domingo, outubro 07, 2012

A Igreja Universal e a derrota de Celso Russomano em São Paulo

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João Cruzué

O grande perdedor nas eleições  para prefeito  de São Paulo em 2012, tem um nome: Bispo Edir Macedo - o  líder maior  da Igreja Universal do Reino de Deus. Pela leitura do que a imprensa escreveu, o projeto da candidatura de Celso Russomano foi desenhado há cerca de dois anos, mas em menos de duas semanas edespencou de 35 para 21% e virou fumaça  nas urnas.

Quando uma candidatura tem na sua coordenação os Bispos de uma Igreja, uma estrutura de campanha de uma rede de TV da mesma Igreja, e o grande líder dela vem a público para dizer que "nunca viu o tal candidato",  em uma simples  análise, esta  liderança achou que poderia fazer da Cidade de São Paulo uma grande congregação universal.

Cada um no seu quadrado. 

Igreja é um projeto de Deus e aqueles que receberam a soberana vocação de Deus para cuidar do rebanho de Deus, não podem deixar o arado para se imiscuir diretamente como protagonistas de projetos políticos. A Igreja não pode ser usada como trampolim para o poder temporal. Isto é perigoso. Já não deu certo no passado. A Igreja deve cuidar do sagrado.

Por que não funcionou? 

Esta deve ser a pergunta, ainda sem resposta,  que os líderes da Igreja Universal estão procurando para explicar esta surra eleitoral. Não funcionou porque a verdade chegou até os ouvidos do povo. Enquanto a verdade estava disfarçada na penumbra - tudo estava bem para "ambas as partes". O povo descobriu que as intenções desta Igreja era fazer o prefeito de São Paulo,  por isso abandonou a candidatura de Russomano.

Os membros da Igreja Universal e a maioria  de seus pastores são cristãos genuínos; estão ali porque  receberam a bênção da salvação e a cura para seus males. Glória a Deus. Mas não se pode gloriar por outro lado, quando a liderança desta Igreja manipula  uma estrutura corporativa eficiente e eficaz para fins não eclesiásticos.

Ninguém pode negar que o Bispo Macedo é um homem de grande inteligência e de grande capacidade de liderança organizacional. Por outro lado, mesmo com tudo isto, ele se deixou corromper pelo desejo do poder. Quis enfrentar e derrotar o falecido Roberto Marinho, usando das mesmas armas da TV Globo: novelas, filmes indecentes, com uma diferença: Roberto Marinho fundou seu império à sombra da ditadura, mas  a Rede Record - que foi comprada com dízimos e ofertas do povo de Deus.

E Deus não se deixa escarnecer. 

Aquilo que é de Deus não pode ser  usado para o serviço de César. Não adianta orar, determinar, nem ficar 40 dias jejuando no Monte Sinai, pois se os meios não justificam os fins - o resultado é derrota mesmo. Quando  o bispo deixa o santo pelo profano, a  glória de Deus por uma glória terrena é um péssimo sinal.

Sinal de que esta liderança  já não se deixa mais aconselhar; que já não mais ouve  com clareza a voz do Espírito de Deus. O projeto político faliu em 15 dias. Da glória à derrota em duas semanas. E a resposta desta fragorosa derrota está bem explicada em São João 8;32: "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará". O povo paulistano ficou sabendo da verdade, e manifestou seu desagravo nas urnas.

Russomano perdeu eleições  já ganhas. Perdeu porque o povo descobriu a tempo, quem na verdade ficaria com o poder em São Paulo: os bispos da liderança da  Igreja Universal.  

O grande perdedor nesta derrota é o Bispo Macedo que hoje caiu do cavalo! Lugar de Bispo é na forjaria do Evangelho onde se malha com a palavra a bigorna do pecado. O resto é vaidade humana.





3 comentários:

Barão - Guaracy I.Martins disse...

´Caro irmão, isto é o que eu chamo de por o dedo na ferida.
Esse fato não aconteceu somente em São Paulo, mas igualmente em muitos outros locais, é bom que todos saibam que a Justiça divina não admite chicanas jurídicas, e ou o jeitinho dito Brasileiro, que eu teimo em identificar como jeitinho do capiroto.
Deus tenha misericórdia de todos nós, apesar de nós mesmos.
Guaracy Martins.

Pb. Evandro Marinho disse...

Eu diria mais, alem de por o "dedo na ferida" O Pr. João Cruzoé ainda ficou rodando.
Tenho que dizer...
Muito bem dito! Como digo aqui; "Falou ta falado foi bem dito e apoiado".

Alberto Couto Filho disse...

Abençoamado pastor Cruzué,
Paz
Não há o que discutir sobre esta sua esclarecedora mensagem – a verdade, doa a quem doer.
Gostaria de ouvir o insigne irmão sobre a postura do ilustre pastor Silas Malafaia quanto à candidatura do pastor Alexandre Isquierdo. Aquele homem de Deus abandonou totalmente o seu quadrado, quando acintosamente se imiscuiu num projeto político, que visa tão somente ter um membro da Vitória em Cristo na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro para defender suas extravagantes e loucas assertivas e as ofensas que profere a políticos e a pastores, seus pares, por contrariarem suas esdrúxulas e absurdas posições quanto ao evangelho da prosperidade. Agora mesmo o nobre pastor Jecer Goes, da AD Canaã-CE, foi taxado, chamado, aos berros de palhaço, pelo senhor Silas que parecia estar endemoninhado, ao proferir as ofensas. O que se sabe sobre o pastor Silas é que ele simplesmente não aceita ou tolera ser confrontado ou ter contestadas as suas ideias e/ou teologias.
Ai está um homem que, vocacionado por Deus para cuidar do Seu rebanho, deixou o arado e posicionou-se, como igreja, como trampolim para eleger aquele pastor. Isto foi feito ao longo desses últimos meses com gastos vultosos (Pessoais? Da igreja?) em panfletagem, em aparições na mídia, em recomendações diretas à membresia das suas congregações.
É evidente que o cargo eletivo difere nos casos citados, mas pergunto: há diferenças, quando o que se observa é a imiscuição da igreja em assunto iminentemente político?
Seu conservo nAquele que nos amou primeiro
Alberto