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quinta-feira, agosto 01, 2019

Para que serve a santidade

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João Cruzué

Em tempos em que o cristão vem perdendo as referências e as palavras sagradas estão sendo relativizadas pelo testemunho de algumas lideranças cristãs, é muito importante saber o valor da santidade. Além do propósito principal - a garantia de ver o Senhor, a santificação tem tesouros ocultos que ainda não foram revelados ao coração de muita gente. 

Podemos começar por este versículo: "Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do pai não está nele". Quando João escreveu assim em sua carta, estava falando (e ainda está) de algo que vale mais que tudo: a presença de Deus. Quando o cristão decide no seu íntimo seguir um princípio de vida baseado em atitudes que agradam ao Senhor Jesus, ele passa a andar com Deus. E esse andar no dia a dia com o Senhor, traz uma comunhão sempre crescente com Ele. Esta comunhão se traduz pela presença do Senhor na vida deste cristão.

A presença do Senhor na vida do cristão é um tesouro de valor incalculável. Quando uma parenta nossa estava com séria enfermidade no útero, internada no Hospital São Paulo, não tinha recursos financeiros. Na mesma ocasião, Linda Eastman McCartney e Leandro (da dupla Leandro e Leonardo) também estavam se tratando de câncer nos melhores hospitais. Estes dois, infelizmente, morreram. Eles eram muito ricos. A esposa de Paul McCartney era filha do fundador da Kodak. Dinheiro não era problema, mas eles morreram de câncer. Minha prima não tinha nada, mas está viva - por quê? A misericórdia do Senhor estava com ela nos dias mais difíceis da vida, pois precisou de 42 bolsas de sangue, ficou 69 dias no hospital, saiu de lá com menos de 40 kg, mas já se vão mais de dez anos e ela está viva.

Andar em santidade significa praticar atos que agradam a Deus. E também buscar com interesse o conhecimento da Sua vontade para deixar de praticar aqueles que O desagradam. Fazer o bem e evitar o mal, com um coração alegre e sincero. Ao fazer assim, o cristão está plenamente de acordo com a condição escrita no Salmo 91: "Pois que tão encarecidamente me amou, também Eu o livrarei; pô-lo-ei em retiro alto, porque conheceu o Meu nome. "

Em nossos dias, quando nos deparamos com atitudes surpreendentemente profanas de grandes médios e pequenos líderes cristãos, nós paramos e pensamos: Meu Deus era tudo de mentirinha, de faz de contas... eles são muito hipócritas. Assim temos vistos nossos paradigmas nos decepcionando um após o outro. Vamos, então, por isso, também relativizar e menosprezar as coisas santas? O andar com Deus? o desejo íntimo e profundo de agradar ao Senhor? De certo que não!

A consciência sincera, o andar com Deus, o agradar ao Senhor, tem, sim, um valor incalculável, inestimável e surpreendente. E sabe quando ela se torna útil? A resposta é bem simples: no dia da adversidade. Quando estiver diante do imprevisível, do assombroso, do assustador, do câncer, das dívidas, da doença incurável de um filho pequeno ou adolescente, daquilo que ninguém pode consertar, ajudar ou fazer.

Se você andar em santidade para Deus, se você seguir o princípio de agradar ao Senhor, como assim era do caráter de Jó, como assim disse o Apóstolo João no início deste texto, você vai olhar para cima e fazer uma pequena oração, uma oração até bem curta e o Senhor vai inclinar seus ouvidos vai ouvir suas necessidades. Se Ele quiser, vai atender sua oração e livrá-lo de todo o mal. Mas se você seguir o caminho do mundo, pisar na palavra de Deus e copiar o desvio de muitos bispos, pastores e pregadores, quando você clamar o Senhor não vai ouvi-lo. E nem todo o dinheiro do mundo vai lhe servir recurso.

Há coisas que estão além do alcance das riquezas deste mundo. Se você é cristão e teme ao Senhor, não deixe que os desejos mundanos comandem o seu coração. Não ande na prostituição. Não procure ficar rico jogando na mega-sena. Não deixe que seu coração fique vazio sem ocupação na obra do Senhor. Essas coisas vão impedir sua oração, no dia que mais precisar. A santidade é  uma condição, uma segurança em que você pode orar com a certeza de que vai ser ouvido.

É para isto que serve andar separado do mundo, em santificação perante o Senhor. Um tesouro único, ajuntado dia a dia, cujo valor só vai ser descoberto no dia da adversidade.







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sexta-feira, março 08, 2019

Mãos de Marta e Coração de Maria

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Maria, Marta e Jesus.
João Cruzué

No dia que escrevei este post, 
desci à sala para orar, e um pensamento veio, para pedir ao Senhor que falasse comigo. Ao abrir a Bíblia, antes da oração, que Deus falou. E como gosto de fazer, vim até aqui para compartilhar. sobe o elo que existe entre os fatos passados na casa de Marta e Maria e a parábola do "bom samaritano".

-Senhor fala comigo pela sua Palavra, eu pedi. Há dias em que temos mais necessidades de orar que outros, e esta semana em especial, tem sido bem difícil, pois são vários os motivos para bater, buscar e pedir recurso onde se pode achar.

Meu antigo companheiro, auxiliar dos meus tempos de "pastor" estava fazendo quimioterapia. A esposa de outro amigo de muitos anos, também colega de ministério, jazia em um leito de UTI, havia três meses. Seu cérebro foi muitíssimo danificado com três paradas cardíacas. Isso ainda não foi tudo. Um antigo Pastor, dos meus tempos de jovem, estava há mais de 12 anos em uma cadeira de rodas, deprimido. Não mais lê, deixou a fisioterapia, disse-me que apenas fecha os olhos e ora constantemente. Depois de ter sofrido um derrame, teima que só voltará à Igreja depois de curado e de uma forma maravilhosa, mas já se passaram mais de 12 anos.... Como você pode perceber,  minha alma não estava tranquila diante dessas coisas tristes.

Ao abrir a Bíblia no final do capítulo 10 de Lucas veio o texto de Marta e Maria, continuando na parábola do bom samaritano. São palavras muito conhecidas, mas que naquele dia se fizeram novas para mim.

A preocupação de Marta era o serviço. Andava para lá, andava para cá. Imagino, arranjando lenha, assoprando brasas do fogo, limpando as panelas, assando um pão, talvez depenando alguma ave ou mesmo temperando um pequeno cordeiro. O tempo passava depressa a  noite estava se aproximando , e nada da ajuda de Maria.

Maria se esquecera completamente do serviço. Assentada aos pés de Jesus, (não havia nem cadeiras nem mesas altas naquele tempo e naquela cultura) ouvia com o coração ardendo o falar do Mestre. O tempo passava e ela não se cansava, como de vez em quando ainda acontece em nossos dias, quando a presença do Senhor se faz muito forte em algum culto.

Marta estava preocupada em servir, e Maria esquecera-se de tudo para  ouvir;  ouvia e queria mais ouvir as palavras do Senhor. Marta receosa de não dar conta do trabalho sugeriu ao Mestre: Senhor, não te importas que minha irmã me deixe servir sozinha? Dize-lhe, pois, que me ajude.

A comunicação é uma coisa boa; precisamos mesmo nos comunicar. Mas comunhão é algo muito mais profundo. Qualquer um pode comunicar-se, dizer bom dia, boa tarde, reportar o tempo; alguns podem orar acompanhados por uma hora, duas ou quem sabe até uma vigília inteira. Mas nem todos assuntos falados significam comunhão; isto é mais que sabido. Por exemplo: tenho duas filhas. Uma já se casou e a mais nova já tem namorado. Imagine que eu me assente à sala e passe a tarde inteira junto aos dois "segurando vela", como se diz em nossa cultura. Eles podem conversar assuntos os mais variados - mas nenhum deles vai ter a coragem necessária, por exemplo, para dizer "eu te amo".

Ano de 2019, século XXI - aqui estamos nós. Afadigados, preocupados, sem tempo... Como diligentes Martas, quem sabe até dando ordens ao Senhor. É um corre-corre, um sobe-e-desce, um ensaia-ensaia, um prega-prega, um canta-canta, um ensina-ensina   domingo, segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado e chega o outro domingo. Estamos servindo? Sim! Estamos trabalhando? Muito! Estamos nos afadigando? Sim! Mas, por que estamos vazios e colhendo tão pouco?

Não temos mais tempo para comunhão com o Senhor. 

Não mais somos como um noivo/a apaixonado/a. Ele quer nos ouvir e também falar conosco, mas não temos mais tempo para isso. Estamos nos enganando ao pensar que se trabalharmos dez vezes mais seremos 10 vezes mais eficientes na Igreja, planejando que órgão ou departamento que cuidamos vá decuplicar de tamanho. Aí começa vir a besteiras, pois não conseguimos mais orientações com Deus.

A conseqüência disso pode ser entendida na mesma página da minha Bíblia. "Descia um homem de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos de salteadores, que o despojaram, espancaram-no, deixando-o quase morto. E ocasionalmente, descia pelo mesmo caminho um sacerdote, que vendo-o, passou ao largo. Eis que de igual modo, também passava um levita, que também o viu e passou ao largo.

Quem são o sacerdote e o Levita? Decerto que representam os que conhecem e ensinam palavra de Deus. Apressados, estressados com a fadiga do serviço do altar, não conseguem mais ouvir a voz do Senhor por falta de comunhão. Eles são como as mãos de Marta.

"Mas um samaritano que ia de viagem aproximou-se do ferido e vendo-o moveu-se de íntima compaixão". Talvez por ter sofrido no passado um ataque semelhante. "E aproximando-se, atou-lhe as feridas aplicando-lhes azeite e vinho. E pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele. E partindo no outro dia, tirou dois dinheiros, deu-os ao hospedeiro e recomendou-lhe: Cuida dele, e tudo o que mais gastares, eu to pagarei quando voltar". Aqui o temos um resultado diferente, pois atuaram em conjunto as "mãos" de Marta e o "coração" de Maria.

Os três personagens viram a mesma cena, mas suas atitudes foram inesperadas. Os dois primeiros julgaram que sua religião ou seus afazeres eram mais importante e tinham prioridade sobre um estranho caído no chão. O primeiro era um ministro a serviço do altar e segundo seu discípulo. Seus olhos não mais se comunicavam com o coração. Em algum lugar de suas vida eles perderam a compaixão e tornaram-se insensíveis à voz do Espírito que fala. Do samaritano poderia se esperar tudo, menos compaixão. 

E foi assim que entendi antes de começar minha oração, que não importa quão engajados nós estejamos em grandiosos projetos aos olhos alheios ou dos nossos próprios, há uma grande multidão muda, surda e em grande miséria ao nosso redor. Se dermos prioridade as coisas que nos interessam e relegarmos ao secundário os momentos que precisamos passar a sós com Deus, necessários para ouvir a Sua voz e fazer a sua vontade, ficaremos irremediavelmente secos de compaixão.

Por isso, vamos colocar o título da mensagem na ordem correta: "Coração de Maria e mãos de Marta". Primeiro a comunhão e depois o serviço.







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sábado, maio 12, 2018

A insatisfação na vida cristã


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Cruzando o Mar da Galileia

João Cruzué

Quero deixar algumas linhas sobre dificuldades de orientação para cristãos já amadurecidos, conhecedores da Palavra, mas insatisfeitos, à procura da Igreja perfeita, diferente, do porto seguro para congregar. Este dilema é bastante comum em nossos dias.

A Igreja do Senhor é perfeita, todavia, constituída de membros imperfeitos que por opção pessoal podem ser lapidados ou não pela palavra. Não sei porquê, mas por duas vezes Ernest Hemingway passou pela minha mente: quando dei título ao post (O velho e o mar) e neste parágrafo, quando lembrei-me de parte daquele prefácio do Livro Por Quem os Sinos Dobram - "Nenhum homem é uma ilha". Uma tendência ao individualismo, ao isolamento pode produzir uma insatisfação com a própria Igreja. Neste ponto começamos ver no próximo defeitos que na verdade também estão em nós.

Jesus ordenou aos discípulos que cruzassem o "Mar" da Galileia, enquanto ficava para trás, com certeza para orar. Interessante: Se Jesus era Deus por que precisava orar? A resposta era o prazer da comunhão, de estar em contato com o Pai. Mas há um algo didático neste hábito: se o que era Perfeito buscava comunhão, para suas orientações diárias, então, cristãos maduros também necessitam do mesmo hábito para manter viva a mesma comunhão.

Os discípulos corriam perigo de morte e o Senhor os viu em plena luta e os socorreu: entrando no barco e repreendendo o vento e o mar. Há muitos cristãos à deriva açoitados pela força do vento e fúria do mar. O vento das novidades e o mar do secularismo. Ficamos insatisfeitos e esta insatisfação pode ser benéfica ou maligna.

Uma crise pode nos forçar um aumento da sede de comunhão com o Senhor. Neste sentido, é Deus quem nos coloca no barco e manda atravessar o mar. Embora não esteja no barco o tempo todo, ele nos observar atentamente. Isso produz experiência, crescimento e maior comunhão.

Outra crise de insatisfação pode nos açoitar - como a do filho pródigo. Esta não produz nem sede de oração, nem desejo de comunhão com Deus. São olhos que focam apenas defeitos naquilo que observam: excesso de ortodoxia, liturgias adormecedoras, pastores ignorantes, antagonistas em lugar de irmãos, o mundo parece mais interessante que a viver da fé. Aqui mora o perigo.

Não era a "casa" do filho pródigo que era defeituosa. Não havia nada errado com ela. O coração do moço, sim, estava envenenado pelo mundo. Sua insatisfação pessoal o levou ao desvario, ao desperdício e à derrota. As orações do pai - o trouxeram de volta, pois coube a ele o benefício da inexperiência.

A insatisfação de cristãos experientes pode ser mais complexa. Se por um lado é difícil encontrar uma Igreja que possa satisfazer a visão de cada um, por outro o conhecimento bíblico de lidar com a situação já faz parte da bagagem. Se Jesus, que era muito mais experiente e sábio que qualquer cristão maduro resolvia seus problemas de orientação e solidão através de mais comunhão, não há outro caminho senão buscá-la através de orações sinceras. 

Jesus era um profundo conhecedor dos corações e da hipocrisia humana não desperdiçava seu tempo anotando defeitos, nem murmurando das pessoas, nem jogando-lhes em face seus pecados. Por que um crente deveria adotar  este comportamento tão mesquinho de origem  maligna? O diabo sim, quando nos vê, só enxerga coisas ruins. Mas Jesus não ensinou assim: Ele  nos vê com olhos compassivos. Ainda que  só tivéssemos mil defeitos e apenas  uma virtude, é sobre ela  que Jesus foca para depois nos animar.

O mar está revolto por causa da fúria do vento? Quem sabe a solução não esteja em abandonar o barco, mas em trazer Jesus para dentro dele?  Isto mesmo! Convide o Senhor para estar no barco.


João Cruzué
para o Blog Olhar Cristão
cruzue@gmail.com
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segunda-feira, setembro 15, 2014

Jesus pode transformar seu casamento!

Viviane e sua linda família



Por Wilma Rejane
Testemunho recebido via e-mail
Escrito e vivido por:

Viviane Morais,  36 anos, casada com o Rodrigo e mãe da Isabela(14anos) e Sophia (3 anos). De Guaxupé - MG.

No momento Deus tem me usado para ajudar outras pessoas que passam por situações difíceis no casamento, estão em processo de separação.Tenho observado cada detalhe do agir de Deus e ficado maravilhada com a sua perfeição.E senti que isso irá me preparar e me dar mais sabedoria para escrever um livro.

Cheguei a ficar separada por cinco meses , mas o que Jesus me deu o inimigo não roubou de mim (assim como o filho da sunamita) , ele tentou mas está derrotado pelo sangue de Jesus . E hoje eu posso declarar que eu e minha família servimos ao Senhor , porque eu ganhei o meu esposo para Jesus , glórias a Deus ... nossas filhas são bênçãos que também estão na casa do Pai . Deus não só me proporcionou a benção da família restaurada , mas Ele tem usado a minha família para trabalhar na obra Dele . E eu quero servir a esse Deus de todo coração em quanto eu tiver fôlego! Esse Deus é de vitória, Ele trabalha em favor daqueles que Nele espera e descansa, que põe Nele a sua confiança .

Com um mês e meio da separação, eu orava muito. É que eu estava afastada dos caminhos do Senhor, já havia voltado umas três vezes mas nunca ficava firme, sempre falava que daquela vez era para valer e depois desanimava.Foi dessa forma que Deus primeiro me resgatou, fui pela dor... ah como queria ter ido por amor! Mas Deus sabe de todas as coisas. Agradeço à Ele por isso. Então eu orava muito, mas não tinha aprendido a descansar minha confiança em Deus. Eu agia por mim mesma e era ansiosa, tola!


Num sábado ele me falou para parar de ligar porque ele tinha conhecido alguém, eu perdi o chão.Na terça, orei mas não me aquietei , fui até o trabalho dele, pedi perdão por tudo e disse que se houvesse uma chance do tamanho de grão de areia eu me apegaria nela, mas se ele achasse que não, então eu iria embora.Ele aceitou e eu já havia levado as alianças, nós as colocamos e eu perguntei se podia dar meu testemunho na igreja e ele concordou. 

Voltei à tarde para o trabalho e falei para todo mundo que o Deus que eu servia era fiel,  tinha dado tudo certo e nós havíamos reconciliado.Naquela noite dei meu testemunho sobre a benção que tinha recebido. Ele voltou para casa e jurou que nunca mais ia embora.No outro dia fui trabalhar e ele estava de folga, mas o meu coração estava inquieto, com medo, eu não tinha certeza daquilo que estava acontecendo. À tarde quando cheguei a aliança estava em cima do aparador, uma caneta e um caderno e nada escrito.


Liguei para ele e nada, liguei para mãe dele e nada. Que desespero, mas aí dobrei o joelho e disse: Satanás, se pensa que irei desistir pode desistir você, quem me prometeu é fiel e agora vou lutar mais. Fiz a seguinte oração: "Deus o Senhor me guia e me guarda e lutarei o quanto for, mas o inimigo não vai rir de mim." Fui atrás dele na casa dos seus pais, pois ele estava morando lá, uma distância de mais  ou menos uns 50 km, fiquei até as 4 da manhã esperando e nada, a mãe dele não sabia o que fazer também.

Voltei para a casa, arrasada. Algo me dizia, desista, mas Deus falava mais alto, não desista, eu sentia que a minha fé e confiança em Deus estava sendo testada. Então tive que seguir o exemplo da sunamita, todo mundo me perguntava como estava e eu dizia está tudo bem, vai tudo bem. Eu não havia tirado a aliança.Mas não sabia sequer onde ele estava.

Encontrei forças somente em Deus que me sustentava e me livrava diariamente das ciladas do inimigo.Quando eu orava para o meu esposo voltar , eu falava para Deus que queria sim o meu casamento restaurado, mas que eu queria que toda a minha casa servisse ao Senhor ! Que eu o queria junto comigo na igreja adorando a Deus ! E toda vez eu colocava a mão na cadeira vazia ao lado da minha, e profetizava (assim como Ezequiel no vale de ossos secos) : “ essa cadeira tem um ocupante , esse lugar é reservado para o meu esposo , esse lugar não será mais vazio , no nome de Jesus o meu esposo irá ocupá-la” (nem sei por quantas vezes fiz isso) Só que eu sempre ficava sonhando , imaginando o dia que ele voltaria .. como seria?

Pensava em flores aqui na empresa onde trabalho , nele na porta de casa com carro de som, num dia que eu viesse no ônibus da empresa , ele correndo com a moto atrás pro ônibus parar... Ele me esperando na portaria e se ajoelhando ao meus pés pedindo perdão . Percebi que se ele voltasse e fizesse alguma dessas coisas , não seria para a glória de Deus e sim para a minha ! Porque todo mundo ia falar : "olha lá , errou e agora tá pedindo perdão .. ela merece isso mesmo porque sofreu muito coitada ! Isso é pouco pelo que ela passou ..."

Então dobrei meus joelhos  ao Senhor: “Pai , o Senhor conhece o desejo do meu coração , o Senhor vê meu sofrimento , me contempla do Seu trono . Jesus , intercede ao Pai por mim .. que se Ele trouxer o meu esposo aqui em casa, a primeira coisa que farei será TE apresentar a ele . Antes dele ser meu , ele é Teu Senhor , e se eu merecer o Senhor , por misericórdia eu te peço que ele se arrependa e reconheça que aqui é o seu lugar , que ele veja que ainda me ama e que eu o amo com todo o meu coração . Traga ele Pai , toque nele , abra os olhos dele Jesus ... e aqui em casa eu terei o prazer de TE apresentar a ele , quero que ele TE conheça como eu conheço ”

Passado um tempo foi exatamente assim , numa segunda-feira com muita chuva ele apareceu lá em casa , e de moto ! Quando entrou já estava com o olhar calmo e eu pensei ! É hoje né Senhor ? Glórias a Ti Pai . (ainda me emociono muito ao lembrar) Então ele disse para minha filha que estava com medo , porque ia transportar um detento para outro presídio (ele é agente penitenciário) , ele disse que estava com medo de morrer e chorava muito. Porque fazia uma semana que um detento havia matado com um tiro  um agente que trabalhava com ele na mesma unidade .

Então peguei a Bíblia e falei para ele que a única coisa que eu podia fazer naquele momento era orar por ele e que Deus o guardaria e o conservaria na Sua presença . Na oração pedi para Deus cuidar dele porque ele era uma alma preciosa e fui orando e entregando ele para Deus . Ele concordou e ali na sala de casa , foi uma oração somente em família .. nós quatro ! Seres da terra !! Porque eu sei que Jesus estava lá , haviam muitos anjos também ! Glória a Deus !!! Mas sem nenhuma testemunha , nada de “trombetas”.


E me despedi e fui para o quarto arrumar a cama da minha filha menor então ele me seguiu e pediu um abraço . O abracei , e disse : você pertence a Deus .. o que você pedir a Ele , lhe será concedido .. Eu creio . Naquela hora , chorando e abraçado comigo ele disse : “Eu só tenho um pedido para Deus ! E depois de um tempo calado disse : Eu só quero a minha família de volta ”

Deus me proporcionou a maior alegria , felicidade em dobro conforme Ele havia prometido , veja porque

Quando faziam três meses que eu via a minha família desestruturada , eu olhava para todos os lados e não via solução para aquele tsunami que passava levando todos os meus projetos e sonhos . Porque tudo que era possível a mim , eu já havia feito ! Só que estava impossível , mas quando se torna impossível aí é com Deus ! Ele entra em ação e vai transformando , mudando , acalmando , restituindo .

Um dia,  no meu desespero cheguei a procurar no Google uma palavra de conforto e paz para aquela hora , agora parece até engraçado , mas na hora do sofrimento o que a gente quer é algo que nos traga paz .



Mais de 3.710.000, como escolher uma ? Mas Deus sabia o que eu precisava e estava contemplando do céu tudo aquilo e usou uma pessoa para me mandar naquele exato momento a palavra que eu buscava e o que Ele faria por mim .




Olha o assunto da mensagem !!! Como Deus é perfeito , só Ele sabia o que eu passava , só Ele viu o que eu procurava e para eu ter certeza de que era Ele que falava comigo “tocou” na mente dessa pessoa para que o assunto desse e-mail fosse claro e direto . Hoje quando releio ainda fico paralisada diante da perfeição da glória de Deus .

Essa mensagem entrou no meu coração como uma flecha e ficou “cravada” ali .
Era Deus me falando : “ Filha , estou aqui ! Vejo suas lágrimas , vejo sua fé .. escuto seu clamor e estou entrando com providência na sua vida e nada mais vai ser como foi , seu sofrimento chegou ao fim ! Tudo será mudado e para voce ver que Eu sou Deus , será em dobro ”

Restauração

Aquilo tudo passou , em Setembro ele voltou para casa , como citei acima e hoje minha família está restituída ! Está na paz , alegre e firme na rocha que é Jesus .
Todo sofrimento e dor foi embora e tenho contemplado grandes obras que Deus tem feito no meu lar e como Ele me prometeu ”em dobro” . Para glória do Senhor Jesus Cristo !!!

Sou muito grata a Deus , esta mensagem é mais uma forma que eu tenho de agradecer : “ Muito obrigada Senhor Jesus , o Senhor é a minha força e a minha salvação , o Senhor é a minha alegria , tudo para mim. Deus da minha vida e da minha família . Eu e a minha casa servimos ao Senhor ”

Que Deus faça nas suas vidas , seja em qual área for ... uma obra tão maravilhosa e perfeita , que somente Ele é capaz de fazer . Coloque tudo nas mãos Dele e confie . Não desista !

Disse-lhe Jesus : Não te hei dito que , se creres , verás a glória de Deus ? João 11:40

O reconhecimento do meu marido está sendo diário (e sem trombetas também, rsrs)Nos pequenos detalhes, nos olhares, no cuidado,no carinho, no amor... pode imaginar a minha alegria quando o vi de diácono e me serviu a ceia? Jesus é perfeito mesmo.E todas as vezes que me lembro que no dia que conversamos sobre a volta dele, que ele me pediu perdão, ele me disse no final: Obrigada minha linda esposa, por não desistir de mim!

Então me lembrei que Jesus não desistiu e não desiste de nós, e que eu tomei a minha cruz e a estou levando, hora sorrindo e hora chorando e um dia na glória receberei da mãos do meu Senhor a minha coroa e ajoelhada aos seus pés agradecerei pelas provas, pelas lutas, porque se Ele não tivesse permitido eu não teria tido vitória e não contemplaria o poder da sua glória! 


Jesus, minha inspiração!

Quando eu definia amor, não imaginava a profundidade de um amor incondicional. Me limitei a somente pensar no amor superficial, amor carnal. Amor que não sabia o que era perdão, não sabia o que era mau ou bom.

Que vinha não sei de onde, mas não tinha uma raiz forte, daquelas que jamais se pode arrancar do chão.Quando verdadeiramente conheci o seu amor Jesus, descobri  que o amor é uma luz. Luz forte, verdadeira, luz intensa, luz que clareia qualquer escudirão.Luz que vem do céu em minha direção.Luz que deixou a glória para mudar a minha história, luz que preencheu meu coração, com raízes profundas de perdão.Luz que para continuar brilhando enfrentou uma cruz.

Luz que se entregou sem ao menos pensar em voltar atrás.Luz que não se apagou, mas que por ser amor, derrotou satanás.Essa luz naquela cruz! Isso sim que é amor, amor que veio do trono do Senhor.Jesus, o Senhor é a luz que naquela cruz salvou a minha alma do mal. Hoje entendo o que é o único amor incondicional

Que esse amor tão puro, verdadeiro e real torna os meus dias em manancial. Manancial de águas vivas que correm e fluem em meu ser. Que percorre minhas veias e me leva a cada vez mais Te querer, Manancial que transformou o meu viver, que me dá a certeza que um dia na glória irei Te ver.

Jesus, seu nome é Emanuel!Jesus, seu nome é Salvador!Jesus, príncipe da Paz!

Jesus, filho do Senhor!Não sou escritora, não sou poetiza, Não sou autora, não sou artista.O que sou, me faz acima de tudo isso.Sou sua filha Jesus Cristo.Assim como o Seu amor me alcançou e preencheu meu coração

Que minha oferta alcance o céu agora, em forma gratidão.

 Amém

Viviane Silva de Moraes.

quinta-feira, maio 29, 2014

Os doze discípulos do Senhor Jesus

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Disciple
Foto do ator Robert Powell, em "Jesus de Nazareth"

João Cruzué

Há vários argumentos que podem explicar bem as razões da chamada de cada um dos doze discípulos que Jesus, depois enviou para pregar o Evangelho do Reino. Neste pequeno texto eu quero abordar a comunhão. Jesus chamou os 12 para ensinar comunhão.

Comunhão para mim é estar junto, em perfeita harmonia com alguém. Jesus queria ensinar os primeiros passos da comunhão com Deus. O início de um relacionamento sincero com o Pai. A evolução deste relacionamento. As crises de relacionamento. As frustrações. A sensação de abandono. Os tempos difíceis. o Vale. O ponto de virada. Uma nova comunhão em um nível mais alto, mais íntimo. Jesus tinha um extensa grade curricular para ensinar de forma muito simples e peripatética os valores mais altos de uma comunhão com Deus.

Jesus chamou os 12 para estarem no dia a dia com Ele. Para aprenderem ouvindo e observando. Eram 12 jovens, provavelmente entre 30 e 40 anos. Tiveram que deixar tudo, para aprenderem a comungar com Ele. Mateus estava assentado na coletoria. Jesus passou e disse duas palavras: "Segue-me". E ele se levantou e O seguiu. A comunhão era a disciplina mais trabalhada e valorizada na "universidade" do Senhor Jesus Cristo.

Os 12 andaram com Jesus durante três anos. Costumeiramente subiam ao Templo em Jerusalém algumas vezes ao ano. Depois voltavam pelo caminho de Samaria em direção à Cafarnaum da Galileia. Indo para Jerusalém, Ele e seus discípulos pousavam na casa de Lázaro e suas irmãs, Marta e Maria. Ele ensinava e eles ouviam. Ele pregava às multidões e eles observavam. Ele expulsava os demônios e eles aprenderam sobre o valor do jejum e da oração. Ele orava frequentemente sozinho pelos montes. E eles sabiam disso.

Será que a comunhão é mesmo tão importante assim? Nos dias atuais não temos mais tempo para conversar uns com os outros. É tudo movido pela pressa. A tecnologia trouxe os computadores. Os computadores turbinaram a tecnologia. As redes de relacionamento ligam centenas de milhões de pessoas. "Nunca na história deste mundo" as pessoas se comunicaram tanto. Mas apenas se comunicam. Redes de relacionamento social são simples sinônimos de relacionamento superficial, onde cada um faz parte da coleção de alguém. Como coleção de figurinhas, selos... O recente filme de Bruce Willis, "Os Substitutos" é um bom exemplo disso. Nele as pessoas ficam deitadas em casa, enquanto seus avatares (robôs) de corpos sarados e esculturais saem para interagir na sociedade. À noite voltam, se recolhem em seus "cabides"e a pessoa real acorda cheia de pensamentos negativos e frustrações, porque a realidade é bem diferente da "virtualidade".

Evoluímos muito em tecnologia, mas estamos desaprendendo rapidamente como nos relacionarmos uns com os outros. O vizinho prefere passar o dia diante do computador e da TV. Ás vezes nem sabe que alguém em nossa casa está doente. E vice versa. Nossas Igrejas estão cheias de membros, que não fazem a mínima ideia do que se passa na casa e na vida familiar uns dos outros. Se vivemos em um ambiente de comunicação formal tão incipiente, estamos mesmo vivendo em comunhão uns com os outros? E se não temos mais comunhão uns com os outros, como podemos dizer que temos comunhão com Deus que nem vemos?

Eis o grande paradoxo: a Igreja que nasceu depois de um trabalho árduo de três anos de ensino sistemático de COMUNHÃO, agora não sabe mais o que isto seja.

Os planos estratégicos da Igreja de hoje está voltado para difusão massiva do conhecimento. Da letra. PhDs em Divindade. Veio-me uma imagem interessante: Um corpo com um cérebro enorme, mas um coração pequeno. A racionalização bem mostrada na parábola do "bom samaritano." Nunca fomos muito bons em lidar com muito conhecimento. Aliás, foi o marketing do saber ilimitado que atraiu a curiosidade de Eva e de tantos outros. Um alto conhecimento, via de regra, não leva a uma profunda comunhão. Talvez, eu creia, que seja pelo fermento da presunção humana ou da soberba, mesmo.

O momento atual da Igreja é de muita prosperidade material ímpar X uma pobreza sem tamanho de comunhão. Bom dia, boa tarde e a paz do Senhor, são apenas cumprimentos. Nas grandes cidades as famílias recolheram-se, isolaram-se. Uma Igreja constituída sobre estes pilares vai seguir o caminho do fracasso. Eu posso ver a ruptura nos olhares dos irmãos nos cultos de domingos. Os evangélicos somam ao redor de 25% da população brasileira, mas o que significa o termo "evangélico" hoje? Apenas um substantivo abstrato religioso. Um predicativo do sujeito.

Jesus chamou 12 discípulos para ensinar o valor da comunhão. E a dislexia dos pregadores de nosso tempo está ensinando humanismo. Secularismo. Um evangelho que agrada aos nossos ouvidos, mas que está desviado dos propósitos de Deus. O primeiro sinal disso, é que o Espírito Santo já saiu do dicionário de muitos pastores. O carro, o bom emprego, a "vitória" substituíram o batismo com o Espírito Santo. Os temas da prosperidade estão destruindo os pilares da comunhão das Igrejas. No final de um curso teológico, sabe-se de quase tudo, menos como praticar a comunhão diária com as pessoas e com Deus. A comunhão cristã é prática. Ela não é teórica.

Diante de tudo isso, como nos resguardar diante de tempos tão difíceis? Precisamos reaprender a ter comunhão uns com os outros. Planejar nosso tempo nos finais de semana, incluindo neles pelo menos uma visita aos vizinhos ou à comunidade. As Igrejas que não ensinarem a comunhão na prática vão desmoronar. Tive uma visão no passado, onde as colunas de uma Igreja estavam com os vergalhões quebrados e à mostra. Uma parte da laje, bem no local onde fica o Círculo de Oração tinha arriado. E uma voz dizia-me: Isto caiu, porque puseram pouco cimento.

A comunhão é o cimento que liga os "grãos de areia", a pedra e as armações das colunas de uma Igreja. Jesus começou investindo na comunhão. Ele poderia ter trazido à terra a melhor tecnologia, uma que em nosso século ainda não é conhecida, mas ele não fez isso. Ele não fundou uma escola de apóstolos.

Jesus chamou 12 discípulos para estarem com ele durante três anos. Para ver, ouvir, partir o pão, resistir ao preconceito e aprender o significado da palavra misericórdia. E Jesus fez assim, porque tinha comunhão com nosso Paizinho. Depois de 40 dias no deserto, em jejum e oração, praticando a comunhão com o Pai, resistindo às sugestões do diabo, Jesus conseguiu entender que projeto da fundação da Igreja tinha que começar com 12 homens unidos a Ele pela comunhão.










terça-feira, julho 19, 2011

Redescobrindo os valores da Igreja

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João Cruzué

Amados,

Este blog não foi criado para ser o padrão de leitura para pastores ou ministros. Creio que o melhor que consigo é escrever para mim mesmo. Mas a vida de um cristão tem seus propósitos e sei que toda palavra que for de Deus não voltará vazia. Ela irá e prosperará naquilo para que foi enviada. Então vou escrever para ela fale comigo.

Com a "Teologia da Libertação", alguns cristãos ficaram hipnotizados com o materialismo dialético e deixaram eclodir em si ovos de serpentes do comunismo. As palavras são como armas. Ao encontrar ouvidos desesperados, elas envenenam suas almas enquanto semeam o ódio, disfarçadas de revolução. Pelo que sei, nunca houve comunhão entre Cristo e Marx. Água e Gasolina. A paz e a guerra.

Com a "Teologia da Prosperidade" a Igreja Evangélica caiu em um conto do "vigário". É "lindo" ouvir palavras e testemunhos de crentes vitoriosos. Uns conquistaram carros de luxo, outros casas e mansões em condomínios fechados. Empresas, cargos de chefia. Universidades. Viagens em cruzeiros marítimos. Compras em Nova York. Todo o bem desta terra! Mas ao instruir nossas almas a buscar a satisfação das necessidades individuais, sempre falta alguma coisa. E os planos de Cristo para nossas vidas ficam esquecidos no "porão".

A situação da Igreja depois da "Teologia da Prosperidade" é de fome. Não fome de pão, mas fome de comunhão. Fome de amor fraternal. Se não vejamos: Qual foi a última vez que alguém foi em sua casa para saber como você e sua família estão. Para compartilhar uma visão de Deus?

A Igreja de hoje assumiu muitos compromissos. Com o aparecimento dos tele-evangelistas milhões de almas passaram a se interessar por Cristo. Querem encontrar o caminho da liberdade. Mas sem uma Igreja real que pratique uma comunhão (interrelacionamento) podemos estar diante de uma grande semeadura á beira do caminho.

O Amor de Deus não pode ser passado de mestre para discípulo apenas por livros, palavras e diplomas. O maior valor da Igreja é Cristo. Ele é a videira, nós os ramos. Para que o amor de Deus flua do tronco para os ramos e volte para o tronco , pelo Espírito Santo que nos foi dado, é preciso estarmos juntos, não separados. Ligados em amor, não em interesses individuais.

Quem hoje tem tempo para estar junto com um novo convertido para praticar a comunhão e um discipulado reais, numa época em que tudo tende a ser virtual?

Se a Igreja deixar de praticar a comunhão real e verdadeira, e se tornar uma comunidade virtual de relacionamento social, perderá de vez o Espírito Santo.










sábado, junho 26, 2010

Porque Jesus chamou 12 discípulos

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Disciple
Foto do ator Robert Powell, em "Jesus de Nazareth"

João Cruzué

Há vários argumentos que podem explicar bem as razões da chamada de cada um dos doze discípulos que Jesus, depois enviou para pregar o Evangelho do Reino. Neste pequeno texto eu quero abordar a comunhão. Jesus chamou os 12 para ensinar comunhão.

Comunhão para mim é estar junto, em perfeita harmonia com alguém. Jesus queria ensinar os primeiros passos da comunhão com Deus. O início de um relacionamento sincero com o Pai. A evolução deste relacionamento. As crises de relacionamento. As frustrações. A sensação de abandono. Os tempos difíceis. o Vale. O ponto de virada. Uma nova comunhão em um nível mais alto, mais íntimo. Jesus tinha um extensa grade curricular para ensinar de forma muito simples e peripatética os valores mais altos de uma comunhão com Deus.

Jesus chamou os 12 para estarem no dia a dia com Ele. Para aprenderem ouvindo e observando. Eram 12 jovens, provavelmente entre 30 e 40 anos. Tiveram que deixar tudo, para aprenderem a comungar com Ele. Mateus estava assentado na coletoria. Jesus passou e disse duas palavras: "Segue-me". E ele se levantou e O seguiu. A comunhão era a disciplina mais trabalhada e valorizada na "universidade" do Senhor Jesus Cristo.

Os 12 andaram com Jesus durante três anos. Costumeiramente subiam ao Templo em Jerusalém algumas vezes ao ano. Depois voltavam pelo caminho de Samaria em direção à Cafarnaum da Galileia. Indo para Jerusalém, Ele e seus discípulos pousavam na casa de Lázaro e suas irmãs, Marta e Maria. Ele ensinava e eles ouviam. Ele pregava às multidões e eles observavam. Ele expulsava os demônios e eles aprenderam sobre o valor do jejum e da oração. Ele orava frequentemente sozinho pelos montes. E eles sabiam disso.

Será que a comunhão é mesmo tão importante assim? Nos dias atuais não temos mais tempo para conversar uns com os outros. É tudo movido pela pressa. A tecnologia trouxe os computadores. Os computadores turbinaram a tecnologia. As redes de relacionamento ligam centenas de milhões de pessoas. "Nunca na história deste mundo" as pessoas se comunicaram tanto. Mas apenas se comunicam. Redes de relacionamento social são simples sinônimos de relacionamento superficial, onde cada um faz parte da coleção de alguém. Como coleção de figurinhas, selos... O recente filme de Bruce Willis, "Os Substitutos" é um bom exemplo disso. Nele as pessoas ficam deitadas em casa, enquanto seus avatares (robôs) de corpos sarados e esculturais saem para interagir na sociedade. À noite voltam, se recolhem em seus "cabides"e a pessoa real acorda cheia de pensamentos negativos e frustrações, porque a realidade é bem diferente da "virtualidade".

Evoluímos muito em tecnologia, mas estamos desaprendendo rapidamente como nos relacionarmos uns com os outros. O vizinho prefere passar o dia diante do computador e da TV. Ás vezes nem sabe que alguém em nossa casa está doente. E vice versa. Nossas Igrejas estão cheias de membros, que não fazem a mínima ideia do que se passa na casa e na vida familiar uns dos outros. Se vivemos em um ambiente de comunicação formal tão incipiente, estamos mesmo vivendo em comunhão uns com os outros? E se não temos mais comunhão uns com os outros, como podemos dizer que temos comunhão com Deus que nem vemos?

Eis o grande paradoxo: a Igreja que nasceu depois de um trabalho árduo de três anos de ensino sistemático de COMUNHÃO, agora não sabe mais o que isto seja.

Os planos estratégicos da Igreja de hoje está voltado para difusão massiva do conhecimento. Da letra. PhDs em Divindade. Veio-me uma imagem interessante: Um corpo com um cérebro enorme, mas um coração pequeno. A racionalização bem mostrada na parábola do "bom samaritano." Nunca fomos muito bons em lidar com muito conhecimento. Aliás, foi o marketing do saber ilimitado que atraiu a curiosidade de Eva e de tantos outros. Um alto conhecimento, via de regra, não leva a uma profunda comunhão. Talvez, eu creia, que seja pelo fermento da presunção humana ou da soberba, mesmo.

O momento atual da Igreja é de muita prosperidade material ímpar X uma pobreza sem tamanho de comunhão. Bom dia, boa tarde e a paz do Senhor, são apenas cumprimentos. Nas grandes cidades as famílias recolheram-se, isolaram-se. Uma Igreja constituída sobre estes pilares vai seguir o caminho do fracasso. Eu posso ver a ruptura nos olhares dos irmãos nos cultos de domingos. Os evangélicos somam ao redor de 25% da população brasileira, mas o que significa o termo "evangélico" hoje? Apenas um substantivo abstrato religioso. Um predicativo do sujeito.

Jesus chamou 12 discípulos para ensinar o valor da comunhão. E a dislexia dos pregadores de nosso tempo está ensinando humanismo. Secularismo. Um evangelho que agrada aos nossos ouvidos, mas que está desviado dos propósitos de Deus. O primeiro sinal disso, é que o Espírito Santo já saiu do dicionário de muitos pastores. O carro, o bom emprego, a "vitória" substituíram o batismo com o Espírito Santo. Os temas da prosperidade estão destruindo os pilares da comunhão das Igrejas. No final de um curso teológico, sabe-se de quase tudo, menos como praticar a comunhão diária com as pessoas e com Deus. A comunhão cristã é prática. Ela não é teórica.

Diante de tudo isso, como nos resguardar diante de tempos tão difíceis? Precisamos reaprender a ter comunhão uns com os outros. Planejar nosso tempo nos finais de semana, incluindo neles pelo menos uma visita aos vizinhos ou à comunidade. As Igrejas que não ensinarem a comunhão na prática vão desmoronar. Tive uma visão no passado, onde as colunas de uma Igreja estavam com os vergalhões quebrados e à mostra. Uma parte da laje, bem no local onde fica o Círculo de Oração tinha arriado. E uma voz dizia-me: Isto caiu, porque puseram pouco cimento.

A comunhão é o cimento que liga os "grãos de areia", a pedra e as armações das colunas de uma Igreja. Jesus começou investindo na comunhão. Ele poderia ter trazido à terra a melhor tecnologia, uma que em nosso século ainda não é conhecida, mas ele não fez isso. Ele não fundou uma escola de apóstolos.

Jesus chamou 12 discípulos para estarem com ele durante três anos. Para ver, ouvir, partir o pão, resistir ao preconceito e aprender o significado da palavra misericórdia. E Jesus fez assim, porque tinha comunhão com nosso Paizinho. Depois de 40 dias no deserto, em jejum e oração, praticando a comunhão com o Pai, resistindo às sugestões do diabo, Jesus conseguiu entender que projeto da fundação da Igreja tinha que começar com 12 homens unidos a Ele pela comunhão.


SP - 26.06.2010.