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sexta-feira, abril 22, 2011

Memórias da Grande Perseguição na India em 2008


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PARA NÃO NOS ESQUECERMOS DE 2008


TABIND


Photo: AICC
VHP attack
Agitadores e baderneiros Kandhs da VHP


DATA DA MATÉRIA: OUTUBRO 2008.

Jornal The Times of India


Tradução de João Cruzué

Tão logo a polícia de Kandhmal adotou severas medidas contra os agitadores Kandhs neste distrito do Estado de Orissa, hordas de membros tribais estão abandonando aldeias e se escondendo nas florestas. Este novo fenômeno começou há poucos dias depois que o Ministro Chefe, Naveen Patnaik, sob intenssa pressão do governo Federal [e internacional] para averiguar a violência local, ordenou pesadas e severas medidas contra as pessoas intolerantes, participantes de motins contra os cristãos.

O Governo Central da Índia também disparou [para inglês ver] uma série de fortes advertências ao governador de Orissa, para reveter a situação. O número de detenções de desordeiros no distrito Kandhmal subiu rapidamente para 575 pessoas. Várias aldeias ficaram quase totalmente vazias, em vista das detenções em larga escala. A maior parte dessas pessoas fugiram de suas aldeias" disse um antigo funcionário . Membros da tribo dos Kandh (de Kandhmal), estão em guerra com os Panas, pertencentes à casta Scheduled (anteriormente chamada Dalits) ou intocáveis cuja maioria são cristãos. Os Kandh estão atualmente no foco das autoridades por continuar com os ataques, que começaram no Natal de 2007.

Depois das lembranças dos violentos protestos do final de dezembro terem saído de suas mentes, o assassinato de Swami Laxmanananda Saraswati em 23 de agosto passado veio acrescentar mais lenha em uma fogueira antiga, reacendendo ódio para um ataque em larga escala contra as mesmas pessoas que eles mantêm diferenças durante anos.

"A ação da polícia está prestes a se realizar em tal situação. Além de estar envolvidos em distúrbios há alegações da ameaça de reconversão contra algumas pessoas. Estamos investigando isso," disse Madhusudan Padhi, administrador especial de Kandhmal.

Padhi disse que adotaria medidas para registros em cada campo e pediria às pessoas para anotar suas reclamações, inclusive as ameaças da reconversão, se houver alguma. O número de Cristãos nos campos de refugiados, segundo ele, caiu desde então a um pouco além de 12,000. "Isto é um bom sinal", acrescentou.

Embora os campos de refugiados dirigidos pelo governo forneçam abrigos para muitos, o que emergiu como um novo problema é como levar esta gente de volta para suas casas. A maioria dos refugiados se queixam que estão sendo aterrorizados para se reconverter ao hinduísmo, o que não estão dispostos fazer. A falta do que fazer nos campos, também os está deixando agitados, especialmente os homens.

A vida nos campos de refúgio não é boa, e os relatórios que vêm de lá apontam isso. É praticamente uma vida de cão, pessoas infelizes, que perderam ou deixaram tudo para trás, apressando-se por suas vidas, sem conseguir levar nada. As pessoas defecam ao ar livre e muitas dividem uma única esteira para dormir no chão. Kandhmal é altamente propenso à malária, nem todos têm um mosquiteiro para dormir. As redes fornecidas são pequenas para um adulto.

A situação é tão miserável que às vezes uma barra de sabão ou um pequeno saquinho de óleo são fornecidos para o uso coletivo. Isto vai além do dinheiro gasto pelo Fundo de Contingências para cobrir outras despesas.

Fonte: The Times of India

Comentários de João Cruzué: a repercusão mundial dos motins e da grave perseguição contra cristãos em Kandhmal, distrito de Orissa, não pôde ser abafada ou ignorada. Manifestações de repúdio vindas de vários países surtiram a pressão e os efeitos necessários sobre o Governo Central indiano. Dentre essas manifestações cabe destacar a passeata realizada em Londres. As fotos de selvageria divulgadoas pela Internet e notícias inimagináveis de um país considerado o berço da não violência, do estadista Mahatma Ghandi, chocaram o mundo.

O governo indiano ficou muito envergonhado com o caso do estupro de uma freira por quatro "bestas" hindus, enquanto outra jovem católica de um orfanato foi amarrada e queimada viva. Sua foto divulgada na internet retratou fielmente a pior imagem da perseguição de Kandhmal.

Além da morte de pastores, centenas de igrejas incendiadas, milhares de casas destruídas por baderneiros da VHP - Vishaw Hindu Parishad. Foi esta associação radical hindu que acusou propositalmente os cristãos de Kandhmal de terem assassinado o Swami local. As autoridades hindus, no entanto, estão prestes a colocar as mãos nos verdadeiros assinos: um grupo de maoistas. Mao Tse-tung se foi, mas ainda deixou algumas bestas como seguidores.

Andei recebendo comentários de estrangeiros justificando que os fundamentalistas hindus estão cobertos de razão em perseguir cristãos, pois em um passado de 200 ou mais anos, foram humilhado por estes. Minha resposta será sempre a mesma: um erro não justifica o outro. Uma matança atual não deve ser escondida debaixo do tapete da indiferença e não se justifica por causa do passado. Toda pessoa deve ser respeitada. Não importa sua cor, raça, religião ou com gostam de dizer os gays - sua opção sexual. Tirar a vida de alguém em nome de qualquer justificativa hoje é uma barbárie e não tem suporte bíblico sob égide do Novo Testamento firmado com o sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Quero terminar, dizendo que voltei a pesquisar o assunto para ver se as medidas para conter as ações da VHP eram para valer ou de "mentirinha". Com isso cheguei a um relatório de uma comissão de sindicância do governo indiano que detectou que a perseguição continua. Não matando e incendiando pessoas e casas. Ela assumiu outra forma. Silenciosa, mas opressora. Cristãos estão impedidos de usar Taxis e comprar remédios e bems de primeira necessidade nas vilas. Quem transportar enfermos ou até mesmo defuntos têm recebido multa e se reincidir perta a habilitação e o veículo. Vou deixar o link da tradução do relatório que fiz aqui: Relatório.



Para se aprofundar no assunto:


Razões da Perseguição

Manifestação na ONU

Radicalismo Hindu





João Cruzué. SP. 22.04.2011.

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cruzue@gmail.com



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terça-feira, novembro 30, 2010

Radicalismo hindu continua perseguindo cristãos em Orissa

ATUALIZAÇÃO: NOVEMBRO 2010

Mapa: site do governo indiano
clique no mapa

Fonte anônima da AICC*

Tradução de João Cruzué


ORISSA - 08 de novembro de 2010. O Dr. Krishan Kunar, coletor do distrito (município) de Kandhamal, onde se deu o "epicentro" da grande perseguição de 2008, onde 100 cristãos indianos foram barbaramente assassinados, 5.600 casas incendiadas e 56.000 pessoas expulsas de seus lares, está sob suspeita de liderar um bem orquestrado boicote social e econômico contra cristãos em minoria na comunidade local.

Confrontado com crua realidade o sr. Kunar voltou a culpar as lideranças da Igreja de serem um estorvo para a paz distrital, provavelmente porque estas lideranças fizeram um requerimento à Suprema Corte da Índia sobre questões de (in)justiça na região.

O boicote econômico contra os cristãos das tribos Panos e Kondh em Kandhamal, que primeiro veio à luz no Tribunal Nacional do Povo, dirigido pelo ex-Shah de Nova Dheli, em agosto deste ano, continua sendo uma fonte de aborrecimento para a comunidade cristã em Kandhamal, Estado de Orissa.

Um grupo de sindicância de quatro bem conhecidos ativistas liderados pelo advogado, Dr. Nicholas Barla - um líder ativista tribal, foi constituído para investigar as denúncias. São seus membros: o Irmão Marcos - assistente social, por Jugal Kishore Ranjit, ativista Dalit pelos direitos humanos e Ajay Kumar Singh outro ativista de direitos humanos.

Eles visitaram o distrito de Kandhamal em 05 de novembro passado (2010) para verificar as alegações de boicote social e econômico contra os cristãos. O grupo esteve em quatro vilas de quatro distritos policiais dos três bairros dos mais violentos do distrito.

Eles fizeram o seguinte relatório:

1 - A despeito das autoridades locais afirmarem que a situação estava dentro da normalidade, o relatório do grupo de investigação apontou um estado de ilegalidade, medo geral e um sentimento de insegurança entre os cristãos perseguidos.

2 - A equipe visitou primeiro a aldeia Gadaguda sob G. Os Udayagiri Distrito Policial, em Tikabali que testemunhou a violência de 30 de outubro de 2008, quase dois meses depois que estourou uma grande violência contra os cristãos. Um casal de idosos com mais de 70 anos foi morto à machadadas e queimado em seguida. Grande número de pessoas foram feridas.

3 -Um deles, um soldado do exército, tinha marcas de balas nas mãos e nas coxas. Alguns ainda estão em barracas. A equipe interagiu com pessoas da aldeia de Dakanaju e vilarejos próximos. Eles incluíram o carteiro Sarapanch e um grupo de cristãos afetados. Eles disseram que os cristãos de Dakanaju foram proibidos de tirar água do poço cavado pelo governo.

4 - A equipe então encontrou Gadaguda Sarapanch, Sachindra Pradhan e perguntou se eles estavam cientes de tal fato. O Sr. Pradhan disse que não sabia, mas que iria investigar o assunto o mais rápido possível.

5- O grupo dentão se dirigiu para a Aldeia de Bodimunda, sob o Distrito Policial Tikabali. Estacionaram o veículo na beira da estrada e se dirigiram em direção aos prédios residências danificados, com sinais evidentes do ódio e violência anti-cristãos. Depois de chegar à aldeia, os membros do grupo se dirigiram até a casa do pastor, e não havia ninguém na rua em meio as ruínas.

6 - O pastor Binod Pradhan (nome trocado) recebeu a equipe em sua casa e havia uma grande ansiedade estampada em seu rosto. Sua casa estava intacta, mas o pastor disse que fora forçado a se reconverter ao Hinduísmo, para salvar sua velha mãe que não teria como escapar da violência, pois não andava mais.

7 - Dentro de poucos minutos da chegada do grupo, uma pessoa - mais tarde identificado como um militante da RSS (Rashtriya Swayamsevak Sangh) veio obter informações sobre o grupo. O Pastor "Binod" disse que eram funcionários do Banco, junto com um parente seu que trabalhava no banco. Isto foi um sinal para que o grupo de sindicância deixasse logo sua casa.

8 - Entretanto, o grupo foi informado do boicote social e econômico imposto sobre os cristãos pela ala direitista da RSS, grupo fundador do Partido Janata Bharatiya, e que haveria multa para qualquer veículo que transportasse cristãos - doentes com com saúde, ou seus pertences, para fora ou para dentro da aldeia.

9 - A equipe quis verificar tais alegações e foi até a casa de um certo Bamadev Pradhan, um cristão tribal. Bamadev estava deitado em um chão e lama e não podia se levantar porque tinha sido acometido de paralisia. Os membros da família disseram ao grupo de investigação que o paralítico estava com muita febre, e eles procuraram um carro de aluguel para levá-lo até um hospital próximo em Tikabali, a 8 km de distância da aldeia.

10 - Ninguém se disponibilizou para transportá-lo; finalmente um cristão que possuía um autorriquishá foi quase forçado a levar o paralítico. Quando ele emprestou seu auto, dali a pouco foi parado e o veículo levado embora por elementos da RSS. O proprietário do autorriquishá recebeu um auto de multa para liberar seu carro no valor de Rs 1,051 ( mil e cinquenta e uma rúpias) sob a condição de não transportar mais nenhum cristão da aldeia

11 - O grupo começou a interagir com os membros da família do paralítico por uns cinco minutos, quando um cristão, morador da aldeia, Jesaya Nayak entrou na casa e aconselhou ao grupo que somente saíssem da casa assim que a situação fosse segura.


12 - O grupo foi até outra casa. Um grupo de cristãos amedrontados tinha se reunido lá para conversar com eles. Eles disseram: Nós estamos em estado de choque. Os que possuíam alguma coisa se mudaram da aldeia e nós os pobres fomos deixados para trás.

13 - O que nos magoa e entristece é administração pública - o BDO e a polícia, que são cupinchas da RSS. Em vez de se tornar sensíveis à nossa situação, esta administração ainda deseja nos privar de nossas amenidades básicas. Eles baniram os autorriquishás locais, o único meio de transporte nesta área para levar os passageiros cristãos.

14 - Nós não temos permissão para trazer suprimentos, nem comida, nem remédios além de sermos proibidos de comprar qualquer coisa nas lojas locais. Não podemos comprar nada para nós. Aqui nós estamos lutando para sobreviver com seres humanos, disseram as vítimas.

15 - O grupo inquiriu se eles tinha ido fazer queixa na polícia, e os cristãos responderam que positivamente eles forram até o Inspetor encarregado da IIC de Tikabali, que lhes disse: "Sendo cristãos, vocês têm mesmo é que sofrer e não existe outra opção".

16 - O grupo quis se encontrar com o proprietário do autorriquishá e outros que tinham sido multados. Um aldeão local juntou-se ao grupo para encontrar com o dono do veículo, que tinha sido multado por transportar o paralítico ao hospital. O dono do autorriquishá, um pastor, disse ao grupo que ele teve que pagar a multa de Rs 1,051 rúpias, a despeito de ter feito queixa na polícia.

17 - O grupo depois se encontrou com Birendra Nayak (nome trocado), que informou aos membros da investigação que tinha pagado Rs 5,000 rúpias para liberar seu trator, por ter transportado material para a construção da casa de um soldado das forças de segurança local, que tinha sido destruída durante a violência contra os cristãos de 2008.

18 - Birendara Nayak prosseguiu e disse "Foi porque a polícia local toma um percentagem (propina) e protege os elementos sociais que governam região. Eu informe a polícia loca, mas nada aconteceu.

19 - Pushpanjali Nayak, a mãe do soldado disse que poderia ser contatada por telefone, disse ao grupo: "Este incidente surpreendeu seu filho que é do exército, que ficou mal e deixou a aldeia desgostoso. Nós estamos vivendo debaixo de barracas de lona de polietileno, como em um curral sem teto e assoalho ou paredes, com pouco dinheiro que temos ou ganhamos, nós não podemos reconstruir nossas casas.

20 - Nós compramos areia, mas a RSS levou embora. Nossa vida aqui é um inferno. Ela continuou soluçando enquanto narrava. O ex-pastor, que disse que abertamente voltaria a praticar sua fé, se a situação voltasse ao normal afirmou "que a areia que o trator trouxe foi levada embora pela RSS para construir o templo (hindu) da aldeia.

21 - Incidentalmente, havia um grupo de 16 policiais estacionados na aldeia e eles foram expectadores mudos desses incidentes. Então o grupo se dirigiu para a aldeia Keredi, no bloco Phulbani até a casa de um cristão. O grupo encontrou uma foto enorme de Krishna (Deus hindu).

22 - Naresh Digal, um ex militar (nome trocado) explicou que ele tinha que viver como um Hindu, pois tinha quatro casas na localidade. O ambiente é completamente hostil e não há apoio da administração pública. Ele continuou e disse que seu vizinho, também um ex-soldado do exército também sofreu um ataque de membros da RSS e sua casa foi destruída.

23 - Ele preencheu uma ocorrência e depois de 8 dias a polícia chegou para averiguar, deixando o local sem nem mesmo ter entrada na casa destruída. As economias deoseu vizinho se foram. O que ele vai ter para investir no futuro da sua família? Qual será o nosso futuro neste lugar se não houver apoio de nenhum lugar? A mulher, que compartilhava sua casa com sua prima se tornou uma freira, disse: " Nós esperamos pelo dia em que poderemos ser livres para praticar a religião de nossa escolha. Não somente antes da alvorada.

24 - O grupo então foi até a aldeia de Gandapadar em Minia Gran Panchayat no bloco Phiringia. Bem no interior. Não era difícil identificar as casas dos cristãos. Uma dona de casa nos deu as boas vindas dentro da casa reformada. O grupo viu uma enorme moldura de "Lord Shiva" pendurada na parede. Quando perguntada sobre a foto, ela mudou seu semblante e tentou explicar que a "RSS tinha nos dado a foto e um Tulsi para o altar de adoração.

25 - Nós os mantemos frequentemente, quando eles voltar para verificar se nós nos reconvertemos do cristianismo. Nós sabemos que nunca podemos deixar nossa fé. Os aldeões também afirmaram que quase todos as casas da aldeia têm duas fotos, uma de Jesus e outra de Shiva. Tarabati Digal explicou que há 10 famílias morando [no mato] fora da aldeia.


* AICC - All India Christian Council


Fonte da Matéria em inglês: AICC





segunda-feira, novembro 15, 2010

Relatório atual da situação dos cristãos indianos em Kandhamal - Orissa

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NOTÍCIAS DE NOVEMBRO 2010

Mapa: site do governo indiano
clique no mapa

Fonte anônima da AICC*

Tradução: João Cruzué

ORISSA - 08 de novembro de 2010. O Dr. Krishan Kunar, coletor do distrito (município) de Kandhamal, onde se deu o "epicentro" da grande perseguição de 2008, onde 100 cristãos indianos foram barbaramente assassinados, 5.600 casas incendiadas e 56.000 pessoas expulsas de seus lares, está sob suspeita de liderar um bem orquestrado boicote social e econômico contra cristãos em minoria na comunidade local.

Confrontado com crua realidade o sr. Kunar voltou a culpar as lideranças da Igreja de serem um estorvo para a paz distrital, provavelmente porque estas lideranças fizeram um requerimento à Suprema Corte da Índia sobre questões de (in)justiça na região.

O boicote econômico contra os cristãos das tribos Panos e Kondh em Kandhamal, que primeiro veio à luz no Tribunal Nacional do Povo, dirigido pelo ex-Shah de Nova Dheli, em agosto deste ano, continua sendo uma fonte de aborrecimento para a comunidade cristã em Kandhamal, Estado de Orissa.

Um grupo de sindicância de quatro bem conhecidos ativistas liderados pelo advogado, Dr. Nicholas Barla - um líder ativista tribal, foi constituído para investigar as denúncias. São seus membros: o Irmão Marcos - assistente social, por Jugal Kishore Ranjit, ativista Dalit pelos direitos humanos e Ajay Kumar Singh outro ativista de direitos humanos.

Eles visitaram o distrito de Kandhamal em 05 de novembro passado (2010) para verificar as alegações de boicote social e econômico contra os cristãos. O grupo esteve em quatro vilas de quatro distritos policiais dos três bairros dos mais violentos do distrito.

Eles fizeram o seguinte relatório:

1 - A despeito das autoridades locais afirmarem que a situação estava dentro da normalidade, o relatório do grupo de investigação apontou um estado de ilegalidade, medo geral e um sentimento de insegurança entre os cristãos perseguidos.

2 - A equipe visitou primeiro a aldeia Gadaguda sob G. Os Udayagiri Distrito Policial, em Tikabali que testemunhou a violência de 30 de outubro de 2008, quase dois meses depois que estourou uma grande violência contra os cristãos. Um casal de idosos com mais de 70 anos foi morto à machadadas e queimado em seguida. Grande número de pessoas foram feridas.

3 -Um deles, um soldado do exército, tinha marcas de balas nas mãos e nas coxas. Alguns ainda estão em barracas. A equipe interagiu com pessoas da aldeia de Dakanaju e vilarejos próximos. Eles incluíram o carteiro Sarapanch e um grupo de cristãos afetados. Eles disseram que os cristãos de Dakanaju foram proibidos de tirar água do poço cavado pelo governo.

4 - A equipe então encontrou Gadaguda Sarapanch, Sachindra Pradhan e perguntou se eles estavam cientes de tal fato. O Sr. Pradhan disse que não sabia, mas que iria investigar o assunto o mais rápido possível.

5- O grupo dentão se dirigiu para a Aldeia de Bodimunda, sob o Distrito Policial Tikabali. Estacionaram o veículo na beira da estrada e se dirigiram em direção aos prédios residências danificados, com sinais evidentes do ódio e violência anti-cristãos. Depois de chegar à aldeia, os membros do grupo se dirigiram até a casa do pastor, e não havia ninguém na rua em meio as ruínas.

6 - O pastor Binod Pradhan (nome trocado) recebeu a equipe em sua casa e havia uma grande ansiedade estampada em seu rosto. Sua casa estava intacta, mas o pastor disse que fora forçado a se reconverter ao Hinduísmo, para salvar sua velha mãe que não teria como escapar da violência, pois não andava mais.

7 - Dentro de poucos minutos da chegada do grupo, uma pessoa - mais tarde identificado como um militante da RSS (Rashtriya Swayamsevak Sangh) veio obter informações sobre o grupo. O Pastor "Binod" disse que eram funcionários do Banco, junto com um parente seu que trabalhava no banco. Isto foi um sinal para que o grupo de sindicância deixasse logo sua casa.

8 - Entretanto, o grupo foi informado do boicote social e econômico imposto sobre os cristãos pela ala direitista da RSS, grupo fundador do Partido Janata Bharatiya, e que haveria multa para qualquer veículo que transportasse cristãos - doentes com com saúde, ou seus pertences, para fora ou para dentro da aldeia.

9 - A equipe quis verificar tais alegações e foi até a casa de um certo Bamadev Pradhan, um cristão tribal. Bamadev estava deitado em um chão e lama e não podia se levantar porque tinha sido acometido de paralisia. Os membros da família disseram ao grupo de investigação que o paralítico estava com muita febre, e eles procuraram um carro de aluguel para levá-lo até um hospital próximo em Tikabali, a 8 km de distância da aldeia.

10 - Ninguém se disponibilizou para transportá-lo; finalmente um cristão que possuía um autorriquishá foi quase forçado a levar o paralítico. Quando ele emprestou seu auto, dali a pouco foi parado e o veículo levado embora por elementos da RSS. O proprietário do autorriquishá recebeu um auto de multa para liberar seu carro no valor de Rs 1,051 ( mil e cinquenta e uma rúpias) sob a condição de não transportar mais nenhum cristão da aldeia

11 - O grupo começou a interagir com os membros da família do paralítico por uns cinco minutos, quando um cristão, morador da aldeia, Jesaya Nayak entrou na casa e aconselhou ao grupo que somente saíssem da casa assim que a situação fosse segura.


12 - O grupo foi até outra casa. Um grupo de cristãos amedrontados tinha se reunido lá para conversar com eles. Eles disseram: Nós estamos em estado de choque. Os que possuíam alguma coisa se mudaram da aldeia e nós os pobres fomos deixados para trás.

13 - O que nos magoa e entristece é administração pública - o BDO e a polícia, que são cupinchas da RSS. Em vez de se tornar sensíveis à nossa situação, esta administração ainda deseja nos privar de nossas amenidades básicas. Eles baniram os autorriquishás locais, o único meio de transporte nesta área para levar os passageiros cristãos.

14 - Nós não temos permissão para trazer suprimentos, nem comida, nem remédios além de sermos proibidos de comprar qualquer coisa nas lojas locais. Não podemos comprar nada para nós. Aqui nós estamos lutando para sobreviver com seres humanos, disseram as vítimas.

15 - O grupo inquiriu se eles tinha ido fazer queixa na polícia, e os cristãos responderam que positivamente eles forram até o Inspetor encarregado da IIC de Tikabali, que lhes disse: "Sendo cristãos, vocês têm mesmo é que sofrer e não existe outra opção".

16 - O grupo quis se encontrar com o proprietário do autorriquishá e outros que tinham sido multados. Um aldeão local juntou-se ao grupo para encontrar com o dono do veículo, que tinha sido multado por transportar o paralítico ao hospital. O dono do autorriquishá, um pastor, disse ao grupo que ele teve que pagar a multa de Rs 1,051 rúpias, a despeito de ter feito queixa na polícia.

17 - O grupo depois se encontrou com Birendra Nayak (nome trocado), que informou aos membros da investigação que tinha pagado Rs 5,000 rúpias para liberar seu trator, por ter transportado material para a construção da casa de um soldado das forças de segurança local, que tinha sido destruída durante a violência contra os cristãos de 2008.

18 - Birendara Nayak prosseguiu e disse "Foi porque a polícia local toma um percentagem (propina) e protege os elementos sociais que governam região. Eu informe a polícia loca, mas nada aconteceu.

19 - Pushpanjali Nayak, a mãe do soldado disse que poderia ser contatada por telefone, disse ao grupo: "Este incidente surpreendeu seu filho que é do exército, que ficou mal e deixou a aldeia desgostoso. Nós estamos vivendo debaixo de barracas de lona de polietileno, como em um curral sem teto e assoalho ou paredes, com pouco dinheiro que temos ou ganhamos, nós não podemos reconstruir nossas casas.

20 - Nós compramos areia, mas a RSS levou embora. Nossa vida aqui é um inferno. Ela continuou soluçando enquanto narrava. O ex-pastor, que disse que abertamente voltaria a praticar sua fé, se a situação voltasse ao normal afirmou "que a areia que o trator trouxe foi levada embora pela RSS para construir o templo (hindu) da aldeia.

21 - Incidentalmente, havia um grupo de 16 policiais estacionados na aldeia e eles foram expectadores mudos desses incidentes. Então o grupo se dirigiu para a aldeia Keredi, no bloco Phulbani até a casa de um cristão. O grupo encontrou uma foto enorme de Krishna (Deus hindu).

22 - Naresh Digal, um ex militar (nome trocado) explicou que ele tinha que viver como um Hindu, pois tinha quatro casas na localidade. O ambiente é completamente hostil e não há apoio da administração pública. Ele continuou e disse que seu vizinho, também um ex-soldado do exército também sofreu um ataque de membros da RSS e sua casa foi destruída.

23 - Ele preencheu uma ocorrência e depois de 8 dias a polícia chegou para averiguar, deixando o local sem nem mesmo ter entrada na casa destruída. As economias deoseu vizinho se foram. O que ele vai ter para investir no futuro da sua família? Qual será o nosso futuro neste lugar se não houver apoio de nenhum lugar? A mulher, que compartilhava sua casa com sua prima se tornou uma freira, disse: " Nós esperamos pelo dia em que poderemos ser livres para praticar a religião de nossa escolha. Não somente antes da alvorada.

24 - O grupo então foi até a aldeia de Gandapadar em Minia Gran Panchayat no bloco Phiringia. Bem no interior. Não era difícil identificar as casas dos cristãos. Uma dona de casa nos deu as boas vindas dentro da casa reformada. O grupo viu uma enorme moldura de "Lord Shiva" pendurada na parede. Quando perguntada sobre a foto, ela mudou seu semblante e tentou explicar que a "RSS tinha nos dado a foto e um Tulsi para o altar de adoração.

25 - Nós os mantemos frequentemente, quando eles voltar para verificar se nós nos reconvertemos do cristianismo. Nós sabemos que nunca podemos deixar nossa fé. Os aldeões também afirmaram que quase todos as casas da aldeia têm duas fotos, uma de Jesus e outra de Shiva. Tarabati Digal explicou que há 10 famílias morando [no mato] fora da aldeia.


* AICC - All India Christian Council


Fonte da Matéria em inglês: AICC