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domingo, maio 27, 2012

O preço da liberdade religiosa

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Igreja-bar na Irlanda

João Cruzué

O Bispo sul africano Desmond Tutu disse mais no menos assim: "A liberdade  e os direitos à liberdade  podem ser perdidos por desinteresse, porque pessoas de bem geralmente não são vigilantes".  Quero aproveitar esta tarde ensolarada de domingo, para refletir um pouco sobre o preço da liberdade no Brasil. Liberdade de expressão, liberdade religiosa, liberdade de fazer escolhas, Liberdade de locomoção, liberdade de opinião, liberdade de reunião. Liberdades.

A liberdade é um dom de Deus e a falta de vigilância fez suas primeira vítimas já no Éden.  Uma mente maligna e astuta concebeu e executou seu plano sobre duas pessoas despercebidas e confiantes. Confiantes demais. Um rol de exemplos pode ser reunido às dezenas, só no Antigo Testamento bíblico.

Pessoas desatentas e confiantes. Um bom exemplo disso também foi o dia  11 de setembro de 2001. A grande águia americana estava dormitando em seu ninho no alto das duas Torres do World Trade Center, quando uma minúscula "pedra" derrubou seu ninho.

Assim também estão se comportando os maiores líderes religiosos brasileiros. Um sinal amarelo já foi dado. Tanto a  Suécia quanto o Canada, dois grandes celeiros de missionários que incendiaram o mundo no século passado, já perderam a  liberdade de pregar a Bíblia por inteiro em seus púlpitos pela lei da homofobia. A Igreja da Inglaterra está prestes a seguir o mesmo caminho.

Há uns três anos, a maior associação de Igrejas suecas discutiam a mudança de liturgia para agregar (coagidas pela lei) a celebração do casamento gay. E neste ano, quem passa pelo mesmo problema é a grande Igreja Presbiteriana do Canadá (70% dos evangélicos canadenses). 

Perderam, sim, o direito a liberdade de pregar integralmente a Bíblia por dois motivos principais: Acharam que isto nunca iria acontecer porque eram grandes demais e deixaram de ser veementes no combate ao pecado - a relativização da verdade. O que antes era pecado passou a ser visto como "meio-pecado"

O Brasil segue, infelizmente, no mesmo caminho. Meia dúzia de atistas gays está  prestes a fazer com as grandes denominações brasileiras o mesmo que meia dúzia de pilotos da Al-Quaeda fizeram com nos Estados Unidos. Se não fosse a determinação do Pr. Silas Malafaia, isto já teria acontecido.

A situação é extremamente grave. Ninguém mais deu a cara para bater.

O que está em jogo é algo  extremamente essencial: A liberdade de pregar todos os versículos da Bíblia sem praticar ilegalidades. 

Os tempos são ruins. A leitura que faço do comportamento dos líderes das maiores denominações evangélicas é negativa. Pela falta  de posicionamento  oficial perante a sociedade e a membresia, entendo que  o direito absoluto à liberdade religiosa para eles é coisa secundária. O principal seria então, o quê?

O Bispo  católico Desmond Tutu se posicionou corretamente e não deixou de abrir a boca contra uma ditadura racial que carregava todo domingo a Bíblia debaixo do braço.

 Se Deus permitiu que a cidade de Jerusalém fosse destruída e o Templo queimado por Nabucodonozor; se Deus permitiu que a Igreja Sueca - mãe das Assembleias de Deus Brasileira, hoje tenha que aceitar a cunha de um casamento gay em seus templos; se a Igreja presbiteriana canadense hoje tem que aceitar o cabresto de uma lei de homofobia, então  posso concluir que, do jeito que as coisas estão, o desinteresse e a falta de posicionamento PÚBLICO por parte de grandes líderes evangélicos brasileiros vão culminar com uma grande derrota: A proscrição da Bíblia sob o argumento de ser um livro homofóbico. 

Se esta liberdade for perdida, será mais pela indiferença da Igreja diante das necessidades  sociais do que pelo peso dos ativistas gays. A sociedade não perdoa quem não tem credibilidade.