sexta-feira, julho 24, 2015

Chuva com trovoadas e cebolinhas em São Paulo - sexta-feira 24.7.2015


Inpe-Cptec, imagem de satélite  em 24.7.15 - 21:30 sexta-feira
Autor: João Cruzué
.
Hoje, o dia passou muito depressa para mim. Eu planejei refazer a drenagem de todos os onze vasos de terra que  tinha preparado para plantar cebolinhas e salsinhas. No começo da noite ouvi um forte trovão e depois veio a chuva. Vou detalhar minhas atividades e comemorar a chuva.

Na semana passada eu tinha comprado 12 vasos grandes, de plástico marrom, com uma capacidade estimada entre 05 e 07 litros, para o plantio de cebolinhas e salsinhas.  Fiz a semeadura das salsa, variedade graúda portuguesa em duas bacias e as sementes da cebolinha foram para uma floreira de uns 70 cm de comprimento. O problema é que ocorreu uma falha no projeto da drenagem, eu tinha colocado apenas umas britas com um pouco de areia.

Minha procura por manta de bidin se mostrou fracassada, Ela é uma espécie de tecido sintético para colocar acima das britas ou bolas de argila estendida para reter o  substrato e não deixar a água levar embora os minerais e nutrientes. Resolvi o problema com tela de mosquiteiro. Tinha comprado uns sacos de ráfia (entulho) mas o material se mostrou 100% impermeável, por isso, inadequado.

Minha irmã atendeu meu pedido e enviou das Gerais algumas mudas de couve manteiga e de cebolinhas, das variedades que minha mãe plantava em Dom Cavati. Os vasos já plantados eu os desfiz, com exceção daquele com alfavaca que gostaram do lugar.

Arranjei um saco de lixo preto para 60 litros e fui devolvendo a terra dos vasos dentro dele. A areia que comprei no  começo da tarde foi pouca. Voltei no depósito para comprar outro saco, comprando também um saco de britas e tijolos baiano. Na loja de plásticos comprei mais oito vasos. Durante o dia eu comprei dois sacos de carvão.

Meu processo de drenagem ficou assim. Fiz vários furos pequenos com uma tesoura de unha no fundo do vaso, de dentro para fora. Coloquei um pouco de carvão no fundo do vaso em lugar da argila estendida. Em cima dos pedaços de carvão, coloquei as britas. Sobre os dois materiais eu coloquei um pedaço de tela de mosquiteiro de cor verde. Em cima da tela coloquei areia média. Estas coisas: carvão, brita, tela e areia ficara da altura dos meus três dedos do meio da mão direita na vertical. 

Acima do material de drenagem, ainda ficava um espaço de 20 cm para colocar o substrato.

Eu usei como substrato a terra de muitas bacias e vasos (de cor muito escura). Este substrato eu já o tinha feito há uns quatro dias.  Eu tinha peneirado tudo aquilo, colocado um pouquinho de cal, um pouco de NPK e superfosfato - o que tinha em mão. Como registrei antes, hoje eu desfiz todos os vasos para usar uma outra metodologia para a drenagem.

Como as mudas de cebolinhas eram poucas, fui no sacolão do Morumbi Sul e encontrei maços de cebolinhas com raízes. Cortei as raízes e as folhas das cebolinhas e comecei a plantar em quatro vasos dos 16 que concluí o processo de drenagem.

Como a previsão do tempo estimou chuvas para a terça-feira, eu tinha deixado vários baldes e bacias debaixo das goteiras do telhado. Até a quinta-feira (23.7.15) o fundo deles estava apenas úmido. Desconfiei que hoje, sexta-feira iria chover e voltei a colocar as bacias e baldes nos mesmos lugares. No começo da noite, súbito, ouvi um belo trovão e, depois, água caindo. 

Eu tenho dois tambores de 60 litros para armazenamento de água da chuva, com bom sistema de vedação.  O segundo tambor já estava com apenas 20 cm de água. Depois da chuva, deu para encher os dois até à boca e ainda sobrou água para encher um terceiro tambor. 

Com água tão cara e rara, optei por esta alternativa cuja vantagem é não possuir cloro. Quanto a um provável foco de dengue, por ser hermeticamente fechados, durante dois meses, seu conteúdo se apresentou limpo e sem larvas. 

Meu projeto é cultivar uns 25 vasos grandes. Tenho dois vasos com  morangos, vou plantar alface roxa, mostardas, cebolinhas, salsinha, uns dois pés de tomates uva, uns dois pés de pepino, alfavaca, uns dois pés de pimentões, rúculas.  As mostardas e as rúculas por aqui são estranhas: folhas exageradamente grandes. Tem alguma coisa no solo que elas apreciam. Para aguar tudo isto, preciso que chova pelo menos, a cada três semanas de agosto até novembro.

Para quem ainda não viu, vou apresentar algumas de minhas plantas de colheitas passadas:


Foto: João Cruzué
Gertrudes - abril 2014

Foto: João Cruzué
100_6992
Gertrudinhas - maio 2014

Foto: João Cruzué
Gisele - fevereiro 2015

Foto: João Cruzué
Chuchus verde-escuros

Foto: João Cruzué
Manjericões

Comentários finais: Os frutos da "gertrudes" foram impossíveis de comer. Sendo da variedade das malaguetas (malaguetona) não faz o gênero de ninguém da minha família. Quanto à "gisele", é uma pimenta da variedade cayenne e, dizem, que faz bem ao coração, sendo um pouquinho mais ardida que a variedade dedo de moça - minha preferida para fazer molho com óleo de canola. 

Sobre os chuchus, há uns 30 anos venho colhendo uns 200 frutos por ano em duas estações. A gente come uns 30, distribui para os amigos umas duas, no máximo três vezes. 

Os manjericões cresceram lindos, ficaram com pés enormes, mas não é apreciado pela culinária mineira, pelo cheiro e sabor muito fortes. O engraçado é que eles ficaram bonitos, porque sabiam que não iriam para a panela...

Conclusão: coloquei bastante detalhes no post, porque daqui a alguns anos, será bom saber que no dia de hoje coloquei em ação meu mais novo projeto de matar as saudades do velho campo e registrar que choveu forte na Zona Sul de São Paulo.

Nota do dia posterior: choveu mais ainda no sábado!







quarta-feira, julho 22, 2015

Análise do atentado terrorista na escola de Realengo quatro anos depois

.
Foto: Antonio Lacerda/EFE

João Cruzué
.
Voltei a escrever depois de quatro anos, sobre minha postagem de abril de 2011 [1] e seus 57 comentários. Quero fazer uma breve análise do trágico atentado perpetrado pelo jovem Wellington Menezes de Oliveira, na Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, Zona Oeste da Cidade do Rio de Janeiro. Na ocasião ele assassinou 10 garotas e 02 meninos com tiros de revólver, na cabeça e no peito, e depois suicidou-se com um tiro na boca.

Como este blog trabalha principalmente com reportagens e assuntos religiosos, é dentro destes limites que estou fazendo minha análise. Como blogueiro desde 2005, não tenho o direito de esconder fatos ou manipular dados para agradar ou desagradar ninguém. A verdade tem que ser dita, inclusive, porque estamos diante de do primeiro atentado desse tipo no Brasil, Em abril de 2011 ainda não estava evidente o motivo dos assassinatos, todos achavam, inclusive eu, que era um ato de loucura, e como tal, não precisava de motivação. Na época achava, como pentecostal, que era possessão demoníaca.

O contexto desse atentado é ambíguo e inquietante. Se por um lado poderia ter sido um ato de loucura/esquizofrenia de um sujeito com muitos parafusos soltos na mente, por outro, não podemos esquecer que a Revista Veja (edição 2211 - 06.04.11) publicou uma reportagem especial com 09 páginas (pp. 88/96), sobre a existência de extremistas islâmicos no Brasil. Foi a principal matéria de capa, textos do repórter Leonardo Coutinho e fotos de Manoel Marques. Nesta reportagem, no rodapé esquerdo da página 90 está: "A ESCALADA DO MAL - em duas décadas, o avanço extremista no Brasil já cumpriu quatro estágios, segundo a Polícia Federal. O próximo passo pode ser a realização de atentados."


Wellington Menezes de Oliveira.

Cinco dias depois da revista sair às bancas, dia 07 de abril de 2011, um jovem, ligado ou simpatizante do Islã radical, há dois anos, irrompe ela Escola Municipal Taso da Silveira, no Rio, mata 10 meninas, dois meninos, fere mais 14 pessoas e, depois comete suicídio, com um tiro na boca. Tudo isto era apenas coincidência? Uma análise rápida indicaria que sim, mas há uma pequena dúvida no entendimento das autoridades sobre um componente desconhecido e oculto neste caso. E este componente, ainda que com remotas possibilidades, pode estar ligado ao final do parágrafo anterior.

O Brasil já é grande demais no contexto mundial para ficar fora das mazelas internacionais e que o encaminhamento da política de relações exteriores, sob a presidente Dilma, mudou o viés, dando uma guinada de 180º em relação à orientação anterior.

Wellington Menezes de Oliveira foi participante da Igreja Testemunha de Jeová? Sim. Ele seguia os mesmos passos da família de parentes que o adotara, principalmente da mãe, que o levava para praticar evangelização de porta em porta, como é da cultura da Igreja. Mas depois que ela morreu, deixou a Igreja e se converteu ao Islã. Este fato não pode ser desmentido, pois foi testemunhado por vizinho e membro da mesmo Salão do Reino, que Wellington frequentava. 


Isto foi publicado no meio de uma extensa reportagem publicada no jornal americano "The New York Times" e também confirmado em outra publicação na Rcnet - ambos com links na minha reportagem anterior.

Wellington era membro de alguma comunidade Islâmica no Rio? Nenhuma fonte de informação publicou isto. O que foi publicado é que ele se converteu a fé islâmica há dois anos. Se ele se converteu é porque houve um agente efetivo que o recebeu e doutrinou. Se foi em uma comunidade, célula ou apenas uma pessoa - ainda não sabemos, mas este fato não pode ser escondido debaixo do tapete. Corrobora para isto as palavras da irmã, da jornalista amiga da família Oliveira e do irmão que citou uma frase de autoria do atirador, em que ele almejava derrubar um avião da mesma forma igual ao que os terroristas do 11/setembro fizeram, ou seja, o padrão máximo de ação na cabeça de qualquer pretendente a extremista islâmico.

Wellington era cristão ou muçulmano?

Se a frequência de uma pessoa a uma Igreja Cristã fizer dela um Cristão, durante boa parte de sua vida toda ele frequentou um Salão do Reino, que chamamos Igreja Testemunha de Jeová. Mas a frequência ou membresia de uma pessoa não faz dela um legítimo seguidor de Yaveh adorado e ensinado pela Igreja. Já o testemunho de pessoas próximas e reportagens publicadas recentemente, mostram que ele deixou o Salão do Reino dos Testemunhos de Jeová, havia mais ou menos dois anos, quando se converteu ao Islamismo. E se converteu, era muçulmano. Se frequentava uma Mesquita, célula islâmica ou a casa de algum extremista, isto não divulgado, mas sua idiossincrasia e isolamento veio por mudança de fundamento religioso. Ele deixou de ser um TJ para ser um fundamentalista islâmico.

Wellington era um terrorista? Há terroristas católicos? Sim, na Irlanda do Norte. Há terroristas Islâmicos? Sim. Na Chechênia, na Índia, no Líbano, e em uma infinidade de países de maioria religiosa muçulmana. O esteriótipo do terrorismo no contexto atual é de origem no radicalismo islâmico. Um pouco mais: "As cartilhas terroristas recomendam aos militantes que desfiram atentados em ocasiões em que suas ações ganhem visibilidade." Neste contexto, a falta de uma causa evidente que justifique a explosão de fúria é um claro sinal de terrorismo. Wellington Menezes de Oliveira tinha sim um perfil de terrorista, ou pelo menos desejava tê-lo. Era uma mente envenenada por alguma palavra, planejando sua epifania, misturando a falta de parafusos com terrorismo. O mais estranho em tudo isso é que tenha acontecido na Cidade do Rio de Janeiro.

Pode ser que nunca fique provado que ele fosse de fato um terrorista islâmico e que nenhum veículo da grande mídia possa escrever abertamente isso. Mas eu garanto que, informalmente, no meio dos radicais islâmicos, Wellington Menezes de Oliveira já é considerado o primeiro mártir islâmico a praticar um ato de terrorismo autêntico no Brasil. Esta tragédia deveria acender  um alerta vermelho na cabeça das autoridades brasileiras que vão cuidar da segurança de milhares de pessoas que virão para os dois eventos de máxima envergadura esportiva mundial: A Copa do mundo em 2014 e os jogos olímpicos de 2016. 


A Copa já passou. Por ter acontecido em meio a uma série de protestos internos com muita veiculação na mídia, seria ocasião inoportuna para eventuais pretensões de natureza terrorista. O terrorismo islâmico planeja suas ações para tempos inesperados: Buenos Aires (1994), Nova York (2001), Madrid (2004), Londres (2005), Boston (2013) - todos ocorreram de forma furtiva e inesperada. Que as autoridades brasileiras fiquem atentas para os Jogos Olímpicos de 2016.

Guarujá-22.07.2015

------
Nota do Blogueiro: A comunidade "árabe" e a Igreja Islâmica no Brasil, não têm nada a ver com terrorismo de extremistas islâmicos, assim como as Testemunhas de Jeová nada têm do que se envergonhar, pois nunca estiveram associados ao fomento do terrorismo em qualquer parte do mundo.

.