quinta-feira, abril 24, 2008

Geopolítica do século XXI

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BRICs*

“O Século 21 é asiático. A afirmação da embaixadora Regina Dunlop, do Ministério das Relações Exteriores, revela a importância que a aproximação com a China, Índia e outros países asiáticos tem para o Brasil. China e Índia são as nações abordadas no oitavo tema da série Política Externa, tratado pelo Em Questão.

Brasil, Índia e China compõem, juntamente com a Rússia, um bloco de países conhecido por Bric que, na última década, vem aumentado seu peso na economia mundial. Juntas, essas economias superaram, já em 2007, a previsão de que em 2010 seriam responsáveis por 10% do produto mundial. Em razão disso, acordos e parcerias com esses países são fundamentais, mas, de acordo com a embaixadora, elas não podem se limitar apenas aos países que compõem a sigla.

É preciso “prestar atenção” na potencialidade de outros países asiáticos, como Coréia e Vietnã, por exemplo. “Os coreanos já vêm investindo no Brasil em setores como o de automóveis e indústria naval e demonstram interesse por outras áreas como o de trens de alta velocidade”, diz a embaixadora. Já o Vietnã destaca-se por ter sido o segundo país que mais cresceu na Ásia (7%) em 2007, perdendo apenas para a China. Todos eles desenvolveram suas economias aproveitando brechas de negócios deixadas pela China, que cresce, há 28 anos, a uma taxa anual de cerca de 10%. “A China faz um esforço de desenvolvimento louvável e é interessante também para o Brasil que ela continue a se desenvolver”, avalia a embaixadora.

Parcerias – Para Dunlop, os brasileiros têm muito a aprender com os asiáticos, mas também a ensinar. A embaixadora menciona, como exemplo, o conhecimento brasileiro na exploração de petróleo em águas profundas e a experiência na implementação de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família.

Em 2004, a China se tornou o segundo principal parceiro comercial do Brasil e os dois países assinaram acordos em diversas áreas, como saúde, esportes, segurança sanitária e fitossanitária. Outro destaque de parceria é o programa de cooperação no lançamento de satélites: três já foram lançados. “Graças ao programa, o Brasil deixou de ser comprador de imagens para monitoramento de desmatamento e ocupação de terras”, diz a embaixadora.

A aproximação com a Índia também se intensificou nos últimos cinco anos. Em 2003, foi criado o Fórum de Diálogo Índia, Brasil e África do Sul (IBAS), mecanismo de concertação política sobre grandes temas da agenda internacional. E, na relação bilateral, o Brasil e a Índia têm acordos na área de pós-graduação, pesquisa, educação profissional e cursos de educação à distância. Além disso, de acordo com a embaixadora, as possibilidades de acordos com os indianos na área energética são promissoras".

Entrevista - Embaixadora Regina Dunlop

Comentários: Os fatos mostram que nas relações comerciais entre países há também uma porta aberta para trocas culturais, por exemplo: religião; indo ao ponto: missões. Quem não se lembra das construtoras operando no Iraque, quando milhares de brasileiros estiveram trabalhando por lá? Pois, em meio àqueles brasileiros estavam muitos evangélicos que se reunião periodicamente para celebrar cultos. Que a Igreja Evangélica brasileira esteja atenta a estas oportunidades. Com os Estados Unidos no topo da geopolítica mundial, o cristianismo teve um impulso mundial, já a partir do começo do século XX. O que acontecerá se Índia, China e Rússia desequilibrarem esta ordem e deslocarem o centro do poder para o Oriente? João cruzue

* BRICs = Brasil, Rússia, Índia e China

cruzue@gmail.com


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