quarta-feira, março 02, 2011

Marta Suplicy e o Bispo Manoel Ferreira




João Cruzué


No início de outubro 2010, publiquei uma matéria sobre a confiança inabalável do Bispo Manoel Ferreira na então candidata à presidência da Républica, Sra. Dilma Rouseff. Pastor evangélico põe a mão no fogo. Infelizmente meus temores se confirmaram.

"Quando ao acordo que o Pastor Manoel negociou com a candidata governista, Dilma Roussef, eu vou discordar da visão dele. O executivo não precisa tomar a iniciativa de apresentação projetos anti-cristãos na Câmara. Basta que, por baixo dos panos, um deputado de qualquer partido da base de sustentação do governo tome essa iniciativa. Na verdade o pastor não tem garantia nenhuma. Ainda mais que a Igreja, perante a classe política, só tem valor nos meses que antecedem as eleições. Depois que passa o mês de outubro... a conversa é outra, e os crentes voltam a ser o segmento do "atraso da sociedade". --Sabe o que penso pastor: Como é que o senhor tem tanta coragem de por a mão no fogo por esta senhora? Na minha opinião, o senhor está sendo crédulo demais com uma pessoa que nunca foi cristã. Sua mão pode queimar."

Procurando pelo site do Reverendo Bispo de 02/03 a 13/03/2011, para rever os textos de sua campanha, surpreendi-me com o aviso abaixo:


Então, posso imaginar duas coisas: O site do Pastor está em manutenção; ou ele foi mesmo retirado da Internet por pragmatismo. Mas como era um documento público, fiz uma cópia da "Carta Aberta à Nação Brasileira" publicada no mesmo endereço , onde ele fazia uma apologia apaixonada de sua candidata:


"CARTA ABERTA À NAÇÃO BRASILEIRA"

Bispo Doutor Manoel Ferreira

"Na condição de Presidente do Conselho Nacional de Pastores do Brasil – CNPB; Presidente Nacional das Assembléias de Deus Ministério de Madureira; de Deputado Federal e homem de Deus compromissado com a verdade, sinto-me no dever de respeitosamente esclarecer:

1) Com relação à boataria cruel e mentirosa que permeia os meios de comunicação, principalmente a internet com intuito irresponsável de difamar e plantar dúvidas concernente à candidatura de Dilma Rousseff, tenho a dizer que em momento algum a afirmação “nem Cristo impede …”, saiu dos lábios da senhora Dilma Rousseff, sendo portanto, mera ficção e sórdida mentira da parte desses autores.

2) Em reunião no dia 24 de julho próximo passado, na Sede Nacional das Assembléias de Deus no Brasil em Brasilia-DF, na presença de mais de 3.000 (três mil) pastores e líderes de todos os Estados do Brasil e Distrito Federal e, com a participação de 14 denominações evangélicas mais representativas do Seguimento Religioso do país foi firmado um compromisso público de que todos os temas que envolvam conceitos de fé e princípios ético-religiosos serão sempre de iniciativa do poder legislativo – Congresso Nacional – e nunca por iniciativa do poder executivo; sendo esta candidatura a única a se comprometer de forma expressa e pública com estes princípios. Afirmou inclusive a candidata Dilma Rousseff, ser defensora da valorização da vida, da família e dos seus conceitos fundamentais.

3) Portanto, tudo que passar disso é mera invenção e mentira de pessoas descompromissadas com a verdade.

Reitero neste momento a nossa posição de apoio total e irreversível à candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República Federativa do Brasil, com a certeza de que estamos no rumo certo do sucesso, do desenvolvimento, da melhoria de vida das pessoas, da valorização da família, dos princípios éticos cristãos, sendo estes inequivocamente a base para a vitória que todos queremos os quais são defendidos reiteradamente por Dilma Rousseff."

Atenciosamente,


Bispo Doutor Manoel Ferreira


Meus comentários: tendo posicionado o assunto, quero dizer que, muito possivelmente, o Bispo fez um acordo inócuo. A Presidente se comprometeu dizendo que o Executivo não tomaria iniciativa do assunto. Só o Bispo não percebeu o que ela estava pensando: que teria uma dezena de senadores para fazer isto por ela.


Agora vem a bomba: Notícia de hoje publicada no Jornal Folha de São Paulo:

POR GABRIELA GUERREIRO

"Escolhida nesta quarta-feira para relatar no Senado o projeto que criminaliza a homofobia, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) prometeu dar celeridade à votação da matéria. O projeto tramita na CDH (Comissão de Direitos Humanos) do Senado e ainda precisa passar pela análise da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) antes de seguir para o plenário da Casa.

Projeto que criminaliza a homofobia é desarquivado no Senado. Ato em São Paulo defende lei contra homofobia

Marta foi designada relatora pelo senador Paulo Paim (PT-RS), que assumiu a presidência da CDH do Senado nesta quarta-feira. A senadora disse que, diante das situações extremas de agressões registradas contra homossexuais nos últimos meses, o Congresso deve ter pressa para analisar a matéria.

A proposta prevê punição para uma série de discriminações e preconceitos, entre eles pela orientação sexual. O projeto chegou a ser arquivado no final da última legislatura, mas Marta reuniu as 27 assinaturas necessárias para permitir que voltasse a tramitar no Senado.

A principal barreira para a aprovação do texto está na bancada evangélica, que vê a possibilidade de censura às pregações dos pastores. A ABLGT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), por outro lado, se articula para fazer uma ampla defesa do projeto no Congresso."

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C
omentário do blogueiro:

Agora chegou a hora de atitudes. O movimento GLTB está, no direito deles, se articulando politicamente, jogando o jogo democrático, onde quem grita mais, leva. Do lado Evangélico, eu gostaria de saber como estão as articulações das lideranças da Igreja.

Um fato é inegável: o mal que pode vir de uma Lei Homofobia não é o casamento gay, nem a criminalização de preconceitos ou críticas contra o comportamento gay. O maior mal que pode vir da aprovação desta Lei é a distribuição de Cartilhas de apologia ao Homosexualismo sob o patrocínio do Ministério da Educação. Isto já aconteceu em outros países, por exemplo, no Chile.

Se no dia de amanhã, os filhos e netos dos irmãos aparecerem em casa com um Manual de Homoafetividade - o kit gay - distribuido na Escola, não adianta se queixar com o Bispo, pois foi ele mesmo que se enturmou com aquele partido que sempre se primou por apresentar projetos para destruir a estrutura da família brasileira. E não só ele teve um "apóstolo" também;.



cruzue@gmail.com




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Versão King James da Bíblia inglesa faz 400 anos



PARABÉNS! QUE VENHAM OUTROS 400!



KJV


(HAPPY 400th, KING JAMES BIBLE)

Jon M. Sweeney

Tradução de João Cruzué


EXCERTO


"Você já deve ter ouvido falar que 2011 marca o 400º aniversário da publicação original da Bíblia "King James". E daí? A KJV não é simplesmente uma Bíblia, ela é a BÍBLIA que mais influenciou o mundo que fala inglês, mais que qualquer outra.

Entretanto há entre as pessoas muitas noçoes erradas sobre este livro.

Primeiro, ela não foi a primeira tradução em inglês da Bíblia. Muitas vieram antes, incluindo a de um famoso "cara" chamado Wycliffe, e de um outro tradutor que foi queimado em uma estaca por ter traduzido a bíblia para o vernacular - Tyndale.

Segundo, o Rei "James" não traduziu nada. Ele designou alguém que montou uma série de traduções feitas por comitês de eruditos e poetas que fizeram o trabalho.

Terceiro, não há nenhum registro de que o Rei "James", na verdade tivesse autorizado o uso da KJV nas igrejas [anglicanas] da Inglaterra depois de concluída. Por isso ela é chamada de "versão autorizada" pelos mais antigos." Continua aqui: Huffpost


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MINHA PESQUISA NA WIKIPEDIA:

Comissões de tradução

Primeira Companhia de Westminster, traduzindo de Gênesis até II Reis:
Lancelot Andrewes, John Overall, Hadrian à Saravia, Richard Clarke, John Laifield, Robert Tighe, Francis Burleigh, Geoffry King, Richard Thompson, William Bedwell

Primeira Companhia de Cambrigde, traduzindo de I Crônicas até Cantares:
Edward Lively, John Richardson, Lawrence Chaderton, Francis Dillingham, Roger Andrews, Thomas Harrison, Robert Spaulding, Andrew Bing

Primeira Companhia de Oxford, traduzindo de Isaías até Malaquias
John Harding, John Reynolds, Thomas Holland, Richard Kilby, Miles Smith, Richard Brett, Daniel Fairclough

Segunda Companhia de Oxford, traduzindo os Evangelhos, Atos dos Apóstolos, e o Apocalipse de João:
Thomas Ravis, George Abbot, Richard Eedes, Giles Tomson, Henry Savile, John Peryn, Ralph Ravens, John Harmar

Segunda Companhia de Westminster, traduzindo as Epístolas:
William Barlow, John Spencer, Roger Fenton, Ralph Hutchinson, William Dakins, Michael Rabbet, Thomas Sanderson

Segunda Companhia de Cambrigde, traduzindo os Apócrifos:
John Duport, William Brainthwaite, Jeremiah Radcliffe, Samuel Ward, Andrew Downes, John Bois, John Ward, John Aglionby, Leonard Hutten, Thomas Bilson, Richard Bancroft

Fonte: Wikipedia






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