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domingo, julho 27, 2025

População Evangélica no Censo IBGE 2022

  


São Paulo, 27 de julho de 2025.

Artigo de João Cruzué.

Este é  um artigo técnico, porém, desde o início vou fornecer os dados que meu leitor tem interesse.  Ao longo do texto, vou deixar justificativas, memórias de cálculos e dados estatísticos. No final, minhas considerações. Ponto.

1. A população evangélica do Brasil, contada no Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE em 2022, divulgada com atraso em 06 de junho de 2025 foi de 47.418.024 (26,90%) fiéis. Contudo, como o IBGE não incluiu 26.775.432 habitantes na base estatística religiosa,  fiz esta inclusão mantendo a mesma proporção do IBGE. Assim,  cheguei a 54.619.477 cristãos. 

Quadro 1 - elaborado por João Cruzué

   A soma dos números do grupos religiosos e não religiosos divulgados no Portal do IBGE dá 176.305.024 pessoas (acesso em 27/07/2025)


2. Os números da população brasileira divulgados sob o aspecto religioso (Base Religiosa), estão informados no portal Ibge panorama. Utilizei estes números e os coloquei no Quadro 2, abaixo:

Quadro 2 - Elaborado por João Cruzué

            Da leitura deste quadro, você verá que a SOMA dos números dos grupos religiosos e dos sem religião divulgados pelo IBGE não é o total da população brasileira, mas apenas 86,82% dela, ou seja, 176.305.324 pessoas.  Ora, a população oficial informada no topo da página: Ibge panorama é de 203.080.756 habitantes. Portanto, os 26.775.432 (13,18%) estão fora do cômputo da base religiosa.

Memória de cálculo: 176.305.324  (86,82%) + 26.775.432 (13,18%) = 203.080.756 (100,%).

3.  Os percentuais dos grupos religiosos e dos sem religião não foram informados na página do IBGE, mas em reportagem/sem o nome de autor, no portal G1 - Publicação Censo Ibge. Ali, o G1 informou que os católicos caíram para 56,84%, evangélicos  cresceram de 21,6% (2010) para 26,90%. 

4. Quando utilizei os dados da  base religiosa do IBGE e os somei, verifiquei que os percentuais eram praticamente iguais aos publicados na reportagem do G1 diferem pouca coisa. Foi assim que observei que a contagem [na verdade projeção] dos grupos religiosos tinha percentuais semelhantes aos do G1, com uma diferença: descobri que 26.775.432 inidivíduos estavam fora da base de dados da religião.

5. Em 05 de janeiro de 2016 [nove anos atrás] publiquei um post com a estimativa das populações católica e evangélica  para o Censo de 2020, que acabou sendo realizado em 2022. Da leitura do quadro 3, você verá que minha projeção da população católica foi justa: 56,5% (a do censo 2022: 56,7%), mas dos evangélicos, não. Projetei 36,8%, mas pelo IBGE, calculada pelo G1 foi de 26,90%.

Quadro 3 - elaborado por João Cruzué



6. Memória dos Cálculos e Projeções Estatísticas para o Censo IBGE 2020  de minha publicação em 2016. Quero informar que não vou torcer dados e fazer malabarismos para justificar falha de projeção. Convido a continuar a leitura porque em meu entendimento o IBGE divulgou dados atípicos. Você vera que posso ser bem consistente na exposição dos dados. O julgamento é seu.

1ª Incoerência: O próprio IBGE divulga em seu portal a projeção da população brasileira, ano a ano. Por exemplo as projeções de 2000 até 2070 estão neste link: Projeção para 2020. Aqui você verá que a projeção da população para 2022 pelo IBGE era de 210.862.983 habitantes. Em  2016 essa base era de 212.077.375. Quanto o Censo do IBGE contou em 2022? Contou 203.080.756 habitantes.  Foram 7,7 milhões de pessoas abaixo da própria projeção. Abaixo vão os dados compilados da página do link: 

  A projeção do ano 2000 era de 174.695.935 hab. O Censo contou 169.870.803 (-2,7620)

  Para 2010: 194.749.329  - O Censo contou 190.755.799 (-2,0506%)

  Para 2020: 209.164.889 .

  Para 2022: 210.862.983 - O Censo contou 203.080.756 (-3,69066%)

  Para a projeção do Ibge para 2030: 216.973.093 .

7. Questão interessante: A contagem estatística dos dados do Censo de 2022 foi fidedigna? Bem para responder a isso pode-se fazer este teste: pergunte para 10 pessoas, de diferentes famílias, se o Agente do IBGE passou na casa deles. Por que estou propondo isto: de 3 pessoas que perguntei,  em 2 o IBGE não apareceu para contagem. Fiquei surpreso. Normalmente, as projeções do próprio IBGE  x a contagem dos censos divergem para menos em  torno de 2%. Desta vez (2022) foi menor em 3,69%. Quase 4%.

Memória: Projeção do IBGE para 2022: 210.862.983  x contagem  de 203.080.756 habitantes.

2ª Incoerência - Queda abrupta de taxa média anual de crescimento,

8.  Por que a projeção da população evangélica que fiz em 2016, de 36,8%  em 2020 de evangélicos ficou tão distorcida? Resposta: eis um enigma que vamos tentar dissecar dentro da lógica.

- Vamos começar com a taxa média anual de crescimento dos evangélicos no período de 19 anos, entre o Censo de 1991 e Censo de 2010  que foi de 6,322351009%. Como se faz este cálculo?

Memória: a) 42.275.437 ( - ) b) 13.189.285 =  c) 20.086.152.

Onde 'a' é população evangélica no censo do IBGE de 2010 e 'b' a população do Censo de 1991. O resultado de 20.086.152  representa um crescimento de de 3,2052864882365 (320,53%). 

O cálculo da taxa média anual nestes 19 anos é o índice de 3,2052 elevado a pontência  1/19.  Este cálculo 6,322351009% ao ano (ou 6,32%). Acho razoável que se esta taxa de crescimento retratou o crescimento dos evangélicos durante 19 anos, não distorceria  muito a minha projeção para o Censo de 2020, que acabou sendo realizado em 2022,  por causa da Covid-19.

Outra projeção mais  conservadora vou fazer agora. Digamos que os 19 anos entre 1991 a 2010 foram anos de muito crescimento. Então, vamos tomar o período de 30 anos entre o Censo de 1980 e o de 2010. Neste caso, a população evangélica (informada pelo IBGE) em 1980 era de 7.885.846 fiéis e a de 2010, 42.275.437 (os dois dados estão no Quadro 3).  

O quociente da divisão de 5,36092601859 potenciado a 1/30, dá uma taxa média anual de crescimento entre  1980 a 2010 de 5,7567250914% (quase 6%)

9. Projetando a taxa média anual de  crescimento de 19 anos de 6,322351009%, sobre a população evangélica do censo de 2010 de 42.275.347 x  2,08686739816  = 88.223.231 cristãos. Isto representaria 43,42% de 203.080.756 (população brasileira).

10. Vamos considerar que a taxa média de crescimento anual no período de 19 anos (1991 a 2010) seja exagerada. Então, vamos fazer a projeção com a taxa média de crescimento anual  no período de 30 anos, 1980 até 2010, que foi de 5,7567250914%

Memória: 42.275.437 / 7.885.846 = 5,36092601859 e    5,36092601859^(1/30) = 5,7567250914%.
 
Projetando esta taxa média anual de crescimento de 2010 a 2022, eu a potencio  assim:

1,057567250914^12 = 1,957473654.  Multiplicando este índice por 42.275.437 = 82.753.054 cristãos.

11. Anotem estas duas projeções: 88.223.231 com  taxa média anual de crescimento de 1991 a 2010 ou 82.753.054 pela taxa média de crescimento anual de 1980 a 2010.

12. Entretanto, pelos números do IBGE, complementados com a proporcionalidade dos 26.775.432 (fora da base religiosa) o Brasil contava pelo IBGE um percentual de evangélicos de 26,90% sobre 203.080.756, ou seja 54.619.477.

13. Agora veja a parte sensível  ou crítica deste número. Se divido estes 54.619.477 pela população evangélica do Censo de 2010 de 42.275.437, tem-se um  crescimento  em 12 anos de 1,291990  ou 29,1990%.  O cálculo da média de crescimento anual nestes 12  anos deu: 1,021578206, ou 2,1578%.

 
CONSIDERAÇÕES.

De acordo com o Censo de 2010, o número dos evangélicos no Brasil divulgado pelo IBGE era de 42.275.437 crentes. 

De 1980 até 2010 a taxa média anual de crescimento foi de 5,7567%. Já pelo  cálculo no período entre 1991 a 2010, a taxa média anual de crescimento foi de 6,3223%.

De repente, em um período de 12 anos, entre 2010 e 2012, o Brasil tem apenas 26,90% de evangélicos, ou 54.619.477, (dados do Censo + dados fora da base), ocorrendo uma abrupta e inexplicável queda de crescimento da média anual de 5% ou 6% ano,  para 2,15%.

Sendo observador atento e leitor de várias  mídias, não me lembro de nenhuma explicação lógica para  queda tão abrupta da taxa anual de crescimento da Igreja Evangélica.

Ainda há duas considerações  a fazer neste caso. 

A  primeira: por que o IBGE não inclui na base religiosa os 26.775.432 indivíduos que faltam para chegar à população  oficial brasileira de 203.080.756 pessoas. Seriam eles evangélicos? 

A outra: poderia ser um suposto arrefecimento do fevor na pregação do Evangelho fora das quatro paredes.  Não creio.

Considerando que os dados estatísticos apresentados não são produto de chutômetro nem fake a fonte da Informação  usada (IBGE),  posso formular a seguinte hipótese: ou a contagem dos evangélicos nos quatro censos do IBGE de 1980, 1991, 2000 e 2010 estava sistematica e metodologicamente incorreta e a do Censo de 2022 fidedigina ou  a contagem do IBGE do atual Censo está distorcia e a dos quatro Censos anteriores fidedignas.  Faça um complemento da minha pesquisa e forme sua opinião.

Irmão João Cruzué

SP- 27, de julho de 2025.

Autorização:  Autorizo a reprodução deste artigo e apreciaria que o máximo de líderes evangélicos tomassem conhecimento da situação que retratei. cruzue@gmail.com.