João Cruzué *
A Internet é mídia pública e globalizada. É o quarto e maior veículo de comunicação de massa a partir da imprensa. Fonte de difusão e aquisição de conhecimento da atual e próxima gerações. E o "microfone" mais democrático de interação acessível a partir de um Real. Gostaria de compartilhar minha visão, missão, críticas e sonhos de uma blogosfera evangélica responsável e eficiente. Algo grande por que valha a pena investir tempo e esforço.
A internet é muito rápida. Em uma semana tirou uma Susan Boiller do anonimato e a transformou em estrela de primeira grandeza da música mundial. Também em menos de uma semana tem derrubado pretensões políticas e a credibilidade de campeões do esporte. A WEB é uma vitrine feita para fazer trilhões. O comércio, a indústria, bancos e o terceiro setor estão ali para potencializar o ganho. Eles pagam fortunas a consultores para conhecer cientíiicamente os novos caminhos do êxito.
Há cinco anos comecei publicar meus primeiros testemunhos na WEB. Compartilhei com todos desde então os conhecimentos conquistados dia a dia. A partir de 2007 disponibilizei um tutorial chamado Como Blogar que tem servido de apoio para a Associação de Blogueiros Cristãos e a tantos outros, pois é pública.
Eu tenho uma missão e uma visão para compartilhar
A missão é incentivar e desafiar a toda liderança cristã para que não seja apenas um usuário-leitor na Internet. Trabalho para que todos aprendam como e comecem a publicar conteúdo cristão no papel de publicadores.
Minha visão é simples e pretensiosa. Pela fé eu posso ver milhares de formadores de opinião ocupando os espaços vazios que de há muito são exclusivos de uma imprensa e liderança ostensivamente desfavorável aos princípios cristãos. Ateus, ímpios, incrédulos, homossexuais, artistas, esportistas, jornalistas, repórteres fotógrafos - dizendo o que pensam e induzindo outros à mesma forma de pensamento. Não vamos resolver isto apenas com Blogs - mas é um começo.
Todavia, depois de dar graças a Deus por mais de 20 mil blogueiros publicando na Internet, 7.000 deles na UBE, tenho motivos para preocupações. A maioria dos que conquistaram seus espaços estão repercutindo uma cultura de baixo e médios níveis herdadas da cultura de suas Igrejas. Não há lugar para mediocridade na Internet. Há sede de Deus nos corações das pessoas que navegam pela internet. E o que elas fazem quando abrem um blog ou um site evangélico e começam a ler os comentários nos rodapés? Fogem!
Quando nossas ações contradizem os princípios do ágape neotestamentário passamos a ter cheiro de hipocrisia. Os blogs evangélicos não podem ser "puxadinhos" de uma cultura individualista de gosto mundano que os santos do Senhor rejeitam. E depois de termos semeado e compartilhado nosso conhecimento para colocar um recurso de grande potencial nas mãos de nossos irmãos líderes, o joio ameaça a blogosfera.
Um tirirical de ofensas, difamações, críticas gratuitas, discussões de credos, somados velho farisaísmo daqueles que se especializaram em procurar defeitos e somente defeitos como se olhos de urubus tivessem.
Eu sonho com uma blogosfera evangélica vencedora. Textos que atraiam os olhos e os corações desta e das futuras gerações de leitores. No meu sonho não importa a multiforme manifestação dos aspectos culturais, mas que tenha um bom cheiro: o cheiro do amor cristão. Eu sempre soube que um bom texto é aquele que traz o calor do Espírito Santo em suas palavras, e que o mau texto é aquele que está a serviço da desconstrução de alguma coisa ou alguém.
Antes de concluir quero dizer meia dúzia de palavras: "Procura-se formadores de opinião cristãos." Se não tomarmos juízo, a sociedade brasileira vai perceber muito rapidamente que nós evangélicos não somos dignos de crédito, pois não vai gostar daquilo que ela vê: muito individualismo e pouco amor! Por último, quando for publicar qualquer coisa na internet saiba que você está literalmente dentro uma vitrine global. Não se deixe influenciar pelo sucesso passageiro dos maus blogueiros, construa sua credibilidade virtual passo a passo com muito trabalho, solidariedade e espírito comunitário.
*João Cruzué é um dos ex-administrador da UBE.