sexta-feira, dezembro 16, 2011

Globo Gospel - Especial de Natal 2011


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Dia 18 de dezembro
, a partir das 13:00 horas


"IN GOLD WE TRUST'

João Cruzué

Comentário em 18.12.2011: Este post começou a ser escrito no final da sexta-feira e concluído na madrugada de 17 dezembro. Uma coisa é perspectiva de um evento. Outra, é assistir a edição de seus melhores momentos do começo ao fim. É quando a realidade confronta a perspectiva. Eu digo que o Festival foi um bom começo.

Com duas surpresas:

Uma, quando os artistas contratados se juntaram no final, para cantar uma bela canção. Eu descreveria a impressão daquele momento, dessa maneira: Foi como se a Igreja Evangélica, através da música, hasteasse uma bandeira em terreno que sempre lhe foi hostil.

A outra surpresa, foi assistir no intervalo das 13:58/59, duas vinhetas da Central Gospel divulgando a Bíblia Diária de Estudos, pelo próprio Pastor Silas Malafaia. Se ele queria pregar na TV Globo, já deu o primeiro passo.

Vou registrar uma grande ausência: André Valadão, contratado da gravadora de R.R. Soares. Mais se a Som Livre Gospel der certo, sua transferência é só uma questão de tempo.

Quanto à TV Globo, não mudei de opinião sobre ela. Tanto no aspecto negativo: A maior fonte de massificação de (maus) costumes; falo das novelas. Quanto ao aspecto positivo: Seu padrões de qualidade de imagem e organização é inigualável. O que o bispo Macedo não teve coragem de fazer, os Marinho fizeram.


POST DE SEXTA-FEIRA

A música Gospel hoje é um produto comercial que vende 2 bilhões de reais por ano e subindo. Da lado dos artistas, será que foi um passo adiante ou um retrocesso? Este assunto é por demais polêmico e certamente não vai se esgotar aqui. O que se passa nas cabeças deles, depois que foram contratados pela Gravadora Som Livre? Qual será a reação do público que até o evento era fã desta banda ou daquele cantor?

Pontualmente às 14:00 h do sábado - dia 10.12.2011 - a TV Globo começou a gravar seu primeiro projeto Gospel, chamado "Festival Promessas". As gravações aconteceram ao ar livre, no Aterro do Flamengo e foram concluídas ali pelas 21:00 h. Era esperado um público de 200 mil pessoas, entretanto, William Bonner, no Jornal Nacional, disse que 20 mil estavam presentes, na quele momento em que a Banda Diante do Trono subia no palco, liderada pela cantora Ana Paula Valadão. Ana foi a última a se apresentar naquela estrutura construída em forma de púlpito, para reproduzir a sensação de estar em um ambiente de culto.

O Festival Promessas foi planejado e divulgado para ser a fonte principal de imagens do Especial Gospel, que a Rede Globo vai editar e selecionar os melhores momentos, para transmitir a partir das 13:00 h de domingo, dia 18 de dezembro, uma semana do Natal.

Por que vieram apenas 10% do público planejado, se há 10 anos somente a Banda Diante do Trono levava quase 1 milhão de crentes às gravações de seus CDs/DVDs nas grandes Capitais? Será que foi a chuva que atrapalhou os planos dos fãs de cantar e pular a tarde inteira com seus artistas favoritos? Ou teria mais "coisa" nesta aparente apatia?

Ana Paula Valadão é carioca? Não; é de Belo Horizonte. Regis Danese é carioca? Não; é de Uberlândia. Damares é carioca? Não; é de Curitiba.

Ludmila Feber, sim, é carioca; mudou-se para Goiás, mas voltou depois para o Rio. O cantor Fernandinho mora em Campos de Goytacazes, interior do RJ. Davi Sacer vem da Banda Toque no Altar; depois Trazendo a Arca - é de Nova Iguaçu/RJ. Fernanda Brum e Eyshila vivem no Rio.

Resumindo: A maioria dos cantores são ou moram no Rio.


Por que mesmo com tantos artistas do Rio, apenas 20 mil* pessoas foram ao Aterro do Flamengo? Foi a chuva? Será que foi a divulgação em cima da hora da Rede Globo a principal causa para pouca gente? Sim, foi mesmo pouca gente. O Bispo Macedo, o Pastor Valdemiro, Pr. Silas Malafaia e Missionário R. R. Soares levam muito mais gente às ruas, com um "pé nas costas".

Alguém mencionou que são as Igrejas Evangélicas que agitam as "galeras" para lotar os eventos. É possível. Todavia, Pastores não são muito propensos a incentivar suas Igrejas a participar de eventos não promovidos por eles. Imagina, então, eventos da Rede Globo... Deus me livre! Mas isto não impede os jovens e adolescentes de irem aos lugares que têm grande interesse de assistir.. Eu não gostava de Oficina G3, mas minha filha (adolescente) era apaixonada pelo som deles. Também ajuntava seu dinheirinho ao longo do ano para não faltar ao Congresso anual da Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte.

E se a Aline Barros estivesse presente - teria ido mais gente? Pode ser que sim, mas não dobraria a participação do público.

Bem, eu deixei por último uma das razões que ao meu ver explicaria este aparente fiasco de público no primeiro Festival Gospel da TV Globo.

A Globo não mudou. Está agora, mais do que nunca, interessada em novas alternativas para manter seu faturamento, uma vez que 2012 não vai ser um ano bom para as finanças brasileiras, vem aí uma "marolinha" provocada pela crise da Europa. Desprezar um mercado de 2 bilhões de reais e um contingente de 40 milhões de consumidores é burrice. Os diretores da Emissora podem torcer o nariz para a cultura evangélica, mas eles não são burros.

A Globo se rendeu ao Gospel. E o Gospel também se rendeu ao sonho de aparecer na tela da Globo. Com direito até propaganda da Bíblia de Estudo Diário da Central Gospel do Pr. Silas Malafaia, nos Intervalos da transmissão. Vocês já viram algo parecido antes?

Cerca de 70% dos artistas do Gospel foram contratados pela gravadora da TV do "Plim Plim". Ela comprou o direito de vender ed divulgar seus trabalhos. Se vai ser bom para eles ou não, é outra história. Para as finanças da Empresa, por outro lado, vai ser muito bom.

O Gospel hoje é o gênero musical que mais vende no Brasil. Mais que Pagode, Axé e Sertanejo. Eles passaram enquanto o Gospel apenas está começando. A cultura evangélica de onde ele está expandindo seu círculo de atuação. Até que demorou, pois o valor da música evangélica vem desde a casa de Elvis Presley.

Ou as Organizações Globo "esqueciam" sua notória repugnância pelos crentes já ou perderiam de vez a oportunidade de combater a hegemonia do Bispo Macedo (Line Records). Se ele copiou as novelas da Globo para conquistar sua hegemonia nesse terreno, agora é a vez da Emissora tomar, este é o termo, tomar a metade do faturamento do mercado Gospel. Todos os artistas que a Som Livre contratou têm vendagem acumulada de 5, 7 e 10 milhões de CDs vendidos.

A Globo quer tomar o espaço da "Line Records" do Bispo Macedo e da MK de Haroldo e Marina de Oliveira. A competição por artistas evangélicos de grande potencial de vendas foi declarada. Bom para eles.

Mas isto é comércio. Não tem nada de louvor. Cristo não está no centro disso. É um negócio.

Quanto aos evangélicos que não quiseram ir ao "festival" no Aterro do Flamengo, eu desconfio que aquele "NÃO" quer dizer: Uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa. Pode ser que eles entenderam que os artistas que a Globo levou ao Aterro do Flamengo, não foram lá para dançar e louvar a Jesus. A maioria sabia que a Globo sempre desprezou e desdenhou em suas novelas do comportamento evangélico.

Só o tempo vai dizer se cantar na Globo foi uma boa escolha ou uma "roubada". Há um fator de risco nesta questão, que não pode ser desprezado: O desencanto dos fãs com seus artistas, alimentado pela reação das gravadoras 100% Gospel. Mas por outro lado, não deixa de ser uma boa surpresa: O Gospel venceu na marra o preconceito da Globo, porque hoje a sua música vale ouro.

O que você acha?

* Há uma divergência quanto ao público que compareceu no Aterro do Flamengo na tarde de sábado - 10 de dezembro de 2011. Foram 100 mil ou 20 pessoas? Bem, quantificação é uma coisa polêmica e difícil, pois não se pode contar exatamente quem foi e quem ficou o tempo todo, das 14:00 às 21:00 h participando do Festival Promessas. Como estava assistindo o Jornal Nacional àquele dia, e escrevendo o desenrolar do evento, anotei os números que William Bonner falou, citando a como fonte a Polícia Militar do Rio: 20 mil pessoas.






quinta-feira, dezembro 15, 2011

Por que Deus nos deixa fracassar


Renovando sua Paixão por Cristo

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"EU TRABALHEI EM VÃO"
Pastor David Wilkerson

"Essa é uma mensagem para todos os que estejam vivendo embaixo de um peso de desencorajamento. Você olha para a sua vida e se deprime com as expectativas que falharam. Você sente que não realizou muito na vida, e à medida que o tempo se esvái vê que muitas promessas não foram cumpridas. Durante anos você orou e orou, mas as coisas que acredita Deus ter lhe falado não se realizaram. Outros que lhe cercam parecem ter tudo, desfrutando do cumprimento de muitas promessas - mas você carrega uma sensação de fracasso.

Olhando ao passado, você se lembra de todos os momentos difíceis. Você conheceu rejeição, sensação de total incapacidade e de fraqueza. Você amou tanto o Senhor, entregando corpo e alma para agradá-Lo, fazendo tudo que sabia. Mesmo assim, finalmente chegou um momento quando se convenceu: "Trabalhei em vão; me esforcei por nada. Foi tudo futilidade". E agora uma coisa irritante entra na cabeça, e cochicha, "Você errou o alvo; não chegou nem perto. A sua vida é prova de que não fez diferença alguma no mundo".

Se você está passando por essa sensação de fracasso, então está em boa companhia. Em verdade, está entre gigantes espirituais.

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Muitos grandes servos de Deus ao longo da história
acharam ter falhado em seu chamado
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O profeta Elias olhou sua vida e gemeu: "Senhor, leve-me. Não sou melhor do que os meus pais, e todos eles falharam contigo. Por favor, tire a minha vida. Tudo foi em vão" (parafraseado).

E o rei Davi? Ele ficou tão desanimado quanto àquilo que achava ser unção desperdiçada em sua vida, que queria bater asas como um pássaro em direção a um lugar isolado. "Quem me dera asas como de pomba! Eis que fugiria para longe e ficaria no deserto" (Salmo 55:6-7).

Até mesmo o grande apóstolo Paulo tremeu de medo ao pensar ter vivido uma vida como obreiro inútil, "Receio de vós tenha eu trabalhado em vão para convosco" (Gálatas 4:11).

João Calvino, um dos pais da Reforma, teve a mesma terrível experiência. Na hora da morte disse, "Tudo que eu fiz não teve valor algum...os ímpios alegremente atacarão essa palavra. Mas repito tudo de novo: tudo que fiz não teve valor algum".

São Bernardo também suportou esse terrível desânimo. Em seus últimos dias ele escreve, "Falhei em meus propósitos...As minhas palavras e meus escritos foram um fracasso".

David Livingstone foi um dos missionários mais usados no mundo - seus feitos reconhecidos até mesmo pelo mundo secular. Livingstone abriu o continente africano para o evangelho, plantando muitas sementes e sendo usado por Deus para despertar a Inglaterra às missões. Deu corpo e alma, seguindo uma vida sacrificial para Cristo.

No entanto, durante o vigésimo terceiro ano no campo missionário, Livingstone expressou as mesmas dúvidas terríveis destes outros grandes servos. Ele também achou que seu ministério todo teria sido em vão. O seu biógrafo o cita em seu desânimo: "Tudo que eu fiz apenas serviu para que se abrisse o comércio de escravos africanos. As sociedades missionárias não mostram fruto após vinte e três anos de trabalho. Todo o trabalho parece ter sido em vão...eu trabalhei em vão".

Um dos grandes missionários que impactaram a minha vida foi George Bowen. A sua vida foi um exemplo poderoso, e seu livro, "Love Revealed" (amor revelado), é um dos maiores livros que já li sobre Cristo. Solteiro, Bowen se afastou da riqueza e da fama para ser missionário em Bombaim, na Índia, no meio do século 19. Quando viu os missionários lá vivendo bem acima do nível das pessoas às quais ministravam, Bowen deixou o sustento da missão e escolheu viver em meio às mais pobres delas. Se vestia como os indianos, e abraçou a pobreza, vivendo numa habitação humilde, e subsistindo às vezes só com pão e água. Ele pregava nas ruas sob calor sufocante, distribuindo literatura do evangelho e chorando pelos perdidos.

Esse homem tremendamente consagrado havia ido à Índia com altas esperanças pelo ministério do evangelho. E havia dado tudo que tinha com essa finalidade, o seu coração, a mente, corpo e espírito. Mesmo assim, em seus mais de quarenta anos de ministério na Índia, Bowen não teve nenhum convertido. Foi só após a sua morte que as missões descobriram que ele era um dos mais amados missionários do país. Até mesmo os adoradores de ídolos viam Bowen como exemplo do que é um cristão.

Hoje, a vida humilde de Bowen e suas palavras de poder ainda incendeiam a minha alma, e a alma de outros pelo mundo. Contudo tal como muitos antes dele, Bowen suportou uma terrível sensação de fracasso. Ele escreve: "Sou o ser mais inútil da igreja. Deus me fere e esmaga com desapontamentos. Ele me edifica, e então permite que eu caia de novo ao nada. Eu gostaria da companhia de Jó, e simpatizo com Elias. Todo o meu trabalho é em vão".

Alguns leitores podem dizer, "Os grandes homens de Deus não deveriam usar uma linguagem dessas. Eles não deveriam nem ter esse tipo de sentimentos. Isso soa como medo e incredulidade". No entanto essa é a linguagem de muitos gigantes da fé, grandes homens e mulheres que consideramos exemplos fiéis. Todos eles tiveram o mesmo horrível sentimento de que "Não consegui chegar àquilo que Deus me chamou. Eu fracassei". Conheço o terrível som dessa linguagem em meu próprio coração".


Você ficaria chocado se soubesse
que Jesus experimentou essa mesma sensação
de ter realizado pouco?


Em Isaías 49:4 lemos essas palavras: "Eu mesmo disse: debalde tenho trabalhado, inútil e vãmente gastei as minhas forças...". Note que essas não são palavras de Isaías, que foi chamado por Deus em idade matura. Não, elas são palavras do próprio Cristo, proferidas por Alguém que diz "O Senhor me chamou desde o meu nascimento, desde o ventre de minha mãe...o Senhor, que me formou desde o ventre para ser seu servo, para que torne a trazer Jacó e para reunir Israel a ele" (49:1,5).

Quando cheguei à essa passagem, a qual eu já havia lido muitas vezes antes, o meu coração se maravilhou. Eu mal podia acreditar no que estava lendo. As palavras de Jesus aqui quanto a "trabalho inútil" foi uma resposta ao Pai, que havia acabado de declarar "Tu és o meu servo... por quem hei de ser glorificado" (49:3). Lemos as surpreendentes palavras de Jesus respondendo no verso seguinte: "Debalde tenho trabalhado, inútil e vãmente gastei as minhas forças" (49:4).

Após ler isso, me levantei em meu escritório e disse, "Que maravilha! Mal posso acreditar que Jesus fosse tão vulnerável, confessando ao Pai que estava experimentando aquilo que nós humanos enfrentamos. Em Sua humanidade, experimentou o mesmo desencorajamento, o mesmo desânimo, as mesmas feridas. Ele estava tendo os mesmos pensamentos que já tive em relação à minha própria vida: 'Não é isso que eu entendi estava me sendo prometido. Desperdicei o meu esforço. Foi tudo em vão"'.

Ler aquelas palavras fizeram com que eu amasse Jesus ainda mais. Me conscientizei de que Hebreus 4:15 não é só um cliché: o nosso Salvador verdadeiramente é tocado pelo que sentimos em nossas enfermidades, e foi tentado em todas as maneiras como nós somos - contudo sem pecar. Ele conheceu essa mesma tentação de Satanás, e ouviu a mesma voz acusadora: "Você não cumpriu a missão. A tua vida é um fracasso. Você não tem o quê apresentar como resultado do trabalho".

Qual foi exatamente a missão de Cristo? Segundo Isaías, foi trazer Israel de volta para Deus, tirar as tribos de Jacó da corrupção e da idolatria: tornar "a trazer os remanescentes ("os guardados") de Israel" (49:6). O historiador Josephus fala sobre a situação de Israel nos dias de Jesus: "A nação judaica havia se tornado tão má e corrupta no tempo de Cristo, que se os romanos não a houvesse destruído, Deus teria feito cair fogo dos céus, como no passado, para os consumir". Em resumo, Cristo foi enviado como judeu entre os judeus, para livrar o povo de Deus do poder do pecado, e libertar todos os cativos.

Jesus testifica, "(O Senhor) fez-me como uma flecha polida, e me guardou na sua aljava" (49:2). O Pai O havia preparado desde a fundação do mundo. E o mandado dado a Cristo foi claro: "Fez a minha boca como uma espada aguda" (49:2). Jesus deveria pregar uma palavra como espada de dois gumes para penetrar no mais duro dos corações.

Então Cristo veio ao mundo para cumprir a vontade de Deus e promover reavivamento em Israel. E fez exatamente como lhe foi ordenado, sem proferir sequer uma palavra e sem realizar um único ato senão o que Lhe foi orientado pelo Pai. Jesus ficou exatamente no centro da vontade de Deus, recebendo autoridade total e a mais poderosa das mensagens. Mas Israel O rejeitou: "Veio para o que era seu, e os seus não o receberam" (João 1:11).

Pense nisso: Jesus pregou à uma geração que viu milagres incríveis - olhos cegos se abrindo, surdos ouvindo, os aleijados podendo andar. Contudo os milagres de Cristo foram repudiados ou minimizados, e Suas palavras ignoradas, incapazes de penetrar o coração endurecido das pessoas. Em verdade, a pregação dEle só enfureceu as seitas religiosas. Os próprios seguidores decidiram que a Sua palavra era dura demais e se afastaram dEle (v. João 6:66). No fim, até os discípulos mais chegados, os doze escolhidos, O abandonaram. E a nação que Jesus veio para levar de volta ao Pai gritava: "Crucifica-O".

Diante de qualquer olhar humano, Cristo falhou totalmente em Sua missão. O encontramos perto do fim do Seu ministério, junto a Jerusalém, lamentando a rejeição de Israel, chorando pelo Seu aparente fracasso em reuni-los, e com esperanças aparentemente frustradas. "Jerusalém, Jerusalém...Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes! Eis que a vossa casa vos ficará deserta" (Mateus 23:37-38).

Imagine a dor que Cristo deve ter sentido ao proferir tais palavras. Posso apenas especular, mas creio que esse foi o momento quando Jesus se lamentou, "Trabalhei em vão". Imagino Satanás cochichando a Ele nesse momento, "Essa é a casa que fostes chamado a salvar, e a deixastes desolada e deserta".

Por um curto período, o Pai permitiu que Cristo experimentasse esse desespero humano da sensação de fracasso na vida: "Me entreguei inteiro, dei a minha força, o meu trabalho, a minha obediência. O quê mais eu poderia fazer para salvar esse povo? Todo o meu trabalho foi em vão". Ele sentiu o quê todo grande guerreiro de Deus ao longo das eras já experimentou: a tentação de se acusar de fracasso, quando um mandado claro de Deus parece não ter sido cumprido.


Por que Jesus, ou qualquer homem ou mulher de Deus
haveria de dizer essas palavras em eesespero:

"Eu trabalhei em vão" ?


Como poderia o próprio Filho de Deus fazer uma declaração destas? E por que gerações de crentes fiéis têm sido reduzidas à palavras tão enganosas? É tudo resultado de se comparar resultados pequenos com altas expectativas.

Pode-se pensar: "Esta mensagem parece que se aplica só a ministros, ou àqueles chamados para realizar uma grande obra para Deus. Percebo que ela é dirigida a missionários ou a profetas da Bíblia. Mas o que ela tem a ver comigo?".

A verdade é que todos nós somos chamados a um grande propósito em comum, e a um ministério: ou seja, sermos como Jesus. Somos chamados a crescer em Sua semelhança, a sermos transformados em Sua imagem. Você simplesmente não pode ser um cristão a menos que esse seja o seu chamado, esse seja o seu único alvo na vida: "Quero me tornar mais e mais como Cristo. Quero ser liberto de todo egoísmo, de toda ambição humana, de toda inveja, impaciência, ira, e da atitude de pensar mal dos outros. Quero ser tudo aquilo que Paulo diz que eu devo ser - para andar em fé e em amor. Senhor, o meu coração anseia ser como Tu".

Que expectativas elevadas! E você tem todas as promessas de Deus para lhe sustentar. Você segura nas mãos a espada de dois gumes, e seu coração se propõe a ser como Jesus. Então você começa a agir para se tornar como Ele.

Em pouco tempo, algumas mudanças maravilhosas começam a acontecer. Você fica mais paciente. Cada reação carnal que surge dentro de si, você rejeita, dizendo: "Isso não é ser igual a Jesus". A sua família, amigos, vizinhos e companheiros de trabalho percebem que você se torna melhor. Toda noite, você pode curtir a vitória daquele dia, e se parabeniza dizendo: "Consegui! Fui mais bondoso hoje. Hoje foi um dia bom, semelhante a Jesus".

Há alguns meses atrás, escrevi uma mensagem entitulada "Chamados para a semelhança de Cristo". Nela digo que a semelhança com Cristo começa em sermos como Jesus junto àqueles que estão pertos de nós. Verdadeiramente creio nisso. Logo, se você é casado, essa pessoa mais perto é o seu cônjuge. Então me dispus a me tornar o esposo mais semelhante a Cristo que um homem pode ser. E trabalhei nisso, me esforçando para ser mais paciente, compreensivo e atencioso.

Na primeira semana, batalhei para rejeitar toda e qualquer irritação. Fiquei o tempo todo recordando: "Jesus não iria fazer isso. Ele não iria dizer o quê quero dizer. Então não vou dizer. Vou ser como Ele".

No fim da semana, perguntei à minha esposa Gwen, "Você tem visto mais de Jesus em mim?". Ela respondeu, "Sim, eu vejo". Fiquei encorajado. Eu pensei, "É isso aí. Finalmente, após todos estes anos, descobri o quê é preciso fazer para ficar mais como Jesus".

Então a semana ruim chegou. Perdi a minha semelhança com Cristo - pelo jeito a cada movimento. No fim da semana, perguntei a Gwen, "O quê você acha de mim agora?". Ela disse, "Mais parecido com Paulo".

Eu gostaria de dizer que a cada dia, sob todos os aspectos, estou me tornando mais como Jesus. Mas a minha luta humana na carne para ser tal como Cristo simplesmente não funcionou. E o fato é que nunca funcionará. Eu continuo lutando com pensamentos, palavras e sentimentos diferentes dos de Cristo. A minha carne não possui a habilidade de lançar fora a carne. Tal trabalho é feito unicamente pelo Espírito Santo: "Se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente vivereis" (Romanos 8:13). Em resumo, render-se à obra do Espírito Santo é a única maneira de se tornar verdadeiramente como Cristo.

É em meio à essa guerra contra a carne que muitas vezes caímos no engano. Somos tentados a pensar que fomos chamados, ungidos, e que aprendemos de mestres piedosos - e assim sendo, por que então continuamos a pensar em coisas da carne. Às vezes sucumbimos diante dos mesmos pensamentos que ressoaram ao longo das eras entre o povo de Deus: "Trabalhei em vão. Desperdicei o meu tempo e a minha força. Jamais vi acontecendo aquilo que Deus me prometeu. Não consegui realizar os planos e atos".


Pergunte a qualquer jovem que esteja se afastando de Cristo
por que se esfriou com Ele


Se você perguntasse a um jovem ou à uma jovem, "Por que você voltou ao que era antes?", encontrará a mesma mentira demoníaca plantada no coração deles: "Eu fiz o possível. Orei, li a Bíblia. Fui à igreja, e testemunhei para os meus amigos na escola. Me esforcei ao máximo para viver de modo reto. Mas nunca recebi o milagre que eu precisava. As minhas orações não eram respondidas, e não era liberto. Depois de tudo isso, acabei derrotado. Eu não conseguia tirar da minha cabeça a coisa de que não adiantava, que a minha carne não iria mudar nunca. E que era perda de tempo. Eu sentia que tudo que fizera fora em vão".

E os pais e as mães retos, que tão diligentemente oraram pelos filhos que estavam esfriando? Deus lhes deu promessas e eles se agarraram à elas, clamando a Ele em fé. Mas o tempo passou e o filho nunca reagiu. E agora estes consagrados santos suportam a mesma terrível mentira: "Você falhou, trabalhou em vão. Perdeu tempo estes anos todos. Essa luta só serviu para te esgotar. Não adiantou nada".

Muitos que lêem esta mensagem estão desanimados porquê não experimentaram a promessa que Deus lhes fez. Eles não invejam as bênçãos que o Senhor dá aos outros. Eles não se comparam com alguém que pareça estar desfrutando de um milagre. Não, no momento estão olhando para as suas próprias vidas. E estão comparando o que crêem Deus lhes prometeu com o quê parece estar acontecendo nesse momento. Para eles, suas vidas parecem um fracasso absoluto.

Examinando o seu caminhar com toda a honestidade e sinceridade, eles parecem ver pouco progresso. Fizeram tudo que Deus lhes disse para fazer, sem jamais hesitar diante de Sua palavra e mandamentos. Mas o tempo passa, e eles vêem apenas o fracasso. E agora estão aniquilados, com o espírito ferido. Eles pensam, "Senhor, será que tudo foi em vão? Será que ouvi a voz errada? Será que fui enganado? Será que a minha missão terminou em ruínas?".


Há duas coisas que eu quero colocar em sua mente
com essa mensagem


Primeiro de tudo, você agora sabe a partir de Isaías 49 que o Senhor conhece a sua batalha. Ele a lutou antes de você. E não é pecado ter pensamentos assim, ou ver-se deslocado com um sentimento de fracasso diante de experiências que lhe despedaçam. Jesus mesmo experimentou isso e era sem pecado.

Segundo, é muito perigoso permitir que essas mentiras do inferno infectem e incendeiem a sua alma. Jesus nos mostrou como sair desse desânimo com a seguinte declaração: "Debalde tenho trabalhado...todavia o meu direito está perante o Senhor, a minha recompensa, perante o meu Deus" (Isaías 49:4). Em hebraico a palavra direito aqui é "veredicto". Cristo está dizendo em verdade, "O veredicto final está com o meu Pai. Somente Ele julga tudo que fiz, e se fui eficiente ou não".

Através dessa passagem Deus está reforçando o seguinte para nós: "Pare de emitir veredictos em relaçao ao teu trabalho para Mim. Não é da sua conta julgar se foi eficiente ou não. Você ainda não sabe o tipo de influência que teve. Você simplesmente não tem a visão para conhecer as bênçãos que lhe estão chegando". Na verdade, não conheceremos muitas destas coisas enquanto não estivermos diante dEle na eternidade.

Em Isaías 49, Jesus ouve o Pai dizendo com todas as letras:

"Sim, Israel ainda não foi reunido. Sim, eu lhe chamei para reunir as tribos, e isso não aconteceu do jeito que o imaginavas. Mas esse chamado é uma coisa pequena comparado com o quê lhe deverá vir. Não se compara com o que tenho preparado. Eu agora vou lhe tornar em luz para o mundo todo. Israel será finalmente reunido; essa promessa será cumprida. Mas tu te tornarás uma luz não apenas para os judeus, mas para os gentios. Tu trarás salvação para o mundo inteiro".

"Israel não se deixou ajuntar; contudo aos olhos do Senhor serei glorificado, e o meu Deus será a minha força. Disse mais: Pouco é que sejas o meu servo, para restaurares as tribos de Jacó, e tornares a trazer os guardados de Israel; também te dei para luz dos gentios, para seres a minha salvação até à extremidade da terra" (Isaías 49:5-6).

Prezado santo, enquanto o Diabo está mentindo, dizendo que tudo que você fez foi em vão, que nunca verá cumpridas as suas expectativas, Deus em Sua glória está preparando uma bênção maior. Ele tem coisas melhores preparadas, acima de qualquer coisa que você possa imaginar ou pedir.

Não devemos mais ouvir as mentiras do inimigo. Pelo contrário, devemos descansar no Espírito Santo, crendo que Ele cumprirá a obra de tornar-nos mais como Cristo. E devemos nos erguer da desesperação e nos sustentar sobre essa palavra: "Sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor" (I Coríntios 15:58).

Chegou a hora da abundância em seus trabalhos. O Senhor está lhe dizendo basicamente: "Esqueça e abandone essa 'idéia de fracasso'. Está na hora de voltar para a obra. Nada foi em vão! Há muita coisa chegando para ti - então pare com esse abatimento e alegre-se. EU não deixei você pra trás. Proverei abundâncias maiores do que você possa imaginar ou pedir!".

World Challenge, P. O. Box 260, Lindale, TX 75771, USA.http://www.tscpulpitseries.org/portuguese/ts051219.html
Sermão do Pastor David Wilkerson em 19/09/2005


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