quinta-feira, setembro 11, 2008

11 de setembro loucura e discipulado


O mestre, seu discípulo

.Master and Disciple Pictures, Images and Photos
Ronald Reagan e Osama Bin Laden

e o resultado desse discipulado...

911 a
explosão do segundo avião dentro da Torre Sul
João Cruzué

Hoje é 11 de setembro de 2008. Há sete anos terroristas da Al Qaeda levaram a êxito o maior atentado terrorista jamais realizado na história. E a história deste atentado inicia-se 20 anos atrás e os protagonistas principais são os próprios americanos, sob os oito anos de mandato do de Ronald Reagan - o mestre, Osama Bin Laden ainda joven - o discípulo, e um pequeno exército de mujahedins armados pelos americanos com mísses portáteis Stinger. Uns 10 anos à frente o "discípulo" revoltou-se contra a nação de seu "mentor" e uma das consequências foi a derrubada das duas Torres Gêmeas do WTC. Em nossos comentários, mais abaixo, vamos utilizar este assunto, combinado com um outro: o fantasma de um "buraco negro" especulado pela imprensa sobre os testes de quarta-feira que cientistas realizaram no LHC. Vamos somar aos dois uma experiência pessoal e assustadora. Esses três casos se contextualizam quando evocam: equilíbrio e demência, ensino e lavagem cerebral, discipulado e loucura.

Cerca de 9.000 cientistas se reuniram na quarta-feira, 10/09/2008, na fronteira da Suíça eom a França para realizar o primeiro teste com o LHC - Grande Colisor de Hádrons, a máquina mais poderosa do mundo, no gênero, que tentará reproduzir o "Big Bang", a explosão que supostamente deu origem ao Universo.

Uma grande apreensão tomou conta dos cientistas antes do primeiro teste, conduzido por Evans. Havia um temor de que o experimento de colisões de hádrons (partículas como prótons e nêutrons) pela máquina pudesse criar um pequeno buraco negro que engoliria a Terra.

Por causa desta notícia, ontem na Índia uma adolescente de 16 anos se matou bebendo pesticida. Segundo seu pai, ela ficou traumatizada pelos relatos na imprensa de que uma "máquina do Big Bang" poderia acabar com o mundo. "

COMENTÁRIOS

Uma mente equilibrada não é privilégio de todos. Como este blog lida com assuntos religiosos, vamos trazer o foco deste artigo para o nosso contexto. Já deparei com uma situação constrangedora que muito me ensinou em meus tempos de obreiro pastoreando uma Igreja. Certa senhora foi no culto e aceitou Jesus. Durante este culto pregou a palavra uma missionária que nos visitava. Esta missionária morava por perto e o motivo de sua visita era o de levar três pessoas já crentes para congregar conosco.

No final da pregação, a tal senhora foi à frente e aceitou Jesus. Também ficou encantada com a "missionária" e convidou-a imediatamente para ir a sua casa. No outro dia a visita foi feita. E depois dessa visita, aquela senhora, ficou completamente "pirada". Como foi que fiquei sabendo? Bem da maneira mais desconfortável: os parentes da senhora nova convertida foram reclamar para mim que "fulana", com uma semana de "crente", trancava-se no quarto para ler a Bíblia o dia inteiro. Tinha uma criança pequena, mas não cuidava direito dela. O marido chegava em casa á noite e não tinha o que comer, pois a nova crente estava "buscando primeiro o 'reino' de Deus". Pior que isso: queria que ele vendesse o barraco (de favela) porque precisava viajar urgente de para o Ceará para ser uma "auxiliadora de Jesus." E ela viajou mesmo: ainda por cima de avião, deixando para trás uma família assustada e pasma!

Ao ouvir tudo isso da família, fiquei boquiaberto. Como era uma nova convertida há poucos dias, disse que sentia muito, e que gostaria de conversar com ela. Quando fiz isso, não me quis ouvir. Perguntei se me considerava como um pastor, e apesar de dizer que sim, não aceitour meus argumentos de que precisava pensar em seu bebê, no seu marido, na família, pois estava errada na sua "nova" forma de pensar. Aconselhei que primeiro deveria crescer espiritualmente para depois seguir em "missões". Não houve acordo. Mais irritada ficou. E foi embora sozinha para o Ceará, deixando a família para traz.

Quando li a notícia do LHC nos artigos de Marcelo Ninio da Folha de São Paulo, sobre a moça que se matou com pesticida com medo de um buraco negro que ira engolir a terra, minha memória lembrou-se daquele fato similar acontecido comigo e de que apesar de não darmos conta ter uma mente equilibrada e normal não é privilégio de todos.

Todo cuidado é pouco para lidar com certos assuntos diante do público, porque não somos todos normais! O limite entre o equilíbrio e a demência é mais "fino" que um fio de cabelo. Sabendo disso, dou graças a Deus, por ser uma pessoa mentalmente saudável, sem grandes problemas.

Também, hoje quinta-feira, 11 de setembro de 2008, faz sete anos da derrubada das Torres do WTC de Nova York por terroristas radicais muçulmanos da Al Qaeda. Entre mortos e desaparecidos foram 3.000 pessoas. Gente de muitos países, inclusive árabes. Aqueles terroristas passaram por um processo de condicionamento mental conduzido direta ou indiretamente por Osama Bin Laden. O mais surpreendente de tudo isso é que foram os próprios americanos quem "discipularam" Bin Laden quando apoiaram e armaram alguns mujahedins afegãos contra a ocupação do exército russo entre 1979 a 1989. Naquela época, Ronald Reagan, o 39º presidente, governava os Estados Unidos da América.

O século XXI trouxe uma surpresa que abalou de uma vez por todas os cidadãos americanos que acreditavam no mito de que os Estados Unidos eram inexpugnáveis. Para acontecer esta mudança de opinião, não foi preciso um exército nem uma nação, para produzir aquele monumental estrago. Bastou um louco do islã radical para aluir e em menos de duas horas deitar no chão as Torres Gêmeas, as torres de "Babel", orgulho dos americanos.

Aproveitemos esta data de triste lembrança para reflexionar melhor sobre duas coisas: o discipulado - que deve ser feito com muito equilíbrio - e a lavagem cerebral feita conscientemente ou não. A mente humana tem seus segredos e muitas chaves. Deus que nos livre de usar as chaves erradas.


João Cruzué
SP 11/09/2008



Veja mais sobre o: 11 de Setembro de 2001



cruzue@gmail.com




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quarta-feira, setembro 10, 2008

Mãos de Marta e coração de Maria

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Maria, Marta e Jesus.
João Cruzué

Ontem, quando
desci à sala para orar, um pensamento veio e eu pedi ao Senhor que falasse comigo. Ao abrir a Bíblia antes da oração, pude perceber que Deus falou. E como sempre gosto de fazer, vim até aqui para compartilhar. Pela primeira vez percebi um há um elo entre os fatos passados na casa de Marta e Maria e a parábola do bom samaritano.

-Senhor fala comigo pela sua Palavra, eu pedi. Há dias em que temos mais necessidades de orar que outros, e esta semana em especial, tem sido bem difícil, pois são vários os motivos para bater, buscar e pedir recurso onde se pode achar.

Meu antigo companheiro, auxiliar dos meus tempos de "pastor" está fazendo quimioterapia. A esposa de outro amigo de muitos anos, também colega de ministério, jaz em um leito de UTI, há três meses. Seu cérebro foi muitíssimo danificado com três paradas cardíacas. Isso ainda não é tudo. Um antigo Pastor, dos meus tempos de jovem, está há mais de 12 anos em uma cadeira de rodas, deprimido. Não mais lê, deixou a fisioterapia, disse-me que apenas fecha os olhos e ora constantemente. Depois de ter sofrido um derrame, teima que só voltará à Igreja depois de curado e de uma forma maravilhosa. E já se passaram mais de 12 anos. Como pode notar, eu não conseguiria mesmo estar com a minha alma tranqüila diante dessas coisas tristes.

Ao abrir a Bíblia pude ler a página inteira do final do capítulo 10 de Lucas. Primeiro o texto de Marta e Maria, continuando na parábola do bom samaritano. São palavras muito conhecidas, mas que ontem fizeram-se novas para mim.

A preocupação de Marta era o serviço: anda para lá, anda para cá; imagino: aranjando lenha, assoprando brasas do fogo, limpando as panelas, assando um pão, talvez depenando alguma ave, ou mesmo temperando um pequeno cordeiro. O tempo passava depressa, o dia ou noite chegando , e nada da ajuda de Maria.

Maria esquecera-se completamente do serviço. Assentada aos pés de Jesus, (não havia nem cadeiras nem mesas altas naquele tempo e naquela cultura) ouvia com o coração ardendo o falar do Mestre. O tempo passava e ela não se cansava, como vez em quando ainda acontece em nossos dias, quando a presença do Senhor se faz muito forte em algum culto.

Marta estava preocupada em servir, e Maria esquecera-se de tudo porque ouvia, e ouvia, e queria mais ouvir as palavras do Senhor. Marta receosa de não dar conta do trabalho deu ordens ao Mestre: Senhor, não te importas que minha irmã me deixe servir sozinha? Dize-lhe, pois, que me ajude.

Comunicação é uma coisa boa; precisamos mesmo nos comunicar. Mas comunhão é algo muito mais profundo. Qualquer um pode comunicar-se, dizer bom dia, boa tarde, reportar o tempo; alguns podem orar acompanhados por uma hora, duas ou quem sabe até uma vigília inteira. Mas nem todos assuntos falados significam comunhão; isto é mais que sabido. Por exemplo: tenho duas filhas. Uma já se casou e a mais nova já tem namorado. Imagine que eu me assente à sala e passe a tarde inteira junto aos dois "segurando vela", como se diz em nossa cultura. Eles podem conversar assuntos os mais variados - mas nenhum deles vai ter a coragem necessária, por exemplo, para dizer "eu te amo".

Ano de 2008, século XXI - aqui estamos nós. Afadigados, preocupados, sem tempo, como diligentes Martas, quem sabe até dando ordens ao Senhor. É um corre-corre, um subindo-e-descendo, um ensaia-ensaia, um prega-prega, um canta-canta, um ensina-ensina... Domingo, segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado e chega o outro domingo. Estamos servindo? Sim! Estamos trabalhando? Sim! Estamos nos afadigando? Muito! Mas, por que estamos vazios e colhendo tão pouco?

Não temos mais tempo para comunhão com o Senhor. Não somos mais como um noivo/a apaixonado/a. Ele quer nos ouvir e também falar conosco, mas não temos mais tempo para isso. Estamos nos enganando ao pensar que se trabalharmos dez vezes mais seremos muito mais eficientes e a Igreja, o órgão ou departamento que cuidamos vai decuplicar de tamanho. Aí começamos a fazer besteiras, pois não conseguimos mais orientações com Deus.

A conseqüência disso pode ser entendida na mesma página da minha Bíblia. "Descia um homem de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos de salteadores, que o despojaram, espancaram-no, deixando-o quase morto. E ocasionalmente, descia pelo mesmo caminho um sacerdote, que vendo-o, passou ao largo. Eis que de igual modo, também passava um levita, que também o viu e passou ao largo.

Quem são o sacerdote e o Levita? Decerto que representam os que conhecem e ensinam palavra de Deus. Apressados, estressados com a fadiga do serviço do altar, não conseguem mais ouvir a voz do Senhor por falta de comunhão. Eles são como as mãos de Marta.

"Mas um samaritano que ia de viagem aproximou-se do ferido e vendo-o moveu-se de íntima compaixão". Talvez por ter sofrido no passado um ataque semelhante. "E aproximando-se, atou-lhe as feridas aplicando-lhes azeite e vinho. E pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele. E partindo no outro dia, tirou dois dinheiros, deu-os ao hospedeiro e recomendou-lhe: Cuida dele, e tudo o que mais gastares, eu to pagarei quando voltar". Aqui o temos um resultado diferente, pois atuaram em conjunto as "mãos" de Marta e o "coração" de Maria.

Os três personagens viram a mesma cena, mas suas atitudes foram inesperadas. Os dois primeiros julgaram que sua religião ou seus afazeres eram mais importante e tinham prioridade sobre um estranho caído no chão. O primeiro era um ministro a serviço do altar e segundo seu discípulo. Seus olhos não mais se comunicavam com o coração. Em algum lugar de suas vida eles perderam a compaixão e tornaram-se insensíveis à voz do Espírito que fala. Do samaritano poderia se esperar tudo, menos compaixão.

E foi assim que entendi antes de começar minha oração, que não importa quão engajados nós estejamos em grandiosos projetos aos olhos alheios ou dos nossos próprios, há uma grande multidão muda, surda e em grande miséria ao nosso redor. Se dermos prioridade as coisas que nos interessam e relegarmos ao secundário os momentos que precisamos passar a sós com Deus, necessários para ouvir a Sua voz e fazer a sua vontade, ficaremos irremediavelmente secos de compaixão.

Por isso, vamos colocar o título da mensagem na ordem correta: "Coração de Maria e mãos de Marta". Primeiro a comunhão e depois o serviço.


João Cruzué
http://olharcristao.blogspot.com
cruzue@gmail.com

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