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quarta-feira, maio 11, 2016

São João capítulo 8:32 e o remédio contra a escravidão


"E CONHECEREIS A VERDADE, E ELA VOS LIBERTARÁ"

Foto: João Cruzué
João 8:32
João Cruzué

O diálogo de Jesus com alguns fariseus no templo de Jerusalém, no capítulo 8 de São João, é muito muito esclarecedor. É possível perceber ali que o Espírito que havia em Jesus não comungava com o espírito dos fariseus, pois aquele diálogo foi muito difícil. Durante a conversa, alguns deles creram, mas Jesus olhou para os outros e disse: E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.

Jesus não estava falando com publicanos, nem com samaritanos, nem a gregos. Ele proferira essa palavra para, nada mais nada menos, a elite politico-religiosa de Israel. Foram palavras duras, brandidas contra três pontos: pecado, escravidão e cegueira espiritual.

Fariseus eram homens doutos, nascidos em berço religioso. Ouviam a palavra de Deus desde bebezinhos e a maioria deles tivera grandes rabinos como mestres. E mesmo assim, há um diagnóstico estarrecedor, pois  Jesus de vez em quando chamava alguns deles de filhos do diabo. E era assim, porque tinham um desejo homicida em seus corações.

Quão distanciados de Deus estavam aqueles fariseus. Jesus falou sem reservas que eles eram escravos do pecado, mentirosos, filhos do diabo. Infere-se também no diálogo ríspido que aqueles fariseus eram o grupo que mais resistência oferecia ao ministério do Cristo, e por isso, naturalmente, o diagnóstico estava certo: Se eles faziam oposição cerrada, somente o diabo poderia estar por detrás disso.

A maior prova  aconteceu mais tarde, quando um jovem fariseu chamado Saulo de Tarso fazia ferrenha perseguição aos cristãos para matá-los. Saulo pensava que agradava a Deus, porém, desgraçadamente, não via que seu coração estava sendo manipulado pelo diabo. No encontro que teve com a presença misericordiosa de Deus, literalmente caiu do cavalo, assim como caem os endemoniados.

Os fariseus eram religiosos que pertenciam também a um partido político. No tempo de Jesus eram minoria em um Sinédrio governado por um outro grupo religioso - os saduceus.

Fico imaginando a partir de que momento aqueles fariseus, entendidos em teologia, se tornaram filhos do diabo. Onde foi que erraram e se desviaram? Resposta: Não foi da noite para o dia.

Envolvidos em conchavos e acordos políticos foram descendo de degrau em degrau, de mentira em mentira, de prevaricação em prevaricação, até perderem a presença de Deus. Eles se tornaram assim instrumentos à disposição do diabo. Eram exatamente eles, as pessoas que o diabo manipulava para tentar, ofender com palavras duras: endemoniado e bastardo. E não apenas isso, como também para matá-lo. É só ler o capítulo 08 de João para perceber isto.

Religiosos que deixaram a dedicação ao Ministério (contra a vontade de Deus) para se imiscuírem em outras atividades, políticas por exemplo.  Puseram os interesses pessoais adiante de Deus e enganavam-se a si mesmos na vã suposição de estavam servindo a Deus. Estavam servindo ao diabo e não se apercebiam disso. Cegos.

Não é muito diferente de líderes religiosos de nossa época. Quando os vejo andando com tanta desenvoltura nos meios políticos, sendo bajulados aqui e ali,  eu me pergunto: estarão andando sob a vontade de quem?  Fico assombrado com a quantidade de pastores que estão deixando a frente do curral das ovelhas em busca de emoções menos nobres, seguindo o interesse político de de seus chefes. 

O projeto de  evangelismo da Igreja, não vai bem. Não tenho visto entusiasmo. A vontade do Espírito Santo ainda não mudou. Jesus disse no mesmo capítulo, v. 47, uma receita infalível: Quem é de Deus ouve as palavras de Deus. E os que lhe não lhe dão ouvidos só podem ser:  homens desviados.

Dependendo do momento, é quase imperceptível notar a diferença entre a vontade de Deus, a nossa vontade e a vontade do diabo. Não há como descobrir no "cara ou coroa". Não está escrito na testa, mas no caráter. Algumas coisas dão para perceber: A liderança que estiver sempre na contramão da palavra de Deus. Isto  é um mau sinal.

A Igreja Evangélica de nossos  dias está muito interessada em fazer política secular. Costurando muitos acordos. Fazendo muitos planos. Procurando os pastores mais populares para cooptá-los a ser candidatos a uma vaga promissora, mas  em uma função menor, de um reino corrupto bem menor ainda.

Era dessa mesma forma, que agiam os fariseus e saduceus do início da era cristã. Eles navegam com os pés em dois barcos. Na Igreja e no mundo. E foi assim que eles trocaram a vontade de Deus por interesses pessoais. E com o tempo, passaram a servir o maligno. Foram bem menos resistentes que Jesus diante das insinuantes propostas do diabo na tentação no deserto.

Líderes religiosos escravizados. O pecado trouxe os grilhões de uma corrente cuja ponta estava nas mãos do diabo. Pensavam que poderiam servir a dois senhores ao mesmo tempo, mas tendo  perdido a consciência pura também perderam a visão. Achavam-se livres, mas eram cativos. Caíram quando procuravam estabelecer uma terceira via. Um caminho: nem muito estreito e nem muito largo. Racionalizaram o santo com o profano e "inventaram" a Igreja com um tempero mundano. Que Deus nos guarde.

Foi diante deste contexto que Jesus profetizou em João 8: 32, "E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará."




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domingo, outubro 26, 2014

Memórias do Bolsa Família

Bolsa Família
João Cruzué


Os fatos aqui narrados parecem ficção. Só parecem. Eu fiquei surpreso com a situação que vou narrar. Até que ponto a pobreza extrema mantém as pessoas sem liberdade para ter uma vida digna... As formas da miséria podem ser diferentes, mas a essência ela é sempre a será a mesma. Eu sei que Jesus pode libertar da escravidão espiritual do pecado e da morte, mas a liberdade econômica vem do esforço de cada um, conquistando um diploma universitário. Este diploma é a melhor "bolsa família" que existe, pois é uma coisa que ninguém pode tirar, cancelar ou roubar.

Sei da bênção que é este programa social que desde 2006, já atendeu a quase 12 milhões de famílias, mas a permanência no cadastro deste benefício costuma trazer atitudes desesperadas. Eis um fato real.

Uma criança chegou triste à escola. A professora perguntou: O que aconteceu com você?  está  muito triste hoje...

--Sabe professora, é que meus pais agora estão separados...

--Oh!

E a professora, na primeira reunião de pais, foi falar com a mãe do garoto.

-- Olha, mãe, seu filho mudou... ele anda muito triste na escola. Eu perguntei para ele, e me disse que vocês se separaram. Ele está recebendo a visita do pai?

-- Não! Professora... nós não estamos separados de verdade. É que meu marido arranjou um emprego e  nós ficamos com medo de perder os 80 reais do Bolsa Família (BM). Para que ninguém ficasse sabendo, nós nos separamos de faz de contas, mas não pudemos falar para nosso filho, senão alguém iria perguntar para ele...

De dia meu marido trabalha. De noite, em vez de dormir em casa, ele dorme na casa da mãe dele. Assim, tanto nosso filho como a vizinhança pensa que nós estamos separados e nós não perdemos a ajuda do Bolsa Família.  Eu também trabalhava em uma casa de família, passei a ser diarista para que nossa renda não ultrapasse o limite para receber a ajuda do governo...

Ponto. Isto é um fato da vida real.

Pensando no assunto, posso ver muito bem que 80 reais certos todo mês, não é um valor que pode ser desprezado.  São sete pacotes de arroz; ou arroz, óleo, açúcar, café e feijão de um mês inteiro para uma família de três pessoas.

As autoridades precisam melhorar a gestão da BM. Pelo menos, seria bom que o benefício não cessasse de imediato. Sei lá, um prazo de um ano deveria ser considerado para que as pessoas não deixassem que a lembrança da miséria levasse um começo de dignidade...




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