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sábado, maio 12, 2018

A insatisfação na vida cristã


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Cruzando o Mar da Galileia

João Cruzué

Quero deixar algumas linhas sobre dificuldades de orientação para cristãos já amadurecidos, conhecedores da Palavra, mas insatisfeitos, à procura da Igreja perfeita, diferente, do porto seguro para congregar. Este dilema é bastante comum em nossos dias.

A Igreja do Senhor é perfeita, todavia, constituída de membros imperfeitos que por opção pessoal podem ser lapidados ou não pela palavra. Não sei porquê, mas por duas vezes Ernest Hemingway passou pela minha mente: quando dei título ao post (O velho e o mar) e neste parágrafo, quando lembrei-me de parte daquele prefácio do Livro Por Quem os Sinos Dobram - "Nenhum homem é uma ilha". Uma tendência ao individualismo, ao isolamento pode produzir uma insatisfação com a própria Igreja. Neste ponto começamos ver no próximo defeitos que na verdade também estão em nós.

Jesus ordenou aos discípulos que cruzassem o "Mar" da Galileia, enquanto ficava para trás, com certeza para orar. Interessante: Se Jesus era Deus por que precisava orar? A resposta era o prazer da comunhão, de estar em contato com o Pai. Mas há um algo didático neste hábito: se o que era Perfeito buscava comunhão, para suas orientações diárias, então, cristãos maduros também necessitam do mesmo hábito para manter viva a mesma comunhão.

Os discípulos corriam perigo de morte e o Senhor os viu em plena luta e os socorreu: entrando no barco e repreendendo o vento e o mar. Há muitos cristãos à deriva açoitados pela força do vento e fúria do mar. O vento das novidades e o mar do secularismo. Ficamos insatisfeitos e esta insatisfação pode ser benéfica ou maligna.

Uma crise pode nos forçar um aumento da sede de comunhão com o Senhor. Neste sentido, é Deus quem nos coloca no barco e manda atravessar o mar. Embora não esteja no barco o tempo todo, ele nos observar atentamente. Isso produz experiência, crescimento e maior comunhão.

Outra crise de insatisfação pode nos açoitar - como a do filho pródigo. Esta não produz nem sede de oração, nem desejo de comunhão com Deus. São olhos que focam apenas defeitos naquilo que observam: excesso de ortodoxia, liturgias adormecedoras, pastores ignorantes, antagonistas em lugar de irmãos, o mundo parece mais interessante que a viver da fé. Aqui mora o perigo.

Não era a "casa" do filho pródigo que era defeituosa. Não havia nada errado com ela. O coração do moço, sim, estava envenenado pelo mundo. Sua insatisfação pessoal o levou ao desvario, ao desperdício e à derrota. As orações do pai - o trouxeram de volta, pois coube a ele o benefício da inexperiência.

A insatisfação de cristãos experientes pode ser mais complexa. Se por um lado é difícil encontrar uma Igreja que possa satisfazer a visão de cada um, por outro o conhecimento bíblico de lidar com a situação já faz parte da bagagem. Se Jesus, que era muito mais experiente e sábio que qualquer cristão maduro resolvia seus problemas de orientação e solidão através de mais comunhão, não há outro caminho senão buscá-la através de orações sinceras. 

Jesus era um profundo conhecedor dos corações e da hipocrisia humana não desperdiçava seu tempo anotando defeitos, nem murmurando das pessoas, nem jogando-lhes em face seus pecados. Por que um crente deveria adotar  este comportamento tão mesquinho de origem  maligna? O diabo sim, quando nos vê, só enxerga coisas ruins. Mas Jesus não ensinou assim: Ele  nos vê com olhos compassivos. Ainda que  só tivéssemos mil defeitos e apenas  uma virtude, é sobre ela  que Jesus foca para depois nos animar.

O mar está revolto por causa da fúria do vento? Quem sabe a solução não esteja em abandonar o barco, mas em trazer Jesus para dentro dele?  Isto mesmo! Convide o Senhor para estar no barco.


João Cruzué
para o Blog Olhar Cristão
cruzue@gmail.com
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quinta-feira, fevereiro 13, 2014

O vento e o mar na vida do cristão


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Os discípulos cruzando o Mar da Galiléia
João Cruzué

Quero deixar algumas linhas sobre dificuldades de orientação para cristãos já amadurecidos. Conhecedores da Palavra, mas insatisfeitos,  à procura da Igreja perfeita. Um dilema bastante comum em nossos dias.

A Igreja do Senhor é perfeita. Todavia, é constituída de membros imperfeitos, que por opção pessoal, podem ser lapidados ou não pela palavra. Não sei o porquê, mas por duas vezes Ernest Hemingway veio a minha mente, quando dei título ao post (O velho e o mar) e neste parágrafo, quando lembrei-me de parte daquele prefácio do Livro Por Quem os Sinos Dobram - "Nenhum homem é uma ilha". Uma tendência ao individualismo, ao isolamento, pode produzir uma insatisfação com a própria Igreja. Neste ponto, começamos  ver no próximo defeitos que na verdade também estão em nós.

Jesus ordenou aos discípulos que cruzassem o "Mar" da Galiléia, enquanto ficava para trás, com certeza para orar. Interessante: se Jesus era Deus, por que precisava orar? A resposta era o hábito da comunhão com o Pai. Mas, há um algo didático neste hábito. Se o Perfeito buscava comunhão, através da oração, para suas orientações diárias, os cristãos maduros também carecem aprender o mesmo hábito para manter viva a mesma comunhão.

Os discípulos corriam perigo de morte e o Senhor os viu em plena luta e os socorreu. Entrando no barco e repreendendo o vento e o mar. Há muitos cristãos à deriva, açoitados pela força do vento e fúria do mar. O vento das novidades e o mar do secularismo. Ficamos insatisfeitos e esta insatisfação pode ser benéfica ou maligna.

Uma crise pode nos forçar a um aumento da sede de comunhão com o Senhor. Neste sentido, é Deus quem nos coloca no barco e manda atravessar o mar. Embora não esteja no barco o tempo todo, ele nos observar atentamente. Isso produz experiência, crescimento e maior comunhão.

Outra crise de insatisfação pode nos açoitar - como a do filho pródigo. Esta não produz nem sede de oração, nem desejo de comunhão com Deus. São olhos que focam apenas defeitos naquilo que observam: excesso de ortodoxia, liturgias adormecedoras, pastores ignorantes, antagonistas em lugar de irmãos, o mundo parece mais interessante que a viver da fé. Aqui mora o perigo.

Não era a "casa" do filho pródigo que era defeituosa. Não havia nada errado com ela. O coração do moço, sim, é que estava envenenado pelo mundo ou, eventualmente, pelas murmurações do irmão mais velho. Sua insatisfação o levou ao desvario, ao desperdício e aos porco. As orações do pai o trouxeram de volta, pois coube a ele o benefício da inexperiência.

A insatisfação de cristãos experientes pode ser mais complexa. Se por um lado é difícil encontrar uma Igreja que possa satisfazer a visão de cada um, por outro o conhecimento bíblico de lidar com a situação já faz parte da bagagem. Se Jesus, que era muito mais experiente e sábio que qualquer cristão maduro resolvia seus problemas de orientação e solidão através de mais comunhão, não há outro caminho buscá-la por orações sinceras. Se ele, como profundo conhecedor dos corações e da hipocrisia humana não desperdiçava seu tempo anotando defeitos, nem murmurando das pessoas, pois este comportamento mesquinho é maligno. O diabo quando nos vê, só enxerga coisa ruim, mas Jesus não é assim: Ele vê com olhos compassivos e ainda que a pessoa só tenha uma virtude, é sobre esta virtude que Ele foca e nos faz saber.

O "mar" está revolto por causa da fúria do vento? Quem sabe a solução não esteja em abandonar o barco, mas em trazer Jesus para dentro dele?

...Ou para dentro do seu coração!