sábado, outubro 10, 2009

O diálogo entre adolescentes e seus pais

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João Cruzué

Como pai, posso dizer algumas palavras para facilitar o diálogo entre “teens” x pais porque sei que a razão não está em um dos lados da questão. Minha filha e eu convivemos com as mesmas dificuldades. Na idade dela, meus defeitos são maiores que minhas virtudes – talvez nem virtude eu tenha e pelo meu olhar, também não é muito diferente. Com isso quero dizer que minha casa deve ser o espelho de milhares de outros lares onde há adolescentes incompreendidos filhos de pais rabugentos.

Se eu dissesse que sou um pai perfeito, compreensivo, paciente, o Prêmio Nobel da virtude cristã, estaria usando de grande hipocrisia. Mas é difícil expressar e aconselhar dentro da própria casa, ainda mais que o aprendizado de hoje (ou de sempre) é acumulado mais por tentativas pessoais que por audição de conselhos. Um fato é indiscutível eu amo minha filha e tenho certeza que ela também me ama.

Um pai do 3º milênio sabe que sem um poderoso foco na educação, o sustento, a independência, a situação econômica de um adolescente hoje – um adulto no dia de amanhã - pode estar em desvantagem em relação a outros adolescentes mais comprometidos com o estudo. Neste ponto, posso errar na ânsia de querer acertar. Explico: posso matar os sonhos de um adolescente com a dura realidade, e sonhar é um atributo importante, para o trabalhar de Deus. Sonhar de mais e estudar de menos é um extremo do assunto e estudar de mais e sonhar de menos, o outro extremo a ser evitado.

Como trabalhar neste diálogo? Bom, podemos emitir sinais para a melhoria do relacionamento. Uma barra de chocolate é uma boa atitude para mostrar uma abertura, e uma pergunta sobre carreira ou estudos o quanto basta para um pai “dissertar” por uma meia hora seguida! A importância do diálogo pode ser explicada de uma forma bem concreta. Quando você usa apenas um lado do fone de ouvido, a música fica desagradável. A música só fica perfeita quando os dois ouvidos trabalham em conjunto.

Existem pais que não gostam de filhos? Aqui está uma resposta que tenho meditado nela há um bom tempo. Nem os pais nem os filhos adolescentes se detestam em qualquer momento. Minha interpretação é que as atitudes de uns e de outros é que são detestadas. Como pai amo minha filha, como filha eu sei que ela me ama – mas nossas atitudes e idiossincrasias é que são os motivos de nossa intolerância.

Um adolescente com caráter firme é um bom sinal de liderança. Pior seria se fosse uma pessoa com um espírito não-voluntário, que para se mover precisa de ordens para qualquer coisa. Um pai rabugento (como eu) pode mudar da água para o vinho pela ousadia em conversar sobre determinado assunto. E voltar a conversar, e se não der certo, voltar outra vez. É assim que Deus recomenda: insistir sem confrontar.

O que é o confronto? É uma forma de matar o diálogo por uma posição radical e inamovível. A pessoa não se move um centímetro de sua posição não está exercitando positivamente para dialogar.. No que diz respeito ao pecado e racionalização temos mesmo que ser inflexíveis. Mas se a questão é de outra natureza, é vantajoso buscar o diálogo, porque enquanto a dificuldade está a nossa frente, ela pode ser comparada com um obstáculo, com um muro. Mas depois de vencida a dificuldade, o muro passa a nos proteger e se torna uma segurança nossa.

Vale a pena trabalhar pelo diálogo? Vale. Se você conseguir dialogar com seus pais com desenvoltura, também conseguirá dialogar com colegas na escola, no trabalho, em qualquer tempo de sua vida, em qualquer lugar e com qualquer pessoa. Nossa casa é o nosso melhor laboratório.


Leia também:

1. Carta para uma adolescente

2. O que desejam os adolescentes

3. Adolescentes - verdades sobre o sexo


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quinta-feira, outubro 08, 2009

Como o Cristianismo chegou no Japão



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Monte Fuji
João Cruzué

O cristianismo chegou ao Japão em meados do século XVI, levado pelos ventos que impulsionavam as caravelas pela rota das Índias. Foi uma iniciativa "prutuguesa" com certeza. Uma nau de comerciantes portugueses aportou na Ilha de Kyushu em 1542 levando consigo armas de fogo e padres jesuitas. Cem anos depois, o cristianismo estava praticamente banido pelo shogunato Tokugawa, mas voltaria com a força dos missionários do Ocidente durante a Revolução Meiji ,a partir de meados do século XIX. O shoguns se foram. E o cristianismo voltou.

O Shogum,
(sho = comandante, general, + gun= exército, tropas, militar) o senhor feudal japonês, deu as boas-vindas ao comércio exterior e aceitou os missionários católicos, fascinado apenas pelas armas. Diante das demonstração do fogo das armas municiadas à polvora, eles concluiram que o dai-shô (a katana e a wakizashi), o conjunto de espadas longa e curta dos samurais, precisava da companhia de uma arma de longo alcance.

Os jesuítas liderados por São Francisco Xavier chegaram a converter e batizar a muitos, incluindo tanto camponeses quanto pessoas da classe dominante, próximas do shogun. Xavier orientou seus companheiros para aprender o Kanji, e daí surgiu o "romanji" - um mistura de latin com a língua nativa para uso no catecismo e na celebração das missas. Duas missões foram construídas, sendo uma delas no ano de 1550 na capital imperial - Kyoto. Havia interesse indireto do shogunato em permitir a introdução de uma nova religião em seus domínios, pois planejavam com isso quebrar a força dos monges budistas e do shintô.

Por volta do
fim do século XVI, uma idéia sombria pairava sobre o sucesso da primeira missão, no Oeste do Japão. O shogunato passou a suspeitar de que os comerciantes e jesuitas eram na verdade infiltrados de táticas de conquista das potências ocidentais. A isso também foi levado em conta a forma grosseira com que alguns comerciantes tratavam os nativos. Já não eram mais vistos com bons olhos.

Por isso, em 1587,
o xogum Toyotomi Hideyoshi proclamou um edito expulsando os missionários cristãos da Ilha de Kyushu. Nenhum franciscano ou jesuíta poderia mais desembarcar ali, a partir de 1593. Mesmo assim os jesuítas continuaram ativos no país. Então Hideyoshi intensificou a perseguição. Em 1597 ele proclamou um novo edito de banimento e como aviso executou ao fio da espada 26 missionários franciscanos em Nagasaki.

Depois dele
outro xogum, Tokugawa Ieyasu, e seus descendentes continuaram a perseguir os camponeses cristãos nativos através de vários editos. Em 1637 houve uma revolta conhecida como a rebelião de Shimabara, onde 30.000 camponeses cristãos enfrentaram o exército de 100.000 guerreiros samurais do Castelo de Edo, da família Tokugawa. A rebelião foi esmagada com um alto custo para o exército do Shogum. No ano seguinte - 1638 - o cristianismo estava oficialmente extinto no Japão.

Em 1853, o Japão
saiu do isolamento e reabriu as portas para uma nova interação comercial com o Ocidente. Missionários de todas as religiões: católicos, protestantes e ortodoxos foram enviados para lá, apesar da proibição. Em 1871, depois da restauração Meiji, a liberdade religiosa foi introduzida definitivamente pela Constituição Meiji, dando as comunidades cristãs existentes os direitos de existência legal e da livre pregação do evangelho.

A restauração Meiji foi uma sucessão de fatos que levaram o Japão a deixar o obsoleto sistema feudal para se tornar uma potência mundial nas décadas a seguir. Um desses acontecimentos foi a quebra da tradição com a mudança empreendida pelo Imperador Meiji, de Kyoto, a capital imperial, para estabelecer sua residência oficial no Castelo de Edo - a sede do shogunato da poderosa família Tokugawa. O Castelo de Edo e seus arredores vieram a se transformar em Tokyo (Capital do Leste), a grande metrópole japonesa. Com a mudança do imperador e a reabertura dos portos para o comércio exterior a era dos samurais e do feudalismo no Japão chegou ao fim.

A liberdade religiosa não foi o bastante para fazer do cristianismo uma religião popular no Japão. Ele tem crescido a taxas minúsculas; os cristãos são apenas cerca de 1 a 1,5% de uma população de 127 milhões.

Os símbolos cristãos
têm sido mal compreendidos no Japão porque a forma de transmitir a mensagem do evangelho talvez não esteja adequada à compreensão nativa. A cultura japonesa tem olhos diferentes para pesar o valor das coisas. Para um japonês é incomum e até mesmo considerado de péssimo gosto, por exemplo, a construção de um templo em uma rua ou avenida movimentada, afirmam alguns analistas cristãos.

Por outro lado
há coisas que os atraem no cristianismo, como por exemplo, a celebração da Santa Ceia. eles entendem bem a mensagem de um memorial de Cristo cujo corpo é o pão que é partido por nós. Eles são simpáticos a oportunidade que existe no final da missa/culto, principalmente de celebração da eucaristia/ceia, para por em dia o relacionamento social, reportou um padre católico. Leia aqui: A História do Pentecoste no Japão

Fontes de pesquisa
: textos em inglês na WEB de autorias não conhecidas.



João Cruzué para o Blog Olhar Cristão


cruzue@gmail.com




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