sexta-feira, setembro 26, 2014

O que os evangélicos pensam da política


Comentários sobre os sofismas mais comuns


Parece tudo igual, mas não é.
João Cruzué


1 - "Política não é coisa para crente".



Blog Olhar Cristão: Se os crentes não participarem da política nacional, tudo o que for feito de ruim, indiretamente, serão responsáveis por pecado de omissão. A Bíblia fala na Carta de Paulo aos Romanos sobre a existência de dois tipos de autoridades: Autoridades políticas e Autoridades religiosas. Também diz que não há autoridade que não provenha da vontade ou da permissão de Deus. Por isso creio que se o princípio da autoridade vem de Deus, quem considerar a política como algo maligna, erra por não conhecer as escrituras. E comete um erro maior se recusar o direito de agir politicamente, pois deixa sua oportunidade para que outros façam o que bem entender.

A Igreja, como corpo de Cristo, é composta de salvos. Sua função é ser o sal e a luz do mundo - em todas as organizações sociais lícitas. Talvez pela omissão de muitos crentes, que enxergam o diabo em tudo, o mal esteja mesmo se alastrando tanto, porque não encontra resistência à altura.

2 - "Pastores não devem participar de política".

Blog Olhar Cristãoatualmente existem dois tipos de ministros: os que têm o cargo e exercem o ministério pastoral e aqueles que possuem apenas o cargo sem o ministério. Para os que exercem o Ministério e pretendem concorrer a cargos públicos minha opinião é que não devam fazer isto, pois estariam abandonando o "arado". Entretanto, para os ministros que possuem apenas o cargo, sem chamada pastoral, não vejo incoerência . Todavia, qualquer crente, membro de Igreja ou ministro que aspire seguir a carreira política, deve ter uma orientação muito segura de Deus. Se forçar a barra e romper o muro, como diz a Bíblia, vai encontrar uma cobra (o diabo) do outro lado para picá-lo.

Explico: se Moisés não tivesse uma chamada real, CONFIRMADA por DEUS, em lugar de tirar o povo de Israel do Egito, teria contribuído, isto sim, para a destruição do povo. Sem direção de Deus, em lugar de conquistar um cargo político, o membro ou ministro da Igreja com certeza vai entrar por sua própria conta e risco, não em "Canaã", mas no "Egito" para ser escravizado pelo "faraó" deste mundo. O preço desta aventura ainda não está totalmente informado: faltou dizer que neste caminho infeliz as outras vítimas são a família além e o nome da própria Igreja.

Brevemente veremos uma enxurrada de artigos na internet do tipo: "Não voto em Pastor" Quando eu era "menino" achava esta frase corretíssima. Depois de uma melhor análise, cheguei à conclusão de que esta afirmação é uma campanha preconceituosa, com impacto negativo entre os crentes e principalmente entre os eleitores não crentes. Se Deus chamar um ministro para a política, com ou sem o voto dos crentes, ele vai se eleger de qualquer jeito. Porém, há muita gente enrolada por aí, forçando a barra e falando pelos cotovelos, dizendo que sua chamada para a representação política  foi por direção de divina. Desconfie.

Enquanto isto, na Espanha, tempos atrás o ex-Papa Bento XVI dava seu aval para que sacerdotes católicos concorram a cargos políticos, para impedir o avanço do secularismo. Quem gostou disso foi o Bispo Lugo, que chegou a ser Presidente do Paraguai. Neste infeliz exemplo, cumpriu na vida dele a vontade de Deus. Com era dado a saltar a "cerca", e não honrava a batina, veio à tona os muitos  filhos que teve. Como já tinha perdido mesmo o cajado, sua entrada na política contribuiu para que sua sem-sem-vergonhice viesse a ser exposta à luz do meio-dia. Uma cova que chamou um outra maior.

3 - A carreira política é melhor que o ministério pastoral?


Blog Olhar Cristão: Sou completamente contra este pensamento. Qualquer um poderia exercer um cargo político, basta que gaste bastante. Já o ministério pastoral depende de uma chamada genuína e seu exercício é muito  mais valioso que ter um cargo de representação política.  A Mensagem do Evangelho é muito mais importante que qualquer discurso político. Ganhar uma alma e zelar dela, como ministro de Deus, vale mais que ganhar a presidência de um país. Embora isso pareça loucura, é assim que Deus vê. Portanto, entre o ministério pastoral e a representação política, fico com o primeiro, pois o ministério pastoral é dado pelo próprio Deus para homens especiais.

4 - "Não voto em candidato evangélico, porque ele vai se corromper"

Blog Olhar Cristãoisso é puro preconceito. Em princípio, votar em um candidato que tenha o temor de Deus é uma decisão correta. Se no futuro ele trouxer decepção, na sua próxima candidatura não o eleja mais. Como de fato aconteceu em 2006, quando o povo evangélico deixou de eleger muitos políticos evangélicos que se corromperam no escândalo das "Sanguessugas". O recado foi dado. Não basta ter nome de evangélico para permanecer na política - é preciso ser evangélico de fato. O perigo de negar o voto a um candidato cristão para votar em qualquer um, ou naquele que asfaltou a rua da sua casa, reside na seguinte armadilha: quando uma lei não-cristã em votação, o político evangélico tem um compromisso com a Bíblia, já o "qualquer um" pode votar até contra a liberdade de culto - pois lhe deram um mandato (cheque em branco) para fazer o que quiser.

Vejamos um caso concreto: O ex-Prefeito de São Paulo - Gilberto Kassab - diante de um assunto que envolvia o uso da Avenida Paulista para sediar três manifestações: Dos evangélicos (Marcha para Jesus), de sindicalistas (Dia do Trabalho - CUT), e do movimento GLTBS (Parada Gay), Kassab fez sua opção sem titubear em favor de manter a Parada Gay na Avenida porque achava que ela dá um toque de modernidade e visibilidade mundial à Capital paulista. Em 2014 ele saiu candidato ao Senado, só que não vai ser eleito.

5 - "Não voto em candidato escolhido pela minha Igreja"
Blog Olhar Cristão: muitos crentes não se sentem confortáveis em votar nos candidatos "oficiais" da Igreja, geralmente pessoas escolhidas sem o referendo da membresia. Talvez seja esta falta de democracia que tenha impedido o sucesso de muitos candidatos. Por outro lado, há Igrejas que manipulam o eleitorado tentando fazer com membros um curral eleitoral com a prática do voto de cabresto. Recentemente, ouvi um pastor recomendando o voto em determinada pessoa da  parentela do Bispo da Igreja. E um dos argumentos que usou era que seria uma prova de gratidão ao Bispo, e que o candidato tinha conseguido colocar um irmão doente em um hospital. Ora, vejo isto de forma diferente: quem tem que usar de gratidão e fazer o que o povo precisa é o candidato.

Quanto a este assunto, ainda há duas coisas a considerar: O voto é secreto e inviolável. Diante da urna o eleitor cristão vota em oração, com consciência e intuição de acerto. Votar no melhor, isto é, naquele que no exercício do poder não vai aprovar leis ímpias contra a liberdade de expressão religiosa, como, por exemplo, a lei da mordaça gay. Nem aprovar legislação pró-aborto, nem naqueles que já sujaram o bom nome da Igreja por atos de corrupção. Votar corretamente é difícil, mas possível. Basta que na eleição seguinte, não se repita os mesmos erros.

Conclusão 

Blog Olhar Cristão: Ouvimos de um antigo Pastor, já falecido, que o pior erro é o erro doutrinário. Trazendo isso para este contexto ficaria assim: O pior erro é um erro de princípios. De tudo o que escrevemos aqui, cremos que o perigo maior reside em pensar que a representação política seja uma tarefa que Deus deixou aos cuidados do diabo. Conceitualmente trata-se de um sofisma. Se de fato o exercício da representação política fosse um atributo exclusivo do diabo, todos os que pensam assim estariam deixando nas mãos dele o destino de pessoas, comunidades, bairros, cidades, estados, países - o mundo. Deus há de cobrar caro todo pecado dos corruptos tanto quanto a omissão dos ignorantes!


Deus deu os pastores para cuidar do Seu rebanho. Por outro lado, quem dera que todos os representantes políticos fossem homens tementes a Ele.  O que é preciso discernir neste assunto é que se um pastor quiser trocar o ministério por um cargo político, que tenha absoluta certeza de que a troca de chamada é 100% de Deus, porque se não for, o diabo vai fazer com ele a mesma coisa que fez com Judas Iscariotes.

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"O que mais preocupa não é nem o grito dos violentos,
dos corruptos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética.
O que mais preocupa é o silêncio dos bons."
Martin Luther King







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Marta e Maria na presença de Jesus.

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A presença de Jesus

João Cruzué

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Marta Recebeu Jesus em sua Casa.

Maria era irmã de Marta.

Marta estava distraída em muitos serviços.

Maria assentou-se para estar ao pé de Jesus.

Marta foi se queixar.

Senhor, manda Maria ajudar-me


E Jesus lhe respondeu:


Marta, Marta. Por que está ansiosa

e fadigada com tantas coisas?


Maria escolheu a boa parte. A melhor parte.

Maria se esquecera de tudo

quando estava na presença

do Senhor.



Você sabe o que significa estar na presença do Senhor? Vou contar aqui duas oportunidades que tive. Por duas vezes a presença do Senhor deixou sua marca indelével em minh'alma. É por isso que eu sei porquê Maria se esquecera completamente do trabalho e não se moveu de diante de Jesus enquanto ele ensinava.

Na primeira vez, eu estava com o Irmão Enoque na Igreja Assembleia de Deus do Brás, à Rua Major Marcelino. Não eram palavras, era o Espírito de Deus derramando uma alegria tão grande que meu coração se apertou e os olhos molharam a minha face. O pastor pregava, a Igreja estava em silencio e eu sentindo meu coração transbordar de alegria na presença do Senhor.

Na segunda vez, foram poucos anos depois. O Pastor Luiz de França (falecido em 2014) pregava e eu estava na congregação do Jardim Novo Santo Amaro. Era um culto calmo, mas não continuou assim por muito tempo. Pelo menos para mim. Sei que Deus fala com seus filhos, todavia nem sempre com todos no mesmo dia e local. A Igreja (de novo) estava em silêncio, ouvindo,  mas meu coração começou a arder, meus olhos começaram a louvar a Deus com lágrimas que desciam pelo meu rosto. Eu tinha encontrado um cantinho do céu naquela Igreja.

Eu posso lhe dizer, com certeza, depois disso, porque Maria se esquecera de tudo enquanto Jesus falava! Em tempos de tanta coisa triste, ouvir a voz de Deus é muito bom para o nosso coração. A razão disso está naquele versículo que Jesus citou, na tentação do deserto: 

Nem só de pão vive o homem,

Mas de toda palavra que sai da boca de Deus.