quarta-feira, outubro 15, 2008

Pastores Batistas e a candidata Marta Suplicy

Eleições para Prefeito na cidade de São Paulo
Marta Suplicy se reune com Pastores no Colégio Batista Brasileiro

CBB

CAMILA NEUMAM
colaboração para a Folha Online

"Sem medo de perder votos, Marta foi direta ao defender a diversidade sexual e as escolas laicas. "Eu não aceitaria campanha contra os homossexuais. Quem conhece a minha história sabe disso, e até pela minha formação como psicanalista, não poderia ser diferente."

A candidata ainda foi questionada quanto a possibilidade de apoiar o estudo religioso nas escolas. "Acho que a escola laica foi uma grande conquista para as escolas estaduais e municipais do país. Se abríssemos espaço para isso, teríamos de ter seis ou sete religiões. Acho que a busca pela religiosidade se faz pela família e não pela escola."

Em meio ao debate sobre o assunto, o diretor do colégio, Gezio Duarte Medrado, tentou amenizar a discussão. "Ela não tentou agradar, se posicionou claramente que é a favor de as pessoas se manifestarem. O que queremos dizer é que somos contra a lei da homossexualidade."

Sobre a possibilidade de perder votos dos cerca de 70 mil batistas ou dos três milhões de evangélicos da cidade por suas opiniões diversas à comunidade, Marta afirmou: "Eu já fui prefeita e a maioria das pessoas já conhece minha opinião. Com isso, já passei por vários cargos com essa posição. Não estou fazendo nada de diferente aqui."


Comentários: Decididamente o ano de 2008 marca o crescimento da consciência política entre os crentes da Capital paulistana e creio que a mesma coisa acontece nas Capitais em todo Brasil. Qualquer candidato a cargos majoritários pode manter sua opinião sobre crenças, escolas, diversidade e homossexualismo. Mas a perda da empatia diante dos evangélicos pode ser politicamente fatal. Aqui na cidade de São Paulo os politicos já contabilizaram a força da "irmandade": três milhões de votos.

Eles podem torcer o nariz para o "cabelão" das mulheres crentes. Podem chamar os pastores e senhores crentes de "homofóbicos" e fundamentalistas atrasados; de o atraso do atraso... Todavia, este voto vai fazer muita falta nas urnas das próximas eleições, pois a consciência de cidadania e o exercício da política está só aumentando na seara evangélica.

Já se vai tarde do nosso meio, aquele sofisma muito eficiente: "política é coisa do diabo!" Ou aquele outro: "eu não voto em pastor!". Se alguém tiver pretensões de se eleger com nosso voto, há de tomar algumas aulas de recliclagem política. Definitivamente deixamos de ser bobos. João Cruzué.


cruzue@gmail.com

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6 comentários:

Anônimo disse...

A paz Pr. Cruzué,

A consciêntização dos evangélicos através de homens como o senhor, e outros educadores que tem se esforçado para esclarecer a verdadeira realidade dos fatos políticos, tem sido de grande valia para alicerçar aqueles que um dia trocaram seus votos por telhas,tijolos,etc... A Igreja do Senhor Jesus está crescendo em sabedoria e graça.

Felicidades.

daladier.blogspot.com disse...

Discordo que tenhamos deixado de ser bobos por razões que já explicitei no meu blog. Não acho que evoluímos. Vejo o próprio convite, sem o Kassab por perto, como o retrato 3x4 disso. Se queriam conhecer as propostas dos candidatos, que convidassem os dois e debatessem as questões pertinentes e mais abrangentes em benefício de TODA a sociedade.

Entendo que com esta segmentação queriam alguma vantagem, pecuniária, inclusive, como a extensão do ensino religioso, não por interesse de evangelizar (isso deve ser feito, prioritariamente, a partir de uma forte atuação da igreja e da família), mas de obter verbas para o colégio ou algo parecido.

No mais quem se candidata é sempre alguém "privatizado" pelas lideranças, ou filho, neto, sobrinho, primo, cunhado, genro de um pastor presidente. Em que esta relação promíscua melhora a política interna do nosso povo?

Antes de quaisquer julgamento precipitado, se paulistano fosse declaro meu voto: nulo!

Joao Cruzue disse...

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Seu contraponto é excelente. Porém, apenas do ângulo que escreve.

É de costume evangélico nosso não convidar dois candidatos que se confronta para uma mesma reunião. Ademais, em uma reunião de pastores, ainda mais batistas, que tenham a mesma empatia partidária.

Já estive presente em reuniões onde presidentes estiveram (FHC) diante de muitos pastores, e não houve "solicitação" pública de favores.

Se isto existe, e eventualmente pode exister, é como diz aquela frase musical "é debaixo dos panos".

Mas, deixando este ângulo e olhando por outros, vamos aos fatos.

1 - Com 1/4 ou um pouco mais de evangélicos neste país, querendo ou não, um político vezeiro de posições preconceituosas contra crentes, vai cair do cavalo.

2 - Os evangélicos vieram para ficar. É um fato concreto. A maioria deles é fundamentalista, por adotar a Bíblia como regra de vida. E quanto a isto, projetos como o 122, aborto, liberdade de expressão não podem mais ser empurradas por nossa goela abaixo.

3 - Até aqueles divulgadores de ontem do refrão " Eu não voto em pastor" sumiram nesta eleição. Pelo menos em São Paulo eles não apareceram.

4 - Por causa do perigo desse PL 122 há hoje uma maior preocupação das lideranças evangélicas em conscientizar politicamente seu povo.

5 - Há votos de cabresto? O voto é secreto. Não sou obrigado a votar em pastores ou filhos de pastores. Mas votar em um sujeito que vai aprovar o casamento gay ou um PL 122 - eu não faço isto de jeito nenhum. Mas dificilmente um grupo de obrerios irão trair seu líder, a menos que a figura do candidato seja declarada obrigatória. Alguém já tentou empurrar o filho em uma eleição aqui e os obreiros e a igreja não votou. Foi dito que se não votassem uma carta de mudança os estaria esperando. Como o voto é secreto, o fulano não foi eleito nem foi possível descobrir quem não votou. He he he!

6 - Se nos anos 60 até 80 a política era coisa do diabo. Definitivamente você não pode dizer que não houve mudança - porque houve.

7 - Sobre o fisiologismo que certas lideranças adotam quanto ao poder, isto tem sido uma faca de dois "legumes". Depois do escândalo dos sanguessugas, muitos "irmãozinhos larápios" ficaram sobrando. Para se ter uma idéia, um sujeito desses ficou no limbo aqui em São Paulo. Não entrou no rolo dos processados, mas foi chamuscado por suspeitas. O bastante para decair em 170 mil votos e não se reeleger. O recado foi dadeo. Não mudamos? É claro que mudamos.

8 - Os evangélicos no poder são melhores que os outros? Não. Definitivamente a religião de alguém não é fundamento básico para um governo justo. Eu creio que honestidade e vergonha na cara não se aprende na Igreja, mas sim em casa com o exemplo dos PAIS.

9 - Uma coisa é representação política e outra coisa é agir politicamente. O simples fato de você e eu estarmos comentando assuntos políticas aqui - e tem uma centena de blogueiros fazendo isso - significa que evoluímos politicamente. Querendo ou não somos formadores de opinião ou pelo menos suporte para opiniões congruentes.

Por isso, sobre estes outros ângulos discordo de você e reitero que evoluimos.

E, obrigado pelo comentário.


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Anônimo disse...

Caro Pr. Cruzué,

Recebemos o prêmio DARDOS e o BLOG DE OURO, desta feita queremos compartilhar com o seu conceituado blog.

claudio pimenta disse...

prezado pastor cruzué

nao vou ser longo

mas esta nos anais da istoria religiosa e comum
todas as vezes que a igreja ou o clero se envolveu na politica foi literalmente por agua abaixo

teve epocas que nao se sabioa se era igreja ou estado

sempre houve movimentos separatistas que nao aceitavam a mistura das coisas santas com a tal da politica do mundo pois dentro da igreja tambem tem politica ou seja a arte de administrar

no novo testamento mais especificamente em atos vemos claramente que a igreja nao recorria a politica mundana mas QUANDO estava em aperto por algum motivo orava e orava

nao SOU apolitico mas creio firmemente que nossos cultos devem ser apenas cultos e nao discursos politios

quando a questao dos candidatos procurando apoio dos evangelicos e lamentavel pois todo dia chegam noticias de pastores, bispos, apostolos e ate arkanjo(pastor consagrado a arkanjo , ironia e c laro) se vendendo .

se a igreja fizer sua parte pregando e salvando almas nao precisariamos perder tempo com essas disputas de homens impios interesseiros que so querem dinheiro e poder

como cidadao preciso infelizmente dos poderes constituidos

mas como cidadao do ceu nada disso me interessa

todo dia vemos nossas igreja verdadeiros vigaristas e atosres se ajoelahndo pedindo oraçao e quando saem vao ao terreiro de macumba ou ao padre local

e os alienados dos crentes ou melhor evangelicos comendo tudo

Joao Cruzue disse...

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Réplica a Claudio

O Senhor disse:

"se a igreja fizer sua parte pregando e salvando almas nao precisariamos perder tempo com essas disputas de homens impios interesseiros que so querem dinheiro e poder"

Concordo em gênero, número e grau.

Considerando isso, vamos à réplica.

1 - Há uma certa confusão em nosso país quanto à política. Ela diz respeito à arte de governar, de cuidar de atender às necessidades de um povo. Repartir e distribuir. Educar e atender.

2 - Martin Luther King não foi um político, mas agia politicamente e buscou uma igualdade que os negros entre uma sociedade EVANGÉLICA cujo pensamente era preconceituoso. Talvez porque no Novo Testamento não há literalmente um combate à escravidão. Como resultado de suas ações: boicotes, manifestações, protestos e sermões ele trouxe o foco mundial para a vergonha que acontecia dentro dos Estados Unidos. Ganhou o Prêmio Nobel da Paz de 1964 e no mesmo ano este na Casa Branca testemunhando a Emenda constitucional dos Direitos Civis.

3 - Por problemas culturais crônicos, como por exemplo predisposição da America Latina às ditaduras, o povo brasileiro foi conduzido a se alienar da política. No meio dos crentes o sofisma "política é coisa do diabo" vingou muito bem.

4 - O governo de um pobo é feito de maneira proporcional à representação de seus seguimentos sociais. Devido a sérios problemas de omissão e alienação política dos crentes brasileiros, num primeiro momento temos suportado mesmo uma corja de vigaristas, dentro os quais respeitosamente digo que há dezenas bem-vindas exceções.

5 - Ainda vamos ter alguns anos de filiosogia e vigarice, com respeito à postulantes evangélicos a cargos de representação política. Mas a tendência é, com uma imprensa livre, o fisiologismo e o "toma-lá-dá-cá" vai ser desmascarado e o ônus da desgraça pública vai sobrar para os hipócritas, quer sejam membros ou Pastores líderes de grandes campos. Um exemplo mais recente foi a vergonha dos "sanguessugas"

6 - Se de um lado ainda precisemos conviver com os fisiologistas "salvadores" da igreja, por outro pior que isso é não ter representação nenhuma. O Céu é bem melhor que onde estamos, mas enquanto estamos aqui, temos que ser sal e luz em todas as atividades sociais.

7 - O Culto não é horário político.

8 - Do outro lado da Igreja, existe um mal que é organizado, bem representado, e que se pudesse tiraria toda nossa liberdade de culto, para ficar só nisto. E também tem o seguinte: o mal se organizou por omissão das pessoas de bem. Na verdade Deus também convive com este problema, isto é, com a existência do mal.

Conclusão: Não dá para ser de outra forma. Temos que participar. Tanto na representação quanto nas ações políticas.A recusa, seria dar oportunidade ao mal para nos espezinhar e oprimir nossos filhos no presente e no futuro.


Obrigado mais uma vez pelo comentário.

Volte mais vezes.

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