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sábado, junho 01, 2019

A voz de Deus e a voz do diabo no Livro de Jó

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Jó, ladeado por Zofar (E), Bildade, Elifaz e Eliú (D)
João Cruzué

Fiz algumas anotações a partir do capítulo 31 do Livro de Jó, disposto a entender o longo discurso do jovem Eliú. Durante este tempo de meditação, comecei a perceber a grande fragilidade da justiça humana perante a justiça de Deus. É com muito gosto que desejo compartilhar meus achados com você, e o principal deles é que nada tenho feito daquilo que poderia planejar para fazer e isto me preocupa.

No capítulo 31, Jó colocou diante dos próprios olhos o caráter  de uma vida inteira. Aqui ele passou em revista as principais regras sociais e morais de um crente em JEOVÁ da sua época: O cuidado com o olhar, e a vigilância atenta contra os enganos de um coração que poderia se inclinar para o adultério à porta da casa do próximo. O zelo pelos direitos trabalhistas dos servos, o negar de um desejo de comida dos pobres, ou uma palavra não, diante dos olhos de uma viúva aflita. O prazer de um bom prato, sem a menor lembrança da necessidade daquele órfão. A indiferença diante da nudez e a não preocupação com aqueles que estão no relento nos dias de frio.

Mas, nada encontrou.

E, continuava Jó fazendo um check-list do compliance sobre a lista de normas de comportamento e da moral de sua época. A análise da qualidade de seu cobertor de pele de cordeiro diante da cobertura de frio de um desamparado. Jó procurou nos recônditos de sua memória se algum dia enxotou de sua porta alguém que veio lhe pedir um auxílio. Depois avaliou o comportamento do seu coração diante do ouro e do celeiro de uma grande fazenda. Examinou se seu coração não andou adorando o sol e a lua, desprezando o Deus Todo Poderoso. 

Mas, nada encontrou.

Jó também procurou em sua vida encontrar um momento onde se alegrou com a desgraça de algum inimigo seu, e se gargalhou quando o mal atingiu a casa de seus adversários. Checou nas anotações da sua memória se por ventura, algum dia, deixou de dar pousada ao estrangeiro e ao estranho que passava a noite na rua. Considerou também se não caiu no pecado de Adão, que pecou,  se escondeu, e pois a culpa em Deus por lhe ter dado aquela mulher. E por fim considerou se havia comido do começo da colheita do produtor prometendo pagar no futuro, sem nunca ter pagado e entristecendo com isto a alma de quem trabalhou.

Mas, no seu coração nada encontrou de injustiça, e assim termina o capítulo 31.

Nos capítulos 32 até o 37, um novo personagem aparece: o jovem Eliú, falando, repreendendo e acusando a Jó Durante seis capítulos inteiros. Falou mais que os quatro capítulos de Elifaz, o mais velho dos amigos de Jó. Mais que os três capítulos de Bildade e mais que os dois capítulos de Zofar. Eliú comparou a sua língua a um odre novo cheio de mosto pronto para estourar.

O curioso é que as palavras de Eliú, na maioria das vezes passam pelo terreno da sabedoria e, subitamente ele aparece dizendo coisas desta natureza: Os grandes não são os sábios nem os velhos entendem o que é reto. Na verdade, há um espírito no homem, e a inspiração do Todo-Poderoso os faz entendidosMinha intuição diz que ele estava sendo muito presunçoso. Nas entrelinhas, estava dizendo que ele era inspirado pelo Todo Poderoso, por isto era mais sábio que a sabedoria dos três amigos de Jó.

Disse mais à frente para Jó que fora Deus quem o havia derrubado e não homem algum. Ao falar assim, ficou notório que a inspiração de Deus que dizia ter era falha. Neste ponto, mora um grande perigo: de sermos seguidores de falsos líderes religiosos. Durante 90% dos discursos dos "eliús" nós ouvimos obviedades acacianas. Nos 10% restantes, que não estamos atentos vem o fermento maligno que pode nos desviar do caminho. Se Eliú fosse de fato inspirado por Deus, saberia que não fora Deus quem derrubara Jó, mas o diabo. A presunção de Eliú o levou à soberba - o dono da verdade. A soberba é um pecado mortal.

No capítulo 34;11, Eliú voltou a bater na mesma tecla dos três amigos de Jó - sobre a lei moral da semeadura: "Porque, segundo a obra do homem, Ele lhe paga; e faz que cada um ache segundo o seu caminho". E continuou Eliú nos vv. 35 e 36: "Jó falou sem ciência, e às suas palavras falta prudência. Pai meu! Provado seja Jó até o fim, pelas suas respostas de homens malignos"

No capítulo 38, Deus aparece falando com Jó. Não houve resposta de Jó para Eliú. Também não há mais menção dele nos capítulos restantes do livro. Deus ficou irado com o comportamento e as palavras do três amigos de Jó, todavia, nem citou o nome de Eliú. Muito interessante! Foi o que mais falou e nada ouviu como réplica. A única resposta que encontrei foi esta: Quando alguém diz que fala pelo Espírito de Deus sem que isto seja verdade, seu coração está morto no engano, que teve origem na presunção e na soberba.

Quanto a Jó, depois dos conselhos misturados com agressões gratuitas, alcançou a graça de Deus. O Deus Todo-Poderoso, primeiro, confrontou a ciência de Jó no capítulo 39. E Jó descobriu que sabia muito pouco das obras da criação de Deus. Mas, Deus não disse a Jó nem uma palavra sobre sua situação miserável. Também não comunicou a Jó que fora o diabo o agente causador de tudo. 

No capítulo 40, Jó experimentou que sua justiça pessoal era como nada diante da glória de Deus: "Eis que sou vil, que te responderia eu? A minha mão ponho na minha boca"E Deus continuou falando das grandezas de sua criação. E Deus foi crescendo em profundidade  e altura diante dos olhos de Jó.

No capítulo 42, Jó se humilha e diz: "Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus pensamentos pode ser impedido". Entretanto, é nos versículos 5 e 6 que Jó chega a consciência da sua nano justiça  diante da incomensurável justiça de Deus: "Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem os meus olhos. Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza".

E foi assim que depois de ter perdido todo seu patrimônio, enterrado todos seus filhos, adoecido e ferido em carne viva por uma doença desconhecida, sofrido a ação de uma terrível lavagem cerebral e de ter ouvido a falsa sabedoria de um jovem presunçoso, que Jó teve um encontro com Deus. O Deus Todo-Poderoso que ele conhecia de ouvidos, se tornou visível diante de seus olhos. E quando Jó ficou diante da presença de Deus, ele teve a exata medida da justiça humana: um nada, diante da santidade de Deus.

Em nenhum momento Deus julgou necessário dizer a Jó que por trás de todas aquelas desgraças estava um diabo invejoso. Se tivesse feito isso, Jó poderia ter se transformado em um caçador de demônios e perderia todo o seu tempo com  foco apenas em demônios e deixando as coisas mais importantes por fazer. Como não dissera nada, Jó nada soube a não ser que deveria orar por  três amigos enrascados.  

Depois disso, Deus virou o cativeiro de Jó. Ele teve uma nova família com  sete filhos e três filhas e um patrimônio dobrado. E para não começar do zero, Deus tocou no coração de todos os parentes e conhecidos que foram até sua casa com presentes de valor para se alegrarem com Jó.

Final: Deus ainda não apareceu diante dos meus olhos. Talvez isto nunca aconteça. Mas, já estou bem ciente de que por mais santo e justo que eu seja, não vou conseguir ficar de pé ou vivo diante da presença Dele.




domingo, maio 25, 2014

Meditação no Livro de Jó

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Jó, ladeado por Zofar (E), Bildade, Elifaz e Edliú (D)
João Cruzué

Fiz algumas anotações a partir do capítulo 31 do Livro de Jó, disposto a entender o longo discurso do jovem Eliú. Durante este tempo de meditação, comecei a perceber a grande fragilidade da justiça humana perante a justiça de Deus. É com muito gosto que desejo compartilhar meus achados com você, e o principal deles é que nada tenho feito daquilo que poderia planejar para fazer e isto me preocupa.

No capítulo 31, Jó colocou diante dos próprios olhos o caráter  de uma vida inteira. Aqui ele passou em revista as principais regras sociais e morais de um crente em JEOVÁ da sua época: O cuidado com o olhar, e a vigilância atenta contra os enganos de um coração que poderia se inclinar para o adultério à porta da casa do próximo. O zelo pelos direitos trabalhistas dos servos, o negar de um desejo de comida dos pobres, ou uma palavra não, diante dos olhos de uma viúva aflita. O prazer de um bom prato, sem a menor lembrança da necessidade daquele órfão. A indiferença diante da nudez e a não preocupação com aqueles que estão no relento nos dias de frio.

Mas, nada encontrou.

E, continuava Jó fazendo um check-list do compliance sobre a lista de normas de comportamento e da moral de sua época. A análise da qualidade de seu cobertor de pele de cordeiro diante da cobertura de frio de um desamparado. Jó procurou nos recônditos de sua memória se algum dia enxotou de sua porta alguém que veio lhe pedir um auxílio. Depois avaliou o comportamento do seu coração diante do ouro e do celeiro de uma grande fazenda. Examinou se seu coração não andou adorando o sol e a lua, desprezando o Deus Todo Poderoso. 

Mas, nada encontrou.

Jó também procurou em sua vida encontrar um momento onde se alegrou com a desgraça de algum inimigo seu, e se gargalhou quando o mal atingiu a casa de seus adversários. Checou nas anotações da sua memória se por ventura, algum dia, deixou de dar pousada ao estrangeiro e ao estranho que passava a noite na rua. Considerou também se não caiu no pecado de Adão, que pecou,  se escondeu, e pois a culpa em Deus por lhe ter dado aquela mulher. E por fim considerou se havia comido do começo da colheita do produtor prometendo pagar no futuro, sem nunca ter pagado e entristecendo com isto a alma de quem trabalhou.

Mas, no seu coração nada encontrou de injustiça, e assim termina o capítulo 31.

Nos capítulos 32 até o 37, um novo personagem aparece: o jovem Eliú, falando, repreendendo e acusando a Jó Durante seis capítulos inteiros. Falou mais que os quatro capítulos de Elifaz, o mais velho dos amigos de Jó. Mais que os três capítulos de Bildade e mais que os dois capítulos de Zofar. Eliú comparou a sua língua a um odre novo cheio de mosto pronto para estourar.

O curioso é que as palavras de Eliú, na maioria das vezes passam pelo terreno da sabedoria e, subitamente ele aparece dizendo coisas desta natureza: Os grandes não são os sábios nem os velhos entendem o que é reto. Na verdade, há um espírito no homem, e a inspiração do Todo-Poderoso os faz entendidos. Minha intuição diz que ele estava sendo muito presunçoso. Nas entrelinhas, estava dizendo que ele era inspirado pelo Todo Poderoso, por isto era mais sábio que a sabedoria dos três amigos de Jó.

Disse mais à frente para Jó que fora Deus quem o havia derrubado, e não homem algum. Ao falar nisso, ficou notório que a inspiração de Deus, que dizia, ter era falha. Neste ponto é que mora um grande perigo de sermos seguidores de falsos líderes religiosos. Durante 90% do discurso nós ouvidos obviedades acacianas. Nos 10% que não estamos atentos, vem o fermento maligno que pode desviar do caminho. Se Eliú fosse de fato inspirado por Deus, saberia que não fora Deus que derrubara Jó, mas o diabo. A presunção leva à soberba, e a soberba é um pecado mortal.

No capítulo 34;11, Eliú voltou a bater na mesma tecla dos três amigos de Jó, sobre a lei moral da semeadura: Porque, segundo a obra do homem, Ele lhe paga; e faz que cada um ache segundo o seu caminho. E continuou Eliú nos vv. 35 e 36: "Jó falou sem ciência, e às suas palavras falta prudência. Pai meu! Provado seja Jó até o fim, pelas suas respostas de homens malignos"

No capítulo 38, Deus aparece falando com Jó. Não houve resposta de Jó para Eliú. Também não há mais menção dele nos capítulos restantes do livro. Deus ficou irado com o comportamento e as palavras do três amigos de Jó, todavia, nem citou o nome de Eliú. Muito interessante! Foi o que mais falou e nada ouviu como réplica. A única resposta que encontrei foi esta: Quando alguém diz que fala pelo Espírito de Deus, sem que isto seja verdade, seu coração está morto no engano que teve origem na presunção e na soberba.

Quanto a Jó, depois dos conselhos misturados com agressões gratuitas, alcançou a graça de Deus. O Deus Todo-Poderoso, primeiro confrontou a ciência de Jó no capítulo 39. E Jó descobriu que sabia muito pouco das obras da criação de Deus. Mas, Deus não disse a Jó nem uma palavra sobre sua situação miserável.

No capítulo 40, Jó experimentou que sua justiça era como nada diante da glória de Deus: "Eis que sou vil, que te responderia eu? A minha mão ponho na minha boca". E Deus continuou falando das grandezas de sua criação. E Deus foi crescendo em profundidade diante dos olhos de Jó.

No capítulo 42, Jó se humilha e diz: "Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus pensamentos pode ser impedido". Entretanto é nos versículo 5 e 6 que Jó chega a consciência da sua nano justiça  diante da incomensurável justiça de Deus: "Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem os meus olhos. Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza".

E foi assim, depois de ter perdido todo seu patrimônio, enterrado todos seus filhos, adoecido e ferido em carne viva por uma doença desconhecida, sofrido a ação de uma terrível lavagem cerebral e de ter ouvido a falsa sabedoria de um jovem presunçoso, que Jó teve um encontro com Deus. O Deus Todo-Poderoso que ele conhecia de ouvidos, se tornou visível diante de seus olhos. E quando Jó ficou diante da presença de Deus, ele teve a exata medida da justiça humana: um nada, diante da santidade de Deus.

Em nenhum momento Deus julgou necessário dizer a Jó que por trás de todas aquelas desgraças estava um diabo invejoso. Se tivesse feito isso, Jó poderia ter se transformado em um caçador de demônios e perderia todo o seu tempo com  foco apenas em demônios e deixando as coisas mais importantes por fazer. Como não dissera nada, Jó nada soube a não ser que deveria orar por  três amigos enrascados.  

Depois disso, Deus virou o cativeiro de Jó. Ele teve uma nova família com  sete filhos e três filhas e um patrimônio dobrado. E para não começar do zero, Deus tocou no coração de todos os parentes e conhecidos que foram até sua casa com presentes de valor para se alegrarem com Jó.

Final: Deus ainda não apareceu diante dos meus olhos. Talvez isto nunca aconteça. Mas, já estou bem ciente de que por mais santo e justo que eu seja, não vou conseguir ficar de pé ou vivo diante da presença Dele.





domingo, abril 29, 2012

As bênçãos de Deus na adversidade de Jó

Jó 
João Cruzué

O Livro de Jó é um das leituras mais fascinantes da Bíblia Sagrada. Ele introduz uma quebra de conceitos na lógica da prosperidade do pensamento legalista. Fez tudo direitinho? então  você prospera. Pisou na bola escondido? pois Deus está batendo a sua porta para cobrar. Sua família veio de grandes pecadores? então você nunca vai sair da miséria ou pobreza. Jó destoa. Desconcerta. Chama atenção para um ponto interessante: O justo, depois da prova, passa conhecer melhor a fragilidade da justiça humana enquanto alcança uma posição mais alta na comunhão com Deus.

Regra geral: Guarda com sinceridade os mandamentos e Deus vai prosperar você. A bênção calçada pelas obras, e as obras ditadas pela Lei. Legalidade  e prosperidade. Automático.

Regra distorcida: Sua prosperidade depende de quanto você abre seu bolso. "É dando que se recebe".  A regra de ouro dos corruptos atuais. Em um ambiente de pessoas fragilizadas por necessidades de graus diversos, profetas caídos correm atrás do prêmio de Balaão, explorando a fé e o bolso de quem precisa de uma solução de Deus.

Jó era um legalista, religioso, que a princípio pensava que um modo santo de viver sustentava a prosperidade de um homem. Ele ainda não sabia que a justiça humana era  ínfima diante da santidade de Deus. Quando entrou em crise e perdeu tudo, imaginou que  Deus  miséria. Seus conceitos de vida foram colocados em cheque, e ele nunca imaginou que o causador de tudo aquilo era o diabo. E Deus não julgou importante lhe revelar isto.

Os três amigos de Jó eram tão religiosos como ele. Julgavam que Jó tinha algum pecado escondido e que sua sorte revelava uma grande hipocrisia. Depois de ver a morte de todos os filhos, a perda de toda prosperidade e por fim a saúde da esposa foi pragmática: Amaldiçoa este teu deus e morre. Ela deve ter concluído que tanta má sorte em tão pouco tempo era pelo abandono divino.

Então, depois de Jó  ter chegado ao limite sem ter desistido, Deus olhou para Jó e se compadeceu. Mas, antes de devolver em dobro tudo que o diabo levou Deus também decidiu questioná-lo. E lhe mostrou que seu conhecimento da consciência de Deus era nada.

--Eis que sou vil; que te responderei eu? A minha mão ponho na minha boca, respondeu Jó.

E depois de ter tratado com Jó, Deus apareceu para Elifaz e o reprendeu. Mandou que ele avisasse os outros dois que levassem sete bezerros e sete carneiros para oferecer sacrifício na casa de Jó, e se humilhassem diante dele. Somente com a oração de Jó, Deus perdoaria a loucura das palavras dos três.

No final, Deus deu em dobro tudo que o diabo invejosamente tirou de Jó.  O dobro do rebanho, sete filhos e três lindas filhas. Jó agora não era o mesmo homem; já tinha renovado seu entendimento sobre quem era e quem era Deus. Ele tinha aprendido que Deus pode permitir a perda, como também se for da vontade dele, restituir tudo em dobro. Para que isto aconteça, você não deve desistir de orar nem de acreditar em Deus. Eu sei disso por experiência própria.

Continue firme! 

A  perda da prosperidade, a doença,  o desemprego, enfim os dias maus, o vale da sombra da morte pode vir tanto para o ímpio quanto para o crente. As obras de justiça escritas nos livros de Deus não servem moeda de troca para negociar com Deus. 

Andar direito com Deus é um dever de cada um. Dar tudo o que lhe resta para um pastor desonesto não é garantia aceita por Deus para lhe garantir prosperidade. Isto na maioria das vezes não funciona. E quando funciona é porque Deus é bondoso e teve compaixão de ver você caindo no conto do "vigário". 


Quero terminar dizendo que no capítulo 12 do Livro de Romanos está escrito: E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.


E quando Deus quer que deixemos de ser meninos no entendimento e nos tornemos cristãos maduros, ele nos trata como um Pai, que corrige os filhos para que cheguem à maioridade espiritual. Em tempos em que o "ter" é mais valorizado que o "ser", isto é bem difícil de entender.







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domingo, dezembro 21, 2008

A balança do juízo de Deus


"Todos os caminhos do homem são retos aos seus próprios olhos,

Scale
mas Deus pesa os espíritos"
Provérbios 16:2.

João Cruzué

O livro de Jó tem tesouros de sabedoria riquíssimos e inigualáveis entre a literatura mundial. Embora esteja entre os livros bíblicos classificados como "Velho Testamento," a contextualização de seu assunto principal transcende "testamentos" e é sempre é atual. Em tempos de grande hipocrisia em que a corrupção é "virtude" consagrada pelos homens e o temor de Deus um "defeito" de caráter - este livro contém lições de elevado zelo moral para os olhos e ouvidos de quem não perdeu ainda a sensibilidade à voz de Deus. Deus pesou uma boa medida de sua graça e misericórdia para cada um. É bom ficar atento com o outro prato da balança.

Deus apreciava quatro fundamentos no caráter de Jó. Sinceridade, retidão, temor de Deus e compromisso com a justiça. A consciência de Jó era sensível e cativa aos ensinamentos da palavra de Deus. Nos dias de hoje, em meio a uma sociedade tão distanciada de Deus, Jó seria motivo de risadas e classificado com "trouxa". Jó estaria totalmente deslocado e antiquado perante aquilo que a literatura brasileira definiu e consagrou com apenas três palavras "Lei de Gerson". Traduzindo: diante de qualquer situação, a melhor alternativa é aquela que vai lhe dar vantagem em tudo.

A Lei de Gerson praticada, sim, em todos os cantos deste país por cidadãos comuns e autoridades de todos os níveis tem sido repugnante diante dos olhos de Deus. Se ela vai ser escoimada nesta geração ou não, é difícil dizer, mas se alguém ainda tem temor de Deus deve parar e pesar com cautela as próprias ações, pois nenhuma corrupção vai ficar escondida debaixo do tapete. Assim está escrito na Palavra de Deus: "O que fizeste em oculto, trarei este negócio à luz do sol."

Quais eram os argumentos de Jó para com Deus, quando foi injustamente acusado por seus amigos de colher todas aquelas desgraças? Em condições de normalidade qualquer um pode se justificar diante dos amigos que não "pisou" na bola. Mas eu duvido que alguém, depois de ter perdido todos os filhos, toda fazenda, a saúde e ganhado o desprezo da comunidade ainda continuaria replicando que tinha um concerto com Deus e que não encontrava em seu coração um motivo justificasse tantas aflições.

As justificativas de Jó fizeram calar a voz de seus "amigos" que na verdade estavam ali não para confortá-lo, mas irritados passaram a condená-lo, com base em juízos teóricos. E do vale mais profundo de sofrimento, Jó abriu a sua boca e não se calou diante da injustiça das palavras deles. Lembrou a eles, e com certeza Deus ouviu sua defesa, de que não tinha lugar para corrupção, indiferença e omissão em sua vida. Jó disse, que não tinha por costume cobiçar o corpo de jovens com fantasias sexuais; Jó disse que não era dissimulado nem homem de duas palavras; disse Jó que não andava pelo caminho da incredulidade nem apegado ao materialismo; Jó disse que não rondava a porta do próximo em busca de adultério; Jó disse que não passava por cima dos direitos trabalhistas de seus servos; disse Jó que não tinha por costume reter o direito da viúva nem se esquecia de ajudar os que sabia estar em necessidades; disse Jó que não se esquecia dos que andavam nus e sem agasalhos para o frio; Jó disse que não humilhava o órfão ou necessitado em busca de ajuda, na porta de sua casa; Jó afirmou que não punha a segurança de sua vida no ouro e nas riquezas; disse Jó que não se alegrava quando sua fazenda crescia com muita fartura cuidando ser ele próprio o autor do seu sucesso; Jó afirmou que estava atento à soberba e que nunca buscava a própria glória do sol ou da lua; Jó fez questão de afirmar que não se alegrava com as desgraças dos inimigos nem dizia: Bem feito! quando eles caíam; Jó lembrou que fazia hospitalidade; por fim disse Jó que não colocava a culpa nos outros quando o erro era seu.

Deus tem uma balança fiel que pesa todos os atos da vida. Posso imaginar uma balança com dois pratos: um deles está abaixado com o peso da graça e da longanimidade de Deus. No outro prato estão as suas obras. Então você - leitor - que não tem nenhum compromisso com Deus vai pensar: "Até hoje eu não dou a mínima para Deus e minha vida continua cada vez melhor. Estou fazendo tudo o que quero e nada aconteceu. Se Deus existe ele não está nem aí! "Ou pode ser que você - leitor - seja até mesmo um cristão de duas caras, que leva uma vida miserável no pecado, mas oculto aos olhos de todos. Saiba que um dia o prato da balança onde estão as (más) obras vai ficar equilibrado com o peso da misericórdia de Deus. O próximo ato de injustiça ou corrupção que você praticar vai jogar o prato da balança lá embaixo e Deus vai cobrar de uma só vez, todas as injustiças que estão dentro dele.

A balança do juízo de Deus não falha. Jó tinha palavras para argumentar que era sincero, reto, temente a Deus e que se desviava do mal. Deus levou isto em conta e restaurou sua saúde e deu-lhe duas vezes mais o que havia perdido. Depois da provação, Jó foi muito mais bem-aventurado e próspero que no começo. Ele foi pesado na balança de Deus e foi achado fiel. O tesouro de Jó não estava na fama nem na fortuna. A maior riqueza de Jó era a presença de Deus em sua vida, adquirida pelo temor de Deus. No dia da pesagem o prato não virou.

Querido leitor, como está o peso de sua alma na balança de Deus? Você está em falta? Antes que o outro prato da balança vire, e Deus exponha perante o sol sua vida de corrupção e hipocrisia, tome uma atitude correta: procure a Igreja Evangélica mais perto de casa, para aceitar Jesus e fazer um concerto com Deus. Se você acha que tem sido uma fraude, um hipócrita, um corrupto, mas quer mudar de vida, procure pelo pastor. Não deixe que mais um ano passe com sua vida no pecado. Jesus é um presente Deus. Aceite Jesus e receba o perdão de Deus!


cruzue@gmail.com

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