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domingo, fevereiro 13, 2022

As tribulações da vida e o último inverno de Jesus em Jerusalém

 

Wilma Rejane


E em Jerusalém, havia a festa da Dedicação do templo, e era inverno. João 10:22

Era inverno e Jesus caminhou alguns minutos em direção ao templo de Jerusalém para participar da Festa da Dedicação. Aquele era um dia especial para a nação que por oito dias seguidos celebraria a dedicação de um importante templo. As paredes (externas e internas) e toda a estrutura havia sido restaurada no período de Zorobabel. A festa  era tradição desde 163 a.C. Um rei pagão sírio, chamado Antíoco Epífanes, havia profanado o lugar, causando grande revolta e tristeza aos judeus. E naquele inverno, havia júbilo no ambiente e na nação que solidária se unia celebrando a restauração não apenas de um lugar, mas de uma cultura e de um povo. Jesus estava lá, passeando nos cômodos, observando os detalhes e as pessoas. Era seu último inverno, depois viria a Páscoa e primavera e sua crucificação. Jesus, era o Novo e Eterno Templo que seria derrubado e edificado ao terceiro dia (João 2:29) Sua ressurreição era o inicio de um tempo e lugar mais espetacular do que aquele festejado no inverno, no último inverno de sua vida.

"Jesus passeava no templo, no pórtico de Salomão João 10:23

E quando perceberam a presença de Jesus, se aproximaram dele de uma forma hostil, interrogando-o sobre Sua identidade como não crendo que Ele era de fato o Messias. Meditei sobre essa passagem e relacionei-a ao comportamento de muitos homens (não descartando a possibilidade de me incluir no exemplo); Jesus era maior que aquele templo de pedras, tão festejado. Contudo, os homens ali presentes o ignoravam e menosprezavam. Viravam as costas para Jesus e voltavam o olhar e a atenção para o monumento. Isso parece tão vazio e sem sentido, quanto invernos sem chuvas ou ventos. Tão terrível, quanto frio sem cobertor e sem teto. Jesus caminhou no inverno, para aquecer os corações gélidos e cansados, mas esses corações não o quiseram, preferiram o acolhimento das pedras que formavam aquele abrigo passageiro.

Será que não estamos fazendo das pedras deuses e desprezando o Deus que carrega nossas pedras? Estamos confiando que a cada inverno Jesus virá em nosso socorro?  Ele mesmo disse que em todo e qualquer dia, quer seja de sol, chuva, tempestade ou brisa Ele não nos abandonaria ."De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te desampararei.” Hebreus 13:5.

Há uma palavra grega, que traduz muito bem o significado de confiar: “Confia ao Senhor as tuas obras e teus pensamentos serão estabelecidos” Pv 16:3. Confiar aqui é o mesmo que “galal” (Strong 01556) com o sentido de rolar, entregar, afastar, remover. A imagem é a de um camelo sobrecarregado.  Quando a carga está para ser removida, o camelo ajoelha-se, inclina-se para o lado e a carga desliza. Podemos nos ajoelhar em oração e fazer a carga deslizar em direção a Ele. Essa ação estabelecerá nossos pensamentos, modificará as ações, nos fará desviar o olhar das muitas pedras (problemas, tribulações, tentações) "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei". Mateus 11:28. 

Tantas vezes amontoamos pedras (problemas, tribulações, tentações...), olhamos para essas pedras como se fossem um lugar contínuo e esquecemos que Deus é muito maior que elas. Perguntamos os porquês e ignoramos Jesus que está tão perto, tão receptivo a nossa fé. Mas a fé morre, sufocada pelas pedras que não produzem frutos, tal qual a parábola do semeador: " A semente caiu no pedregal e veio o sol e a secou, porque não tinha raiz" Mt 13:6. É certo que as pedras virão, a cada inverno, a cada verão, elas têm o objetivo de nos fazer tropeçar ou em uma perspectiva maior e revestida de fé, terão o objetivo de nos aproximar de Cristo.

Jesus estava em Jerusalém, naquele templo lotado de pessoas! Ele foi para lá como em segredo, sem alarde, passeou entre as pessoas como um ilustre desconhecido. Sabe o que aprendo com isso, amigos leitores? Jesus está conosco mesmo quando não percebemos Sua presença. Está no cotidiano, quando estamos a sós ou na multidão. Ele é o Abrigo seguro. Será preciso desviarmos o olhar das pedras que estão em grande monumento em nossas vidas (sonhos, realizações, orgulho, vaidade, prestígio, problemas, pedras...) e voltarmos o olhar para Jesus. Essa é a mensagem que aprendi com o último inverno de Jesus em Jerusalém.

Paz para você, em Cristo.

segunda-feira, maio 14, 2018

Mães de Ramá e Mães que choram



Wilma Rejane


Profecia por Jeremias: "Assim diz o SENHOR: Uma voz  se ouviu em Ramá, o gemido de muito choro amargo: Raquel chorando os seus filhos, recusando ser consolada quanto a seus filhos, porque eles não mais existem." Jeremias 31:15

Cumprimento: "Um som se ouviu em Ramá, o som do choro de tristeza amarga. Raquel estava chorando por seus filhos. Ela não quer ser consolada, porque eles estavam mortos."  Mateus 2:18

Ramá é a abreviação do nome Ramote-Gileade, região citada muitas vezes no Antigo Testamento. Atualmente, atribui-se a localização de Ramá a Ramith situado em uma colina a duas horas de viagem de Jerusalém. O lugar ficou marcado pela tragédia da morte das crianças por mando de Herodes. De dois anos de idade para baixo, nenhuma criança foi poupada da espada e em apenas um dia  a matança se realizou gerando pranto e grande choro das famílias.

Raquel era esposa de Jacó, mãe de José e Benjamim. Por muito tempo Jacó chorou a morte de José, mas ele não estava morto,  havia sido levado por mercadores como escravo para o Egito. Por ser um homem valoroso e temente a Deus, superou todo o contexto de tragédias que o havia levado ao Egito, José tornou-se governador, um homem admirado por todos . Benjamim era o mais novo e serviu de instrumento de resgate para a família se livrar da fome e da morte e reencontrar o irmão José.

Os dois filhos de Raquel citados acima, representam choro e restauração. E é justamente o que a passagem Bíblica sobre o choro das mães em Ramá pretende nos transmitir. Enquanto Herodes mata as crianças, uma obra de esperança - a maior de todas - acontece nas redondezas: Jesus é dado como salvação para os povos, consolação de toda alma chorosa e amargurada.

No livro do profeta Jeremias, a profecia relacionada a Raquel era uma parábola ao cativeiro Babilônico, quando Ramá havia se transformado em campo de prisioneiros. O território era herança dos filhos de Benjamim (Josué 18:25) e agora abrigava as tribos do norte, chorosas e temerosas pelo destino de cada um. O ano, 722 a.C.

Voltando do cativeiro

A profecia completa de Jeremias fala não apenas de sofrimento, mas especialmente de restauração,vejamos:

Assim diz o Senhor: reprime a voz de choro, e as lágrimas de teus olhos, porque há galardão para o teu trabalho, diz o Senhor, pois eles voltarão das terras do inimigo. E há esperança no derradeiro fim, para os teus descendentes, diz o Senhor, porque os teus filhos voltarão para o seu país” Jr 31: 16:17.

Deus enche de esperança as mães de Ramá! E podemos dizer que essas mães, são todas aquelas que choram por filhos em cativeiro. Os "filhos da Ramã" são vítimas de uma matança sem precedentes: o tráfico das drogas,  vício em pornografia, a rebeldia contra Deus e o mundo, as doenças, enfim.  É preciso continuar trabalhando para que venha o galardão. E esse trabalho é à base de fé e oração.

Deus não omite o sofrimento e a dor em Sua Palavra, mas deixa evidente que Seu amor é capaz não apenas de curar, mas de restituir o que se perdeu.

Esperança no hebraico, se traduz como tiqvah  “estender a corda ou cordão” .(Strong 08615)

Talvez seja mais fácil falar sobre fé e esperança do que viver esses referenciais. Mas a vida é esse desafio que se torna rude e pesado se lutamos com as próprias forças. E se torna  surpreendente quando estamos com Cristo. O “cordão” alcança até os insondáveis lugares da eternidade, onde apenas Deus tem acesso para de lá nos revestir do impossível.

Raquel chorando seus filhos em Ramá é um lugar de indecifrável dor e de incomparável amor. Foi em Ramá que Ana chorou a Deus por um filho e recebeu como resposta Samuel e depois dele mais cinco crianças.

Ramá diz respeito a mães e filhos, mas também a situações como a que atravessava a nação de Israel na época de Jeremias. Raquel se recusa a ser consolada pelos homens, porque a nenhum deles é dado o poder de curar a alma das calamidades espirituais.

Ramá significa "lugares altos, elevados" , podemos dizer que é um lugar altíssimo, perto de Deus, onde se ouve orações. Enquanto os filhos de Raquel morriam em Ramá, Deus entregava o consolo aos homens em Belém, Jesus era a promessa de restauração do cativeiro. Por essa causa, não desprezemos a fé, ela é a melhor escolha em todos os tempos.

Basta um olhar sobre o mundo e as matanças diárias, para percebemos que o choro de Raquel persiste através das gerações. Basta mais que um olhar para Deus, uma entrega de fé, para que a esperança permaneça viva nas mães que choram.


Deus o abençoe.

Fonte: Bíblia de Estudo Plenitude, SBB, corrigida e atualizada.

quarta-feira, agosto 16, 2017

Uma reflexão sobre o Salmo 126: os que voltaram a Sião


Em meio ao cinza, havia uma canção.

Wilma Rejane


Salmo 126:1-Quando o Senhor trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião, estávamos como os que sonham. 

O Salmo 126 foi escrito por um exilado judeu que experimentou  70 anos de deportação de Jerusalém para Babilônia. Qual o nome desse prisioneiro? Não se sabe. O que se sabe é que sua gratidão e louvor por ter retornado a Sião são e salvo, está registrada como  um cântico de celebração ou um Cântico dos degraus.

E que degraus eram esses? Eram os degraus das subidas entre Jerusalém e a Babilônia (Esdras 7:9) e os degraus do templo de Jerusalém,onde,ano a ano peregrinos se reuniam para relembrar a libertação do cativeiro. Cada degrau um novo cântico,um novo Salmo. No total, são quinze os Salmos denominados "dos degraus ou das romagens" do 120 ao 134.

O Salmo 126 é tão belo quanto os demais e versa especialmente sobre restauração. O autor faz uso de três metáforas para expressar a alegria do retorno para casa: Um sonho agradável, as águas frescas das torrentes do Neguev e as festividades da colheita. Lendo esse Salmo, logo no primeiro verso, encontro inúmeras lições que servem de referencial para os tempos de crises, de cativeiros enfrentados por nós em determinados momentos da vida. 

O cativeiro Babilônico teve inicio em 598 a. C e nos livros dos profetas Ezequiel, Jeremias, Daniel, Ageu e Zacarias é possível constatar relatos da época, bem como dos propósitos de Deus para a nação de Israel que estava sob julgamento. No livro de Esdras há um rico relato do período de retorno da Babilônia, do mover de Deus sobre a nação de cativos que com arrependimento e choro retornaram para os seus lares.

Mas o que aconteceu com os cativos  durante os 70 anos de crise? Como encontraram forças e ânimo para permanecerem esperançosos e confiantes de que tudo iria passar e Deus estava com eles? Não deve ter sido fácil porque a Babilônia procurou de todas as formas oprimir e roubar toda esperança do retorno. E é da Babilônia que nos chegam revelações do que acontece no mundo espiritual em tempos de crise. Claro, nem toda crise é resultado do juízo de Deus sobre nós. Existe base Bíblica para afirmar que até mesmo homens justos e tementes a Deus podem passar por cativeiros terríveis,foi o que aconteceu com Jó.

Se é difícil encontrar os porquês das crises, se não há unanimidade quanto a isso, porém,há unanimidade em outro aspecto das crises: elas confrontam nossa fé e força e todos, sem exceção, precisam lidar com elas, de modo a não se deixar abater, naufragar. Por esse motivo, é que olhar para o cativeiro nos ensina. Eclesiastes 7:5 diz: "O coração dos sábios está na casa do luto, mas o coração dos tolos na casa da alegria." Então, vamos aprender com a casa do luto?

Algumas dificuldades vividas pelos cativos na terra da Babilônia:

I- Uma das primeiras investidas do exército da Babilônia (sob o domínio de Nabucodonosor II) contra os judeus foi: saquear as preciosidades do templo de Jerusalém. Tudo quanto havia em ouro, prata, metais preciosos foram levados embora (Jeremias 52). 

O templo de Jerusalém era uma representação da presença de Deus,  um elo entre Deus e o povo. Era lá que os sacerdotes se reuniam para transmitir a Palavra de Deus, manejar as ofertas sagradas.

O templo saqueado indicava o inicio de um período de tristeza. Consideremos que nós somos o Templo do Espírito Santo de Deus. Quando as crises vêm elas têm o objetivo de saquear esse Templo: roubar a alegria, o gozo,a comunhão com Deus, o que há de mais valioso em nossas vidas. O templo estava vazio, mas sua estrutura estava lá de modo que ainda era possível sonhar com um retorno, com as festas e as reuniões solenes. Não por muito tempo, porque os opressores também investiram para destruir essa esperança.

II- Sacerdotes e ferreiros estavam na primeira turma de cativos (Jeremias 24:1)

Sem sacerdotes e sem ferreiros o povo enfraquecia. Não havia direção de Deus, não haviam armas para contra atacar. Até mesmo no exílio essas funções foram proibidas de serem exercidas, em Lamentações de Jeremias se lê:

Lamentações 2: 9 - "As portas de Jerusalém já de nada servem. Todas as fechaduras e cadeados estão violados e partidos; foi ele mesmo quem os arrombou. Os seus reis e os nobres estão escravizados em terras desconhecidas e afastadas, sem um templo, sem leis divinas para os governarem, sem visão profética para os guiar."

Efésios 6:10-18 afirma que nas crises trava-se uma batalha espiritual. Os recursos espirituais estavam sendo roubados de Israel. Armas materiais não mais haveriam e as espirituais precisavam ser buscadas, de modo individual. os profetas da prosperidade haviam sido envergonhados, suas mensagens de paz e bênçãos não se cumpriram e aos cativos restava ouvir os profetas dos "ais" (Lamentações 2:14). e ouvindo os "ais" cada um deveria buscar a Deus em arrependimento. 

O que aprendemos aqui? A salvação é individual. Romanos 14:12 diz: "De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus." Desconfie de qualquer evangelho que não pregue arrependimento e afastamento do pecado. Desconfie dos caminhos e portas largas que não exigem renúncia e comprometimento com Deus. Desconfie da ritualidade eclesiástica, porque Evangelho é libertação é relacionamento com Deus através de Jesus Cristo. Evangelho é restauração do Templo, é novo nascimento com retorno ao Criador para fazer a Sua vontade. 

I Pedro 1:23 "Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre.

Cada cativo precisava viver sua própria experiência, crescer pessoalmente na compreensão sobre Deus. Crises são aprendizados e não adianta querermos apenas culpar os outros pelo que não deu certo. É preciso fazer a nossa parte, refletir: onde preciso melhorar? 

III- A cidade destruída e a batalha para reergue-la.

Como voltar para os lares se a cidade estava em ruínas? Deus providencia o recomeço e instrui a Esdras para liderar a obra de restauração. Mas a Babilônia sabia que com os muro reerguidos e o templo em funcionamento, o retorno se tornaria possível, a esperança renasceria para os cativos que se tornariam mais fortes.


Esdras 4:4-5 "Todavia o povo da terra debilitava as mãos do povo de Judá, e inquietava-os no edificar. E alugaram contra eles conselheiros, para frustrarem o seu plano, todos os dias de Ciro, rei da Pérsia, até ao reinado de Dario, rei da Pérsia."

Não é assim também conosco? A Babilônia, não quer nos vê de pé e felizes, mas quando Deus ordena, Seus planos não se frustram. Havia chegado a hora do retorno, as ruínas do passado precisavam dar lugar a uma cidade forte. Salmo 113:7 diz que "Deus Levanta o pobre do pó e do monturo levanta o necessitado."

Se estamos dispostos a mudar a direção de nossas vidas, os pecados serão  perdoados. De vidas despedaçadas: por vícios, medos,abandonos, rebeldia...O que for, Deus ajunta os cacos e ergue fortalezas. Mas será preciso esforço, entrega. Não se pode esperar que outros façam por nós o que só nós podemos fazer. Israel não tinha mais que confiar em templos, reuniões, sacerdotes da prosperidade, armamentos. Israel tinha que decidir andar com Deus, as bençãos seriam consequências.

Para reconstruir Jerusalém, nem mesmo as pedras queimadas pelo fogo do incêndio provocado pelo exército inimigo foram descartadas. Elas serviram de alicerce para novas construções.  É isso mesmo, Deus é divinamente paciente para nos tratar com amor e perdão. Ele não quer nossa destruição, antes,porém, quer nosso crescimento e felicidade. E se para isso tiver que nos corrigir, assim seja. Sábio será o que aceitar a correção.

Hebreus 12:11 "E, na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela."


 A restauração:
  • Quando o Senhor trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião, estávamos como os que sonham.
  • Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de cântico; então se dizia entre os gentios: Grandes coisas fez o Senhor a estes.
  • Grandes coisas fez o Senhor por nós, pelas quais estamos alegres.
  • Traze-nos outra vez, ó Senhor, do cativeiro, como as correntes das águas no sul. 
  • Os que semeiam em lágrimas segarão com alegria.
  • Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos. 
Salmos 126:1-6

No final, a recompensa  chega como as correntes do Sul, que lugar é esse? Se refere as torrentes no deserto de Neguebe, um lugar inóspito ao Sul de Jerusalém. Ali existe um leito de rio vazio e seco em alguns períodos do ano, mas de repente, e sem haver chuva ou explicação, o lugar é inundado por torrentes de águas, e o lugar então, faz jus a indicação: "correntes do Sul" ou "torrentes do Sul" que transbordam como em um fenômeno.

No final o que foi plantado com choro, é colhido com alegria. Por que foi plantado com choro? Porque o terreno era trabalhoso, a caminhada era penosa, as sementes foram conseguidas com tanto esforço que mesmo andando e chorando o semeador não as soltou, não as desprezou. Pelo contrário, ele as sustentou com todo o zelo e acreditou que floresceriam. Que grande lição de fé nos dá esse Salmo!

Nesse momento, temos em diversas partes do mundo, servos fiéis  passando por cativeiros: missionários em prisão, mulheres em decepção por causa de um relacionamento, homens desempregados, quem sabe doenças, morte. Todos esses cativeiros são reais, mas não podemos soltar as sementes das promessas de Deus, não podemos perder jamais a alegria de ter o Reino de Deus em nós. As torrentes do Sul, podem jorrar como um despertar espiritual nos proporcionando crescimento que não alcançaríamos, de outra forma, que não através do choro de arrependimento, decepção, tristeza e outros regressos.


Que o Deus da restauração o abençoe.

Fonte de pesquisa: Bíblia de Estudo Plenitude, Sociedade Bíblica do Brasil, SP. Edição 1995.

sexta-feira, maio 26, 2017

A sinceridade de um amigo




Wilma Rejane


Fiéis são as feridas feitas pelos que ama, mas os beijos dos inimigos são enganosos. Provérbios 27:6

Feridas são interrupções na lisura da pele afetando sua normalidade. São lesões superficiais ou profundas que exigem remédios e cuidados especiais. A verdade dita por um amigo é comparada a abertura de uma ferida, exige uma ruptura com velhos hábitos e/ou pensamento comum estagnado. Abrir uma ferida é provocar dor, choro, incômodo. Feridas são necessárias para quem almeja a cura. 

O problema é que nem sempre interpretamos de bom grado as verdades ditas a nosso respeito. A vaidade e o orgulho são como um duro casco impenetrável que não permite rupturas, ferimentos. E nessa "proteção" vão se acumulando  sujeiras que somente uma ferida, uma abertura expurgaria em purificação. 

O provérbio diz que os amigos são sinceros,custe o que custar. Mas os inimigos são hipócritas e agem com lisonjas e agrados a fim de acariciar o ego, armando uma rede para queda (Provérbios 29:5). É perigosa a satisfação adquirida por meio de elogios e glorias e é de bom proveito a repreensão franca e verdadeira.

Encontrei um verso Bíblico bem apropriado para esse tema, ele foi pronunciado por Paulo a igreja de Coríntios: " Pelo que façamos festa não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os asmos da sinceridade e da verdade" I Coríntios 5:8.

O fermento velho era a hipocrisia dos fariseus com toda sua pompa,orgulho e inflexibilidade as verdades do Evangelho. Jesus reiteradas vezes os chamou de hipócritas, mas isso não doía neles, pelo contrário, os fazia inchar de orgulho. Seus cascos eram impenetráveis e a sujeira era uma como proteção às rupturas. Fariseus quando repreendidos procuravam meios de vingarem-se. Vingança não deve fazer parte de uma amizade sincera.

Sinceridadeeilikrineia (Strong 1505)- julgado pela luz do sol. Os bazares orientais expunham suas mercadorias à luz do sol para prová-las. Alguns mercadores desonestos remendavam peças rachadas ou cobriam os defeitos com uma cola.

A falsidade é assim como "cobrir os defeitos com uma cola". E a sinceridade é esta que resiste à prova da claridade. Assim, temos como dever julgar o que dizem a nosso respeito se nos é dito com sinceridade ou com falsidade. Somos nós que colocamos "a mercadoria sob a luz" para examinar sua qualidade. Quantos não se vêm em apuros,indo por caminhos de erro e perigo por não avaliarem corretamente as amizades? 

Amigos verdadeiros são os que nos aproximam de Deus e daquilo que Deus quer para nossas vidas. Estes são bem raros, mas resistem a prova do tempo e de nossas imperfeições. São pessoas que nos querem bem e querem o nosso bem. "O justo serve de guia para o seu companheiro, mas o caminho dos perversos os faz errar" (Provérbios 12:26)

Jesus experimentou do beijo falso do inimigo chamado Judas Iscariotes ao ser capturado para crucificação no Getsêmani. Mas a falsidade do inimigo não foi capaz de vencer o poder da Verdade que vertia de seu corpo ferido, ensanguentado. Por suas chagas fomos todos sarados (Isaías 53:1-5). Feridas são necessárias quando nos fazem refletir o caráter de Cristo. Amigos necessários são aqueles que não se alegram com o pecado alheio, nem escarnecem dos justos,antes têm prazer na bondade e esta bondade é a Palavra de Deus (Salmo 1:1).

Mas não sejamos ingênuos, a Palavra de Deus também se encontra na boca dos tolos, dos perversos, dos enganadores. Contudo, pelos frutos os conhecereis. Se alguém vive provocando discórdias, fofocas e não guarda segredos, é bom manter cautela:

 "O homem perverso provoca dissensão, e uma fofoca separa amigos íntimos." Provérbios 16:28

"A fofoca trai a confiança, mas um homem de confiança mantém um segredo. " Provérbios 11:13


A Bíblia diz ainda  que o amigo ama em todos os momentos e na angústia nasce o irmão (Pv 17:17). Assim, temos os dias de angústia como um referencial sobre amizades. Amigos de verdade não abandonam na angústia, antes confortam, compreendem.

Convêm dizer que Jesus teve amigos não cristãos, homens pecadores. Contudo, Ele foi capaz de influenciá-los de tal modo que puderam ser transformados pelo seu companheirismo. É assim que Ele nos ensina a mantermos a diplomacia, a amizade com pessoas de credos diferentes do nosso e que isso não seja como o fermento dos fariseus a crescer em nossos corações para malícia e maldade. Pelo contrário, o cristão é que deve influenciar os que ainda não conhecem a Verdade do Evangelho.

Vide Daniel, ele foi capaz de ser amigo do rei Nabucodonosor sem se deixar levar pelas dissimulações e idolatria do rei. A moabita Rute foi diretamente influenciada por sua nora judia Noemi. João Batista pode ser visto como amigo do rei Herodes porque lhe repreendeu sobre o adultério querendo que Herodes se arrependesse e mudasse de vida. Mas acabou sendo morto por trama de Herodias (amante de Herodes) que não acatou as repreensões e planejou vingar-se matando-o. Através desses exemplos é possível constatar que as amizades verdadeiras se mantêm apesar dos conflitos. E as inimizades perduram e se consomem quando os interesses pessoais são maiores que o amor mútuo.

Deus nos abençoe com bons amigos.

quinta-feira, julho 07, 2016

O valor das pedras queimadas

Não devemos desistir de buscar a Deus por causa da rudeza do mundo, da maldade das pessoas


Wilma Rejane

Neemias foi contemporâneo de Esdras. Ambos viveram em uma fase difícil da história de Israel, quando o povo havia sido levado cativo para Babilônia e os que ficaram na cidade de Jerusalém, conviviam com um cenário desastroso. A cidade estava destruída. Casas e muros derrubados,  construções em pedras despedaçadas pelo contato com o fogo e fúria dos inimigos.

Os sobreviventes, lá na província que escaparam do cativeiro estão em grande dificuldade e vergonha, o muro de Jerusalém é dividido, e as suas portas foram destruídas pelo fogo.” Ne 1:3

Copeiro do rei Artaxexes, considerado funcionário de confiança da corte, Neemias servia na capital de Susã, a 150 milhas do Rio Tigre, que atualmente é o Irã. Ele adquiriu permissão e favores do rei para voltar a Jerusalém e reconstruir a cidade e suas fortificações. O ano é aproximadamente 432 a. C. O que aprendemos com Neemias? Essa é mais uma narrativa Bíblica fortalecedora, restauradora!  Neemias era um homem de fé e temor a Deus, morando em um luxuoso palácio, nada lhe faltava, mas  seu coração desfalecia pelos compatriotas  judeus. Ele deixa o palácio e segue em missão para Jerusalém. Um homem que revela a grandeza da intercessão, da oração humilde, sincera e cheia de amor ao próximo. Além disso, a capacidade de discernimento de Neemias é algo que devemos buscar a fim de não cedermos às ciladas do inimigo.

À noite me levantei, e uns poucos homens, comigo; não declarei a ninguém o que o meu Deus me pusera no coração para eu fazer em Jerusalém .

Então, lhes disse: Estais vendo a miséria em que estamos, Jerusalém assolada, e as suas portas, queimadas; vinde, pois, reedifiquemos os muros de Jerusalém e deixemos de ser vergonha.” Neemias 2:12 e 17.

Reedificar a cidade de Jerusalém representava também  recobrar os ânimos dos moradores, a alegria de espírito, a comunhão espiritual com Deus. Jerusalém estava nua, desprotegida. Sem fronteiras, os inimigos adentravam livremente na cidade, saqueando o que restava, inclusive as vidas. Disse Jesus: “Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua nudez.” Ap 16:15.  Essa situação é tão idêntica ao homem caído, entregue ao pecado. Sua alma fica refém do diabo que tem acesso livre às portas de seu coração.  Neemias vem nos dizer que as fortalezas de pedra, destruídas e queimadas a fogo pelos inimigos, podem ser erguidas novamente, aleluia!


E sucedeu que, ouvindo Sambalate que edificávamos o muro, ardeu em ira, e se indignou muito; e escarneceu dos judeus .E falou na presença de seus irmãos, e do exército de Samaria, e disse: Que fazem estes fracos judeus? Permitir-lhes-á isto? Sacrificarão? Acabá-lo-ão num só dia? Vivificarão dos montões do pó as pedras que foram queimadas? Neemias 4:1-2

Sambalate é a imagem de Satanás, aquele que nos acusa e despreza na tentativa de nos  fazer desistir . Seu desejo é como uma boca grande e sempre aberta para devorar dizendo  palavras de derrota: “ pobres e fracos judeus, tudo que têm são montões de pedras queimadas que só servem para o lixo, até uma raposa derrubaria esses muros que pensam em reconstruir”. Querido leitor, essa é a missão do mal. Tal qual fez com Neemias faz conosco. Diz que não somos capazes, que somos pecadores, “pedras queimadas”.  Seu prazer é ver muros derrubados, territórios saqueados, nus a frio e fome. Quando estivermos ouvindo essas vozes que surgem muitas vezes em forma de pensamento,  ou  através de “Sambalates”, saibamos de onde vem. Procuremos, assim como fez Neemias, orar , confiar  e não desistir de agir conforme a Palavra.

A  figura das pedras queimadas merece destaque.  Para Sambalate elas  eram   inúteis montões. Para Neemias, tinham valor tal qual as pedras originais. Essas pedras queimadas, podem ser eu e você, leitor. Feridos, decepcionados, vivendo adversidades. Pode ser quem um dia já se sentiu forte e feliz o bastante para ser  muro sem brechas. Pode ser o que se levanta, se ergue, após seguidas derrotas. Pedras queimadas fala de vidas “passadas pelo fogo” e que aos olhos de muitos pode não ter valor, mas para Deus assim como para Neemias, elas podem  reconstruir com a mesma força e utilidade de pedras virgens. Pedras queimadas em Jerusalém, fala de vida espiritual. Pessoas que já viveram com vigor a vida cristã e hoje não mais. Acredito que muitas são as pedras queimadas espalhadas pela igreja, necessitando serem ajuntadas e valorizadas para construírem (ou reconstruírem) fortalezas.

Neemias 4:7 E sucedeu que, ouvindo Sambalate e Tobias, e os árabes, os amonitas, e os asdoditas, que tanto ia crescendo a reparação dos muros de Jerusalém, que já as roturas se começavam a tapar, iraram-se sobremodo.



Essa é uma fotografia de um muro reedificado com pedras queimadas, é perceptível a diferença de cor comparando-as com as pedras originais, elas são mais escuras. Esse muro fica em Banias  150 Km ao norte de Jerusalém. São séculos de construção e as pedras queimadas continuam firmes na sustentação da obra.  Neemias não descartou as pedras queimadas e viu que poderiam ser tão úteis quanto as demais, e ele estava certo. Sambalate estava furioso porque os muros se reerguiam, as brechas se fechavam,   Deus era com os construtores e a obra não parava.  Neemias 4: 14 “ Não os temais! Lembrai-vos do Senhor, grande e temível, e pelejai por vossos irmãos, vossos filhos, vossas filhas, vossas mulheres e vossas casas.”

Reconstruir os muros significava também reconstruir a vida familiar de muitos dos envolvidos na obra. Que grande, magnífica lição, nos traz o livro de Neemias! Para cada vida restaurada espiritualmente, para cada pedra queimada assentada, muitas outras vidas beneficiadas! Não devemos  desistir de buscar a Deus por causa da rudeza do mundo, da maldade das pessoas. Pelo contrário. Se desanimarmos na batalha, seremos a pedra inútil que “Sambalate” se alegrará em chutar e despedaçar até virar pó e se esvair como poeira. Nossa força não está em nós mesmos, mas no Senhor, grande e temível, o mesmo que foi com Neemias para vencer. 

“Acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco do mês de elul, em cinquenta e dois dias.” Neemias 6:15

"Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto não vos entristeçais; porque a alegria do Senhor é a vossa força.Neemias 8:10

A destruição se dá de forma tão rápida que às vezes é difícil de acreditar como em  pouco tempo  as coisas tomaram proporção  tão grande! O fogo que consome uma floresta, carros que se chocam na estrada, guerras armadas, tudo destrói em segundos e às vezes leva anos para ser reconstruído. Criticar como Sambalate é mais fácil que agir como Esdras, por essa causa, o mundo conspira contra os filhos de Deus. Os muros da cidade de Jerusalém foram reconstruídos, sob a liderança de Neemias, em 52 dias. Foram destruídos em no máximo uma semana. Se nós estamos hoje tal qual as pedras queimadas de Jerusalém, saibamos que somos preciosos para Deus. A força para se reerguer está no Senhor que se alegrará em nos colocar como alicerce em nossa casa, trabalho, enfim aonde formos. Sambalate armou muitas armadilhas para que Neemias fosse morto e parasse a obra, mas não teve sucesso porque nem por um minuto Neemias duvidou de que Deus era com ele para o bem: “ A boa mão do meu Deus era comigo” Ne 2:8.

Essa é a lição trazida pelas pedras queimadas erguidas nos muros da cidade de Jerusalém. Oro para que assim como tenha falado a mim, fale a tantos quantos o Senhor Deus enviar.

Deus o abençoe.

Bíblia de Estudo Plenitude, Revista e corrigida, SBB, tradução João Ferreira de Almeida 1995. Livro de Neemias.

quarta-feira, fevereiro 17, 2016

Uma boa dose de coragem!





Wilma Rejane

O Senhor, pondo-se do lado dele disse: Coragem! At 23:11

Esse verso do livro de Atos, me fez parar e refletir sobre o valor da coragem e a fidelidade de Deus. Paulo havia sido encarcerado e aguardava sentença , os fariseus conspiravam contra ele e no meio da noite o Senhor Jesus lhe aparece com essa palavra: “ Paulo, você não está sozinho estou contigo, coragem”! Creio que após ouvir isso, o apostolo recobrou as forças e fortaleceu a fé. Tenho trazido a memória essa palavra, porque é necessário manter a coragem diante dos problemas e do cotidiano.

Pv 24:10: Se te mostras fraco no dia da angústia, a tua força é pequena.

A palavra coragem, tem origem em uma língua pré-histórica e hipotética, era falada por guerreiros conquistadores. Coragem vem de cor e coração. O idioma latino, originado do indo-europeu, revela que a palavra cor indica: ânimo, disposição, qualidade espiritual de bravura e tenacidade. Coragem está diretamente ligada a "cor do coração" ânimo do ser, da alma, do entendimento.

Quem tem coragem age com força interior, disposição do coração. Essa virtude, está em nós e se mostra em momentos adversos. Não existiriam guerreiros se não houvesse coragem, ela nos move além do medo, da angústia, da dor, da impotência. Não vejo a coragem como auto superação, mas atitude resultante de ação Divina, pois somente em Deus encontra-se a fonte para vencer batalhas. Coragem, não diz respeito a força física, potência ligada a valores externos como: beleza, riqueza, sabedoria. A coragem está na alma, no coração.

Não temais o povo dessa terra, porquanto são eles nosso pão, e o Senhor é conosco, não os temais Nm 14: 9

O Senhor revestiu seus líderes de coragem e prudência para usá-la nos momentos oportunos. Cada vez que os israelitas se preparavam para conquistar territórios e derrotar inimigos, Deus fortalecia seus líderes com o conselho: “Não temais”. Jesus, falou sobre a virtude da coragem : “ "Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo" Mt 10:28. Não temer é um ato de bravura, mas que necessita de fundamento Bíblico porque a coragem exalta o homem , mas também o abate se estiver aliada a maldade, a ganância e imprudência.

O longânimo é grande em entendimento, mas o de ânimo precipitado exalta a loucura Pv 14:29.

Assim, queridos leitores, que se alguém está em Cristo, se alguém clama a Deus, Ele se põe ao lado para revesti-lo de coragem como fez a Paulo. Não estamos sós ou esquecidos, mas guardados em fortalezas e alto Refúgio. Invisíveis, porém reais. Deus não nos deixa sós, Ele é fiel e amigo que faz por nós além do que pensamos. Com Ele, há livramentos, vitórias sobre batalhas.

Coragem porque Deus é conosco!

sexta-feira, março 27, 2015

Natanael e a figueira

Ele ouve até nosso silêncio...

Wilma Rejane


"Jesus viu Natanael vir ter com ele, e disse dele: Eis aqui um verdadeiro israelita, em quem não há dolo. Disse-lhe Natanael: De onde me conheces tu? Jesus respondeu, e disse-lhe: Antes que Filipe te chamasse, te vi eu, estando tu debaixo da figueira. Natanael respondeu, e disse-lhe: Rabi, tu és o Filho de Deus; tu és o Rei de Israel. Jesus respondeu, e disse-lhe: Porque te disse: Vi-te debaixo da figueira, crês? Coisas maiores do que estas verás. E disse-lhe: Na verdade, na verdade vos digo que daqui em diante vereis o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem." João 1:47-51

O que fazia Natanael debaixo da figueira? É uma especulação comum aos que lêm essa passagem. Natanael poderia estar orando já que a pratica de orar embaixo da figueira era comum aos rabinos judeus que em suas orações incluíam o retorno do Messias. Independente do que fazia Natanael, o mais esplêndido de tudo é que Jesus o viu em um momento que ninguém poderia ter visto. Era somente Natanael, seus pensamentos e uma frondosa figueira. Por isso o espanto de Natanael. Ele só poderia estar frente a frente com o Messias, alguém capaz de enxergar nitidamente o mundo espiritual, além da matéria.

A promessa dos céus abertos sobre Natanael substituía o simbolismo da sombra da figueira. A figueira que já estava presente no Éden:

Gênesis 3.7: "Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueiras e fizeram cintas para si."

Em Gênesis a primeira referência a figueira está nas vestes confeccionadas por Adão e Eva. A figueira seria o esforço do homem por tentar salvar-se, seria o código das leis de Moisés que apontavam para a salvação em Cristo Jesus. Deus substituiu as vestes de Adão e Eva feitas com folhas de figueira por roupas feitas com pele de cordeiro. O Cordeiro que tira o pecado do mundo já estava profetizado, Ele seria o sacrifício perfeito e completo a cobrir, redimir todo pecado:"Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo." João 1:29

E quando Jesus diz: Natanael, daqui em diante, vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem,entende-se como: "Natanael, o novo tempo chegou em que tereis acesso ao Pai através do Filho, o véu foi rasgado e o Reino de Deus é chegado a vós."

Natanael orava como um verdadeiro Israelita, ele conhecia as Escrituras e esperava a redenção da nação via Messias. Mas Jesus lhe mostra algo maior: céus abertos! 

Debaixo da figueira:

Essa passagem de Natanael embaixo da figueira nos fala dos atributos de Deus: Onipresença, onisciência, onipotência. Deus está em todos os lugares, tem todo o poder e conhece todas as coisas. Ele vê cada momento solitário nosso. Ele conhece sobre o que oramos, Ele ouve até mesmo nosso silêncio. 

Nossa procura por lugares seguros (figueiras frondosas) pode ser constante, mas o encontro com Aquele que nos resguarda a Sombra do Onipotente (Salmo 91:1) é que verdadeiramente nos salva.

"Eu te vi Natanael, embaixo da figueira" essa frase pode ser transferida para qualquer um de nós: "Eu te vi........(Maria,João, Jacó...)quando oravas, quando esperavas, quando buscavas refúgio para tuas aflições". E da mesma forma que Jesus aguardava Natanael ir ao seu encontro, Ele também nos aguarda, todos os dias para que possamos viver das promessas que o Reino de Deus reserva para cada um de nós. 


Deus o abençoe

sexta-feira, outubro 10, 2014

Entre a fé a a dúvida - Tiago 1:6



Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra parte.
Tiago 1:6


Wilma Rejane

A fé tem uma inimiga declarada: a dúvida.  Essa palavra no grego se traduz como “diakrino” (strong 1252) significando: separar dois elementos, componentes ou valores. Também sugere hesitação entre esperança e medo. Dúvida gera conflito, incerteza.  Apostolo Tiago compara um coração duvidoso às ondas do mar, levadas de uma direção a outra pela força do vento Tg 1:6. Na filosofia, dúvida é principio de sabedoria,  porque através dela se estabelece  métodos que conduzirão  a respostas concretas. Descartes é o criador da  “duvida metódica” que sugere duvidarmos  de tudo para enfim chegarmos  a certeza das coisas: “penso, logo existo”, é  a máxima do pensamento cartesiano,  que coloca a razão no centro do viver. "Eu duvido, logo penso, logo existo".


O pensar, deveria ter por base,  o concreto,  e este, deveria ser distinto de tudo quanto era tido por verdade; fé não se encaixa nesse ideal, consequentemente "minimiza-se" Deus.   Eis aqui o conflito que perdura por séculos e que fez fé e razão se tornarem opositoras. Ciência quer provas concretas.  Fé se fundamenta no invisível: “ora a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem” Hb 11:1. Enquanto a ciência necessita da dúvida, a fé a rejeita: ela é como areia movediça, terreno perigoso, prestes a devorar o morto. Fé não habita onde houver dúvida. Eis a loucura da Cruz, o mistério do Evangelho.

“ Porque a Palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus. Porque está escrito: destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos inteligentes. Onde está ó sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor desse século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria do mundo?.” I Cor 1:18-20.

Deus é uma questão de fé. Fé não duvida, ela tem certeza, mesmo diante do invisível. E esse invisível é tão verdadeiro para os que têm fé que passa a ser concreto. Se ele é concreto é prova. Se é prova é real, é inquestionável. “De fé em fé se descobre a justiça de Deus, porque está escrito: o justo viverá pela fé” Rm 1:17. Viver pela fé, significa ser elevado acima do possível. Fé é um universo eterno, onde habita o coração dos crentes. Esse coração  convive com a graça Divina e  recebe também do que é Divino. Fé, se firma no túmulo vazio de Jesus. Na cruz que outrora O sustentou, mas que agora se ergue sem Ele, que ressuscitou! Na fé, é Ele quem nos sustenta.


 “ E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas para ir ter com Jesus. Mas sentindo o vento forte, teve medo; e começando a ir para o fundo, clamou dizendo: Senhor, salva-me. E logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o e disse-lhe: homem de pequena fé, por que duvidaste?” Mt 14:29,31


Tenha fé, não duvide em seu coração. Onde houver dúvida, é impossível que haja fé. Acredite em todo o tempo, mesmo que não haja circunstâncias para isso. Firme-se na Palavra viva e eficaz que é Jesus, Ele estará segurando suas mãos para que ande sobre as águas. Mas não duvide. Pedro duvidou e afundou.  Se a dúvida também  tivesse entrado no coração de Abraão, ele não teria sido o patriarca das nações, de crentes. Jamais teria sido tão abençoado! Deus lhe disse: “Abraão sai da tua casa e da tua parentela, para um lugar que eu te mostrarei” Gn 12:1. Ele poderia ter  hesitado, temido, desistido, diante do desconhecido. Mas a fé, é a prova do que se não vê e ele tão somente confiou. Segurou nas mãos de Jesus e seguiu em frente. Nenhuma chance à dúvida.


Hb 11:8 Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, saindo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia.



Não posso deixar de dizer sobre a importância de não menosprezarmos a ciência. Se ela é razão, devemos utilizá-la para compreender a vida. Tiremos a razão, quanto ciência de nosso quotidiano, e ficaremos desnorteados porque Deus fez o mundo com uma ordem tal que tudo funciona perfeitamente. Ele criou a ciência como lógica sustentável.  O cientista Albert Einstein, fascinado com as descobertas sobre o Universo falou: “Deus não joga dados com o mundo”. Ou seja: A criação não é aleatória. A ciência nos orienta na compreensão das coisas. Nós somos ciência. Seres assombrosamente bem planejados! E temos um espírito. Somos fé. E a fé é a direção de uma vida melhor, de salvação e eternidade. Em assuntos de fé, não cabe dúvida. Em assuntos de ciência, ela é necessária, a dúvida move as pesquisas.


Eis um trecho das Escrituras que define perfeitamente a importância da fé e da razão : “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.  Romanos 12:1-2  “.  Nosso culto deve ser racional, pensado, lógico, equilibrado. Nisso cabe a dúvida, para que possamos ponderar a maneira certa e errada, sermos críticos e não nos deixarmos levar por engano. Agora, na medida que conhecemos, a fé aumenta e a dúvida se vai. “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir a Palavra de Deus” Rm 10:17. Essa é a fé que não duvida, aquela que conhece a Deus.

Conhecer a Deus é não duvidar de que Ele sempre fará o melhor por nós.  II Tm 1:7: "porque Ele não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza e de amor e de moderação." No silêncio, na alegria, na dor, em todos os momentos de nossa vida, tenhamos a certeza de que Deus cuida de nós, para além do que possamos compreender. E nós nem sempre precisamos compreender, mas crer.



Ter fé é continuar crendo diante do sim, não e do silêncio de Deus, é amá- Lo quando Ele tudo nos dá ou quando nos falta. Se você conhece a Bíblia, lembrará que a fé é exercitada justo quando tudo se mostra contrário ao cumprimento do que cremos. Abraão precisou se manter animado por um filho diante de uma esposa aparentemente incapaz de gerar. José, poderia ter desistido de sonhar enquanto estava na prisão sendo ajudante de carcereiro, mas não, ele continuou crendo. O que dizer do apóstolo Paulo? Escreveu a maior parte de suas cartas enquanto estava na prisão.

Crianças japonesas em campos de mostarda

O Reino é assim como um grão de mostarda (Mateus 13:31,32)

Pensar que a realização do milagre depende de nossa fé, pode ser desanimador: "quer dizer que tenho que ter grande fé, sou o culpado por não receber, o que há de errado comigo?" Por estas causas a fé não deve reinar solitária em qualquer coração, mas estar acompanhada de um relacionamento intimo e sincero com o Pai. Jesus disse que a nossa fé pode ser do tamanho de um grão de mostarda e ainda assim funcionará. Analisando este ensinamento de Jesus sobre fé e mostarda, perceberemos que a fé sendo pequena, a hortaliça cresce ocupando grandes territórios que simbolizam o Reino de Deus.

É que fé não existe apenas para recebermos o que pedimos, mas para crescermos no relacionamento com Deus e com o próximo. Que lindo mistério, não?

E diante do sim, do não e do silêncio, o que vive pela fé compreende que o essencial é fazer parte do Reino de Deus, sabendo que nada poderá separá-lo do amor de Deus (Romanos 8:35). Dúvida, de fato, não opera esse milagre revelado em Cristo. É por isso que sempre valerá a pena não duvidar de que Deus está no controle da vida dos que por Ele buscam e esperam. Nada perdemos por pedir e acreditar, mas o conceder, somente Deus poderá fazer e independente do que Ele nos responda, prossigamos servindo-o e semeando nos campos de mostarda.

Deus o abençoe

segunda-feira, agosto 04, 2014

A visitação das aves de rapina




Wilma Rejane


“E as aves de rapina desciam sobre os cadáveres, Abraão, porém as enxotava” Gênesis 15: 11


No dia em que as aves de rapina apareceram para Abraão, ele estava fazendo um concerto com Deus, uma aliança. Alguns animais foram partidos ao meio e dispostos em uma pedra como oferta de sangue, o sinal da presença de Deus no lugar e da confirmação da aliança, era o fogo, passando  entre as metades. Aquele era um momento especial e decisivo, pois representava mudanças: Abraão iria caminhar com Deus, com destino as promessas reservadas para ele e sua descendência. Além das aves de rapina, tentando roubar, comer, despedaçar a oferta de Abraão, um outro acontecimento merece destaque: um profundo sono cai sobre o homem de Deus e como revelação, ele ouve que sua semente seria afligida por quatrocentos anos, até ser liberta, com grandes despojos. Estas palavras se referem a servidão dos hebreus no Egito e a libertação através de sinais e maravilhas.


Amados leitores, nenhum detalhe ocorrido naquele dia na vida de Abraão deve ser desprezado. Não somos nós judeus, filhos da Antiga Aliança, mas como filhos da Promessa, dos que vivem pela fé em Cristo Jesus ressuscitado, somos herdeiros das mesmas bençãos: “ Sabei, pois, que os que são da fé, são benditos como o crente Abraão” Gálatas 3:7. E este, que recebeu a herança da vida eterna com Deus, a recebeu pela fé. Crendo no invisível. Essa herança também nos pertence: a vida eterna com Deus e o caminhar com Ele. Porém, em determinados momentos da vida, vamos viver tão intensas lutas que duvidaremos da benevolência de Deus para conosco. Não duvidaremos de Deus, mas de Seu favor para conosco. Ora, olhemos para a caminhada de Abraão em direção a terra prometida. Olhemos para Cristo Jesus, autor de uma Aliança de sangue feita para judeus e gentios.


O caminho para eternidade é glorioso e trabalhoso. As aves de rapina descendo sob a oferta de Abraão, representam a ação do adversário tentando nos roubar as bênçãos, a realização das promessas de Deus para nós. “Abraão as enxotava”, as afugentava, colocando-as distantes. Nossas orações, fé, perseverança em servir a Deus, enxotam as aves de rapina de nossas vidas. Enxotemos, enxote-mo- as! É quando passamos a conhecer a Deus, que tomamos conhecimento de que o mal também é real. Viver é lutar, mas uma luta que não se vence por força humana apenas. Para batalhar no mundo espiritual, é preciso usar armas espirituais. Jesus, nos alertou sobre as aves de rapina, na parábola do semeador:

E falou-lhe de muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear. E, quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves, e comeram-na;  Mateus 13:3-4

Aves de rapina comendo as sementes. A Semente é a Palavra de Deus, as aves são o Maligno (Mt 13:19). Mas não são essas sementes apenas as que interessam ao Maligno. No dia da aliança entre Deus e Abraão, no dia em que ele enxotava as aves, Deus lhe falou de uma outra semente que seria escravizada, em trevas, mas depois seria liberta. Essa semente era a família, os descendentes de Abraão. Essa semente somos nós, nossa família e nossa descendência. Aqueles por quem choramos, oramos em gemidos, tantas vezes porque ainda não compreendem que Deus os ama e quer salvá-los para eternidade! Mas como Abraão caminhou em direção a Canaã, devemos caminhar, sem recuar, sabendo que Jesus Cristo, também sofreu com essas aves de rapina, perseguiram-no até a morte. Tentaram roubar a Promessa de Abraão ao ofertarem-lhe a escrava Agar. Mas a alegria chegou, Jesus  ressuscitou e caminha conosco. Isaac nasceu, o filho da Promessa, da qual também somos herdeiros!


Essa reflexão é para nos dizer que somos filhos, amados, guardados, sobre a Aliança de Cristo. Vivemos pela fé, e enquanto vivermos, essas aves de rapina nos rodearão para roubar, matar, destruir, o que Deus reservou para nós. Abraão venceu, Cristo venceu.  Paulo, Pedro, João, Marias, Tiago s, Madalenas, eu e você venceremos. Não somos maiores, nem melhores, nem precisamos ser, porque maior é Deus que nos deu Cristo, Este que habita em nós e nos sustenta na caminhada. Ele é o cheiro suave que nos torna agradáveis a Deus, nosso Amado (II Coríntios 2:15). Essa reflexão é para dizer: não desista de crer, não desista de seguir em direção a Canaã, não desista de adorar, não desista de enxotar as aves! Lutemos pelas sementes que Deus nos entregou, sabendo que o poder para torna-las em árvores e frutos pertence ao Senhor, somente. Somente Ele pode gerar o Isaac da promessa, somente Ele pôde ressuscitar o Cristo da nossa graça. Nós cremos Senhor, sê conosco para vencermos esse mundo.

Deus nos abençoe

terça-feira, maio 20, 2014

Nas tempestades da vida...





Wilma Rejane


Haverá  um abrigo e sombra para o calor do dia, refúgio e esconderijo contra a tempestade e a chuva.  Isaías 4:6

Profeta Isaías descreve o reinado do Messias como um abrigo, um lugar de refugio para dias de calor, frio, chuvas e tempestades. É uma metáfora sobre viver amparado pela graça Divina que sempre é suficiente para suprir as insuficiências humanas. Um dia de cada vez e pela manhã, um novo 'pote' de amor onde Deus coloca Suas mãos para servir-nos.

Era assim com os israelitas caminhando no deserto: “Partiram de Sucote, e acamparam-se em Etã, a entrada do deserto. E o Senhor ia adiante deles, de dia numa coluna  para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo para os alumiar, a fim de que caminhassem de dia e de noite. Não desaparecia de diante do povo a coluna de nuvem de dia, nem a coluna de fogo de noite." Êxodo 13:20-22.

Podemos ler tudo isso como um conto que não está a nosso alcance, como fatos históricos apenas, como sinais reservados a uma porção de escolhidos dos quais não fazemos parte. Ou se fazemos, não merecemos tamanho cuidado. É assim que funcionam nossos sentimentos em relação a vida. Nós 'sentimos' medo, solidão, tristezas, experimentamos dúvidas, fracassos, enfim: infelizes.

Mas além do que sentimos, existe aquilo que Deus transmite para nós com objetivo de salvação  que sustenta para fora dos limites da mente e do coração. É o que vem do Espírito de Deus, trazendo do que Lhe pertence e pela graça está disponível aos que crêem. E se fé é enxergar o invisível, a esperança não pode desfalecer no visível.

Vejamos alguns significados de 'salvação' na Bíblia, eles traduzem a vontade e realização do Senhor em nós:
  • Jeremias 17:14: Salva-me Senhor, e sararei, salva-me e serei salvo porque Tú és o meu louvor.

Salva-me = yasha  (Strong 03467)Resgatar, salvar, defender, preservar, ajudar.

  • Malaquias 4:2: Mas para vós, os que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, e salvação  trará nas suas asas; e saireis e saltareis como bezerros da estrebaria.

Salvação = marpe: (Strong 04832) curar, sarar, restaurar

  • Atos 28:28: Portanto, quero que saibam que esta salvação de Deus é enviada aos gentios; eles a ouvirão!

Salvação aqui é soterion ( Strong 4992) = libertação, segurança, restauração, perdão. É uma palavra que se assemelha a Salvador.


A força das águas
Em nenhum outro ser ou lugar encontraremos tamanha salvação! Por isso, não desesperemos em nossos temores,  ainda que pensemos estar sozinhos ou abandonados a própria sorte, Deus está conosco. Ouvir Sua voz e confiar é trazer a existência o que está escrito para nós.

Sabe, não é fácil manter a fé, principalmente quando chegam as tempestades. Se nos guiarmos somente pelos sentimentos, correremos riscos de naufragarmos. Porém, se firmarmos a Palavra em nosso coração, no concerto de amor feito entre Deus e seus filhos, encontraremos forças para seguir e enxergar além das tempestades.

Salmo 55: 6-8: "Ah quem me dera asas, fugiria para longe, pernoitaria no deserto e escaparia da fúria do vento e da tempestade."

Davi, servo de Deus, atravessou muitas tempestades e desejou fugir, escapar da fúria e do frio. Porém, e nesse mesmo Salmo ele confessa: “ Mas eu orarei a Deus e Ele me salvará” (verso 16).


A tempestade da doença

Já repeti tantas vezes meu testemunho de que através de uma grave doença no olho, cheguei mais perto de Deus, pude ouvir Sua voz, conhecer Sua Palavra e saber que Ele tinha uma vida abundante para nos oferecer, eu precisava crer e me arrepender. Foi na pior tempestade que enfrentei que aprendi o que de fato, era Salvação.

O livro de Jó é um relato real de alguém que foi açoitado pelas águas fortes, ondas furiosas que quiseram derrotá-lo. Em dado momento, Jó diz: "O Senhor me lança em redemoinho de ventos, me desfaço no meio da tempestade" Jó 30:22. Contudo, mesmo cercado de morte diz: "eu creio que Ele vive e virá em meu socorro" Jó 19:25.

Kelly Sensinig é um pastor bereano, curado de câncer e em seu testemunho ele diz que viveu uma batalha na mente e no corpo, mas dia após dia repetia os versos da Bíblia em seu coração sobre Deus e Seu cuidado para com seus filhos. Esse exercício de fé o restaurou a ponto de ficar absolutamente curado, ele diz: " Nada pode nos afastar do cuidado de Jesus, nem mesmo as mais terríveis doenças".

Isaías 41:10 "Tu não temas, porque eu sou contigo; não te espantes, porque eu sou teu Deus;. vou te fortalecer, sim, eu te ajudo, sim, eu te sustento com a destra da minha justiça "

Deus nos ajude a aprendermos com as tempestades, pois é graças a elas que os navios e navegantes desenvolvem manobras especiais para superar a força das águas. O sofrimento faz parte da vida, muitas vezes é inevitável, mas podemos escolher sofrer morrendo ou sofrer com o gozo na alma de que Cristo é nosso abrigo em todos os tempos, sempre esperando de portas abertas para nos receber e confortar, ajudando a vencer aquilo que quer nos derrotar.
Deus o abençoe.