quarta-feira, fevereiro 20, 2019

O Gueto de Varsóvia

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Adrien Brody - Filme O Pianista, de Roman Polanski,  Gueto de Varsovia
(https://www.sfgate.com)

Tradução de João Cruzué

Em Varsóvia,  Capital da Polônia, os nazistas estabeleceram o maior gueto de toda a Europa, [durante a segunda guerra mundial]. Cerca de 375.000 judeus viviam em Varsóvia antes da guerra; aproximadamente 30% da população da cidade.

Em setembro de 1939, imediatamente após a rendição da Polônia [para os alemães], os judeus de Varsóvia foram literalmente encurralados como animais e obrigados ao trabalho forçado [dentro de um espaço estimado de 1.600 m x 2.400 m].

Ainda em 1939, os primeiros decretos anti-judaicos foram aprovados. Todos os judeus obrigatoriamente deviam usar uma braçadeira branca com a estrela azul de David. Depois, medidas econômicas foram tomadas exclusivamente com o propósito  de fechar-lhes a porta dos empregos.

O Judenrat (Conselho Judaico local) foi estabelecido sob a liderança de Adão Czerniakow e, em outubro de 1940, a determinação do estabelecimento de um gueto foi anunciado [pelos nazistas]. No dia 16 de novembro, os judeus foram amontoados dentro da área do gueto [cerca de 1.600 m de largura por 2.500 m de comprimento - em média]

Embora um terço da população de Varsóvia fosse judaica, o gueto tinha somente 2,4% da área da cidade. Massas de refugiados, que tinham sido trazidas de outros lugares para Varsóvia, foram despejadas no meio do gueto até sua da população  chegar a 450.000 seres humanos.

Rodeado de muros, que os próprios judeus foram obrigados a construir, debaixo do vigilância severa e violenta, os judeus de Varsóvia foram segregados do mundo exterior. Dentro do gueto, suas vidas oscilaram na luta desesperada entre a sobrevivência e a morte por doença ou inanição. As condições de vida eram insuportáveis e o gueto foi extremamente abarrotado. Em média, entre 6 a 7 pessoas viviam em uma sala e as rações alimentares diárias eram o equivalente a um décimo do mínimo necessário.

Os muros do gueto não puderam silenciar a atividade cultural de seus habitantes, contudo, e apesar das condições apavorantes de vida no gueto, os artistas e os intelectuais continuaram em suas perspectivas criativas. Além disso, a ocupação nazista e a deportação para o gueto serviram de incentivo ao ímpeto dos artistas para buscar alguma forma de expressão sobre a visita da destruição sobre o seu mundo. No gueto havia bibliotecas em um arquivo subterrâneo, o "Oneg Shabbat”, movimentos juvenis e até uma orquestra sinfônica. Os livros, o estudo, a música e o teatro serviram de uma fuga  e como uma lembrança das suas vidas prévias diante da realidade áspera que os rodeava.

A superpopulação do gueto o transformou em foco de epidemias e mortalidade em massa, que nem as instituições da comunidade judaica, nem a Judenrat,  nem as organizações de assistência social foram capazes de combater [no gueto não havia rede de esgotos]. Mais de 80.000 Judeus morreram ali.

Em Julho de 1942, começaram as deportações para o campo da morte em Treblinka. Quando as primeiras ordens para deportação foram recebidas, Adão Czerniakow, o Presidente da Judenrat, recusou-se a preparar as listas de pessoas para os registros de deportação,  em vez disso, suicidou-se em 23 de julho de 1942.


Fim da Tradução.

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Comentários finais: A palavra gueto, segundo a Wikipedia, etimologicamente, pode ter varias origens, mas é possível observar que na maioria dos casos era para designar um lugar de segregação de judeus. Na própria língua hebraica, o termo "get" significa literalmente "Nota de Divórcio". 

Em 1555, o Papa Paulo IV criou o Gueto Romano e emitiu um Cânone para forçar os judeus a viverem naquela área. O Papa Pio V também recomendou que todo os estados fronteiriços a Roma, deviam estabelecer um gueto para os judeus. Por isso, no século XVII, todas as principais  cidades perto de Roma, tinham o seu gueto de judeus. 

Todos estes guetos, citados, não eram hermeticamente cercados como no caso de Varsóvia. Eram áreas de moradias comunitárias "sugeridas" para judeus - apesar de isoladas.


Crédito do texto: Yadvashem.Org


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domingo, fevereiro 17, 2019

A voz do Deus e os buscadores de adoração


TUDO MEU
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Por João Cruzué

Nós, cristãos, temos especial interesse em ouvir a voz de Deus. Porém, o diabo também tem um especial interesse em falar. Por isso, nos dias iniciais do governo Bolsonaro, precisamos refletir um pouco para não ter problemas na escolha do caminho.

A Bíblia é generosa em mostrar exemplos dos dois lados. 

Abrão tomou o caminho certo. Pela fé, saiu de UR, passou por Padã-Arã, antes de ir para Canaã. De Canaã desceu para o Egito, e depois voltou para as campinas do Jordão. Acertou razoavelmente nas escolhas, mas errou  ao dar ouvidos à voz de Sara, para que tivesse um filho com Agar - a serva (Gn. 16:2). Isso trouxe dores de cabeça, daquele tempo até agora, na disputa territorial de Jerusalém.

Jacó esperou com paciência, ficando solteiro até 70 anos de idade. Enquanto isso, Esaú era fornicário e profano. Jacó continuava solteiro, esperando em Deus, mas quase perdeu a vida, quando pensou que a voz da sua mãe, Rebeca, era a voz de Deus. Bastou um minuto de engano para colher aflições para o resto da sua vida.

Nos dois casos, a pressa (ansiedade) falou mais alto que a voz de Deus.
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 um caso bíblico bem curioso no meio dos profetas do Antigo Testamento. Jonas era um homem que tinha plena consciência da voz de Deus. Tanto que conscientemente decidiu colocar sua opinião à frente do amor de Deus (Jn. 4:2).

Outro caso mais antigo teve início com nossos primeiros pais. A serpente enganou Eva, mas Adão desobedeceu à voz de Deus consciente e espontaneamente. O prejuízo foi incalculável.

E hoje, dia 17 de fevereiro de 2019, o que Deus está falando aos nossos ouvidos de cristãos brasileiros, principalmente agora, com a multiplicação de vozes falando pelas redes sociais. Certamente, há uma fartura de vozes. Posso comparar este assunto com uma operadora de TV por assinatura oferecendo 100 canais. A voz de Deus estaria presente ali, ao mesmo tempo que outras 99. A chance de ouvir a voz errada é de 99%.

O que podemos fazer para não ouvir a voz errada, diante de uma escolha importante? Antes de ler, saiba que este assunto está longe de ser esgota pelas minhas palavras.
  • O primeiro fato a ser considerado é que a responsabilidade por uma escolha errada é do seu autor.  Nesse ponto, a quantidade de profecias de casamento tem  uma frequência absurda tanto de príncipes como princesas que pareciam anjos de luz, mas, depois, não eram.
  • A voz de Deus não pode ser ouvida pela metade. Precisamos saber não apenas se é a vontade de Deus, como também se é o tempo certo para esperar ou começar a agir. Nesse ponto, erraram Abraão e Jacó e muitos outros
  •  porque deram ouvidos a pessoas ansiosas.
  • A ansiedade é a causa de desacertos da maioria dos cristãos. Sempre dou testemunho do período de 11 anos que passei desempregado. Na época, a voz de Deus dizia que Ele me abençoaria. Isso aconteceu ali pelo quarto ano. Doeu muito, porque a resposta das minhas orações, e das orações dos parentes e amigos, ainda demorou sete anos.
  • A fidelidade não é garantia absoluta (100%) de que não haverá erro na hora de decidir. Tanto Abraão quanto Jacó andavam com Deus, mas bastaram alguns minutos para optarem por uma escolha errada. 

O que fazer então? 

  • A fidelidade a Deus não é garantia absoluta de bênção, por que não existe fidelidade absoluta de nossa parte. Embora o pregador tenha escrito que "Na verdade, não há homem justo sobre a terra, que sempre faça o bem e nunca peque" (Ec. 7:20), procurar ser fiel a Deus, eu digo, que vai contribuir para Deus ouvir a nossa voz. Saiba, contudo, que é somente pela graça de Deus que nós somos salvos do pecado e também das escolhas errada.
  • Não se assuste com minhas palavras: Se você é um cristão que conhece bem a Bíblia, se não tiver tempo para falar com Deus, não adianta procurar por profetas para ouvir a voz de Deus. É como trocar a marcha de um carro desligado: você não irá a lugar algum.

Em nossos dias, dias do Presidente Jair Bolsonaro, a maioria de nós está dedicando (perdendo) muito tempo para coisas pouco importantes. O smartphone se tornou o deus de nossa época.  Aquilo que ocupa a maior/melhor parte de nosso tempo, pode ser o deus que estamos adorando.  Como é que eu sei disso? 

Pelo simples fato de que o verdadeiro Deus está sendo posto de lado. A outra coisa que também deve ser considerada é o egoísmo. Ou melhor, o antropocentrismo. Acho que estamos diante de um tempo de buscadores de adoração, ou seja,  tudo só para mim!




SP, em 17.2.2019