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sábado, outubro 28, 2017

A História da Igreja Assembleia de Deus em Angola

Pastor Francisco Domingos Sebastião

Introdução 

Caros irmãos e amigos, de vez em quando, eu costumo pesquisar nas mídias eletrônicas de Angola com objetivo de trazer boas notícias das Igrejas Evangélicas dalém mar.  Dessa vez, fui muito feliz na pesquisa, encontrando uma bela entrevista, crédito: Agência Angola Press (ANGOP) com o Pastor Francisco Domingos Sebastião, Presidente da Igreja Assembleia de Deus Pentecostal de Angola - Ministério Manculusso. Nesta entrevista ele descreve em detalhes a origem das Assembleias de Deus em Angola (João Cruzué)


PERFIL

Nome: Francisco Domingos Sebastião
Idade: 61 anos
Local e data de nascimento: 11 de Maio de 1954 (mas oficialmente nos documentos nasceu em 1956), município de Viana (Luanda).
Profissão: Marceneiro, mas hoje é Pastor evangélico
Formação académica: Formou-se em Sociologia e também em Teologia pela Escola Superior de Teologia de Oeste África.
Cargos exercidos: Já foi na igreja por 12 anos pastor dos pastores da província de Luanda. Foi também líder de duas Igrejas locais, a de Maculusso é a terceira, por quase 30 anos, assim como é vice-representante legal da instituição.
Funções atuais: Há 5 anos é presidente do Comitê de Cooperação da Aliança Evangélica de Angola, vogal da Ordem dos Pastores de Angola e conferencista internacional.
Livros escritos: Dois (As sete maneiras de agarrar o cônjuge; e Liderança Emergente no Sec. XXI).
Línguas: Português e Kimbundu. O restante é apenas para identidade ou saudação.


PREFÁCIO DO PRESIDENTE:

--Ao longo desses anos, a Igreja Assembleia de Deus implantou-se em todo o território nacional, estando assim, atualmente nas 18 províncias, e em todos os municípios do país. 

--Estou satisfeito com as conquistas alcançadas, mas elas não podem deixar uma liderança satisfeita, porque como líder eu tenho uma filosofia, segundo a qual nunca estou satisfeito com aquilo que estou fazendo, pois se disser o contrário não farei mais nada.


ENTREVISTA:

Data: 15/08/15 

Agência Angola Press (Angop) Senhor Reverendo, que contribuição deu a Igreja Assembleia Pentecostal à História do país?

Reverendo Francisco Domingos Sebastião (Rev. FDS): Bom, é verdade que partindo do princípio histórico, é sabido que quando os portugueses chegaram a Angola vieram também com a religião. Quer dizer, se numa mão estava a espada, na outra estava a cruz. A religião veio com a própria colonização.

Só que com o passar do tempo, foram vindo também, isso já depois da reforma protestante do século XVI, outras Igrejas evangélicas e a partir do século XVIII, XIX foram chegando outras religiões e claro, assim sendo, podemos dizer que a educação estava intrinsecamente ligada à religião. Primeiro com a Igreja Católica, por causa da concordata em que o governo português, no ultramar, tinha responsabilidade de educação para essa denominação. Depois há a outra parte em que a religião protestante entra, fixando em cada lugar onde se fazia presente uma escola, cujo foco era alfabetizar os autóctones ou nativos.

Logo, podemos dizer que a igreja participou da revolução libertadora de Angola, na medida em que mudou a consciência das pessoas em compreender o seu estado político como cidadãos.

Angop - Como surge a Igreja Assembleia de Deus Pentecostal em Angola?

Rev. FDS: Assembleia de Deus Pentecostal surge nos anos 40, com a chegada do primeiro casal de missionários de nacionalidade americana. Os Stark se estabelecem na região do Cuanza Sul, com o objectivo de desenvolver uma missão. O senhor Stark é acometido por uma enfermidade que, naquele tempo, era normal e morre, tendo a senhora resolvido voltar para o seu país, passando por Portugal, na Igreja Assembleia de Deus Pentecostal local, faz um apelo no sentido de enviar um substituto do esposo a Angola para dar sequência ao trabalho.

É então que um jovem de nome Joaquim António Cartaxo Martins, com 24 anos, recém-casado, vem a Angola, atracando no Porto do Lobito, em finais de 1948. Um ano depois, começa a reativar o trabalho, batizando a primeira angolana convertida, que ainda vive em Benguela. Por falta de condições para a prossecução do trabalho nessa província, o missionário resolve ir para a área onde esteve o casal Stark, no Cuanza Sul, na localidade do Kirimbo Gar. Ali constrói uma escola para educação de indígenas e, à medida que as crianças iam aprendendo, com elas vinham os pais e assim nasceu a Assembleia de Deus, naquele pequeno núcleo do quilômetro 70 do Posto Kirimbo.

A partir daí desenvolve-se a igreja. Dessa localidade inaugura outra igreja em Porto Amboim, depois no Sumbe, Gabela e daí por diante.

Angop - Alguma vez a Assembleia de Deus foi convidada a participar do processo de pacificação de espíritos, no período pós-guerra entre angolanos?

Rev. FDS: Nós sempre fomos chamados a participar, quer em fóruns próprios, quer indiretamente através dos órgãos de Comunicação Social. Existem blocos inter-eclesiásticos, nos quais as igrejas fazem parte. No entanto, nós da Assembleia de Deus fazemos parte da Aliança Evangélica de Angola, que são igrejas que se identificam com a mesma visão e objetivos. Depois temos o CICA, Conselho de Igrejas Cristãs de Angola, que também alberga um grande número de igrejas. Existe também a CEAST - Igreja Católica e todas as suas paróquias e surgiu um novo grupo que se chama Grupo das Igrejas Independentes, que não se revêm nos demais.

Todos esses grupos são muitas vezes chamados para conversar com o Estado, naquilo que são os projectos e para darmos o nosso contributo na pacificação de espíritos e fizemo-lo com alegria e continuamos a fazer, pois o trabalho da igreja é levar a transformação da mentalidade do homem, segundo a Bíblia, porque nós não oferecemos riquezas para as pessoas. A nossa maior contribuição é mudar a mentalidade da pessoa e sabemos que uma pessoa bem equilibrada mentalmente é um cidadão saudável.

Angop - Está satisfeito com o desenvolvimento registado pela Igreja Assembleia de Deus no país?

Rev. FDS: É claro que sim… Como qualquer instituição tem altos e baixos e tem etapas. A Igreja Assembleia de Deus Pentecostal conhece pelo menos quatro etapas: a primeira é a da sua implantação em 1949 com a chegada do missionário António Cartaxo Martins, que iniciou este trabalho e que vai até mais ou menos 1956, quando o primeiro missionário implantador do trabalho volta a Portugal de férias e depois, não sendo permitido voltar, tendo o trabalho sido continuado pelo seu irmão mais novo, Manuel Cartaxo Martins, até finais de 1958/59.

A terceira etapa vai desde a saída dos missionários até 1967, altura em que chegam outros missionários. Neste período de aproximadamente oito anos, tivemos uma liderança ativa dos nativos, que ainda não tinha grande traquejo, mas aguentaram a obra e ela desenvolveu-se. Por exigência do governo colonial, foi-nos imposto mandar vir missionários brancos de Portugal para liderar a igreja e começam a chegar nos finais de 1967 e o quarto período vai até 1974. O dos missionários ou da grande missionação da obra, tendo-se conseguido construir algumas igrejas no interior do país, sendo em Luanda apenas uma, igual número na Gabela e em outras paragens.

Depois entramos para o período pós-independência, com a retirada dos missionários, e nós angolanos tivemos que assumir esta obra debaixo de dificuldades, mas graças a Deus ela cresceu, desde 1975 a 1983, quando fizemos uma grande reforma, na própria dinâmica, na organização do trabalho, entrando uma nova geração de liderança que acompanha o trabalho até hoje.

Ao longo desses anos, a Igreja Assembleia de Deus implantou-se em todo o território nacional, estando assim atualmente nas 18 províncias, e em todos os municípios do país. Estou satisfeito com as conquistas alcançadas, mas elas não podem deixar uma liderança satisfeita, porque como líder eu tenho uma filosofia, segundo a qual nunca estou satisfeito com aquilo que estou a fazer, pois se disser o contrário não farei mais nada.

Ainda tenho um caminho longo a percorrer. 

O que fizemos até aqui não pode nos satisfazer, senão nos sentiremos acomodados. É claro que conseguimos alcançar patamares visivelmente satisfatórios, como edificar infra-estruturas que hoje dignificam a Assembleia de Deus Pentecostal como uma Igreja reconhecida no país e que tem uma palavra a dizer. Temos a nossa sede no município de Cacuaco, um edifício grande que orgulha a todos, centenas de templos espalhados pelo país, mormente nas capitais de províncias e municípios.

Estamos agora numa grande revolução para substituir as várias igrejas de construção precária, sobretudo no interior, para definitiva.Pena que o país conheceu agora uma crise económica, que de igual modo afecta também os projectos da igreja.Mas continuamos a trabalhar para o efeito.

Angop - Há uma crescente proliferação de seitas religiosas no país. Como é que encara este fenômeno e o que deve ser feito para a normalização da situação?

Rev. FDS: Olha, eu sempre disse e vou tornar a dizer que numa casa quando há desordem a culpa não pode ser dos filhos; tem que ser dos pais. Porque existem igrejas que se consideram matrizes, vamos chamá-las de igrejas-mãe.

Eu não vou aqui mencionar denominações. Existe neste país igrejas que se consideram matrizes ou mães. Se essas igrejas matrizes não conseguiram treinar bem o seu pessoal e esse pessoal está saindo para abrir novas igrejas é porque há discórdia, e se assim é, então o nosso apelo é que essas lideranças se envolvam mais no diálogo com essa nova geração, para ver se também conseguem ceder naquilo que são as suas exigências. 

Por outro lado, existem motivos também que podem estar a influenciar isso. Há igrejas que abrem por instigação que alguém diz, sai e abre também a sua. E às vezes quem faz  tal agitação é uma pessoa que está fora, mas graças a Deus e, por causa das leis do país, esse espírito de aventura de abrir novas igrejas está um tanto ou quanto refreado.

Não somos contra a abertura de novas igrejas, desde que o objectivo seja para ganhar almas, prepará-las para o bem desta sociedade, não olhando apenas para o bolso, para as necessidades do pobre.

Angop - O que se deve fazer para continuar a preservar a paz e que conselho deixa aos jovens que frequentemente se manifestam descontentes?

Rev. FDS: O meu conselho é que se volte para a Bíblia. A Bíblia Sagrada diz: - "toda alma está sujeita as autoridades, porque as autoridades que existem foram levantadas por Deus". Se fizermos o bem, alcançaremos misericórdia das próprias autoridades e se fizermos o mal o castigo e a correcção será o caminho. O meu conselho é que os jovens se lembrem que para alcançarmos o bem não pode ser do dia para a noite. Tudo o que se quer vai-se alcançar, mas é preciso a contribuição de todos.

Angop - Angola é um estado democrático e de direito.Que opinião tem sobre o assunto?

Rev. FDS: Bom, isso é discutível. Depende como interpreta o Estado de Direito, se é de acordo com a Lei escrita no papel ou se é na prática. Eu penso que Angola é sim um estado democrático na medida em que eu posso me exprimir. E só não é um Estado de Direito quando eu não me comportar como tal. Se eu fizer o que quiser, aí o Estado vai me dizer o que devo ou não fazer e eu vou dizer então que não existe o Estado de Direito. O Estado de Direito só o é quando o próprio cidadão também sabe reconhecê-lo. Se houver libertinagem, diremos que não é um Estado de Direito e se houver paz já diremos que o Estado é de Direito. É preciso que todo o cidadão saiba interpretar a lei e saiba também respeitá-la. A lei não é só boa quando nos diz respeito e má quando não nos diz respeito.

Angop - Que leitura faz das tentativas de manifestações e descontentamentos?

Rev. FDS: Ora, todo país sempre vai ter algum tipo de pressão, mas os angolanos sempre resistiram a pressões, quer sejam internas, quer externas, porque os angolanos deram provas do que sabem e o que querem. Fizeram-me esta pergunta há pouco tempo que a situação não está boa e como exemplo eu disse que quando as crianças brincam no quintal é porque o Estado é bom, o problema é brincarem fora do quintal. Por isso, como pais devemos saber onde é que os nossos filhos brincam. Portanto, o nosso país está bem, sem crise, apesar de que muitas forças externas gostariam que Angola entrasse em colapso. Mas nós já experimentamos isso e não queremos mais problemas e tudo faremos para que o país continue em paz.

Angop - Considera o povo angolano participativo?

Rev. FDS: Basta ver o hino do partido no poder “Com o povo heróico e generoso...”.É sim um povo heróico e generoso, é um povo participativo sim, contando pela nossa história.Se não fosse participativo, não teríamos alcançado o que alcançamos.Por outro lado, é preciso que o país reactive as profissões liberais, porque nem todo mundo tem que ser licenciado ou doutor. O país precisa de serralheiros, de carpinteiros, de pedreiros, de ferreiros, de ladrilhadores e se conseguirmos fazer isso poderemos alcançar patamares altos e não precisaremos tanto de estrangeiros.

Angop - Defende maior envolvimento das pessoas nas questões sociais, econômicas e de cidadania para o desenvolvimento de Angola?

Rev. FDS: Sim. É preciso que as pessoas se envolvam mais. Como? Trabalhando, se aplicando, não guardar para depois o que se pode fazer hoje, porque essa Angola para se desenvolver vai e está a precisar do envolvimento do próprio angolano. O estrangeiro não pode ser tido como o principal no desenvolvimento do país, pois não será ele quem fará a continuação e, sobretudo, a manutenção de tudo quanto está a ser erguido.

Angop - Como é que caracteriza a justiça social em Angola?

Rev. FDS: Essas questões são muito difíceis de nós nos pronunciarmos. Eu diria que toda a sociedade tem divisão de classes. As chamadas classes sociais, os sociólogos dizem que a sociedade é como um armário de várias gavetas e o esforço de se sair da gaveta de baixo para a seguinte deve ser o próprio homem e a vontade de permanecer nela depende de cada um.

Agora eu interpreto a justiça social como aquela que os órgãos de justiça estabelecem. O próprio Governo estabelece colocar à disposição as ferramentas para que cada um consiga dar passos firmes e enquadrar-se como um cidadão de sucesso.

Angop - O que tem a dizer sobre valores morais e cívicos na sociedade?

Rev. FDS: Nós, os mais velhos, falhamos na execução do TPC (Trabalho para Casa). Nós ainda temos algum valor, porque recebemos isso dos nossos pais.Mas não estamos a conseguir passar esses valores aos nossos filhos. Temos o hábito de dizer aos nossos filhos deixa lá, isso é normal.Eles são jovens. Então a perda dos valores morais tem a ver com a educação que os pais deram a estes jovens.

Isso é uma chamada de atenção, não só para a igreja, mas para a sociedade no geral. É preciso investir nas escolas desde pequeno. É ali onde se costuma dizer que é desde pequeno que se torce o pepino. É preciso inculcar nas mentes das crianças os princípios de boas maneiras e estamos a deixar isso por conta da televisão.

Acho triste ver que se a criança canta é porque aprendeu na televisão, se ela se expressa, aprendeu na TV, enquanto os pais não têm tempo de conversar com elas. Hoje os pais só estão interessados em ter filhos na Calemba, no Rangel, no Cazenga,..e então essas crescem sem autoridade paternal. Logo um menor assim, depois de grande, tem desvios.Actualmente, as famílias não estão mais interessadas em transmitir os princípios cívicos morais aos filhos. É difícil encontrar um pai sentado à mesa e observar o seu filho como segura os talheres e como se alimenta. O meu apelo é que voltemos ao princípio, educar as crianças a partir de tenra idade em casa.


Nota do Blogueiro: fizemos algumas edições no texto, para adaptá-lo ao português escrito no Brasil.



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sábado, outubro 20, 2012

Pastor Francisco Domingos Sebastião de Angola


NOTÍCIAS DA IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS DE ANGOLA

Pastor Francisco Domingos Sebastião


Francisco Domingos Sebastião, filho de Domingos Sebastião e de Lemba Adão Santana. Natural de Luanda, nasceu aos 11 de maio de 1954 (idade real) e, ou 11 de maio de 1956 como consta da documentação. Filho de pais camponeses, nascido e criado até aos oito anos de idade na comuna de Baia, município de Viana. Em janeiro de 1963, acompanhado pela tia Maria Paulo, mas conhecida por tia ximinha, viaja para Luanda  a fim de aprender o oficio de marceneiro, em casa ou sob os cuidados do tio Domingos Rufino.

Em 1968, conhece seu primeiro emprego formal na fábrica de móveis Mestre Nogueira auferindo o salário de 15 escudos por dia. A 27 de setembro de 1973 abraçou o Evangelho tendo aceitado Jesus como Senhor e Salvador na Assembleia de Deus Pentecostal do Cazenga. No mês seguinte, entra no coral da igreja cantando na quarta voz. Em 4 de outubro de 1975, contraiu matrimonio com a jovem Teresa Miguel Muhongo. Cursou o ensino primário na escola São Domingos em 1972; o ensino secundário isto é 5 e 6 classe na escola Primeiro de Maio em 1984. Posteriormente, a 7 e 8 classe na escola Ngola Kiluange e fez o ensino médio no Colégio Nerica -  em 2001. Em 2003, ingressou na Universidade Jean Piaget, no curso de Sociologia, concluído em 2007.

Formação Teologica: curso médio de Teologia pelo Instituto Biblico de Angola da Assembleia de Deus Pentecostal e curso superior pelo ESTAO, escola superior de teologia da África ocidental com sede em Lomé Togo.

Em fevereiro de 1978, foi convidado pelo Reverendo Joaquim Manuel a desempenhar as funções de Secretário Adjunto da Igreja e do ministério. Aos 22 de abril de 1984, foi  consagrado ao ministério Pastoral. Em janeiro de 1985, foi nomeado Pastor da congregação de São Pedro, no município de Cazenga. Aos 16 de Agosto, aceita o convite para ser Pastor Adjunto do Templo Sede Maculusso.

Em julho de 1989, assumiu a Presidência da igreja Assembleia de Deus Pentecostal do Maculusso, cargo que ocupa até hoje. Na altura, a Igreja contava com 340 membros, dentro os quais só 90 eram efetivos. Hoje, conta com 17.000 membros, mais de 20.000 congregados. De 1991 a 2008 desempenhou o cargo de Pastor Provincial de Luanda. Eleito em agosto de 2008 Vice- representante legal da Assembleia de Deus Pentecostal de Angola.

Reverendo Francisco Sebastião é casado e pai de 09 filhos entre os quais três são adotivos.






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quarta-feira, maio 21, 2008

Igreja Assembléia de Deus em Angola


A igreja em si é chamada na Bíblia de o sal da terra e a luz do mundo:não seja o cristão mais um furtador, um burlador, um trapaceiro, um contribuinte activo na sujidade da cidade, um violador da lei, mas sim um homem orientado pela lei divina. É aqui onde a igreja e o cristão são chamados a exercer o seu papel preponderante de pacificadores dos espíritos.”
Pastor Francisco Domingos Sebastião.
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Jornal de Angola

1 - Assembléia de Deus encerra IV Conferência
27.novembro.2007
"A Assembléia de Deus Pentecostal do Maculusso encerrou, domingo, a IV Conferência e a Escola Bíblica de Obreiros, subordinada ao tema "Avaliados pela Visão: Marcos 8:22-26", em acto presenciado por cerca de oito mil fiéis.

Durante o evento, que decorreu em Luanda, de 19 a 25 de Novembro 2007 , os conferencistas analisaram com profundidade os temas abordados no II Congresso, realizado em 2005, e outros assuntos ligados à vida interna da igreja, tendo os resultados sido considerados satisfatóros.

O acto de encerramento, presidido pelo reverendo Francisco Sebastião, teve lugar na Cidadela Desportiva e contou com a presença do cantor brasileiro Moisés Cleyton e de representantes da igreja no Bengo, Cunene, Malanje, Namibe, Espanha, Portugal e Moçambique".

2 - Mais de um milhão de fiéis em todo país
16.março.2008
"A Igreja Assembleia de Deus Pentecostal está implantada em Angola desde 1948. Os primeiros trabalhos foram feitos na cidade do Lobito, província de Benguela, e mais tarde no Porto- Amboim, Kwanza- Sul, onde se desenvolveram os trabalhos iniciados pelo missionário Joaquim António Martins.

Em 1952, as autoridades coloniais portuguesas reconheceram oficialmente a Igreja, acto publicado no Boletim da República de então.

Em 1961, data do início da luta armada de libertação, o trabalho missionário foi associado aos “terroristas”. Até mais ou menos 1963, a igreja andou à deriva, sem nenhuma liderança própria; os que sobreviveram continuaram a evangelização, até que, com o fim dos tumultos de 61, as autoridades coloniais propõem à liderança da igreja que se quisesse continuar a evangelizar tinha que depender de um português vindo da colónia.

Vieram outros missionários, em 1967, até que, com o 25 de Abril, todos os missionários saíram do país e os angolanos ficaram novamente a trabalhar sozinhos com a igreja. Em 1983, dá-se a criação de uma liderança nacional forte e de lá para cá a igreja apenas cresceu. Hoje está representada nas 18 províncias do país e tem trabalhos missionários também fora do país, como no Zimbabwe, Moçambique, Malawi, Swazilândia, Índia, Portugal, Espanha, EUA, Brasil e noutros países.

Em Angola, até 2001, a igreja contava com aproximadamente um milhão e 200 mil fiéis, número que, segundo o pastor presidente, poderá já ter dobrado. “Só de membros – isto é, aqueles que estão sempre na igreja – em Luanda estamos com 62 mil baptizados e 120 mil não baptizados”, informa o responsável máximo da congregação".

3 - Musica Gospel em Agola
Por Kindala Manuel
03.maio.2008
"O músico Luvualu Clarry Ndongala, de nome artístico “Clarry”, vai apresentar hoje ao público, no largo da Luanda Antena Comercial (LAC), o seu mais novo trabalho discográfico, intitulado “Angola louva Jesus”.

O álbum, o segundo do cantor, é composto por 12 faixas musicais, cantadas no estilo gospel, em português, kimbundu, fiote, kikongo, umbundu e lingala. Trazendo outros ritmos como o slow, zouk, pop, salsa, reagga e semba, o disco começará a ser vendido e assinado a partir das 10H00.
Com uma tiragem inicial de dois mil exemplares, o CD foi custeado, produzido, masterizado, misturado e editado pela produtora Clarry Fan Clube (CFC), na qual o músico é proprietário e desempenha o cargo de produtor e professor de música.

Segundo o músico, o novo trabalho discográfico contou com a participação de mais de 30 artistas gospel de renome no mercado luandense, como a Irmã Sofia, Jacques Bambila, Lord King, Gabriela Espírito, o Coro dos Anjos e Pomba Sahara.

Clarry informou no entanto que as músicas que compõem o disco seguem a sua habitual linha temática, centrada na vertente gospel. “O CD tem canções de júbilo, que estou acostumado a cantar. Escolhi o titulo “Angola louva Jesus” porque, além de ser letra de uma canção, o facto de termos alcançado a paz, levou-me a compor músicas que tocam e encantam a alma humana", concluiu.

Para o cantor, um dos objectivos da compilação do álbum é o de levar, através do louvor, a palavra de Deus aquelas pessoas sofridas, de forma a que possam ter uma educação focada nos princípios do cristianismo e num relacionamento diário positivo.

De acordo ainda com o cantor, do ponto de vista social, a mensagem principal do disco está focalizada para a chamada de atenção da sociedade civil para a necessidade da prática do bem e do amor ao próximo.

De 30 anos de idade, Luvualu Clarry Ndongala começou a cantar aos 14 anos de idade como corista do Grupo juvenil na igreja Assembleia de Deus Pentecostal. Na altura não tinha como ambição ser músico profissional. O seu primeiro disco, também gospel, foi lançado em Abril de 2005, na portaria da rádio nacional de Angola, com o título “Creia em Jesus”.

4 - A Igreja e a participação política em Angola

"Um Papel importante na vida política dos Estados"
"A Igreja, enquanto formadora de consciência, sempre teve um papel importante na vida política dos Estados, considera o reverendo Francisco Sebastião, da Assembleia de Deus Pentecostal. O religioso recordou que dentro da Igreja foram gerados políticos de renome, apontando como exemplo o primeiro presidente de Angola, doutor António Agostinho Neto, filho de um pastor e formado no seio de uma religião, “de onde teve a inspiração política de libertação”.

“A Bíblia diz que só Cristo liberta, e quando Cristo liberta, o homem fica livre e começa a ter uma nova perspectiva de vida”, sustenta. O pastor refere ainda que a Igreja está constituída por pessoas e que estas são membros da sociedade, e como tal, a Igreja deve actuar em diversos pólos da vida, “quer do ponto de vista social, quer do ponto de vista espiritual”.

“Não olhamos para a cor da camisola mas sim para a cor do país; esta é que deve nos unir como angolanos; e nas eleições nós devemos actuar como angolanos e não como membros do partido A ou B”, apelou.

Ainda como referência, o reverendo falou dos momentos vividos pela Igreja Assembleia de Deus Pentecostal, implantada em Angola desde 1948 e reconhecida pelas autoridades coloniais em 1952, mas que em 1961, ano do início da luta de libertação, foi associada aos “terroristas negros”.
“Por isso, muito dos nossos mais velhos pagaram com a vida; foram decapitados e fuzilados; centenas de pessoas foram executadas por serem crentes, porque diziam que o nosso missionário, Joaquim António, estava a ensinar os pretos a serem terroristas. Como consequência, ele próprio foi expulso de Angola pelas autoridades coloniais”, recorda.

É por esta e por outras razões que o reverendo considera que existe muito mais responsabilidade para os cristãos do que para os não cristãos neste processo, “porque o mundo tem esperança de que somos uma mais-valia que pode contribuir para a melhoria deste país”.

“A igreja em si é chamada na Bíblia de o sal da terra e a luz do mundo”, realça, deixando a seguinte advertência: não seja o cristão mais um furtador, um burlador, um trapaceiro, um contribuinte activo na sujidade da cidade, um violador da lei, mas sim um homem orientado pela lei divina. “É aqui onde a igreja e o cristão são chamados a exercer o seu papel preponderante de pacificadores dos espíritos”, conclui".

Fonte: http://www.jornaldeangola.com

Comentários: nossos cumprimentos aos Irmãos Angolanos pelo exemplo de consciência religiosa e política adquirida com a dura experiência da guerra. As bênçãos do Senhor estejam sobre vocês.

Publicações posteriores - não deixe de ler: Notícias Evangélicas de Angola


João Cruzué
cruzue@gmail.com