quinta-feira, outubro 16, 2008

A primeira impressão geralmente fica


Mohandas Gandhi

Tradução de João Cruzué

Mahatma Gandhi é um dos mais respeitados líderes da história moderna. Apesar de hindu, admirava Jesus Cristo e freqüentemente citava frases do Sermão do Monte. Certa vez o missionário E. Stanley Jones encontrou-se com ele na Índia, e perguntou: Senhor Gandhi, apesar do senhor sempre citar as palavras do Cristo, por que é tão inflexível e sempre rejeita tornar-se seu seguidor?

Ao que Gandhi respondeu: Ó! Eu não rejeito seu Cristo. Eu amo seu Cristo. Apenas creio que muitos de vocês cristãos são bem diferentes do vosso Cristo.

Conta-se que a rejeição de Gandhi ao cristianismo nasceu de um incidente acontecido na Africa do Sul, quando ele era um jovem advogado por lá. Gandhi estava atraído pela fé cristã; tinha estudado a Bíblia e os ensinamentos de Jesus. Estava explorando seriamente a possibilidade de tornar-se um cristão, quando decidiu assistir um culto em uma igreja local. Mas, assim que subiu os degraus, o ancião da igreja, um sul-africano branco, barrou seu caminho na porta.

--Aonde você pensa que vai, kaffir*? Perguntou o ancião em um tom de voz beligerante.

Gandhi replicou: Eu gostaria de assistir o culto, aqui.

Mas o ancião rosnou: Não existe lugar para kaffirs nesta igreja. Fora daqui ou eu chamarei meus assistentes para atirá-lo escada a baixo.

Moral da história: uma Igreja Cristã onde falta o amor de Cristo, não é Igreja , mas sim um túmulo para a fé alheia, pois uma primeira impressão ruim, é difícil de ser apagada.

* tratamento pejorativo dado pelos brancos, no regime do apartheid, aos negros e estrangeiros na África do Sul. No meio muçulmano, kaffir tem o significado de "infiel".

tradução de João Cruzué
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quarta-feira, outubro 15, 2008

Pastores Batistas e a candidata Marta Suplicy

Eleições para Prefeito na cidade de São Paulo
Marta Suplicy se reune com Pastores no Colégio Batista Brasileiro

CBB

CAMILA NEUMAM
colaboração para a Folha Online

"Sem medo de perder votos, Marta foi direta ao defender a diversidade sexual e as escolas laicas. "Eu não aceitaria campanha contra os homossexuais. Quem conhece a minha história sabe disso, e até pela minha formação como psicanalista, não poderia ser diferente."

A candidata ainda foi questionada quanto a possibilidade de apoiar o estudo religioso nas escolas. "Acho que a escola laica foi uma grande conquista para as escolas estaduais e municipais do país. Se abríssemos espaço para isso, teríamos de ter seis ou sete religiões. Acho que a busca pela religiosidade se faz pela família e não pela escola."

Em meio ao debate sobre o assunto, o diretor do colégio, Gezio Duarte Medrado, tentou amenizar a discussão. "Ela não tentou agradar, se posicionou claramente que é a favor de as pessoas se manifestarem. O que queremos dizer é que somos contra a lei da homossexualidade."

Sobre a possibilidade de perder votos dos cerca de 70 mil batistas ou dos três milhões de evangélicos da cidade por suas opiniões diversas à comunidade, Marta afirmou: "Eu já fui prefeita e a maioria das pessoas já conhece minha opinião. Com isso, já passei por vários cargos com essa posição. Não estou fazendo nada de diferente aqui."


Comentários: Decididamente o ano de 2008 marca o crescimento da consciência política entre os crentes da Capital paulistana e creio que a mesma coisa acontece nas Capitais em todo Brasil. Qualquer candidato a cargos majoritários pode manter sua opinião sobre crenças, escolas, diversidade e homossexualismo. Mas a perda da empatia diante dos evangélicos pode ser politicamente fatal. Aqui na cidade de São Paulo os politicos já contabilizaram a força da "irmandade": três milhões de votos.

Eles podem torcer o nariz para o "cabelão" das mulheres crentes. Podem chamar os pastores e senhores crentes de "homofóbicos" e fundamentalistas atrasados; de o atraso do atraso... Todavia, este voto vai fazer muita falta nas urnas das próximas eleições, pois a consciência de cidadania e o exercício da política está só aumentando na seara evangélica.

Já se vai tarde do nosso meio, aquele sofisma muito eficiente: "política é coisa do diabo!" Ou aquele outro: "eu não voto em pastor!". Se alguém tiver pretensões de se eleger com nosso voto, há de tomar algumas aulas de recliclagem política. Definitivamente deixamos de ser bobos. João Cruzué.


cruzue@gmail.com

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