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domingo, fevereiro 13, 2022

As tribulações da vida e o último inverno de Jesus em Jerusalém

 

Wilma Rejane


E em Jerusalém, havia a festa da Dedicação do templo, e era inverno. João 10:22

Era inverno e Jesus caminhou alguns minutos em direção ao templo de Jerusalém para participar da Festa da Dedicação. Aquele era um dia especial para a nação que por oito dias seguidos celebraria a dedicação de um importante templo. As paredes (externas e internas) e toda a estrutura havia sido restaurada no período de Zorobabel. A festa  era tradição desde 163 a.C. Um rei pagão sírio, chamado Antíoco Epífanes, havia profanado o lugar, causando grande revolta e tristeza aos judeus. E naquele inverno, havia júbilo no ambiente e na nação que solidária se unia celebrando a restauração não apenas de um lugar, mas de uma cultura e de um povo. Jesus estava lá, passeando nos cômodos, observando os detalhes e as pessoas. Era seu último inverno, depois viria a Páscoa e primavera e sua crucificação. Jesus, era o Novo e Eterno Templo que seria derrubado e edificado ao terceiro dia (João 2:29) Sua ressurreição era o inicio de um tempo e lugar mais espetacular do que aquele festejado no inverno, no último inverno de sua vida.

"Jesus passeava no templo, no pórtico de Salomão João 10:23

E quando perceberam a presença de Jesus, se aproximaram dele de uma forma hostil, interrogando-o sobre Sua identidade como não crendo que Ele era de fato o Messias. Meditei sobre essa passagem e relacionei-a ao comportamento de muitos homens (não descartando a possibilidade de me incluir no exemplo); Jesus era maior que aquele templo de pedras, tão festejado. Contudo, os homens ali presentes o ignoravam e menosprezavam. Viravam as costas para Jesus e voltavam o olhar e a atenção para o monumento. Isso parece tão vazio e sem sentido, quanto invernos sem chuvas ou ventos. Tão terrível, quanto frio sem cobertor e sem teto. Jesus caminhou no inverno, para aquecer os corações gélidos e cansados, mas esses corações não o quiseram, preferiram o acolhimento das pedras que formavam aquele abrigo passageiro.

Será que não estamos fazendo das pedras deuses e desprezando o Deus que carrega nossas pedras? Estamos confiando que a cada inverno Jesus virá em nosso socorro?  Ele mesmo disse que em todo e qualquer dia, quer seja de sol, chuva, tempestade ou brisa Ele não nos abandonaria ."De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te desampararei.” Hebreus 13:5.

Há uma palavra grega, que traduz muito bem o significado de confiar: “Confia ao Senhor as tuas obras e teus pensamentos serão estabelecidos” Pv 16:3. Confiar aqui é o mesmo que “galal” (Strong 01556) com o sentido de rolar, entregar, afastar, remover. A imagem é a de um camelo sobrecarregado.  Quando a carga está para ser removida, o camelo ajoelha-se, inclina-se para o lado e a carga desliza. Podemos nos ajoelhar em oração e fazer a carga deslizar em direção a Ele. Essa ação estabelecerá nossos pensamentos, modificará as ações, nos fará desviar o olhar das muitas pedras (problemas, tribulações, tentações) "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei". Mateus 11:28. 

Tantas vezes amontoamos pedras (problemas, tribulações, tentações...), olhamos para essas pedras como se fossem um lugar contínuo e esquecemos que Deus é muito maior que elas. Perguntamos os porquês e ignoramos Jesus que está tão perto, tão receptivo a nossa fé. Mas a fé morre, sufocada pelas pedras que não produzem frutos, tal qual a parábola do semeador: " A semente caiu no pedregal e veio o sol e a secou, porque não tinha raiz" Mt 13:6. É certo que as pedras virão, a cada inverno, a cada verão, elas têm o objetivo de nos fazer tropeçar ou em uma perspectiva maior e revestida de fé, terão o objetivo de nos aproximar de Cristo.

Jesus estava em Jerusalém, naquele templo lotado de pessoas! Ele foi para lá como em segredo, sem alarde, passeou entre as pessoas como um ilustre desconhecido. Sabe o que aprendo com isso, amigos leitores? Jesus está conosco mesmo quando não percebemos Sua presença. Está no cotidiano, quando estamos a sós ou na multidão. Ele é o Abrigo seguro. Será preciso desviarmos o olhar das pedras que estão em grande monumento em nossas vidas (sonhos, realizações, orgulho, vaidade, prestígio, problemas, pedras...) e voltarmos o olhar para Jesus. Essa é a mensagem que aprendi com o último inverno de Jesus em Jerusalém.

Paz para você, em Cristo.

quinta-feira, julho 07, 2016

O valor das pedras queimadas

Não devemos desistir de buscar a Deus por causa da rudeza do mundo, da maldade das pessoas


Wilma Rejane

Neemias foi contemporâneo de Esdras. Ambos viveram em uma fase difícil da história de Israel, quando o povo havia sido levado cativo para Babilônia e os que ficaram na cidade de Jerusalém, conviviam com um cenário desastroso. A cidade estava destruída. Casas e muros derrubados,  construções em pedras despedaçadas pelo contato com o fogo e fúria dos inimigos.

Os sobreviventes, lá na província que escaparam do cativeiro estão em grande dificuldade e vergonha, o muro de Jerusalém é dividido, e as suas portas foram destruídas pelo fogo.” Ne 1:3

Copeiro do rei Artaxexes, considerado funcionário de confiança da corte, Neemias servia na capital de Susã, a 150 milhas do Rio Tigre, que atualmente é o Irã. Ele adquiriu permissão e favores do rei para voltar a Jerusalém e reconstruir a cidade e suas fortificações. O ano é aproximadamente 432 a. C. O que aprendemos com Neemias? Essa é mais uma narrativa Bíblica fortalecedora, restauradora!  Neemias era um homem de fé e temor a Deus, morando em um luxuoso palácio, nada lhe faltava, mas  seu coração desfalecia pelos compatriotas  judeus. Ele deixa o palácio e segue em missão para Jerusalém. Um homem que revela a grandeza da intercessão, da oração humilde, sincera e cheia de amor ao próximo. Além disso, a capacidade de discernimento de Neemias é algo que devemos buscar a fim de não cedermos às ciladas do inimigo.

À noite me levantei, e uns poucos homens, comigo; não declarei a ninguém o que o meu Deus me pusera no coração para eu fazer em Jerusalém .

Então, lhes disse: Estais vendo a miséria em que estamos, Jerusalém assolada, e as suas portas, queimadas; vinde, pois, reedifiquemos os muros de Jerusalém e deixemos de ser vergonha.” Neemias 2:12 e 17.

Reedificar a cidade de Jerusalém representava também  recobrar os ânimos dos moradores, a alegria de espírito, a comunhão espiritual com Deus. Jerusalém estava nua, desprotegida. Sem fronteiras, os inimigos adentravam livremente na cidade, saqueando o que restava, inclusive as vidas. Disse Jesus: “Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua nudez.” Ap 16:15.  Essa situação é tão idêntica ao homem caído, entregue ao pecado. Sua alma fica refém do diabo que tem acesso livre às portas de seu coração.  Neemias vem nos dizer que as fortalezas de pedra, destruídas e queimadas a fogo pelos inimigos, podem ser erguidas novamente, aleluia!


E sucedeu que, ouvindo Sambalate que edificávamos o muro, ardeu em ira, e se indignou muito; e escarneceu dos judeus .E falou na presença de seus irmãos, e do exército de Samaria, e disse: Que fazem estes fracos judeus? Permitir-lhes-á isto? Sacrificarão? Acabá-lo-ão num só dia? Vivificarão dos montões do pó as pedras que foram queimadas? Neemias 4:1-2

Sambalate é a imagem de Satanás, aquele que nos acusa e despreza na tentativa de nos  fazer desistir . Seu desejo é como uma boca grande e sempre aberta para devorar dizendo  palavras de derrota: “ pobres e fracos judeus, tudo que têm são montões de pedras queimadas que só servem para o lixo, até uma raposa derrubaria esses muros que pensam em reconstruir”. Querido leitor, essa é a missão do mal. Tal qual fez com Neemias faz conosco. Diz que não somos capazes, que somos pecadores, “pedras queimadas”.  Seu prazer é ver muros derrubados, territórios saqueados, nus a frio e fome. Quando estivermos ouvindo essas vozes que surgem muitas vezes em forma de pensamento,  ou  através de “Sambalates”, saibamos de onde vem. Procuremos, assim como fez Neemias, orar , confiar  e não desistir de agir conforme a Palavra.

A  figura das pedras queimadas merece destaque.  Para Sambalate elas  eram   inúteis montões. Para Neemias, tinham valor tal qual as pedras originais. Essas pedras queimadas, podem ser eu e você, leitor. Feridos, decepcionados, vivendo adversidades. Pode ser quem um dia já se sentiu forte e feliz o bastante para ser  muro sem brechas. Pode ser o que se levanta, se ergue, após seguidas derrotas. Pedras queimadas fala de vidas “passadas pelo fogo” e que aos olhos de muitos pode não ter valor, mas para Deus assim como para Neemias, elas podem  reconstruir com a mesma força e utilidade de pedras virgens. Pedras queimadas em Jerusalém, fala de vida espiritual. Pessoas que já viveram com vigor a vida cristã e hoje não mais. Acredito que muitas são as pedras queimadas espalhadas pela igreja, necessitando serem ajuntadas e valorizadas para construírem (ou reconstruírem) fortalezas.

Neemias 4:7 E sucedeu que, ouvindo Sambalate e Tobias, e os árabes, os amonitas, e os asdoditas, que tanto ia crescendo a reparação dos muros de Jerusalém, que já as roturas se começavam a tapar, iraram-se sobremodo.



Essa é uma fotografia de um muro reedificado com pedras queimadas, é perceptível a diferença de cor comparando-as com as pedras originais, elas são mais escuras. Esse muro fica em Banias  150 Km ao norte de Jerusalém. São séculos de construção e as pedras queimadas continuam firmes na sustentação da obra.  Neemias não descartou as pedras queimadas e viu que poderiam ser tão úteis quanto as demais, e ele estava certo. Sambalate estava furioso porque os muros se reerguiam, as brechas se fechavam,   Deus era com os construtores e a obra não parava.  Neemias 4: 14 “ Não os temais! Lembrai-vos do Senhor, grande e temível, e pelejai por vossos irmãos, vossos filhos, vossas filhas, vossas mulheres e vossas casas.”

Reconstruir os muros significava também reconstruir a vida familiar de muitos dos envolvidos na obra. Que grande, magnífica lição, nos traz o livro de Neemias! Para cada vida restaurada espiritualmente, para cada pedra queimada assentada, muitas outras vidas beneficiadas! Não devemos  desistir de buscar a Deus por causa da rudeza do mundo, da maldade das pessoas. Pelo contrário. Se desanimarmos na batalha, seremos a pedra inútil que “Sambalate” se alegrará em chutar e despedaçar até virar pó e se esvair como poeira. Nossa força não está em nós mesmos, mas no Senhor, grande e temível, o mesmo que foi com Neemias para vencer. 

“Acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco do mês de elul, em cinquenta e dois dias.” Neemias 6:15

"Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto não vos entristeçais; porque a alegria do Senhor é a vossa força.Neemias 8:10

A destruição se dá de forma tão rápida que às vezes é difícil de acreditar como em  pouco tempo  as coisas tomaram proporção  tão grande! O fogo que consome uma floresta, carros que se chocam na estrada, guerras armadas, tudo destrói em segundos e às vezes leva anos para ser reconstruído. Criticar como Sambalate é mais fácil que agir como Esdras, por essa causa, o mundo conspira contra os filhos de Deus. Os muros da cidade de Jerusalém foram reconstruídos, sob a liderança de Neemias, em 52 dias. Foram destruídos em no máximo uma semana. Se nós estamos hoje tal qual as pedras queimadas de Jerusalém, saibamos que somos preciosos para Deus. A força para se reerguer está no Senhor que se alegrará em nos colocar como alicerce em nossa casa, trabalho, enfim aonde formos. Sambalate armou muitas armadilhas para que Neemias fosse morto e parasse a obra, mas não teve sucesso porque nem por um minuto Neemias duvidou de que Deus era com ele para o bem: “ A boa mão do meu Deus era comigo” Ne 2:8.

Essa é a lição trazida pelas pedras queimadas erguidas nos muros da cidade de Jerusalém. Oro para que assim como tenha falado a mim, fale a tantos quantos o Senhor Deus enviar.

Deus o abençoe.

Bíblia de Estudo Plenitude, Revista e corrigida, SBB, tradução João Ferreira de Almeida 1995. Livro de Neemias.

quinta-feira, julho 02, 2015

O neopentecostalismo e a tentação de Jesus

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 Autor: João Cruzué 

Quando  leio o capítulo 5 do livro Profeta Isaías, eu posso  imaginar porquê Jesus passou pela tentação, (Mateus 4) sem dar "mole" para o Diabo.  Eu hoje resolvi esquecer um pouco os relatórios de meu trabalho, para meditar, contextualizando este assunto com o que se passou com os ministros de Supremo Tribunal Federal, diante do famigerado mensalão.  Como é que se dá a perda de referências que  leva as pessoas à perda dos valores? Aí está um algo denso que não sei se vou conseguir desenvolver sozinho.

Isaías foi escolhido e enviado por Deus para ser uma voz profética que  martelasse nos ouvidos de judeus e cristãos há mais  2.700 anos. Ele mesmo deixou isto bem claro (Is.50:4) sua formação acadêmica: "O Senhor DEUS me deu uma língua erudita, para que eu saiba dizer a seu tempo uma boa palavra ao que está cansado. Ele desperta-me todas as manhãs, desperta-me o ouvido para que ouça, como aqueles que aprendem." E neste ponto, eu creio, que ele não estava falando de cansaço físico, mas do cansaço em fazer o bem, do cansaço de ser honesto, do cansaço de andar com sinceridade  diante de Deus.

Eis o texto da Introdução:

Isaías 5:

1 AGORA cantarei ao meu amado o cântico do meu querido a respeito da sua vinha. O meu amado tem uma vinha num outeiro fértil. 

2 E cercou-a, e limpando-a das pedras, plantou-a de excelentes vides; e edificou no meio dela uma torre, e também construiu nela um lagar; e esperava que desse uvas boas, porém deu uvas bravas. 

3 Agora, pois, ó moradores de Jerusalém, e homens de Judá, julgai, vos peço, entre mim e a minha vinha. 

4 Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? Por que, esperando eu que desse uvas boas, veio a dar uvas bravas? 

5 Agora, pois, vos farei saber o que eu hei de fazer à minha vinha: tirarei a sua sebe, para que sirva de pasto; derrubarei a sua parede, para que seja pisada; 

6 E a tornarei em deserto; não será podada nem cavada; porém crescerão nela sarças e espinheiros; e às nuvens darei ordem que não derramem chuva sobre ela. 

7 Porque a vinha do SENHOR dos Exércitos é a casa de Israel, e os homens de Judá são a planta das suas delícias; e esperou que exercesse juízo, e eis aqui opressão; justiça, e eis aqui clamor. 

8 Ai dos que ajuntam casa a casa, reúnem campo a campo, até que não haja mais lugar, e fiquem como únicos moradores no meio da terra! 

9 A meus ouvidos disse o SENHOR dos Exércitos: Em verdade que muitas casas ficarão desertas, e até as grandes e excelentes sem moradores. 

10 E dez jeiras de vinha não darão mais do que um bato; e um ômer de semente não dará mais do que um efa. 

11 Ai dos que se levantam pela manhã, e seguem a bebedice; e continuam até à noite, até que o vinho os esquente! 

12 E harpas e alaúdes, tamboris e gaitas, e vinho há nos seus banquetes; e não olham para a obra do SENHOR, nem consideram as obras das suas mãos. 

13 Portanto o meu povo será levado cativo, por falta de entendimento; e os seus nobres terão fome, e a sua multidão se secará de sede. 

14 Portanto o inferno grandemente se alargou, e se abriu a sua boca desmesuradamente; e para lá descerão o seu esplendor, e a sua multidão, e a sua pompa, e os que entre eles se alegram. 

15 Então o plebeu se abaterá, e o nobre se humilhará; e os olhos dos altivos se humilharão. 

16 Porém o SENHOR dos Exércitos será exaltado em juízo; e Deus, o Santo, será santificado em justiça. 

17 Então os cordeiros pastarão como de costume, e os estranhos comerão dos lugares devastados pelos gordos. 

18 Ai dos que puxam a iniquidade com cordas de vaidade, e o pecado com tirantes de carro! 

19 E dizem: Avie-se, e acabe a sua obra, para que a vejamos; e aproxime-se e venha o conselho do Santo de Israel, para que o conheçamos. 

20 Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo! 

21 Ai dos que são sábios a seus próprios olhos, e prudentes diante de si mesmos! 

22 Ai dos que são poderosos para beber vinho, e homens de poder para misturar bebida forte; 

23 Dos que justificam ao ímpio por suborno, e aos justos negam a justiça! 

24 Por isso, como a língua de fogo consome a palha, e o restolho se desfaz pela chama, assim será a sua raiz como podridão, e a sua flor se esvaecerá como pó; porquanto rejeitaram a lei do SENHOR dos Exércitos, e desprezaram a palavra do Santo de Israel. 

 Poderia parar por aqui, pois a  palavra escrita pelo Profeta, não era dele, foi ditada por JEOVÁ.  Ao ler e reler esta palavra, concluí que a perda de valores leva à perda de referências. Também entendi que a concentração da renda na mão de poucos, com tempo também leva estes "poucos" à ruína, pois não atentando para o grande referencial divino - que é a sua palavra escrita - A Bíblia Sagrada.

Ai dos que acham que os fins justificam os meios para conquistar e manter o poder. E estes "meios" nada mais são do que o fazer e o mandar fazer no escuro aquilo que condenam à luz do dia. Sim, a hipocrisia é a rejeição dos referencias e dos valores cristãos. Pelas palavras de Cristo, deixada nos textos do Evangelho, o pecado da incredulidade e a hipocrisia dos religiosos levariam estes a uma condenação maior que a dos habitantes de Sodoma, de Nínive e do povo nos dias de Noé.


O curioso para mim, é que aparentemente o Juízo de Deus está começando primeiro pelas autoridades brasileiras, enquanto as lideranças religiosas estão sendo aparentemente esquecidas; (I Pe. 4:17).

Os conceitos de moral, honestidade, sinceridade, impessoalidade, legalidade, santidade, respeito à coisa pública, foram arrancados e depois sepultados em cova profunda. Graças a Deus, até aqui a maioria dos Ministros do STF  vêm  balizando que pedra é pedra e pau é pau. Que mensalão é suborno de consciências, que sem referências perderam seus valores.

Neste ponto passo a pensar ao contrário do que acima escrevi: A falta ou esquecimento dos marcos referenciais leva à perda dos valores.

Voltando ao sagrado.  Por que Jesus Cristo não era "Neo pentecostal"? 

1. Porque jamais ele iria ensinar ou orar para  que as pedras se transformassem em pães para abençoar alguém - a não ser que fosse no tempo da vontade de Deus. O marco referencial aqui não é a necessidade do pedinte, mas o propósito de Deus na vida daquele. Nem toda vontade pessoal deve ser atendida só porque eu quero. A vontade de transformar pedras em pães, não era de JEOVÁ, nem de Jesus - era do diabo! Eu já ouvi isto e, infelizmente, tornei a ouvir esta falsa palavra no domingo passado: "Olha, se você não vem recebendo bênçãos na sua vida, é preciso dar uma olhada, porque deve ter alguma coisa errada na sua vida". Eu discordo. 

Discordo porque esta interpretação não pode ser absoluta. Abraão esperou 25 anos por um filho. José, uns 13 anos para sair do buraco. Moisés, uns 40 anos para sair em vitória com o povo de Israel do Egito. Davi deve ter esperado uns 15 anos para ser coroado Rei, depois da unção do profeta Samuel. Eu esperei 11 anos para sair do desemprego. Porque não houve transformação das pedras em pães na vida desses? Porque Deus não trabalha na PRESSA. Para tudo há um tempo,  um dia, um momento determinado. E a decisão está com o nosso Paizinho, que mora na luz inacessível. E eu sei que a bênção virá. E no dia que ela vem, a alegria é para todos os dias.

2. Se Jesus fosse de família "neopentecostal", o último lugar que seu Pai deixaria que ele nascesse seria um curral de animais. Também não deixaria que o filho morasse numa casinha em Nazaré ou Cafarnaum, pois o lugar de morada de um "filho de Davi" seria em Jerusalém; no meio do poder, com direito a todo conforto.

3. Jesus não era "neopentecostal", pois andava a pé. Curiosamente, subiu em um jumentinho na sua última semana de vida. Sim! senhores, um jeguinho, filho de jumenta. Um pastor "neopentecostal" de nossa época certamente compraria uma biga romana, ou um puro sangue árabe, branquinho como a neve. Era o luxo da época. Mas, nosso Senhor andava a pé. Manso e humilde de coração. Humildade de coração era uma referência que Ele deixou, e que os falsos mestres do "neopentecostalismo" de hoje NÃO TÊM. Um jatinho, uma fazenda de bois, um haras de mangalargas, uma mansão em Miami de forma alguma são sinais de humildade de coração. Isso tem outro nome: Soberba da vida!

4. Jesus não cobrava dízimos, pois não era da Tribo de Levi. Ele mesmo disse que não veio abrogar a Lei, mas cumpri-la. Eu aprendi que o dízimo é dado pela fé, pois dessa forma agrada a Deus. Eu faço assim. Mas tenho visto a grande ênfase que os pastores da "prosperidade" dão a este assunto, com a desculpa de que isto vai enriquecer o contribuinte. Na verdade, o que eles querem  é atingir suas metas, para manter (e não perder) as franquias de negócios disfarçadas de Igrejas, sobre as quais presidem. O referencial absoluto em termos de finanças de Igreja deve ser espelhado de Cristo. O interessante é que a bolsa de seus dinheiros andava quase sempre vazia. E  Ele não se importava com isso, pois dependia do Pai e não do dinheiro para edificar a Igreja. Antes, os evangélicos contavam um "causo" de que um Papa certa vez disse: Hoje a nossa Igreja não precisa mas falar ao paralítico "Não tenho prata nem ouro." Da mesma forma, o milagre do "levanta e anda" está deixando os templos evangélicos.

Que ninguém se engane. Não há vantagem nenhuma em ser católico ou evangélico. O que interessa de fato é o "diploma" da faculdade da graça assinado no seu e no meu coração pelo Senhor Jesus. E este diploma só é conquistado por aquele  que aprendeu o significado da palavra dependência. Senhor, eu dependo de ti. Embora eu quisesse acumular hoje tudo o que eu vou precisar para uma vida inteira, sei que esta não é a TUA vontade. Depender da vontade de Deus. São apenas cinco palavrinhas, fáceis de falar, mas difíceis de aceitar. E quando isto acontecer a cor da religião não mais importará. No céu não haverá nem católico nem evangélico, senão os santos  que foram comprados pelo sangue de Jesus e permaneceram fiéis e dependentes Dele.

Por estas razões, eu digo: que Jesus teria vergonha de muitas Igrejas e muitos Pastores que perderam seu referencial. E no processo de perda de referencial, também foram racionalizando a utilidade dos valores cristãos. Eu aceitei Jesus em meados dos anos 70s. Para mim, hoje, é vergonhoso ver que o "faturamento" e a satisfação das necessidades se tornaram algo mais desejado nas Igrejas do que o Espírito Santo. Vergonhoso porque não é uma coisa sutil, ao contrário, é escancarada! 


E toda esta "Teoria da Prosperidade" advinda com o "neopentecostalismo", embora combatida em verso e prosa nas revistas de Escola Dominical, é muito bem aceita nos púlpitos porque à medida que o mundo foi penetrando na Igreja (perda de valores) os referenciais de santidade  foram  desaparecendo. 

Restou aquela velha hipocrisia, combatida por Isaías há 2.700 anos e  repreendida por Jesus Cristo há mais de 2.000 anos. E eu não tenho medo de dizer: Se o juízo começa primeira pela Casa de Deus, certamente dias difíceis e de muita vergonha estão prestes a vir, pois Deus está endireitando certas coisas no Brasil através da toga de sua Excelência e não pelo púlpito de um Reverendo.



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quinta-feira, junho 05, 2014

O tédio de Salomão

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João Cruzué


É um paradoxo é empenhar uma vida inteira em projetos grandiosos e depois de muitos anos de sacrifício, o conquistador para, olha e, de repente, uma onda de tristeza invade sua alma. Em poucos segundos, aquilo que tinha tanta importância e motivo de tanto orgulho muda rapidamente diante dos olhos e pessoa descobre que tudo aquilo não lhe traz mais nenhum contentamento. Estranho este nosso jeito de querer e se entediar. Exatamente assim foi o que experimentou o Rei Salomão no livro de Eclesiastes.

"Fiz para mim obras magníficas; edifiquei casas, plantei vinhas. Fiz para mim hortas e jardins e plantei árvores de toda espécie de fruto. Fiz para mim tanques de águas, para regar com eles o bosque em que reverdeciam as árvores. Adquiri servos e servas e tiver servos nascidos em casa. Também tive grandes manadas de gado e ovelhas, mais do que todos os que houve antes de mim em Jerusalém.

"Amontoei também para mim prata e ouro e joias de reis e das províncias. Provi-me de cantores e de cantoras, e das delícias dos filhos dos homens, e de instrumentos de música de toda sorte. E engrandeci-me e aumentei mais do que todos os que houve antes de mim em Jerusalém. Perseverou também comigo minha sabedoria."

"E tudo quando desejaram os meus olhos não lhos neguei, nem privei o meu coração de alegria alguma, mas o meu coração se alegrou por todo o meu trabalho, e esta foi a minha porção de todo o meu trabalho. E olhei para todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também para o trabalho que eu, trabalhando tinha feito e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito."

E por que será que depois de tudo veio a frustração? Bom, se você leu os textos compilados já deve ter percebido quantas vezes foi citado a frase: PARA MIM! Ele deve ter se frustrado porque quando seu egoísmo passou e a "ficha" caiu, percebeu que tudo que tinha feito apenas para se próprio foi como o fumo da luz de uma vela que se apaga.

Assim também tenho certeza que em meus dias a decepção com as conquistas de uma vida inteira é simplesmente real. E não pode ser diferente, quando se corre apenas atrás de coisas "só para mim". A visão que Salomão teve há quase 3.000 anos ainda se repete com muita frequência porque os castelos construídos com areia do egoísmo logo desmoronam e se apresentam como nada ante os olhos de seus donos.

Em um país onde a desigualdade social chega a ser pior que o Haiti, é um pecado ver tantos "conquistadores" que desperdiçam uma vida inteira correndo atrás de coisas "só para mim" e não conseguem ver que ali bem perto deles existem seres humanos procurando migalhas de pão caídas de mesas fartas e contas bancárias recheadas.

Imagino depois de velhos não tenham mesmo contentamento!



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domingo, agosto 05, 2012

Flores dos jardins de Israel

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Por Viviane Zigelman

A nosso convite, Viviane escreveu um post sobre cultura de Israel, com fotografias das flores de Israel. Ela mora em Israel, é comerciante de cosméticos Made in Israel e edita o blog Israel Compras.


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כלנית - Calanit (hebraico) ou Anemone Coronária
 
Mais uma belíssima flor que temos aqui em Israel naturalmente, no inverno. Campos e mais campos avermelhados com o verde, formam lindas paisagem e nós aproveitamos para passear e curtir toda essa perfeição Divina. 

Linda flor que aparece no inverno pelos campos verdes de Israel, naturalmente. Há diversas cores e também conseguimos comprar em lojas de flores ou plantas no inverno, que é quando tem flores... Em outras estações, ficam somente as folhas.


Rakefet (em hebraico) ou Cyclamen



A flor שקד (shaked),  Prunus dulcis

A flor שקד (shaked), é a Prunus dulcis, é a flor da amendoeira. Para ver Israel todo florido com essa beleza Divina, é preciso estar aqui no fim de janeiro, inverno, quando as amendoeiras começam a florir e enfeitar a paisagem como numa pintura. Quem vem pra Israel nessa época, fiquem atentos com suas câmeras ligadas, vale a parada e a foto! 


  1. Azaleia
 No inverno e na primavera, Israel é rico de flores... muitas e de muitos tipos... são muitos israelenses passeando pelos campos floridos nessa época, nos finais de semana, porém, no verão somente as flores mais resistentes ao calor dão o ar da graça, como por exemplo, Hibiscus,  Bougainvillea, Espirradeira, etc... Devido a essa falta de cores em nossas paisagens, em cada cidade, vila ou o que quer que seja, é comum vermos azaleias aos montes, em rotatórias, margaridinhas, entre muitas outras espécies de flores... as prefeituras dos municípios se encarregam de florescer Israel manualmente para que não ficamos com a paisagem da seca.


Add captionה - Shkedyah ou Amendoeira
Imaginem campos e mais campos de plantações de Shkedim (amêndoas), no inverno todas floridas... Um paraíso na Terra! Aqui se come muita amêndoa, e para bebês tem até um tipo de creme de amêndoas de passar em biscoitos ou no pão... Tem o leite de amêndoas para crianças alérgicas à lactose, muito saudável. Quando tem jogo, é comum ver os israelenses comendo amêndoas cruas ou torradas, com sal ou natural... também gostam de comer girassol, o que pra mim é difícil, já que lembro meu papagaio comendo isto

Há muitas lojas especializadas na vendas dessas sementes entre outras, castanha do pará, macadâmia, nozes, castanha de caju, etc., e frutas cristalizadas, como por exemplo, papaya, abacaxi, coco, kiwi, morango, tamarindo, banana, maçã, etc.