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quarta-feira, abril 15, 2015

O azeite, o vinho e o fermento


Barco
Barco 
João Cruzué

E um certo doutor da Lei levantou-se e disse: Mestre que farei para herdar a vida eterna? E Jesus devolveu a pergunta: O que está escrito na Lei? E então o doutor citou o grande mandamento: "Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo."

-- Faze isto e viverás! Disse Jesus.

-- E quem é o meu próximo? Insistiu o doutor.

E na sequência o Senhor Jesus Cristo expôs uma parábola, mais tarde intitulada  "A Parábola do Bom Samaritano". Hoje pela manhã quando ia para o trabalho, passei pela região do Viaduto do Chá, no Centro de São Paulo. E neste trajeto veio a mim escrever alguma coisa sobre esses três elementos: O azeite, o vinho e o fermento.

Nós encontramos o azeite no Velho Testamento na botija da viúva endividada; no reservatório do candeeiro da Casa do Senhor. Na unção de Davi, ainda adolescente, no quinto verso do Salmo 23, e, entre tantos outros, na visão do profeta Zacarias. Azeite fala de sabedoria; azeita pode ser um rosto brilhando pelo perdão de Deus; azeite é uma bênção surpresa quando tudo o mais se acabou. Azeite é o gosto da vitória; azeite é a unção da promessa de Deus.

Na parábola do samaritano o vinho foi usado para limpar as feridas.

Azeite e vinho falam de solidariedade, de compaixão, de cuidados. Azeite e vinho são as atitudes do cristão verdadeiro que vai além das palavras; além da teologia. A sequência de uso é azeite e vinho. Primeiro a unção do Espírito em seguida a alegria do Espírito. O azeite amacia e refresca um coração ferido e o vinho lava as impurezas e a maldade do pecado. Para adquirir deste azeite e deste vinho é preciso ir à fonte da misericórdia e da compaixão. É preciso depender de Jesus.

Quem ama vai atrás, busca e procura até achar. Quem tem azeite e vinho anda na presença de Deus e navega como um barco cuja vela se faz cheia sob o vento da vontade do Espírito Santo. Isto não se aprende com a leitura de compêndios e comentários. Não vem junto com um canudo de teologia, mas em andar com o Senhor.

O fermento é a substância que incha, estufa, azeda, que enche de vento uma massa. O fermento para fazer efeito precisa ser misturado. Espiritualmente falando o fermento é o mundo sendo misturado no coração cristão. O fermento é a hipocrisia. É uma santidade de aparências. É uma cristã falsificada, mascarada.

O sacerdote e o levita viram o ferido, mas a sua religião estava acima de qualquer coisa. Sabiam o sagrado, mas não tinham mais o Espírito de Deus. Eram vazios de sentimentos, de compaixão. O sacerdote e o levita eram como barcos cujas velas já tinham apodrecido pela falta de uso.

Coisa interessante. Esta parábola é muito atual. Está surpreendentemente contextualizada em nosso tempo e país. Uma geração de sacerdotes e levitas têm trabalhado em nossas Igrejas. Eles estão muito ocupados com o que acontece no mundo. Estão encantados com o poder, com a política, com o dinheiro. O fermento já arruinou a vida espiritual deles. Não têm mais tempo para a compaixão. Não se preocupam mais com os feridos nem com os perdidos, pois já não há mais sinal de azeite e vinho em seus corações. O Espírito Santo já foi apagado de suas vidas, de tantas atitudes mesquinhas, avarentas, falsas aparências. O óleo da unção já não brilha mais em suas faces. É muito provável que também estejam perguntando: E quem é meu próximo? Por que já se esqueceram.

E, se eu não tomar cuidado, posso me tornar um hipócrita do mesmo jeito. Por isso o exercício da compaixão deve ser sempre lembrado, praticado. Não basta ter uma biblioteca cristã na cabeça, é preciso muito mais que isso para ser um bom samaritano: manter a alegria de servir, de visitar, de sorrir e chorar junto, de ajudar, de amar, de perdoar pela presença do Espírito Santo.


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quarta-feira, outubro 19, 2011

Mãos de Marta e coração de Maria

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Maria, Marta e Jesus.
João Cruzué
Ontem, quando
desci à sala para orar, um pensamento veio e eu pedi ao Senhor que falasse comigo. Ao abrir a Bíblia antes da oração, pude perceber que Deus falou. E como sempre gosto de fazer, vim até aqui para compartilhar. Pela primeira vez percebi um há um elo entre os fatos passados na casa de Marta e Maria e a parábola do bom samaritano.
-Senhor fala comigo pela sua Palavra, eu pedi. Há dias em que temos mais necessidades de orar que outros, e esta semana em especial, tem sido bem difícil, pois são vários os motivos para bater, buscar e pedir recurso onde se pode achar.Ao abrir a Bíblia, no final do capítulo 10 de Lucas, primeiro li o texto de Marta e Maria, depois continuei na parábola do bom samaritano. São palavras muito conhecidas, mas que ontem se inteligaram e fizeram-se novas para mim.
A preocupação de Marta era o serviço: Anda para lá, anda para cá; imagino: aranjando lenha, assoprando brasas do fogo, limpando as panelas, assando um pão, talvez depenando alguma ave, ou mesmo temperando um pequeno cordeiro. O tempo passava depressa, o dia ou noite chegando , e nada da ajuda de Maria.
Maria se esquecera completamente do serviço. Assentada aos pés de Jesus, (não havia nem cadeiras nem mesas altas naquele tempo e naquela cultura) ouvia com o coração ardendo o falar do Mestre. O tempo passava e ela não se cansava, como vez em quando ainda acontece em nossos dias, quando a presença do Senhor se faz muito forte em algum culto.
Marta estava preocupada em servir, e Maria esquecera-se de tudo porque ouvia, e ouvia, e queria mais ouvir as palavras do Senhor. Marta receosa de não dar conta do trabalho deu ordens ao Mestre: Senhor, não te importas que minha irmã me deixe servir sozinha? Dize-lhe, pois, que me ajude.
Comunicação é uma coisa boa; precisamos mesmo nos comunicar. Mas comunhão é algo muito mais profundo. Qualquer um pode comunicar-se, dizer bom dia, boa tarde, reportar o tempo; alguns podem orar acompanhados por uma hora, duas ou quem sabe até uma vigília inteira. Mas nem todos assuntos falados significam comunhão; isto é mais que sabido. Por exemplo: tenho duas filhas. Uma já se casou e a mais nova já tem namorado. Imagine que eu me assente à sala e passe a tarde inteira junto aos dois "segurando vela", como se diz em nossa cultura. Eles podem conversar assuntos os mais variados - mas nenhum deles vai ter a coragem necessária, por exemplo, para dizer "eu te amo".
Ano de 2011, século XXI - aqui estamos nós. Afadigados, preocupados, sem tempo, como diligentes Martas, quem sabe até dando ordens ao Senhor. É um corre-corre, um subindo-e-descendo, um ensaia-ensaia, um prega-prega, um canta-canta, um ensina-ensina... Domingo, segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado e chega o outro domingo. Estamos servindo? Sim! Estamos trabalhando? Sim! Estamos nos afadigando? Muito! Mas, por que estamos vazios e colhendo tão pouco?
Não temos mais tempo para comunhão com o Senhor. Não somos mais como um noivo/a apaixonado/a. Ele quer nos ouvir e também falar conosco, mas não temos mais tempo para isso. Estamos nos enganando ao pensar que se trabalharmos dez vezes mais seremos muito mais eficientes e a Igreja, o órgão ou departamento que cuidamos vai decuplicar de tamanho. Aí começamos a fazer besteiras, pois não conseguimos mais orientações com Deus.
A conseqüência disso pode ser entendida na mesma página da minha Bíblia. "Descia um homem de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos de salteadores, que o despojaram, espancaram-no, deixando-o quase morto. E ocasionalmente, descia pelo mesmo caminho um sacerdote, que vendo-o, passou ao largo. Eis que de igual modo, também passava um levita, que também o viu e passou ao largo.
Quem são o sacerdote e o Levita? Decerto que representam os que conhecem e ensinam palavra de Deus. Apressados, estressados com a fadiga do serviço do altar, não conseguem mais ouvir a voz do Senhor por falta de comunhão. Eles são como as mãos de Marta.
"Mas um samaritano que ia de viagem aproximou-se do ferido e vendo-o moveu-se de íntima compaixão". Talvez por ter sofrido no passado um ataque semelhante. "E aproximando-se, atou-lhe as feridas aplicando-lhes azeite e vinho. E pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele. E partindo no outro dia, tirou dois dinheiros, deu-os ao hospedeiro e recomendou-lhe: Cuida dele, e tudo o que mais gastares, eu to pagarei quando voltar". Aqui o temos um resultado diferente, pois atuaram em conjunto as "mãos" de Marta e o "coração" de Maria.
Os três personagens viram a mesma cena, mas suas atitudes foram inesperadas. Os dois primeiros julgaram que sua religião ou seus afazeres eram mais importante e tinham prioridade sobre um estranho caído no chão. O primeiro era um ministro a serviço do altar e segundo seu discípulo. Seus olhos não mais se comunicavam com o coração. Em algum lugar de suas vida eles perderam a compaixão e tornaram-se insensíveis à voz do Espírito que fala. Do samaritano poderia se esperar tudo, menos compaixão.
E foi assim que entendi antes de começar minha oração, que não importa quão engajados nós estejamos em grandiosos projetos aos olhos alheios ou dos nossos próprios, há uma grande multidão muda, surda e em grande miséria ao nosso redor. Se dermos prioridade as coisas que nos interessam e relegarmos ao secundário os momentos que precisamos passar a sós com Deus, necessários para ouvir a Sua voz e fazer a sua vontade, ficaremos irremediavelmente secos de compaixão.

Por isso, vamos colocar o título da mensagem na ordem correta: "Coração de Maria e mãos de Marta". Primeiro a comunhão e depois o serviço.




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segunda-feira, abril 11, 2011

Mãos de Marta e coração de Maria

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Mary
Maria, Marta e Jesus.

João Cruzué

Ontem quando
desci à sala para orar, eu pedi ao Senhor que falasse comigo. Ao abrir a Bíblia antes da oração, pude perceber que como Deus falou. E como sempre costuma de fazer: vim para compartilhar com você. Pela primeira vez percebi um há um forte elo entre os fatos passados na casa de Marta e Maria e a parábola do bom samaritano.

-Senhor fala comigo pela sua Palavra, eu pedi. Sabe, há dias em que temos mais necessidade de orar que outros, e esta semana tem sido bem difícil, pois vários são os motivos para bater, para buscar e pedir recurso onde se pode achar.

Meu antigo companheiro, auxiliar dos meus tempos de "pastor" está fazendo quimioterapia. A esposa de outro amigo de muitos anos, também colega de ministério, jaz em um leito de UTI, há três meses. Seu cérebro foi muitíssimo danificado com três paradas cardíacas.

Isso ainda não é tudo.

Um antigo Pastor, dos meus tempos de jovem, está há mais de 12 anos em uma cadeira de rodas, deprimido. Não mais lê, deixou a fisioterapia, disse-me que apenas fecha os olhos e ora constantemente. Depois de ter sofrido um derrame, teima que só voltará à Igreja depois de curado e de uma forma maravilhosa. E já se passaram mais de 12 anos. Como pode notar, eu não conseguiria mesmo estar com a minha alma tranqüila diante dessas coisas tristes.


Ao abrir a Bíblia pude ler a página inteira do final do capítulo 10 de Lucas. Primeiro o texto de Marta e Maria, continuando na parábola do bom samaritano. São palavras muito conhecidas, mas que ontem se fizeram novas para mim.

A preocupação de Marta era com o serviço: andava para lá, andava para cá. Imagino: aranjando lenha, assoprando as brasas para o fogo, limpando panelas, assando pão, talvez cozinhando alguma ave ou mesmo temperando um pequeno cordeiro. O tempo passava depressa, o dia ou noite estava chegando, e nada da ajuda de Maria.

Maria se esquecera completamente do serviço. Assentada aos pés de Jesus, (não havia nem cadeiras nem mesas altas naquele tempo e naquela cultura) ouvia com o coração ardendo as palavras do Mestre. O tempo passava e ela não se cansava, como de vez em quando ainda acontece em nossos dias, quando a presença do Senhor se faz muito forte em algum culto.

Marta estava preocupada em servir, e Maria se esquecera de tudo porque ouvia, e ouvia, e queria ouvir mais aquelas palavras que alcalmavam seu coração. Maria não desejava sair da presença de Jesus.

Marta, receosa de não dar conta do trabalho, deu ordens ao Mestre: "Senhor, não te importas que minha irmã me deixe servir sozinha? Dize-lhe, pois, que me ajude".


Comunicação é uma coisa boa; precisamos mesmo nos comunicar. Mas comunhão é algo muito mais profundo que comunicação. Qualquer um pode se comunicar, dizer um bom dia, boa tarde, falar sobre tempo. Alguns podem até orar em grupos por uma hora, duas ou quem sabe até uma vigília inteira. Mas nem todos assuntos falados significam comunhão; isto é mais que sabido.

Por exemplo: Tenho duas filhas. Uma já se casou e a mais nova está namorando. Imagine que eu me assente à sala e passe a tarde inteira junto aos dois "segurando vela". Eles podem conversar assuntos os mais variados - mas nenhum deles vai ter a coragem necessária, por exemplo, para dizer para o outro "eu te amo".


Ano de 2011, século XXI - cá estamos nós. Preocupados e sem tempo, como diligentes e afadigadas Martas, quem sabe até dando ordens ao Senhor. É um corre-corre, um sobe-e-desce, um ensaia-ensaia, um prega-prega, um canta-canta, um ensina-ensina... Domingo, segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado e chega o outro domingo. Estamos servindo? Sim! Estamos trabalhando? Sim! Estamos nos afadigando? Muito! Mas, por que estamos vazios e colhendo tão pouco?

Não temos mais tempo para estar em comunhão com o Senhor. Não somos mais como um noivo/a apaixonado/a. Ele quer nos ouvir e também falar conosco, mas não temos mais tempo para isso. Estamos nos enganando ao pensar que se trabalharmos dez vezes mais seremos muito mais avivados. E, a Igreja, o órgão ou departamento que cuidamos, vai decuplicar de tamanho. Assim começamos correr e fazer besteiras, pois não temos mais tempo para ficar na presença do Senhor até que nosso coração fique em paz e nos orientemos sem erro debaixo de suas asas.

A consequência disso pode ser entendida na mesma página da minha Bíblia. "Descia um homem de Jerusalém para Jericó. E caiu nas mãos de salteadores, que o despojaram, espancaram, deixando-o quase morto.

E, ocasionalmente, descia pelo mesmo caminho um sacerdote que, o vendo, passou ao largo. Eis que de igual modo, passou um levita, que o viu, mas também passou ao largo.


Quem são sacerdote e Levita? Decerto que representam os que conhecem e ensinam palavra de Deus. Apressados, estressados com a fadiga do serviço do altar, não conseguem mais ouvir a voz do Senhor por falta de tempo para estar em comunhão com Deus.. Eles são como as mãos de Marta. Muito serviço, muita fadiga, e pouca compaixão.

"Mas um samaritano, que ia de viagem, se aproximou do ferido e vendo-o moveu-se de íntima compaixão". Talvez por ter sofrido no passado um ataque semelhante, aproximou-se, atou as feridas do caído, aplicando-lhes azeite e vinho. E pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele. E partindo no outro dia, tirou dois dinheiros, deu-os ao hospedeiro e recomendando-lhe: Cuida bem dele, e tudo o que mais gastares, eu to pagarei quando voltar".

Aqui temos um resultado diferente, pois atuaram em conjunto as "mãos" de Marta e o "coração" de Maria.


Três personagens viram a mesma cena, mas suas atitudes foram inesperadas. Os dois primeiros julgaram que sua religião ou seus afazeres religiosos eram mais importantes, tinham prioridade sobre um estranho caído no chão. O primeiro era um ministro a serviço do altar e segundo seu discípulo. Seus olhos não mais se comunicavam com o coração. Em algum lugar de suas vida eles perderam a compaixão e tornaram-se insensíveis à voz do Espírito Santo. Do samaritano poderia se esperar tudo, menos compaixão, afinal ele não era teólogo, nem escriba, nem umdoutor da Lei.

E foi assim que entendi, antes de começar minha oração, que não importa quão engajados estejamos. Não importa quão grandiosos projetos estejamos planejando, diante dos olhos alheios ou dos nossos próprio. Há uma grande multidão muda, surda, em grande miséria ao nosso redor. Se dermos prioridade às coisas que nos interessam e relegarmos ao secundário os momentos que precisamos passar a sós com Deus, até ouvir Sua voz, ficaremos irremediavelmente secos de compaixão.

A prioridade correta fará inverter a cultura da pressa e teremos um "Coração de Maria controlando as mãos de Marta". A comunhão com Deus precede o serviço.






terça-feira, setembro 28, 2010

O azeite, o vinho e o fermento


Barco
Barco à vela
João Cruzué

E um certo doutor da Lei levantou-se e disse: Mestre que farei para herdar a vida eterna? E Jesus devolveu a pergunta: O que está escrito na Lei? E então o doutor citou o grande mandamento: "Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo."

-- Faze isto e viverás! Disse Jesus.

-- E quem é o meu próximo? Insistiu o doutor.

E na sequência o Senhor Jesus Cristo expôs uma parábola, mais tarde entitulada "A Parábola do Bom Samaritano". Hoje pela manhã quando ia para o trabalho, passei pela região do Viaduto do Chá, no Centro de São Paulo. E neste trajeto veio a mim escrever alguma coisa sobre esses três elementos: O azeite, o vinho e o fermento.

Nós encontramos o azeite no Velho Testamento na botija da viúva endividada; no reservatório do candeeiro da Casa do Senhor. Na unção de Davi, ainda adolescente, no quinto verso do Salmo 23, e, entre tantos outros, na visão do profeta Zacarias. Azeite fala de sabedoria; azeita pode ser um rosto brilhando pelo perdão de Deus; azeite é uma bênção surpresa quando tudo o mais se acabou. Azeite é o gosto da vitória; azeite é a unção da promessa de Deus.

Na parábola do samaritano o vinho foi usado para limpar as feridas.

Azeite e vinho falam de solidariedade, de compaixão, de cuidados. Azeite e vinho são as atitudes do cristão verdadeiro que vai além das palavras; além da teologia. A sequência de uso é azeite e vinho. Primeiro a unção do Espírito em seguida a alegria do Espírito. O azeite amacia e refresca um coração ferido e o vinho lava as impurezas e a maldade do pecado. Para adquirir deste azeite e deste vinho é preciso ir à fonte da misericórdia e da compaixão. É preciso depender de Jesus.

Quem ama vai atrás, busca e procura até achar. Quem tem azeite e vinho anda na presença de Deus e navega como um barco cuja vela se faz cheia sob o vento da vontade do Espírito Santo. Isto não se aprende com a leitura de compêndios e comentários. Não vem junto com um canudo de teologia, mas em andar com o Senhor.

O fermento é a substância que incha, estufa, azeda, que enche de vento uma massa. O fermento para fazer efeito precisa ser misturado. Espiritualmente falando o fermento é o mundo sendo misturado no coração cristão. O fermento é a hipocrisia. É uma santidade de aparências. É uma cristã falsificada, mascarada.

O sacerdote e o levita viram o ferido, mas a sua religião estava acima de qualquer coisa. Sabiam o sagrado, mas não tinham mais o Espírito de Deus. Eram vazios de sentimentos, de compaixão. O sacerdote e o levita eram como barcos cujas velas já tinham apodrecido pela falta de uso.

Coisa interessante. Esta parábola é muito atual. Está surpreendentemente contextualizada em nosso tempo e país. Uma geração de sacerdotes e levitas têm ltrabalhado em nossas Igrejas. Eles estão muito ocupados com o que acontece no mundo. Estão encantados com o poder, com a política, com o dinheiro. O fermento já arruinou a vida espiritual deles. Nã têm mais tempo para a compaixão. Não se preocupam mais com os feridos nem com os perdidos, pois já não há mais sinal de azeite e vinho em seus corações. O Espírito Santo já foi apagado de suas vidas, de tantas atitudes mesquinhas, avarentas, falsas aparências. O óleo da unção já não brilha mais em suas faces. É muito provável que também estejam perguntando: E quem é meu próximo? Por que já se esqueceram.

E se eu não tomar cuidado, posso me tornar hipócrita do mesmo jeito. Por isso o exercício da compaixão deve ser sempre lembrado, praticado. Não basta ter uma biblioteca cristã na cabeça, é preciso muito mais que isso para ser um bom samaritano: manter a alegria de servir, de visitar, de sorrir e chorar junto, de ajudar, de amar, de perdoar pela presença do Espírito Santo.



SP 28.09.2010



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terça-feira, maio 11, 2010

A Cracolândia e Parábola do Bom Samaritano



ALGUMA COISA ACONTECE

NA AVENIDA SÃO JOÃO - DEPOIS DA IPIRANGA

Por João Cruzué para o Blog Olhar Cristão
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Cracolândia
Templo Sede da Igreja da Graça - na Avenida São João.


Cracolandia
Edfício Andraus: Administração da Prefeitura de São Paulo - na Avenida São João.
(O Prédio branco da esquerda é a Sede da Igreja da Graça)


Caracolandia

Cracolândia - na Avenida São João
e proximidades


Cracolandia

Cracolândia - Avenida São João e proximidades.



Cracolandia


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E quem é o meu próximo?

E, respondendo Jesus, disse:

Descia um homem de Jerusalém para Jericó,

e caiu nas mãos dos salteadores,

os quais o despojaram, e espancando-o,

se retiraram, deixando-o meio morto.

E, ocasionalmente descia pelo mesmo caminho

certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo.

chegando àquele lugar, e, vendo-o, passou de largo.

Mas um samaritano, que ia de viagem,

chegou ao pé dele e, vendo-o,

moveu-se de íntima compaixão;

E, aproximando-se, atou-lhe as feridas,

deitando-lhes azeite e vinho; e,

pondo-o sobre a sua cavalgadura,

levou-o para uma estalagem,

e cuidou dele.

Lucas 10:29 a 34

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Autoria: João Cruzué - Blog Olhar Cristão

cruzue@gmail.com




sábado, janeiro 30, 2010

A parábola do bom samaritano contextualizada

Os olhos do Senhor estão atentos

João Cruzué

Este texto é baseado em um caso real.

Certa família humilde passava por graves privações. E a comunidade cristã tradicional, próxima, não se apercebeu.

Então, um senhor espírita se aproximou; esforçou-se e arranjou um emprego para o pai daquela família. Com o passar do tempo as privações se foram, os filhos se graduaram tornaram-se prósperos e, naturalmente, espíritas.

Quando o Senhor Jesus mostrou para o doutor da Lei quem era o "próximo" do homem ferido pelos ladrões, na parábola, referiu-se a um samaritano. Um homem de um povo estranho transportado de longe por Nabucodonozor, para as terras de Israel. Cristo confrontava uma religiosidade desprovida de compaixão. E compaixão significa estar atento às necessidades do próximo. Nossas mãos a serviço dos olhos do SENHOR.

Eu fico meditando: O que estamos vendo no meio evangélico é bem parecido com o relato da parabóla. Muitas palavras e poucas atitudes. Muitos críticos e poucos "samaritanos". Muito individualismo e pouca solidariedade. Muitas palestras, escolas de liderança e poucos mestres em SERVIR.

E diante de tudo isso, como falar do amor de Deus para quem só conheceu a generosidade de "Samaritanos"? É, você e eu temos mesmo muito a melhorar!




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