoma passou a arrogar-se primazia epistemológica sobre a revelação divina.

O racionalismo cartesiano, o empirismo lockiano e, posteriormente, o positivismo comteano teriam engendrado uma arquitetura epistemológica que relegou a fé religiosa ao domínio do subjetivo e do irracional, destituindo-a de sua legitimidade como via de acesso à verdade. A Revolução Francesa emerge como momento paroxístico deste embate, quando a iconoclastia anticristã e as tentativas de instituir cultos seculares substitutivos revelaram as ambições totalizantes do projeto secularista. Ao longo dos séculos XIX e XX, este movimento adquiriu momentum acelerado mediante o florescimento de ideologias materialistas: o darwinismo social, o marxismo, o existencialismo ateu, o nietzscheanismo e, mais recentemente, o desconstrucionismo pós-moderno convergiram na contestação sistemática dos fundamentos teológicos e metafísicos da tradição cristã ocidental.

As manifestações contemporâneas da secularização revelam uma penetração capilar em todas as dimensões da existência social. No plano jurídico-institucional, testemunha-se a expurgação progressiva de símbolos, valores e práticas cristãs dos espaços públicos, operação justificada retoricamente pela invocação da neutralidade estatal, mas que, em sua práxis efetiva, configura a imposição velada de uma nova ortodoxia secular com seus dogmas irrefutáveis e seus tabus invioláveis. 

O princípio da separação entre Igreja e Estado, originalmente concebido como salvaguarda da liberdade de consciência e anteparo contra a coerção religiosa, sofreu uma inversão hermenêutica, transmutando-se em instrumento de marginalização sistemática da voz cristã no ágora deliberativa.

No âmbito cultural, observa-se a erosão acelerada do ethos moral tradicional fundado na cosmovisão bíblico-teológica, particularmente quanto às instituições basilares da família, da sexualidade humana, da sacralidade da vida e da identidade antropológica, domínios nos quais paradigmas relativistas e utilitaristas, divorciados de qualquer ancoragem transcendente ou respeito pela lei natural, operam uma radical reconfiguração normativa. 

O campo educacional constitui arena de singular importância neste conflito civilizacional, configurando-se como locus privilegiado onde a secularização não se efetiva mediante genuína neutralidade axiológica, mas através da imposição sub-reptícia de uma nova ortodoxia secular-progressista que obstrui deliberadamente a transmissão intergeracional do patrimônio espiritual e intelectual cristão.

A proscrição do ensino religioso confessional, a relativização ética nos currículos pedagógicos e a promoção de ideologias contrárias aos valores cristãos são interpretadas como estratégias deliberadas de engenharia social direcionadas à formação de subjetividades secularizadas. Concomitantemente, os aparatos midiáticos e a indústria cultural desempenham papel instrumental na consolidação da hegemonia secular, ridicularizando sistematicamente as expressões de fé, normalizando condutas antagônicas à moral cristã e representando o cristianismo como anacronismo repressivo e obscurantista. 

Esta colonização do imaginário coletivo gera um ambiente social hostil à manifestação pública da religiosidade, induzindo autocensura entre os fiéis e excluindo hermenêuticas teológicas do discurso culturalmente legitimado.

Segundo a análise cristã conservadora, as consequências deste desmoronamento espiritual revelam-se devastadoras tanto para os indivíduos quanto para o tecido social. A obliteração do horizonte transcendente e do telos divino da existência teria precipitado crises existenciais generalizadas, manifestas nas epidemias contemporâneas de depressão, ansiedade, suicídio e dependências químicas que assolam as sociedades secularizadas. A desintegração da família tradicional, a banalização hedonista da sexualidade, a cultura thanática do aborto e a negação ideológica de realidades biológicas elementares constituem sintomas de uma civilização que perdeu suas coordenadas morais fundamentais. 

Na ausência do reconhecimento de uma lex aeterna objetiva, fundamentada na natureza divina, a sociedade fica à mercê da lei do mais forte, da volubilidade das maiorias circunstanciais ou do arbítrio de elites intelectuais autorreferenciadas, tornando impossível a fundamentação consistente da dignidade humana inalienável e dos direitos fundamentais.

Diante deste diagnóstico civilizacional, os cristãos conservadores articulam estratégias multifacetadas de resposta. Uma corrente advoga o engajamento direto nas esferas cultural e política, buscando reconquistar espaços institucionais perdidos e influenciar a produção legislativa segundo princípios derivados da revelação bíblica. Outra vertente enfatiza a necessidade de construir instituições paralelas resilientes, comunidades intencionais e redes educacionais alternativas que preservem e transmitam intacta a fé apostólica às gerações futuras. Uma terceira abordagem privilegia a evangelização pessoal e o testemunho existencial, confiando que a genuína metamorfose social só se efetiva mediante a conversão individual dos corações. 

Independentemente das divergências estratégicas, prevalece o consenso sobre a imperiosidade de resistir à secularização, não por nostalgia de privilégios institucionais pretéritos ou por ressentimento reacionário, mas por convicção arraigada de que o cristianismo custodia verdades essenciais sobre Deus, a humanidade e a estrutura da realidade, verdades estas indispensáveis ao florescimento humano integral. 

A esperança cristã conservadora ancora-se na fidelidade incondicional à revelação escriturística e na confiança teológica de que a verdade de Cristo permanece relevante e eficaz, dotada de poder transformador capaz de renovar indivíduos e transfigurar culturas, mesmo em contextos aparentemente refratários ou abertamente hostis ao Evangelho.


SP-21/11/2025.




quarta-feira, junho 21, 2023

Exercícios com a Bíblia e o ChatGPT

 Por|: João Batista Cruzué

Um pequeno exercício feito por mim  usando a Bíblia e ChatGPT da www.openai.com


João: Escreva o primeiro versículo do Evangelho de São João em grego.

GPT: Ἐν ἀρχῇ ἦν ὁ λόγος, καὶ ὁ λόγος ἦν πρὸς τὸν θεόν, καὶ θεὸς ἦν ὁ λόγος. (Ευαγγέλιο του Ιωάννη 1:1)

João: Intercale a tradução do grego em português, palavra por palavra

GPT: Claro! Aqui está a intercalação da tradução do grego para o português, palavra por palavra, do primeiro versículo do Evangelho de São João:

Ἐν (Em) ἀρχῇ (princípio) ἦν (era) ὁ (o) λόγος (Verbo) καὶ (e) ὁ (o) λόγος (Verbo) ἦν (era) πρὸς (com) τὸν (o) θεόν (Deus) καὶ (e) θεὸς (Deus) ἦν (era) ὁ (o) λόγος (Verbo).

Tradução: Em princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus,e o Verbo era Deus.

João: Escreva o salmo primeiro em hebraico antigo:

GPT:

אַשְׁרֵי הָאִישׁ אֲשֶׁר לֹא הָלַךְ בַּעֲצַת רְשָׁעִים וּבְדֶרֶךְ חַטָּאִים לֹא עָמָד וּבְמוֹשַׁב לֵצִים לֹא יָשָׁב

תֹּורַת יְהוָה חֶפְצֹו וּבְתֹורָתֹו יֶהְגֶּה יֹומָם וָלָיְלָה

וְהָיָה כְּעֵץ שָׁתוּל עַל פַּלְגֵי מָיִם אֲשֶׁר פִּרְיֹו יִתֵּן בְּעִתֹּו וְעָלֵהוּ לֹא יִבֹּול וְכֹל אֲשֶׁר יַעֲשֶׂה יַצְלִיחַ

לֹא כֵן הָרְשָׁעִים כִּי אִם כַּמֹּץ אֲשֶׁר תִּדְּפֶנּוּ רֽוּחַ

עַל כֵּן לֹא יָקֻמוּ רְשָׁעִים בַּמִּשְׁפָּט וְחַטָּאִים בַּעֲדַת צַדִּיקִים

כִּי יֹודֵעַ יְהוָה דֶּרֶךְ צַדִּיקִים וְדֶרֶךְ רְשָׁעִים תֹּאבֵד

João: Agora intercale a tradução para o português, palavra por palavra

GPT: Com prazer! Aqui está a intercalação da tradução do Salmo 1 do hebraico antigo para o português, palavra por palavra:

אַשְׁרֵי (Feliz) הָאִישׁ (o homem) אֲשֶׁר (que) לֹא (não) הָלַךְ (anda) בַּעֲצַת (no conselho) רְשָׁעִים (dos ímpios) וּבְדֶרֶךְ (e no caminho) חַטָּאִים (dos pecadores) לֹא (não) עָמָד (parou) וּבְמוֹשַׁב (e na companhia) לֵצִים (dos escarnecedores) לֹא (não) יָשָׁב (se assentou)

תֹּורַת (A lei) יְהוָה (do Senhor) חֶפְצֹו (é o seu prazer) וּבְתֹורָתֹו (e na sua lei) יֶהְגֶּה (medita) יֹומָם (dia e noite) וְהָיָה (Será) כְּעֵץ (como árvore) שָׁתוּל (plantada) עַל (junto às) פַּלְגֵי (ribeiras de) מָיִם (água) אֲשֶׁר (que) פִּרְיֹו (seu fruto) יִתֵּן (dá) בְּעִתֹּו (no seu devido tempo) וְעָלֵהוּ (e a sua folhagem) לֹא (não) יִבֹּול (murcha) וְכֹל (e tudo) אֲשֶׁר (que) יַעֲשֶׂה (fizer) יַצְלִיחַ (prosperará)

לֹא (Não) כֵּן (assim) הָרְשָׁעִים (os ímpios) כִּי (porque) אִם (são como) כַּמֹּץ (a palha) אֲשֶׁר (que) תִּדְּפֶנּוּ (o vento dispersa) רֽוּחַ (vento)

עַל (Portanto) כֵּן (os ímpios) לֹא (não) יָקֻמוּ (permanecerão) רְשָׁעִים (os ímpios) בַּמִּשְׁפָּט (no juízo) וְחַטָּאִים (e os pecadores) בַּעֲדַת (na congregação) צַדִּיקִים (dos justos)

כִּי (Porque) יֹודֵעַ (o Senhor conhece) יְהוָה (o caminho) דֶּרֶךְ (do justo) צַדִּיקִים (mas o caminho) רְשָׁעִים (dos ímpios) תֹּאבֵד (perecerá).

João: Corrija a tradução

GPT: Peço desculpas pela tradução anterior. Aqui está a correção da tradução intercalada do Salmo 1 do hebraico antigo para o português, palavra por palavra:

Feliz (אַשְׁרֵי) é o homem (הָאִישׁ) que (אֲשֶׁר) não (לֹא) anda (הָלַךְ) no conselho (בַּעֲצַת) dos ímpios (רְשָׁעִים) e no caminho (וּבְדֶרֶךְ) dos pecadores (חַטָּאִים) não (לֹא) para (עָמָד) e na companhia (וּבְמוֹשַׁב) dos escarnecedores (לֵצִים) não (לֹא) se assenta (יָשָׁב)

A lei (תֹּורַת) do Senhor (יְהוָה) é o seu prazer (חֶפְצֹו) e na sua lei (וּבְתֹורָתֹו) medita (יֶהְגֶּה) dia e noite (יֹומָם וָלָיְלָה)

Será (וְהָיָה) como árvore (כְּעֵץ) plantada (שָׁתוּל) junto às correntes de água (עַל פַּלְגֵי מָיִם) que (אֲשֶׁר) dá (יִתֵּן) o seu fruto (פִּרְיֹו) no seu devido tempo (בְּעִתֹּו) e a sua folhagem (וְעָלֵהוּ) não (לֹא) murcha (יִבֹּול) e tudo (וְכֹל) o que (אֲשֶׁר) fizer (יַעֲשֶׂה) prosperará (יַצְלִיחַ)

Não (לֹא) assim (כֵּן) os ímpios (הָרְשָׁעִים) mas (כִּי אִם) como palha (כַּמֹּץ) que (אֲשֶׁר) o vento (רֽוּחַ) dispersa (תִּדְּפֶנּוּ)

Portanto (עַל כֵּן) os ímpios (רְשָׁעִים) não (לֹא) subsistirão (יָקֻמוּ) no juízo (בַּמִּשְׁפָּט) nem (וְ) os pecadores (חַטָּאִים) na congregação (בַּעֲדַת) dos justos (צַדִּיקִים)

Porque (כִּי) o Senhor (יְהוָה) conhece (יֹודֵעַ) o caminho (דֶּרֶךְ) dos justos (צַדִּיקִים) mas (וְ) o caminho (דֶּרֶךְ) dos ímpios (רְשָׁעִים) perecerá (תֹּאבֵד).

sábado, maio 02, 2020

A alegria do Senhor é a vossa força

Neemias 8:10b
.João Cruzué 
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Dia desses, cheguei em casa um pouco cansado, depois de hora e meia de trânsito.  Embora cansado, veio ao meu coração escrever sobre consciência e propósito cristãos. E para começar, escolhi Neemias 8:10b, que diz assim "... a alegria do Senhor é a vossa força".

Não sei se por falta de ensino ou por excesso dele muitos cristãos têm perdido a alegria de viver e,  outros,  com uma situação ainda pior ao se enrolarem nos fios invisíveis da rede maligna. Sonhos frustrados, casamentos acabados, namoros desfeitos, tristeza dentro da família, perda de oportunidades, enfim, fatos muito desagradáveis que tiram o sorriso de muita gente.

Isso acontece por que?

Bem, haveria uma muitas respostas, mas eu me sinto propenso a dizer que podemos perder nossa alegria de forma tão lenta e tão sutil que não nos apercebemos disso, da mesma forma que a água quente de uma vazilha depois de desligar o fogo.

O calor em nosso caso é a presença de Deus. 


A comunhão com o Espírito Santo que vai se apagando com a chegada do sono espiritual. Quem não se lembra daquele texto na "Parábola das Dez Virgens": E tardando o noivo, todas tosquenejaram e adormeceram. E quando acordaram, cinco delas não tinham mais azeite para acender as lamparinas.

A alegria do Senhor se apodera de nós quando estamos dentro da sua vontade. 


É por isso que um cristão novo convertido é alegre, pois, ele abriu a porta do seu coração para a entrada de Jesus. Quando procura conhecer a palavra de Deus em busca de sua vontade, ele continua indo em frente. Quando precisa fazer uma decisão,  ele ora,  jejua e espera pela resposta do Senhor. Mesmo na dificuldade, a presença do Senhor continua alegrandoseu coração. Dentro da vontade do Senhor não há como sofrer de  tristeza crônica, vazio existêncial, ou aquele olhar caído de um desamparado. Note bem que eu disse crônica, incurável.

Enquanto estamos dentro da vontade do Senhor, o Espírito Santo se alegra e sua alegria é o que nos dá força para prosseguir vencendo as batalhas de cada dia. Mas quando por algum motivo, inclusive pela falta de uma correta orientação espiritual, o crstão começa a deixar as coisas do Senhor em segundo, terceiro ou em último plano, pode observar: à medida que o tempo passa, a presença do Espírito de Deus vai se apagando lenta e imperceptivelmente.

É por isso que há muitos cristãos tristes e cheios de problemas, inclusive, dentro da Igreja. E quanto mais o tempo passa, mais perto fica a queda e o enrrosco nas redes malignas, o laço do passarinheiro. Disse o Senhor em João 15: "Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor. Tenho vos dito isso para que a minha alegria permaneça em vós, e a vossa alegria seja completa".

O que é, então, guardar os mandamentos do Senhor? Isto é inerente aos seus discípulos e a síntese dos mandamentos o Senhor já a declarou: Amar Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo, como a nós mesmos. Dentro deste conceito está buscar o conhecimento daquilo que O agrada, para guardar e principalmente fazer.

Se Deus nos deu o Santo Espírito em resposta à oração de Jesus, para que não ficássemos desamparados, este Espírito só permanece alegre em nós, se procurarmos falar do amor de Deus a outras pessoas. Nós somos como os vasos da viúva que foi ao Profeta Eliseu. O Espírito Santo é a água viva que jorra deles para encher outros vasos. Se negarmos testemunhar do amor de Deus, esta alegria deixa de jorrar e fica restrita ao interior do vaso. Ali se torna uma água parada, sujeita aos grãos de poeira e foco de larvas de mosquitos.

Podemos perder a alegria do Espírito, se não procurarmos descobrir o propósito de Deus para nossas vidas. Podemos também perder esta alegria, se depois de conhecermos o propósito de Deus, o deixarmos de lado, sufocá-lo, qual aconteceu com a planta que foi semeada no meio dos espinhos. As prioridades de conquistas sociais ou profissionais se tornaram como espinhos, ferindo e transpassando os frutos que começavam a surgir.

Quem não se lembra da figueira que o dono foi procurar fruto, e não tenho achado nada, ficou desapontado e mandou cortá-la? E isto só não aconteceu, porque o vinhateiro pediu um prazo de dois anos, para escavar e adubar a vinha. Se depois disso continuasse improdutiva, então não haveria outra forma, a não ser cortá-la para que outra planta ocupasse o espaço.

E por último, e aquele jovem rico que se aproximou de Jesus perguntando: "Bom Mestre, que farei eu, para herdar a vida eterna? Depois de ouvir a resposta, ainda ousou fazer outra: E o que me falta ainda? Ao que o Senhor respondeu: "Se queres ser perfeito, vai, vende tudo que tens, dá aos pobres, vem e segue-me". O que o moço não fez, pois, gostava só do evangelho da prosperidade. Aquele cuja prioridade é receber muito, e dar quase nada.

Há, sim, muitos crentes que perderam a alegria. E perderam a alegria, porque deixaram de ouvir a voz do 
Espírito Santos em seus corações. O Espírito de Deus em nos leva a glorificar o nome de Jesus. E quando nos ocupamos com nada, e ficamos na zona de conforto sem assumir compromisso algum com Deus - esse Espírito vai se apagando, apagando até ir embora. No seu lugar, fica um coração vazio e um rosto iondiferente e triste.

E se alguém que já serviu ao Senhor, parou, e quiser ter a alegria de volta, então, que não fique ocioso na vida cristã e procure andar ocupado com alguma obra espiritual para agradá-lo; de preferência trabalhando naquele ministério que é o propósito divino para sua vida.

Quando o crente - por falta de ensino, ou por falta de interesse em aprender a palavra de Deus, começa a colher prejuízos, desilusões e a estrutura do seu lar se desmoronando, a Deus ele não pode culpar, pois sobre tudo que se deve guardar, o crente deve guardar o seu coração, pois é dele que procede as saídas da vida.

Quem quiser ter sua vida abençoada por Deus, para ser próspero a vida inteira, não deve andar ocioso, nem omisso perante o Senhor.

O servo que enterrou o talento, e na hora da prestação de contas o apresentou, todo enferrujado, causou grande desgosto ao seu Senhor. Da mesma forma, quando o Senhor enviar um anjo para lhe trazer aquela grande bênção, certamente que ele virá. Mas se o anjo chegar e encontrar o destinatário ocioso, negligente, sem nenhum sinal de envolvimento com a vontade de Deus, ele leva a bênção de volta, tal qual um encomenda que o carteiro traz, quando encontra a casa fechada.

Se você anda colhendo prejuízos, atrás de prejuízos; os sonhos que lhe são mais caros se desfazendo em pó um atrás do outro - atenção! Pode ser que você se esqueceu de assumir um compromisso de fidelidade e de trabalho com o Senhor.

Quem sabe se você vai a Igreja, assiste o culto e depois volta para casa, achando que é só isto que o Senhor quer de você? Não é assim. O Senhor não paga o bem com o mal. O tempo de espera por uma oportunidade ou uma bênção não é motivo para desistência. O Senhor virá, e se Ele tarda, é porque a bênção é maior do que você imagina. Mas quando o Senhor vir, que ele o ache ocupado. Ocupado nas batalhas pessoais e cotidianas e ao mesmo tempo sem negligenciar o propósito de Deus quanto às coisas espirituais.

Os dois pratos da balança precisam de equilíbrio.

Quem sabe você está perdendo o seu casamento, por falta de envolvimento nas coisas de Deus? Quem sabe você é um crente frustrado no amor, e acha que Deus está em falta com você, se na verdade é você que nunca procurou ser fiel no serviço do Senhor? Quem sabe você continua desempregado, ou ganhando tão pouquinho, porque vive murmurando de Deus, sendo que passou a vida inteira sem estudar e agora quer que Deus faça um milagre sobre coisas que foram de são possíveis de você fazer? E quem sabe todas as bênçãos que o Senhor lhe trouxe, você não as recebeu porque seu coração estava sempre fechado para os propósitos de Deus?

Agrade ao Senhor.

Busque agradá-lo com sua vida, com serviço, obedecendo à voz do seu Espírito Santo. Mantenha-se firme nesse propósito. E continue perseverando, insistindo, porque Deus vai atender o desejo do seu coração. E não vai ser por  merecimento que Ele vai lhe abençoar, mas porque Ele vê que você está mantendo um compromisso de fidelidade dentro do prósito dEle.

Se fizer assim, haverá alegria no coração de Deus quando ele olhar para você. E a alegria do Senhor será a "tua" força.

Se você gostou deste texto, a sequência dele está aqui: Café com Jesus 9

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domingo, outubro 27, 2019

O joio e o trigo

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Joio!

Trigo
João Cruzué

"E quando a erva cresceu e produziu fruto, apareceu também o joio. Então, vindo os servos do dono da casa, lhe disseram: Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde vem, pois, o joio? Ele, porém, lhes respondeu: Um inimigo fez isso. Mas os servos lhe perguntaram: Queres que vamos e arranquemos o joio?" (Mateus. 13;26-30)


Este ano está cheio de novidades na seara evangélica. Dia 20 de março, 0 pastor americano Wayne Sapp queimou o Corão dentro da sua Igreja. Enquanto isso no Brasil, o deputado Pr. Marcos Feliciano fez um discurso no dia 30, trazendo a ira da comunidade negra. Que tipo de evangelho estas pessoas estão pregando? Decididamente não é cristão.

Por fogo no livro sagrado islâmico, escondido em uma igreja na Flórida, é no mínimo fruto de uma mente infantil e irresponsável. Do outro lado do mundo as consequências estão sendo colhidas pelos evangelistas e missionários cristãos verdadeiros que falam de Jesus aos povos de religião muçulmana.

Por que este pastor não tem coragem de viajar até o Afganistão ou no Paquistão para e mostrar um Alcorão queimado por lá?

E quanto ao ex-pastor, hoje Deputado Federal Marcos Feliciano, o grande pregador que tinha fama no Brasil inteiro. Era este tipo de mensagem racista e escravagista que rotula os africanos como filhos de Canaã? Isso não passa de conversa anticristã, pois a cor negra não é exclusividade de seres humanos. Há patos, ursos, galos, vacas e touros, cabras e bodes, éguas e cavalos, frutas e flores das mais variadas cores - inclusive negra.

Será que houve um Caim ou um Canaã na família das berinjelas? das jabuticabas ou das ameixas? Será que houve também um Caim ou um neto de Noé entre bois, cavalos e peixes... ora, ora, ora, meus irmãos, isto nada mais é que repetição do velho bordão racista e escravagista de que os negros vieram da descendência de Caim ou de Canaã.

Isto mostra uma falta de inteligência desmedida, que não pode passar sem crítricas veementes.

Quando Deus criou as plantas e os animais dotou-os de um potencial genético misto. DNA misto. A genética do primeiro casal criado por Deus podia produzir filhos com características diferentes. Ou seja, era, é, e será sempre possível produzir variedades dentro de cada espécie.

Se apenas existisse a pele escura entre os humanos, eu poderia contemporizar com o ex-pastor Feliciano. Mas felizmente a cor escura está presente em todos os seres vivos: nas flores, nos frutos, nos animais e também nos peixes. Com isso a bobagem do assunto da suposta cor de Caim e de Canaã cai por terra.

Uma coisa boa vem de tudo isto: a visibilidade dos cachos maduros do joio, cujos grãos são tão "aparecidos" que amadurecem antes, mostrando seu desvario aos que pensavam que fosse trigo.

O trigo é paciente, amadurece mais tarde.




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domingo, fevereiro 17, 2019

A voz do Deus e os buscadores de adoração


TUDO MEU
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Por João Cruzué

Nós, cristãos, temos especial interesse em ouvir a voz de Deus. Porém, o diabo também tem um especial interesse em falar. Por isso, nos dias iniciais do governo Bolsonaro, precisamos refletir um pouco para não ter problemas na escolha do caminho.

A Bíblia é generosa em mostrar exemplos dos dois lados. 

Abrão tomou o caminho certo. Pela fé, saiu de UR, passou por Padã-Arã, antes de ir para Canaã. De Canaã desceu para o Egito, e depois voltou para as campinas do Jordão. Acertou razoavelmente nas escolhas, mas errou  ao dar ouvidos à voz de Sara, para que tivesse um filho com Agar - a serva (Gn. 16:2). Isso trouxe dores de cabeça, daquele tempo até agora, na disputa territorial de Jerusalém.

Jacó esperou com paciência, ficando solteiro até 70 anos de idade. Enquanto isso, Esaú era fornicário e profano. Jacó continuava solteiro, esperando em Deus, mas quase perdeu a vida, quando pensou que a voz da sua mãe, Rebeca, era a voz de Deus. Bastou um minuto de engano para colher aflições para o resto da sua vida.

Nos dois casos, a pressa (ansiedade) falou mais alto que a voz de Deus.
:
 um caso bíblico bem curioso no meio dos profetas do Antigo Testamento. Jonas era um homem que tinha plena consciência da voz de Deus. Tanto que conscientemente decidiu colocar sua opinião à frente do amor de Deus (Jn. 4:2).

Outro caso mais antigo teve início com nossos primeiros pais. A serpente enganou Eva, mas Adão desobedeceu à voz de Deus consciente e espontaneamente. O prejuízo foi incalculável.

E hoje, dia 17 de fevereiro de 2019, o que Deus está falando aos nossos ouvidos de cristãos brasileiros, principalmente agora, com a multiplicação de vozes falando pelas redes sociais. Certamente, há uma fartura de vozes. Posso comparar este assunto com uma operadora de TV por assinatura oferecendo 100 canais. A voz de Deus estaria presente ali, ao mesmo tempo que outras 99. A chance de ouvir a voz errada é de 99%.

O que podemos fazer para não ouvir a voz errada, diante de uma escolha importante? Antes de ler, saiba que este assunto está longe de ser esgota pelas minhas palavras.
  • O primeiro fato a ser considerado é que a responsabilidade por uma escolha errada é do seu autor.  Nesse ponto, a quantidade de profecias de casamento tem  uma frequência absurda tanto de príncipes como princesas que pareciam anjos de luz, mas, depois, não eram.
  • A voz de Deus não pode ser ouvida pela metade. Precisamos saber não apenas se é a vontade de Deus, como também se é o tempo certo para esperar ou começar a agir. Nesse ponto, erraram Abraão e Jacó e muitos outros
  •  porque deram ouvidos a pessoas ansiosas.
  • A ansiedade é a causa de desacertos da maioria dos cristãos. Sempre dou testemunho do período de 11 anos que passei desempregado. Na época, a voz de Deus dizia que Ele me abençoaria. Isso aconteceu ali pelo quarto ano. Doeu muito, porque a resposta das minhas orações, e das orações dos parentes e amigos, ainda demorou sete anos.
  • A fidelidade não é garantia absoluta (100%) de que não haverá erro na hora de decidir. Tanto Abraão quanto Jacó andavam com Deus, mas bastaram alguns minutos para optarem por uma escolha errada. 

O que fazer então? 

  • A fidelidade a Deus não é garantia absoluta de bênção, por que não existe fidelidade absoluta de nossa parte. Embora o pregador tenha escrito que "Na verdade, não há homem justo sobre a terra, que sempre faça o bem e nunca peque" (Ec. 7:20), procurar ser fiel a Deus, eu digo, que vai contribuir para Deus ouvir a nossa voz. Saiba, contudo, que é somente pela graça de Deus que nós somos salvos do pecado e também das escolhas errada.
  • Não se assuste com minhas palavras: Se você é um cristão que conhece bem a Bíblia, se não tiver tempo para falar com Deus, não adianta procurar por profetas para ouvir a voz de Deus. É como trocar a marcha de um carro desligado: você não irá a lugar algum.

Em nossos dias, dias do Presidente Jair Bolsonaro, a maioria de nós está dedicando (perdendo) muito tempo para coisas pouco importantes. O smartphone se tornou o deus de nossa época.  Aquilo que ocupa a maior/melhor parte de nosso tempo, pode ser o deus que estamos adorando.  Como é que eu sei disso? 

Pelo simples fato de que o verdadeiro Deus está sendo posto de lado. A outra coisa que também deve ser considerada é o egoísmo. Ou melhor, o antropocentrismo. Acho que estamos diante de um tempo de buscadores de adoração, ou seja,  tudo só para mim!




SP, em 17.2.2019




segunda-feira, novembro 20, 2017

Meditação no Salmo 55



"De tarde, e de manhã, e ao meio-dia orarei; e clamarei,  
e Ele ouvirá a minha voz"

Túmulo de Absalão (Esquerda), Jerusalém

João Cruzué


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Em situações tão difíceis, não há outro 

caminho senão orar e depender mais de Deus


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"Inclina, ó Deus os teus ouvidos à minha oração e não te escondas da minha súplica. Atende-me e ouve-me; lamento-me e rujo, pois o clamor do inimigo e a opressão do ímpio lançam sobre mim iniquidade e com fúria me aborrecem." Este é o início de um Salmo de David, o rei que orava e dependia das respostas de Deus.

David era músico. Atarefado com a guerra e os deveres do reino, receio que não tinha tempo para fazer poesias. Imagino que orava junto a alguém, algum profeta ou secretário, Natã por exemplo, que anotava suas palavras. E elas não eram frutos de ficção, mas de um cotidiano muito difícil.

Os eruditos acreditam que o Salmo 55 foi escrito durante a rebelião promovida por Absalão, um dos filhos do rei, que buscava tomar pela força o trono do pai, sob a influência de Aitofel, ex-conselheiro de Davi. 

Davi, em guerra contra o próprio filho, em uma situação desesperadora, consciente da sua fraqueza,  fugiu de Jerusalém para nãos ser morto (ou matar) pelo próprio filho. Absalão, estava envenenado e disposto a qualquer coisa. Que situação! Verdadeiramente as portas do inferno estavam abertas dentro da casa de Davi.

E foi assim que David percebeu que devia orar mais e clamar com mais força a Deus. Passou a orar sobre o assunto três vezes ao dia. E para um judeu fazer isto, significava que sua necessidade era angustiante. De tarde, pela manhã e ao meio-dia.

A principal mensagem do Salmo 55 para mim, está registrada no penúltimo versículo: Lança o teu cuidado, sobre o Senhor, e Ele te susterá, e não permitirá que um justo seja abalado. Isto quer dizer que em situações tão difíceis como aquela, não há outro caminho senão orar mais e depender de Deus. Como esta promessa está vinculada à justiça, é bom ordenar sua vida com Deus para evitar impedimentos.

Se você entrar dessa forma diante de Deus, ele vai parar a fúria do inimigo. Você dará a volta por cima, porque o Senhor conquistará a vitória por você. Não se cale nem se apequene diante da fúria do diabo.


"Sujeitai-vos, pois a Deus, resisti o Diabo, e ele fugirá de vós"
Tiago 4:7





segunda-feira, maio 04, 2015

De David para Abraão

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Salmo 23
POR JOÃO CRUZUÉ

Se há um salmo na Bíblia que retrata bem uma época na vida de Abraão, é o Salmo 23. E esta época seria os dias seguintes à  separação entre ele e o sobrinho Ló. Um ficou com as terras mais férteis, as campinas mais verdejantes, e o outro com os morros do prejuízo. Quem tem a promessa de Deus nunca fica no prejuízo. Vamos meditar um pouco na palavra de Deus.

Os pastores dos dois parentes começaram a contender. O tio disse ao sobrinho: Ora,  não convém que haja contenda entre mim e ti, e entre os meus pastores e os teus pastores, porque somos irmãos. A primazia da escolha era do mais velho, mas Abraão franqueou a oportunidade a Ló. 

Ló não perdeu tempo. Levantou os olhos e viu toda a campina do Jordão, que era bem regada e parecia com o Éden. Em consequência dessa escolha, o tio ficou com pastagens inferiores. E mesmo que a princípio não tenha dado importância, mais tarde, certamente depois de ouvir os comentários da esposa e dos empregados, uma sombra de desânimo passou diante de seus velhos olhos.

Deus estava atento e percebeu. Tanto percebeu que decidiu levantar o ânimo de Abraão, já velho e com mais de 80 anos. Assim falou o Senhor: Levanta agora os teus olhos e olho desde o lugar onde estás, para a banda do Norte, e do Sul, e do Oriente e do Ocidente.

O interessante é notar que as campinas do Jordão, agora momentaneamente utilizadas por Ló, também estavam incluídas nessa promessa. O prejuízo era  apenas aparente. Não muitos dias depois, a família do sobrinho foi sequestrada por um povo beduíno. A campina tinha começado a mostrar o custo bem maior que o benefício. O verde dos pastos escondiam a guerra e a destruição da família.

E Deus continuou falando: Porque toda terra que vês te hei de dar a ti e a tua descendência, para sempre. E farei a tua semente como o pó da terra; de maneira que, se alguém puder contar o pó da terra, também a tua semente será contada. E Deus disse mais: Levanta-te, percorre essa terra, no seu comprimento e na sua largura, porque a ti a darei.

E Abraão levantou o olhar e olhou para os quatro cantos da terra. Depois percorreu a terra e foi armar suas tendas em Hebrom. Mil anos se passaram. E foi para a mesma Hebrom que Davi subiu com sua família para começar a ser Rei sobre Judá. Quem mandou Davi subir para Hebrom foi Deus.

Quando Davi escreveu o Salmo 23, ele começou  dizendo: O Senhor é o meu pastor e nada me faltará. Não sei se Davi  estava em Hebrom quando escreveu este verso, mas com certeza ele tinha tudo a ver com Abraão. Imagino que, ao tomar conhecimento da escolha do sobrinho, Abraão olhou pela primeira vez para as pastagens com os olhos pessimistas de seus empregados e enxergava apenas o prejuízo.

Deus tratou da história do prejuízo de uma maneira muito peculiar. Mandou que Abraão levantasse os olhos, para que enxergasse toda a terra. Depois fez uma promessa que abrangia não só as campinas do Jordão como muito além. Agora com os olhos da fé, Abraão viu  que para o Senhor não há coisa impossível.  Quando entendeu a visão de Deus,  Abraão poderia muito bem ter dito: O Senhor é o meu Pastor e nada me faltará!

Por isso, muito cuidado na hora de escolher. Escolha com  fé nas promessas de Deus e não confie no que seus olhos estejam vendo.





sábado, dezembro 13, 2014

O sofrimento na visão do evangelho da prosperidade


Colher de fermento
Por João Cruzué

No exercício da visão noturna, aquilo que você vê nem sempre é o que parece, foi o que percebi isto, viajando de carro, à noite. Nesta situação, tudo deve ser reavaliado, para se certificar de que o que está à sua frente é uma reta, ou uma curva para a direita, ou se aquela coisa clara, a uns 100 metros não passa de um tronco árvore. Na vida espiritual, eu creio que uma só reavaliação das coisas que nos cercam, pode não ser suficiente para evitar que andemos por caminhos errados. Uma boa reflexão para este sábado.

No capítulo 16 do Evangelho, segundo Mateus, Jesus está advertindo os jovens discípulos, para se acautelarem com o fermento dos fariseus. Eles pensando no pão (que se esqueceram de comprar), e Jesus, falando de outra coisa,  prevenindo-os sobre um fermento doutrinário.

Eu fiz uma ligeira pesquisa, no site da Fiocruz, para saber um pouco mais sobre o fermento. Ali está escrito que o fermento biológico constituído de fungos microscópicos, também chamados de leveduras. Elas agem, liberando gás carbônico na massa do pão para que ele fique depois macio e fofinho.  Sem o uso do fermento, o pão ficaria com uma consistência dura, que seria rejeitada no café da manhã, porque não estaria do jeito que nos acostumamos a consumi-lo.

Um evangelho fofinho e macio (light e soft) ao mesmo tempo. Um "novo" evangelho de um "cristo" que está reocupado em transformar as pedras (duras) em pães (fofinhos) para satisfazer as comichões dos ouvidos de filhotes de fariseus, gerados dia a dia pelos profetas da prosperidade. Acho que é isto que dá para perceber.

No tempo de Cristo, uma das principais características dos fariseus era o apego às coisas materiais, por isso eram avarentos. Nos dias atuais, isto continua do mesmo jeito. E o fermento deles, é bem atraente: pregam um evangelho que é macio para os ouvidos. Uma igreja de faz de contas, onde a única coisa real é o dinheiro e o hedonismo.

Por que será que Jesus chamou 12 discípulos do meio de gente humilde? Eu creio que foi com o propósito claro de evitar que a futura Igreja não nascesse de um mal crônico. Por que depois que o Senhor Jesus jejuou 40 dias, o diabo veio para sugerir três propostas fermentadas? Usar o Evangelho para transformar pedras e pães, usar o poder divino para tentar a Deus e a pregar o Evangelho para ficar rico e poderoso.

Se naquele tempo Jesus já está preocupadíssimo com a contaminação da Igreja com o fermento dos fariseus, posso muito bem imaginar o que Ele não diria, hoje, quando vemos os valores morais de grandes líderes evangélicos serem trocados por valores políticos. Fiquei impressionado de ver, há poucos dias, um "missionário" de uma grande denominação (Igreja Internacional da Graça) apresentando à sua congregação os três filhos recém-eleitos para os cargos de Deputado Federal e Deputado Estadual. Do ponto de vista secular, sem dúvida, foi um belo feito, mas do ponto de vista do Senhor Jesus, uma lástima.

Não estou dizendo que o cristão, para ser cristão de verdade, tem que sofrer 24 horas por dia, pois não era isto que acontecia com Jesus. Mas, durante os dias que ELE, seus apóstolos e os missionários do começo do século passado, o que mais passavam era por sofrimento. O objetivo do sofrimento, diante de Deus, tenho eu uma suposição que pode estar perto da verdade: pode ser que o sofrimento seja um antídoto contra o fermento.

Sabe, estou ficando velho, mas não, cego. A Igreja que estou vendo hoje está padecendo de secularismo. João disse  para que não amássemos o mundo. Amar o mundo, neste sentido, é passar a olhar, sentir, comportar, e aceitar os valores e visões da sociedade atual. Isto é fatal para uma Igreja e para seus fiéis.

Não li na Bíblia que Jesus dissesse que todo cristão tem que ser um sofredor a vida inteira. Mas, eu duvido que um cristão verdadeiro, diante de tanta coisa ruim e louvada por  nossa sociedade, olhe e fique satisfeito. Tenho certeza que não. Por exemplo, em um país tão corrupto quanto o Brasil, cuja corrupção já se tornou uma instituição, o cristão que vê seus pastores trocando a Igreja por Brasília e comendo e bebendo  no meio desta gente, será que isto é, por acaso, motivo de alegria?

Por outro lado, o sofrimento,  na visão de um pregador de prosperidade, é algo antibíblico. Ensinam que Cristo já sofreu por nós, para que nós não mais precisemos passar por isso. Agora é só vitória... Gostaria que essa gente assistisse o filme "Mein Kampf", um documentário feito a partir de filmagens feitas pelos próprios nazistas. Como explicar o que aconteceu no Gueto de Varsóvia e nos fornos de Auschwitz-Birkenau. lugares onde milhões de orações não foram respondidas...


Os tempos são muito difíceis. Não convém aceitar tudo e participar de tudo como se fosse faz-de-contas... Disso teremos que prestar contas ao Senhor, por omissão, ou por negligência ou por conformismo, ou por pecado. 

O Sucesso de nenhum evangélico, dono ou pregador de TV, não é garantia nenhuma de que seja um homem de Deus - hoje. Mas pode ser que ele esteja vivendo das cinzas do que homem de Deus que já foi no passado. Não há nenhum sinal do verdadeiro Evangelho na prosperidade que pregam hoje. 

Eu apenas creria, se essa gente fizesse aquilo que o Mestre sugeriu ao "Mancebo de Qualidade": Vai, vende tudo o que tens, dá aos pobres, e terás um tesouro no céu.



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