domingo, outubro 26, 2014

Memórias do Bolsa Família

Bolsa Família
João Cruzué


Os fatos aqui narrados parecem ficção. Só parecem. Eu fiquei surpreso com a situação que vou narrar. Até que ponto a pobreza extrema mantém as pessoas sem liberdade para ter uma vida digna... As formas da miséria podem ser diferentes, mas a essência ela é sempre a será a mesma. Eu sei que Jesus pode libertar da escravidão espiritual do pecado e da morte, mas a liberdade econômica vem do esforço de cada um, conquistando um diploma universitário. Este diploma é a melhor "bolsa família" que existe, pois é uma coisa que ninguém pode tirar, cancelar ou roubar.

Sei da bênção que é este programa social que desde 2006, já atendeu a quase 12 milhões de famílias, mas a permanência no cadastro deste benefício costuma trazer atitudes desesperadas. Eis um fato real.

Uma criança chegou triste à escola. A professora perguntou: O que aconteceu com você?  está  muito triste hoje...

--Sabe professora, é que meus pais agora estão separados...

--Oh!

E a professora, na primeira reunião de pais, foi falar com a mãe do garoto.

-- Olha, mãe, seu filho mudou... ele anda muito triste na escola. Eu perguntei para ele, e me disse que vocês se separaram. Ele está recebendo a visita do pai?

-- Não! Professora... nós não estamos separados de verdade. É que meu marido arranjou um emprego e  nós ficamos com medo de perder os 80 reais do Bolsa Família (BM). Para que ninguém ficasse sabendo, nós nos separamos de faz de contas, mas não pudemos falar para nosso filho, senão alguém iria perguntar para ele...

De dia meu marido trabalha. De noite, em vez de dormir em casa, ele dorme na casa da mãe dele. Assim, tanto nosso filho como a vizinhança pensa que nós estamos separados e nós não perdemos a ajuda do Bolsa Família.  Eu também trabalhava em uma casa de família, passei a ser diarista para que nossa renda não ultrapasse o limite para receber a ajuda do governo...

Ponto. Isto é um fato da vida real.

Pensando no assunto, posso ver muito bem que 80 reais certos todo mês, não é um valor que pode ser desprezado.  São sete pacotes de arroz; ou arroz, óleo, açúcar, café e feijão de um mês inteiro para uma família de três pessoas.

As autoridades precisam melhorar a gestão da BM. Pelo menos, seria bom que o benefício não cessasse de imediato. Sei lá, um prazo de um ano deveria ser considerado para que as pessoas não deixassem que a lembrança da miséria levasse um começo de dignidade...




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Desenterrando seus talentos



Uvas
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João Cruzué

"Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula de um continente, uma parte da terra..." Quem disse isto, foi o poeta inglês John Donne (1572-1631), mas foi o apóstolo Paulo quem deixou escrito estas belas palavras: E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus", em Romanos 12:2.

Deus é o Criador. Ele deu propósito a tudo e a todos. Minha vida tem um propósito. Você foi criado para um propósito especial. Hoje somos 6,5 bilhões de seres humanos, cada um tem pelo menos um talento especial, que se descoberto e trabalhado, contribui para fazer deste mundo um lugar melhor para se viver.

Vou deixar alguns exemplos.

Este ano, faleceu de câncer o mago dos smartphones, Steve Jobs. Seu pai biológico era filho de uma família abastada, possuidora de poços de petróleo, empresas e propriedades agrícolas. Sua mãe era de uma família de alemães ricos. Os dois se conheceram na Universidade de Wisconsin e se enamoraram; ela engravidou... E para não expor a família, de forte tradição católica, foi para São Francisco onde teve um bebê que foi dado para adoção. E nunca mais olharam para trás. Impuseram apenas uma condição: Que os pais adotivos tivessem recursos o suficiente para colocar a criança em uma universidade. 


Paul Reinholds Jobs, um mecânico de automóveis e Clara Hagopian Jobs, filha de imigrantes armênios, foram os verdadeiros pais de Steve, o jovem que veio a ser o mentor e responsável direto pela construção e crescimento da empresa da Apple - a empresa mais valiosa do mundo. Ela vale (dez/2011) tanto quanto os 32 maiores Bancos da União Europeia juntos: 340 bilhões de dólares. Steve Jobs nasceu enjeitado.

Barack Obama também não conheceu o amor do pai biológico. Foi criado pelos avós maternos. Foi o primeiro "negro" a ser eleito Presidente dos Estados Unidos.

Dilma Roussef perdeu o pai quando fez 15 anos. Teve que deixar o Sion, o colégio mais granfino de Belo Horizonte, para estudar em escola pública. Hoje é a presidente do Brasil.

O ex-presidente Lula tentou por três vezes a presidência e perdeu. Tentou pela quarta vez em 2002 e ganhou. Foi reeleito em 2006, terminou seu mandato e continua com grande popularidade.

Nenhum deles é uma pessoa religiosa, mas ninguém pode negar que foram concebidos para um propósito especial: contribuir para tornar este mundo um pouco melhor. Nem todos podem ser empresários ou presidentes como eles, mas cada um tem, sim, um propósito especial para tornar a vida da humanidade menos desigual.

Há muitas pessoas vivendo as mais tristes situações ou pelo contrário: em ótima situação, mas que, juntas, são infelizes do mesmo jeito, pois não têm a visão do porquê e para que existem.

Eu não sou empresário, nem presidente, nem dono da verdade, mas uma coisa eu sei: Sei como ter uma vida com propósito e onde mora a paz e a felicidade. Sim, os ingredientes que fazem você se olhar nos olhos no espelho e dizer: Sim! eu tenho um propósito de vida.

Jesus é a maior expressão do amor de Deus. Se você convidar Jesus para morar em seu coração, vai descobrir um caminho que vai "te" levar para o lado feliz da vida. Quando você aprender a orar e descobrir o poder que há na oração, vai descobrir onde é o seu lugar. Um lugar onde pode fazer as pessoas felizes. Aquilo que Paulo escreveu: Que Jesus disse que "Melhor coisa é dar, do que receber".

Aceite Jesus e descubra o que você tem para dar.


domingo, outubro 19, 2014

Estímulos educacionais em crianças nos primeiros anos de vida


"Tentar sedimentar num adolescente o conhecimento
que deveria ter sido apresentado a ele dez anos antes,
custa mais e é menos eficiente"
James Heckman

Monica Weinberg
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Entrevista James Heckman

Ao economista americano James Heckman, 65 anos, deve-se a criação de uma série de métodos precisos para avaliar o sucesso de programas sociais e de educação - trabalho pelo qual recebeu o Prêmio Nobel, em 2000. Nessa data, Heckman estava no Rio de Janeiro, numa das dezenas de visitas que já fez ao Brasil. 
Achou que fosse trote quando lhe disseram da premiação. Formado em Princeton e há 36 anos professor da Universidade de Chicago, James Heckman se dedica atualmente a estudar os efeitos dos estímulos educacionais oferecidos às crianças nos primeiros anos de vida - na escola e na própria família. Sua conclusão: "Quanto antes os estímulos vierem, mais chances a criança terá de se tornar um adulto bem-sucedido".

1. Em seus estudos, o senhor conclui que não há política pública mais eficaz do que investir na educação de crianças nos primeiros anos de vida. Por quê?
James Heckman: A educação é crucial para o avanço de um país - e, quanto antes chegar às pessoas, maior será o seu efeito e mais barato ela custará. Basta dizer que tentar sedimentar num adolescente o tipo de conhecimento que deveria ter sido apresentado a ele dez anos antes sai algo como 60% mais caro. Pior ainda: nem sempre o aprendizado tardio é tão eficiente. Não me refiro aqui apenas às habilidades cognitivas convencionais, mas a um conjunto de capacidades que deveriam ser lapidadas em todas as crianças desde os 3, 4 anos de vida.

2. O senhor poderia ser mais específico em relação a essas habilidades?

Há evidências científicas de que dois tipos de habilidade têm enorme influência sobre o sucesso de uma pessoa na vida. No primeiro grupo, situam-se as capacidades cognitivas - aquelas relacionadas ao QI. Por capacidades cognitivas entenda-se algo abrangente, como conseguir enxergar o mundo de forma mais abstrata e lógica. Num outro grupo, igualmente relevante, coloco as habilidades não cognitivas, relacionadas ao autocontrole, à motivação e ao comportamento social. Essas também devem ser estimuladas no começo da vida. Embora sejam cientificamente menosprezadas por muitos, descobri que elas estão diretamente relacionadas ao sucesso na escola - e, mais tarde, no próprio mercado de trabalho.


3. É realmente possível estimular esse tipo de habilidade?

Obviamente, há diferenças entre as pessoas, e estamos falando de capacidades muito relacionadas a personalidade e temperamento. Mas elas podem - e devem - ser melhoradas desde bem cedo. Defendo isso por uma razão: mesmo quando as intervenções em crianças pequenas não têm impacto sobre o QI, elas costumam trazer ótimo resultado sobre as capacidades não cognitivas. Muitos especialistas tendem a reduzir tudo ao QI, que é, logicamente, primordial para prosperar numa sociedade moderna. Hoje, no entanto, não se vai muito longe sem aquilo que poderíamos chamar de traquejo social, ou a capacidade de manter o controle diante de situações adversas. Isso pode ser desenvolvido. E, quanto mais cedo, melhor.


4. O que falta é investir mais na pré-escola?

As escolas têm um papel fundamental, especialmente quanto ao desenvolvimento das habilidades cognitivas. Mas enfatizo ainda a relevância dos programas sociais que tenham foco nas famílias, de modo que elas consigam fornecer os incentivos certos num momento-chave. Iniciativas mínimas têm altíssimo impacto, como o hábito de conversar com os filhos ou emprestar-lhes um livro. Só que alguns pais precisam  ser orientados a fazer isso, daí a necessidade de programas específicos. Não afirmo isso por bom-mocismo ou ideologia, mas com base em evidências. Elas indicam que qualquer tipo de intervenção que consiga despertar o interesse dos pais e fazê-los estimular, desde cedo, o aprendizado cognitivo e emocional dos filhos tem excelente custo-benefício. Infelizmente, governos no mundo inteiro ainda não se  renderam ao que a ciência já sabe.


5. Que tipo de intervenção funciona com as famílias?

Os estudos confirmam que um programa americano da década de 60, o Perry, amplamente copiado por outros países, tem ótimo retorno. Ele consiste, basicamente, em colocar crianças pobres na escola, em salas com poucos alunos, e envolver os pais no processo educativo. O professor visita as famílias para informar o que está sendo ensinado na aula, de modo que passem a participar mais ativamente. Sem esse amparo dos pais, dificilmente uma criança vai ter motivação para aprender, o que tende a se perpetuar no curso da vida escolar e resultar em adultos sem sucesso. Está provado que a família é o fator isolado que mais explica as desigualdades numa sociedade como a brasileira. Sob esse prisma, uma criança do Nordeste começa a vida em franca desvantagem em relação a uma do Sudeste. Com programas como esses, a ideia é tentar atenuar as diferenças no ponto de partida.


6. O que alguém que não desenvolve as principais habilidades nos primeiros anos de vida deve esperar?

Os números são espantosos. Uma criança de 8 anos que recebeu estímulos cognitivos aos 3 conta com um vocabulário de cerca de 12 000 palavras - o triplo do de um aluno sem a mesma base precoce. E a tendência é que essa diferença se agrave. Faz sentido. Como esperar que alguém que domine tão poucas palavras consiga aprender as estruturas mais complexas de uma língua, necessárias para o aprendizado de qualquer disciplina? Por isso as lacunas da primeira infância atrapalham tanto. Sempre as comparo aos alicerces de um prédio. Se a base for ruim, o edifício desmoronará.


7. O senhor parece fatalista.

Não sou. Acho uma bobagem o que pregam os cientistas que até hoje defendem a tese das janelas de oportunidade. Segundo essa teoria, existe um único momento na vida para aprender cada coisa. Ao contrário desses colegas, vejo o aprendizado como um processo bem mais flexível. É verdade que, por volta dos 10 anos, como mostram os estudos científicos, as habilidades cognitivas já estão cristalizadas e se torna bem mais difícil desenvolvê-las. Mas não é impossível. A questão central é que isso demandará mais tempo, custará mais caro e não necessariamente produzirá os mesmos resultados.


8. Por que é tão mais caro para uma sociedade educar suas crianças depois que elas já passaram pelos primeiros anos de vida?

É mais lento aprender toda uma gama de coisas depois da primeira infância e também porque a ausência dos incentivos corretos nessa fase da vida está associada a diversos indicadores ruins. Entre eles, evasão escolar, gravidez na adolescência, criminalidade e até os índices de tabagismo - sempre mais altos em sociedades incapazes de fornecer às suas crianças uma educação apropriada nos primeiros anos de vida. É claro que a falta de incentivos numa única fase da vida não explica 100% da ocorrência desses problemas, mas diria que o peso é grande. E isso tem seu preço. A criminalidade, por exemplo, pode ser reduzida, basicamente, de duas maneiras: investindo cedo em educação ou reforçando o policiamento nas ruas. Calculo que a opção pelo ensino custe algo como um décimo do gasto com segurança. Os Estados Unidos gastam trilhões de dólares a mais por ano só porque não entenderam isso.


9. Se há tanta clareza sobre os benefícios de programas que mirem os primeiros anos de vida de uma criança, por que os governos ainda resistem a essa ideia?

Há, sem dúvida nenhuma, alguma ignorância sobre o que a ciência já desvendou - mas isso é só uma parte do problema. A outra diz respeito a uma questão mais política. Para investir em programas com o objetivo de intervir nas famílias, é preciso, antes de tudo, reconhecer que há algo de errado com elas. Um ônus com o qual os políticos não querem arcar. Eles passam ao largo dos fatos e, pior ainda, divulgam uma imagem mistificada. Nessa visão ingênua, a família é uma unidade inabalável, que invariavelmente proporciona às crianças bem-estar. Além de não corresponder à realidade, essa imagem idílica só atrapalha, uma vez que ofusca o problema. Mais de 10% das crianças americanas são indesejadas, e muitas dessas jamais chegam a conhecer seus pais. Que tipo de incentivo para aprender se pode esperar numa situação dessas?


10. Um colega seu na Universidade de Chicago, o economista Steven Levitt, apresenta em seu livro Freakonomics uma opinião diferente da sua sobre a influência da família na vida dos filhos.

Levitt descambou para a simplificação absoluta de questões complexas, perigo eterno no meio acadêmico, sobretudo entre os economistas. Tendo bons números na mão, é sempre possível construir argumentos persuasivos, ainda que não passem de ciência social ruim. Uma das maiores bobagens de Levitt é justamente partir do pressuposto de que, se uma criança nasce em desvantagem, numa família que não lhe fornece nenhuma espécie de incentivo, não há nada a ser feito em relação a isso. Eu estou convicto do contrário. Só que é preciso começar cedo.


11. O Brasil investe sete vezes mais dinheiro no ensino superior do que na educação básica. O senhor considera essa uma inversão de prioridades?

Todo país precisa de boas universidades para formar cérebros e se tornar produtivo. É básico. Mas um país como o Brasil só conseguirá realmente alcançar altos índices de produtividade quando entender que é necessário mirar nos anos iniciais. Eles são decisivos para moldar habilidades que servirão de base para que outras surjam - um ciclo virtuoso do qual resulta gente preparada para produzir riquezas para si mesma e para seus países. Os governos, no entanto, têm se mostrado bastante ineficazes ao proporcionar esse ciclo.


12. Os educadores costumam dar muita ênfase à falta de dinheiro para a educação. Esse é realmente o problema fundamental?

O problema existe, mas não é o principal. O que realmente atrapalha nessa área é a péssima gestão do dinheiro. Se os governantes fossem um pouco mais eficazes, conseguiriam colher resultados infinitamente melhores. Em primeiro lugar, deveriam passar a tomar suas decisões com base na ciência, e não em critérios políticos ou ideológicos, como é mais comum. Veja o que aconteceu no caso da pesquisa com as células-tronco. Apesar de todas as evidências de que poderiam ser cruciais para curar doenças, deixamos de estudá-las durante oito anos nos Estados Unidos - isso por razões políticas. Um exemplo de obscurantismo em pleno século XXI. Na educação, há sempre a tentação de reduzir a discussão à luta do capitalismo contra o marxismo, da direita contra a esquerda ou de antissindicalistas contra sindicalizados. Meu esforço é justamente para trazer o debate a bases objetivas - e econômicas.


13. O que está comprovado sobre os benefícios da educação para um país?

Cada dólar gasto na educação de uma pessoa significa que ela produzirá algo como 10 centavos a mais por ano ao longo de toda a sua vida. Não há investimento melhor. A ideia é fornecer incentivos suficientes para que o talento atinja sempre o maior nível possível. Só com gente assim a Irlanda, por exemplo, conseguiu tirar proveito das oportunidades que surgiram depois que o país se integrou à economia mundial. É também o que ajuda a explicar o acelerado enriquecimento da Coreia do Sul nas últimas décadas. Nesse cenário, não há melhor aplicação do que canalizar o dinheiro para a formação de crianças em seus primeiros anos de vida. Insisto nisso porque são os países que já estão nesse caminho justamente os que se tornam mais competitivos - e despontaram na economia mundial.


Fim.


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Os cinco segredos da Educação na Finlândia

Thomaz Favaro


A Finlândia é um país do norte europeu, tem uma população de 559 mil habitantes e ocupa hoje o topo do ranking da qualidade no ensino com base em testes da OCDE - Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. No teste de 2006, enquanto o Brasil amargava as últimas posições no resultado, a Finlândia ficou em 1º lugar em Ciências, 1º  em Matemática e 2º lugar em Leitura. O Brasil cravou os 52º, 53º e 48º lugares.


Os estudantes finlandeses são os mais bem preparados do mundo e aqui estão os cinco segredos da Escola finladesa:

1 . O professor - o vestibular para professor é um dos mais disputados do país. De cada 10 candidatos, apenas um é aprovado. A Exigência dos professores é muito alta; o mestrado é pré-requisito para lecionar em cursos posteriores à pré-escola.

2 . Qualidade igual para todos - O desempenho das escolas em todo o país apresenta a mínima variação, a menor do mundo. O governo tem um sistema sigiloso de avaliação das escolas, enquanto seus diretores estão informados quanto ao desempenho de cada uma.

3 . Os alunos com dificuldades não são deixados para trás. Dois em cada dez alunos recebem aulas de reforço. Os índices de repetência são baixos e a auto-estima bem cuidada.


4 . Grade curricular ampliada - além do currículo padrão, há aulas de música, ecologia, artes, economia do lar e ética. O ensino de duas línguas estrangeiras é obrigatório; a critério do aluno, ele ainda pode optar por mais duas. 

5 . Prazer de estudar - Os diretores e professores são responsáveis pela criação de um ambiente agradável aos estudantes. A carga horária é bem dosada. A partir da 7ª série, os alunos estão livres para escolher algumas disciplinas com as quais têm maior afinidade.

Fonte para o artigo: Veja/20/02/08



João Cruzué
cruzue@gmail.com

sábado, outubro 18, 2014

Meditação em Mateus 21


Templo em Jerusalém
Por João Cruzué


Jesus saiu da Galileia para Jerusalém. Provavelmente, havia alguma festa religiosa e muitas pessoas estavam no Templo. Em Mateus 21; 23, o evangelista começa a descrever uma cena em que ele estava ensinando, quando as autoridades do Templo, os príncipes dos sacerdotes e anciões do povo decidiram questionar sua autoridade. Neste contexto,  dá-se um diálogo entre duas maneiras diferentes de interpretar o sagrado. De um lado, as autoridades do templo e os anciões do povo; de outro aquele que tinha a visão da realidade das coisas. Um confronto entre a presunção e o formalismo contra a verdade.

Disse Jesus: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida"

Para dar um calaboca em Jesus, os filhos dos sacerdotes chegaram e perguntaram:

--Com que autoridade fazes isto e quen lhe deu tal  autoridade? Ou seja: Quem lhe deu o direito de ficar ensinando aqui no pátio do Templo, se você não é dos nossos nem tem o nobre  sangue levita?

E Jesus respondeu assim: 

--Eu também vos perguntarei uma coisa. Se reponderes, também eu vos responderei a pergunta. O Batismo de João donde era: do céu ou dos homens?

Como os príncipes dos sacerdotes e os anciões não tiveram a coragem de dizer o que pensavam, Jesus não precisou dizer com que autoridade ensinava no Templo, área de influência e domínio dos questionadores.

Mas Jesus não permitiu que eles saíssem sem ouvir uma verdade que provou ser absoluta cerca 48 gerações depois. (29dC  até  1948dC).

Primeiro contou a parábola dos dois filhos. O pai mandou os dois trabalharem na vinha. Um disse que não ia, arrependeu-se e depois, foi. O outro, disse com a maior cara de pau que iria, e depois, não foi. O primeiro da parábola simboliza os publicanos e meretrizes  que eram pecadores, mas quando ouviam o Evangelho se arrependia. O Segundo dilho, o que disse que ia e não foi, simbolizava os príncipes dos sacerdotes e seus cupinchas políticos - os anciões do povo.

Não contente com uma só parábola, Jesus emendou outra: a parábola dos lavradores maus. Aqueles que receberam uma vinha recém-formada e bem aparelhada com uma vala no entorno, um lagar e uma torre. O proprietário da vinha decidiu arrendá-la e combinou que quando chegasse o tempo da colheita,  enviaria alguém para receber  parte dos frutos da vinha. 

Foram três os primeiros servos enviados para receber a parte do proprietários, Um ficou muito ferido, o outro foi apedrejado e o terceiro, morto. Então, o proprietário da vinha enviou outros em maior número, que foram, igualmente apedrejados, espancados e alguns, mortos.

Daí, decidiu enviar seu próprio filho para receber os frutos da vinha. Então, aqueles arrendatários da vinha receberam a visita do filho do dono da vinha. Pensando em ficar definitivamente com a propriedade, arrastaram aquele herdeiro para longe e mataram cruelmente.

Aí, Jesus concluiu que o proprietário da vinha voltaria e tiraria a posse dos arrendatários avarentos e criminosos e daria a vinha para outros lavradores que fossem fiéis de trato.

A esta altura da mensagem, os príncipes dos sacerdotes e os anciões do povo já estavam com suas orelhas vermelhas e concluíram quem eram os bandidos da parábola. Pensaram reagir, mas temiam o povo que estava no Templo, que consideravam Jesus um profeta.

Meditação: Sabemos que a vinha era a nação de Israel. E que esta nação ao assassinar Jesus selou toda profecia da parábola dos lavradores maus que arrendaram a vinha. A vinha era a nação e os arrendatários, sua liderança política-religiosa. Duros com o povo, e corruptos no trato com os romanos, para não saírem do poder. O poder ao custo da presença de Deus.

Na parábola está bem claro, que Deus tinha enviado três grandes profetas para advertir a LIDERANÇA religiosa do povo. Não surtiu resultado. Enviou outros profetas em maior número, e não houve mudança de comportamento de comportamento dos líderes religiosos. Por fim, Deus enviou Jesus Cristo, e foram as lideranças religiosas de |Israel que pediram a crucificação de Jesus.

O resultado foi que um geração depois, Jerusalém e o Templo foram reduzidos a pó. Cumprindo o que está  em Mateus 21;44. A nação de Israel foi desterrada, e somente voltou a possuir um território a partir de 1948, cerca de 47 gerações (de 40 anos) depois.

Reflexão: As lideranças religiosas cristãs, com o passar do tempo se apoderam da "Vinha", usurpando o senhorio do SENHOR YHWH. Trocam a obrigação de cuidar da vinha, por interesses políticos culturalmente mundanos. Usam de suas lideranças religiosas para alcançar a liderança política e ampliar o número de pessoas sobre as quais querem mandar. Aceitam dobrar o joelho diante da oferta de mandar sobre os reinos deste mundo - coisa que Jesus ouviu, mas recusou.

Conclusão: Nem todo que o que fala em sua boca o Nome do Senhor, tem temor do Senhor. Pode ser que ele use o Nome do Senhor para usurpar o mando na Casa do Senhor. E depois, apegando-se ao poder, almeja mandar em toda a nação. Esta usurpação tem um alto preço e não ficará sem cobrança.

Quem tem juízo atente bem e não faça como fizeram os anciões do povo, mencionados em Mateus 21. Eles sustentavam e apoiavam as ações dos príncipes dos sacerdotes, porque temiam passar necessidade e fome se rompessem com a filosofia de vida daqueles. Em nossos dias,  isto não mudou.














sábado, outubro 11, 2014

A política na cosmovisão evangélica


Por João Cruzué

Quando  os fariseus perguntaram a Jesus Cristo se era lícito pagar tributo a César, Ele foi pedagógico em sua resposta.  A questão envolvida tinha um viés político e a resposta também foi da mesma natureza. Hoje é 11 de outubro de 2014; estamos a duas semanas do segundo turno da eleição presidencial, então quero refletir sobre esta questão: O exercício da política é coisa do diabo ou de Deus?

Considerando que o Brasil é um país que  possui características que podem mantê-lo entre as cinco maiores economias mundiais, mesmo tendo muitos problemas de injustiça social, se olharmos para o contexto bíblico, podemos aprender com o posicionamento de Deus quanto a Israel, e de lá transportar nossas considerações para o presente e futuro do Brasil..

Antes, porém, é bom ver a grandeza de nosso país no contexto mundial:

EXTENSÃO TERRITORIAL:
Nosso país está classificado na quinta posição em extensão territorial; tem 8.515.767 km².  
Em primeiro vem a Rússia com 17 125 187 km²; 
em  segundo, o Canadá com 9 984 670 km²; 
em terceiro, a China com  9 596 961 km² e
em quarto, os Estados Unidos da América com  9 371 174 km².

POPULAÇÃO
Em população, o Brasil também está em quinto lugar, com  203.256.456 [1] (11/10/14, 11:14 h)
1º: China - 1.339.724.852 
2º: Índia - 1.210.193.422
3º: EUA - 318.892.103
4º Indonésia: 257.609.643

PRODUÇÃO DE RIQUEZAS
PIB - Produção de Riquezas , base 2012 - moeda: dólar americano
1º EUA: 16.244.600.000.000
2º China: 8,358,399,572,299
3º Japão: 5,960.180.293,678
4º Alemanha: 3,425,956,470,874
5º França: 2,611,221,274,736
6º Reino Unido: 2,471.600.098,476
7º Brasil: 2,254,109.312,134
Fonte: UN Stats (leitura: números acima de 2 trilhões de dólares)

COMPARATIVO DE INSTRUÇÃO  
Brasil: adultos sem  diploma universitário:  94,37%
Brasil: adultos com diploma universitário: 5,63%
Fonte: TSE (2014)
Estados Unidos: Adultos com diploma universitário: 38,29%.
Fonte: census.gov


POPULAÇÃO  DE  EVANGÉLICOS
População evangélica estimada para dezembro de 2014 : 51.210.103 crentes  (25%)


Tendo feito esta contextualização, e demonstrado a grandeza deste país,  vamos verificar, agora, conceito ATUAL de Política.  Enquanto  o pensamento grego, com Aristóteles, pensava a política como a forma dos governantes lidarem com os interesses da cidade e vice-versa, já no pensamento moderno, Norberto Bobbio [I] (1904-2004), conceituou a política com uma ideia de poder.  Poder exercido sobre a sociedade. Em um país democrático, este poder é consensual, outorgado pelo pelos cidadãos por meio do voto. Esta relação foi analisada por Rousseau na obra "Contrato Social" [II]. Em troca da satisfação de  necessidades  (segurança, educação, saúde, assistência social, etc) o cidadão aceita pagar tributos em troca da tutela do Estado.



Quando o Altíssimo, Deus de Israel, planejou abençoar todas as famílias da terra através de Jesus Cristo, Ele começou com a escolha de uma família (Sara e Abraão), que foi ampliada em 12 tribos (Jacó), que se tornou uma nação (Israel), que foi governada por Juízes e Reis, depois, espalhada pelos quatro cantos da terra. Apesar de ser um povo pouco numeroso e uma nação pequena, Israel é próspero e poderoso. Eu Deuteronômio 28:14 Deus repetiu para os filhos de Israel, lá no deserto, que
eles seriam  estabelecidos por cabeça (e não por cauda) entre as nações, mas só permaneceriam por cima se obedecessem os mandamentos do Senhor.

Para ser cabeça é preciso primeiro aprender a Lei do Senhor. O César Augusto da Bíblia somente veio à existência por permissão de Deus. César era o poder político, relativo. Deus é o poder absoluto, que mantêm o controle da terra. Feito estas considerações, para ser CABEÇA, é preciso aprender a exercer o mando e o  mando é  poder. Não com tirania, não de forma patrimonialista (eu sou o Estado e o Estado é meu) mas servindo, administrando, compartilhando, distribuindo as riquezas, eliminando a ignorância e a miséria, dois fatores que retiram a liberdade da pessoa.

O exercício da política no temor de Deus é tudo o que um país precisa. O exercício da política de forma egoísta,   com o aparelhamento das repartições públicas por nepotismo é vergonhoso. O exercício da política para roubar o direito e o recurso dos pobres e miseráveis, isto sim é que é uma política do diabo.

Quando Jesus pediu para mostrar a moeda do tributo, teve a intenção de reconhecer dois tipos de autoridade: Autoridade Política e o senhorio de Jeová. Em nenhum momento de sua vida terrena ele
divulgou opiniões que desrespeitassem as autoridades constituídas. Não fez isto com César, nem com as autoridades religiosas do Templo. Ele combatia, sim,  a hipocrisia dos fariseus e saduceus, mas a Bíblia não registra nenhuma frase do tipo: "Fora César" ou "Fora Fariseu". Jesus não era anarquista nem omisso. Ele tinha uma missão, e não mudou de foco.

Em todos os livros dos profetas do antigo testamento, uma verdade fica bem evidente: A vontade de Deus sendo martelada através da palavra de um homem santo, que exercia também uma função política: repreender, advertir, corrigir, abençoar, amaldiçoar, a nações e reis, Nos dias de hoje, a crítica aos rumos de um país não é mais feita por profetas, mas pela visão contrária de opiniões e partidos.

Deixar que um país inteiro seja representado somente por ímpios, só porque um irmãozinho acha que a política é coisa do diabo, é exatamente isso  que o demo mais deseja. É o que acontecia no meio pentecostal até a década de 80. A omissão é  uma das formas mais ignorante ou covarde de pensamento. O mundo jaz no maligno, isto é fato, mas a terra e seus habitantes não são propriedades do demo.

O exercício da política passa, sim,  por um caminho perigoso. Na tentação do deserto, quando o diabo mandou Jesus Cristo dobrar os joelhos diante dele para ganhar o poder de mandar em todos os reinos da terra, demonstrou  o desejo de ter poder absoluto para mandar nos outros, de usurpar a posição  de Deus, tem natureza maligna. É o brotar da soberba, a exaltação do egocentrismo,  o desprezo ao semelhante. Temos visto por aí muitos parlamentares crentes caindo nesta cova, e outros seguiram pelo mesmo caminho.

Tendo consciência dessas coisas, nós, evangélicos temos de levar em consideração duas coisas: com mais de 50 milhões de crentes, ou seja, um quarto da população brasileira,  não mais podemos aceitar aquele pensamento sofismático, diabólico, de que o senhor da política é o diabo. Por outro lado, não se pode dar lugar ao diabo exercendo a política de forma corrupta. Dependendo do exercício da política de seus governantes,  um povo pode ser levado à destruição e à miséria, como também pode ser guiado à prosperidade e à melhoria das condições de vida.

Se Deus falou no passado que a posição natural do crente é ser a cabeça e não, a cauda, devemos sim estar preparados para o exercício da política, tanto na esfera representativa, quanto participativa. Ser cabeça, quer dizer liderar. Ser cauda, significa aceitar a espora da impios,  em consequência de não andar segundo a vontade de Deus.



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sexta-feira, outubro 10, 2014

Entre a fé a a dúvida - Tiago 1:6



Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra parte.
Tiago 1:6


Wilma Rejane

A fé tem uma inimiga declarada: a dúvida.  Essa palavra no grego se traduz como “diakrino” (strong 1252) significando: separar dois elementos, componentes ou valores. Também sugere hesitação entre esperança e medo. Dúvida gera conflito, incerteza.  Apostolo Tiago compara um coração duvidoso às ondas do mar, levadas de uma direção a outra pela força do vento Tg 1:6. Na filosofia, dúvida é principio de sabedoria,  porque através dela se estabelece  métodos que conduzirão  a respostas concretas. Descartes é o criador da  “duvida metódica” que sugere duvidarmos  de tudo para enfim chegarmos  a certeza das coisas: “penso, logo existo”, é  a máxima do pensamento cartesiano,  que coloca a razão no centro do viver. "Eu duvido, logo penso, logo existo".


O pensar, deveria ter por base,  o concreto,  e este, deveria ser distinto de tudo quanto era tido por verdade; fé não se encaixa nesse ideal, consequentemente "minimiza-se" Deus.   Eis aqui o conflito que perdura por séculos e que fez fé e razão se tornarem opositoras. Ciência quer provas concretas.  Fé se fundamenta no invisível: “ora a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem” Hb 11:1. Enquanto a ciência necessita da dúvida, a fé a rejeita: ela é como areia movediça, terreno perigoso, prestes a devorar o morto. Fé não habita onde houver dúvida. Eis a loucura da Cruz, o mistério do Evangelho.

“ Porque a Palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus. Porque está escrito: destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos inteligentes. Onde está ó sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor desse século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria do mundo?.” I Cor 1:18-20.

Deus é uma questão de fé. Fé não duvida, ela tem certeza, mesmo diante do invisível. E esse invisível é tão verdadeiro para os que têm fé que passa a ser concreto. Se ele é concreto é prova. Se é prova é real, é inquestionável. “De fé em fé se descobre a justiça de Deus, porque está escrito: o justo viverá pela fé” Rm 1:17. Viver pela fé, significa ser elevado acima do possível. Fé é um universo eterno, onde habita o coração dos crentes. Esse coração  convive com a graça Divina e  recebe também do que é Divino. Fé, se firma no túmulo vazio de Jesus. Na cruz que outrora O sustentou, mas que agora se ergue sem Ele, que ressuscitou! Na fé, é Ele quem nos sustenta.


 “ E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas para ir ter com Jesus. Mas sentindo o vento forte, teve medo; e começando a ir para o fundo, clamou dizendo: Senhor, salva-me. E logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o e disse-lhe: homem de pequena fé, por que duvidaste?” Mt 14:29,31


Tenha fé, não duvide em seu coração. Onde houver dúvida, é impossível que haja fé. Acredite em todo o tempo, mesmo que não haja circunstâncias para isso. Firme-se na Palavra viva e eficaz que é Jesus, Ele estará segurando suas mãos para que ande sobre as águas. Mas não duvide. Pedro duvidou e afundou.  Se a dúvida também  tivesse entrado no coração de Abraão, ele não teria sido o patriarca das nações, de crentes. Jamais teria sido tão abençoado! Deus lhe disse: “Abraão sai da tua casa e da tua parentela, para um lugar que eu te mostrarei” Gn 12:1. Ele poderia ter  hesitado, temido, desistido, diante do desconhecido. Mas a fé, é a prova do que se não vê e ele tão somente confiou. Segurou nas mãos de Jesus e seguiu em frente. Nenhuma chance à dúvida.


Hb 11:8 Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, saindo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia.



Não posso deixar de dizer sobre a importância de não menosprezarmos a ciência. Se ela é razão, devemos utilizá-la para compreender a vida. Tiremos a razão, quanto ciência de nosso quotidiano, e ficaremos desnorteados porque Deus fez o mundo com uma ordem tal que tudo funciona perfeitamente. Ele criou a ciência como lógica sustentável.  O cientista Albert Einstein, fascinado com as descobertas sobre o Universo falou: “Deus não joga dados com o mundo”. Ou seja: A criação não é aleatória. A ciência nos orienta na compreensão das coisas. Nós somos ciência. Seres assombrosamente bem planejados! E temos um espírito. Somos fé. E a fé é a direção de uma vida melhor, de salvação e eternidade. Em assuntos de fé, não cabe dúvida. Em assuntos de ciência, ela é necessária, a dúvida move as pesquisas.


Eis um trecho das Escrituras que define perfeitamente a importância da fé e da razão : “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.  Romanos 12:1-2  “.  Nosso culto deve ser racional, pensado, lógico, equilibrado. Nisso cabe a dúvida, para que possamos ponderar a maneira certa e errada, sermos críticos e não nos deixarmos levar por engano. Agora, na medida que conhecemos, a fé aumenta e a dúvida se vai. “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir a Palavra de Deus” Rm 10:17. Essa é a fé que não duvida, aquela que conhece a Deus.

Conhecer a Deus é não duvidar de que Ele sempre fará o melhor por nós.  II Tm 1:7: "porque Ele não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza e de amor e de moderação." No silêncio, na alegria, na dor, em todos os momentos de nossa vida, tenhamos a certeza de que Deus cuida de nós, para além do que possamos compreender. E nós nem sempre precisamos compreender, mas crer.



Ter fé é continuar crendo diante do sim, não e do silêncio de Deus, é amá- Lo quando Ele tudo nos dá ou quando nos falta. Se você conhece a Bíblia, lembrará que a fé é exercitada justo quando tudo se mostra contrário ao cumprimento do que cremos. Abraão precisou se manter animado por um filho diante de uma esposa aparentemente incapaz de gerar. José, poderia ter desistido de sonhar enquanto estava na prisão sendo ajudante de carcereiro, mas não, ele continuou crendo. O que dizer do apóstolo Paulo? Escreveu a maior parte de suas cartas enquanto estava na prisão.

Crianças japonesas em campos de mostarda

O Reino é assim como um grão de mostarda (Mateus 13:31,32)

Pensar que a realização do milagre depende de nossa fé, pode ser desanimador: "quer dizer que tenho que ter grande fé, sou o culpado por não receber, o que há de errado comigo?" Por estas causas a fé não deve reinar solitária em qualquer coração, mas estar acompanhada de um relacionamento intimo e sincero com o Pai. Jesus disse que a nossa fé pode ser do tamanho de um grão de mostarda e ainda assim funcionará. Analisando este ensinamento de Jesus sobre fé e mostarda, perceberemos que a fé sendo pequena, a hortaliça cresce ocupando grandes territórios que simbolizam o Reino de Deus.

É que fé não existe apenas para recebermos o que pedimos, mas para crescermos no relacionamento com Deus e com o próximo. Que lindo mistério, não?

E diante do sim, do não e do silêncio, o que vive pela fé compreende que o essencial é fazer parte do Reino de Deus, sabendo que nada poderá separá-lo do amor de Deus (Romanos 8:35). Dúvida, de fato, não opera esse milagre revelado em Cristo. É por isso que sempre valerá a pena não duvidar de que Deus está no controle da vida dos que por Ele buscam e esperam. Nada perdemos por pedir e acreditar, mas o conceder, somente Deus poderá fazer e independente do que Ele nos responda, prossigamos servindo-o e semeando nos campos de mostarda.

Deus o abençoe

segunda-feira, outubro 06, 2014

Leitura da votação de Marina Silva em 2014


Por João Cruzué

No primeiro turno das eleições de 2010, Marina Silva conquistou 19.636.359 votos, representando 19,33% dos sufrágios para o cargo de Presidente [1].  Na eleição presidencial de 2014 sua performance [2] alcançou 21,32% com cerca de 21.173.000 votos, ficando na terceira posição.  Em cima destes números vai ser feita nossa análise.

Em primeiro lugar não houve queda no potencial de conquista de votos da Senadora Marina Silva. Ele se manteve intacto e até cresceu um  pouco. As circunstâncias partidárias também foram idênticas: tanto no PV quando no PSB, Marina estava na "garupa" e não governava as rédeas. Neste sentido, sem uma estrutura partidária forte, é muito difícil ganhar uma eleição no Brasil. Somente Collor conseguiu isto, quando ocorreu o primeiro pleito democrático para Presidente.

A votação da Senadora poderia ser maior, se ela tivesse um pouco mais de experiência em eleições majoritárias, em que os apoios dados não podem ser recusados. Receber apoio, não significa, necessariamente, atender a pleitos patrimonialistas. Marina recusou-se a subir no mesmo palanque de Geraldo Alckmin e de outros candidatos de outros partidos. 

No começo do mês de setembro, um dos coordenadores da campanha do ex-governador Aécio Neves sugeri que se jogasse a toalha em favor de Marina, mas Aécio permaneceu convicto, deu-se muito bem no último debate (na Rede Globo) e conquistou muitos votos que eram da candidata.

Lula perdeu três  eleições para presidente: 1990, 1994 e 1998, para ganhar sua primeira, em 2002. Neste sentido, com uma estrutura partidária forte, a Senadora Marina Silva ainda é um nome muito forte para os próximos oito anos. Neste tempo poderá desenhar um sólido programa de governo sem os vacilos apresentados agora.

Quem na verdade perderam feio nestas eleições foram os institutos de pesquisa. "Nunca na história deste país" houve coisas tão inexplicáveis... Com a palavra o IBOPE  e o DATAFOLHA.







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sexta-feira, outubro 03, 2014

Ló nas campinas do Jordão

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Sodoma e Gomorra - Quadro de John Martin

João Cruzué

A história de Ló é mais contextualizada em nossos dias do que pensamos. Ele era um homem justo. A própria Bíblia dá testemunho disso. O que aconteceu com ele e, principalmente, com sua família é um dos maiores exemplos deixado na história judaica para admoestar a cada cristão de que a partir de uma escolha errada, existe a grande possibilidade de continuar fazendo outras escolhas erradas; a soma de todas elas via de regra atinge em cheio aquilo que mais se ama: a própria família.

Quando Abraão saiu de UR, na Caldeia, Ló escolheu acompanhar o tio. Quando Abraão decidiu descer ao Egito para resolver o problema da seca, Ló também desceu e, depois, subiu com o tio. Mas, as promessas de Deus não se cumpririam na vida de Abraão, enquanto ele não se separasse totalmente da família. O mandamento de Deus era: Sai da tua terra, e da tua parentela, e da casa do teu pai, e vai para a terra que te mostrarei. Ele cumpriu a primeira parte: saiu da sua terra; no meio do caminho ficou sem o pai - cumpriu-se a segunda. A última condição aconteceu quando o tio tomou a iniciativa e propôs a separação, devido a circunstância do excesso de gado e as disputas entre os empregados dos dois.

Da separação em diante começou uma sequência de escolhas erradas na vida de Ló que culminaram na perda do gado, da casa e da própria família.

A primeira escolha errada foi os pastos da campina do Rio Jordão; eram tão verdinhos e tão lindos que pareciam o jardim do Éden. Ló errou na escolha porque julgou só pelas aparências. Se ele pediu tempo para pensar, deve ter comentado o caso só com a família. 

Diante de uma oportunidade rara, só mesmo um louco faria outro tipo de escolha - ou alguém que orasse e tivesse comunhão com Deus o suficiente para ver além do horizonte daquele "Jardim do Éden". 

Escolher pelas aparências, confiando apenas nos próprios olhos, ou na concupiscência dos olhos, tem derrubado muitos crentes. Escolha de cônjuges errados, locais de moradia errados, universidades erradas, companhias erradas, ocupações erradas e até igrejas erradas. Não há como começar do zero, depois de uma escolha errada. A cada grande escolha errada na vida, há um preço a ser pago.

Ló, possivelmente, não sabia que as campinas faziam parte de um pacote maior complementado por uma sociedade moralmente caída que iria destruir sua família. Ele somente tinha olhos para a beleza dos pastos, do capim  que  multiplicaria seu gado, tanto, ao ponto de transformá-lo no homem mais rico do Oriente. 

Jesus advertiu duas coisas sobre isso: O que adianta o homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma. Ou pior: perder a família? E falou de outro homem cuja herdade tinha produzido muito, a ponto de deixar escapar um pensamento: Minha alma, tens em depósito muitos bens: come, bebe e regala-te. Escolher mediante um juízo emitido apenas sobre coisas que chamam atenção pela bela aparência... pode trazer o mesmo laço do passarinheiro que derrubou Ló e tudo quanto possuía. Funciona ainda nos dias de hoje.

Depois da escolha do pasto, Ló foi convencido (ou convidado) a fazer parte da vida pública de Sodoma, servindo à porta de Sodoma, talvez para averiguar a intenção das pessoas que chegavam e saíam da cidade. É bem possível que fosse um cargo de muita honra, de reconhecimento, mas imagino que foi por causa disso que Ló não acompanhou os acontecimentos que se passavam dentro da sua casa. Estava ocupado demais, para acompanhar o dia a dia de sua esposa e filhas. Talvez o cargo que ocupava tivesse alguma relação com os genros delas. Um fato é inegável: a justiça de ló não estava presente no caráter do restante da família. 

Contextualizando: será que as ocupações que desempenhamos são tão grandes ao ponto de desconhecermos totalmente o que está moldando o caráter de nossos familiares?

Vou prosseguir no assunto. 

Vivemos em tempos que o maior lazer dos brasileiros, inclusive dos crentes, são as óperas sabão. Isto mesmo, as novelas que divulgam as novidades em matéria de consumo e comportamento de massas. De adultério em adultério, de fornicação em fornicação, de divórcio em divórcio, de esperteza em esperteza, será que nossos filhos e filhas, sobrinhos e netos, vão ficar imunes a tanto esgoto? Ou será que o apego excessivo (ou até normal???) a estas coisas vão produzir lá na frente famílias estranhas como a de Ló? Reclame dentro da sua casa sobre isto... e muito provavelmente não vá enfrentar uma ferrenha oposição! Eu sei que cada família tem a sua cultura, e cada um cuida da sua casa, mas não é dessa forma que o "mundão" com seu esgoto penetra no caráter de nossos queridos?

A quinta escolha de Ló foi discordar do anjo quanto ao lugar de escape. O anjo de Deus mandou que ele escapasse para o monte. Mas Ló racionalizou. Discordou na instrução do mensageiro de Deus e pediu para que o lugar de escape fosse a cidade de Zoar. A mesma que era o portão de entrada da campina do Jordão. Ao chegar lá descobriu que corria mesmo risco de morte. Assim, finalmente, decidiu subir para o monte. 

Neste ponto, Ló se parece com Saul na sua rebeldia. Deus determinava uma coisa e Saul fazia outra. O anjo de Deus mandou fugir para o monte, e Ló acabou indo para Zoar. Não acontece muito disso em nossos dias? A palavra de Deus instrui para fazer uma coisa, e no final há muitos que a relativizam, racionalizando, apresentando justificativas dizendo que antes era assim, mas que hoje não faz mal...

E, por fim, eu considero a sexta escolha, aquela que foi a pá de cal para destruir o restante da família de Ló. Pergunto: Porque razão, Ló não voltou para junto do tio, como aconteceu na parábola do filho pródigo? Foi um ato de soberba? Vergonha de ter perdido tudo? Não estava disposto a se humilhar por ter dado prejuízo a Abraão? Se Zoar era a entrada Sul da campina do Jordão, o tio não estaria cuidando do gado próximo àquela região?

O interessante, hoje, é que há um falso evangelho sendo pregado exaustivamente por aí insistindo no aspecto financeiro e econômico mais ou menos assim: "Crê no Senhor Jesus e ficarás rico, tu e a tua casa". Na minha opinião, estão fazendo a mesma publicidade das "Campinas do Jordão" sem mostrar o que elas podem esconder depois.