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sábado, dezembro 01, 2012

UD 3191 UMA CRÔNICA DA FIDELIDADE DE DEUS


Chevette Hatch 80

Por João Cruzué 

UD 3191 era a placa, amarela, de nosso segundo carro, um Chevette Hatch cinza 80, comprado em 1987 por Cz$4.100.000,00 e vendido em 2002 por R$200,00. Se você estiver passando por um período  muito difícil quiser ouvir a voz de Deus, sem ser pretensioso, peço que leia este testemunho. Tenho certeza que ele vai fortalecer seu coração até o dia da chegada da sua bênçao. Os protagonistas desta história  foram minha esposa e eu.

Em 1987 ela vendia bordados. Bordados de Ibitinga, uma cidade do interior paulista, próxima de Araraquara; famosa pelas colchas, toalhas, lençóis e todo tipo de bordados. Ela orou por um carro, pois desejava vender de porta em porta.

Alguns dias depois procurando... Achamos um Chevette Hatch usado, prateado, lindo, pelo preço Cz$4.100.000,00. Havia tantos zeros na moeda que não mais me recordo se eram milhões cruzados ou cruzados novos. Uma época em que o ex-presidente José Sarney começava seu discurso assim: "Brasileiras e Brasileiros..." E quando ele fazia discurso na TV, todo mundo saía correndo para os postos porque o preço da gasolina ia aumentar.

De agosto de 1992 a julho de 2003, por onze longos anos, eu fiquei desempregado. Nesse tempo,  minha casa e eu passamos por muitas provações e privações. Atrás de trabalho, devo ter enviado mais de 800 currículos e participado de uma meia dúzia de entrevistas cujo resultado eram sempre portas fechadas. Daí, procuramos nos virar das mais diversas e possíveis maneiras, à medida que alguma oportunidade ia aparecendo. Três anos depois, em 1995, abrimos um armarinho (em tempo errado) que depois não deu certo. Trinta mil reais foi o prejuízo. Voltei para o sítio de meus pais. Plantei tomates, Plantei mandiocas, andei em carroceria de caminhão, bati pedra no Ceasa... sempre evitando a ociosidade.

Depois da fase dos "bordados", ajudei minha esposa a levar pessoas em excursões "bate e volta" para o Paraguai
. Depois ganhamos nosso pão ornamentando eventos. Fui vendedor de planos de saúde da Unimed Paulistana, atividade que o Senhor preparou para fazer de mim uma pessoa mais otimista. Eram muitas aflições, e também muitas orações.

De volta ao Chevette.

Minha esposa aprendeu ornamentação para eventos e muitas vezes fomos com noso Chevette na "Feira de Flores" que acontece nas madrugadas das terças e sextas-feiras no Ceasa de São Paulo, às duas da madrugada. Ao dobrar o banco traseiro, cabe um mundo de flores em um Chevette Hatch. Rosas vermelhas: "dalas" e "vegas"; rosas champangne: "oceânias" e "versilhas". Crisântemos: "margarida" e "polar". Lisiantos brancos e lilazes. Tuyas, maços de gipsófila, paulistinhas, smylacs, heras, tangos, flores do campo, caixas de espuma florais, orquídeas, lírios para buquês, cestas, argila. Ufa! 

De 1992 até 2002, nosso carro não foi licenciado. Isto mesmo, durante dez anos! Com as finanças sempre lá embaixo... lembro-me bem do dia que orei ao Senhor: "Pai, eu preciso de ajuda. Nosso dinheiro dá suprir apenas nossas necessidades básicas. Licença de carro agora é luxo. Gostaria que o Senhor cuidasse deste aspecto para nós e o dinheiro do licenciamento vai nos fazer falta em outra despesa

E  Deus foi fiel. 

Nunca fomos abordados em nenhuma blitz, em idas e vindas para levar nossas filhas, todo dia, para suas escolas. Plínio Negrão na Bragança Paulista e Luiz Arrobas Martins na R. Visconde de Taunay - em Santo Amaro. Também íamos aos cultos da Igreja. E ao Largo do Cambuci de vez em quando para comprar roupas na Granata, para revender. Enquanto o modelo das placas dos carros já eram brancas de três letras a do nosso Chevete ainda era amarela. 

Um dia, precisando ir na Vila dos Remédios para buscar um arcoenorme  de ornamentação eu orei. "Senhor, a Vila dos Remédios é muito longe, fica prá da entrada da Castelo. Nosso carro ainda está com essas placas amarelas... e eu preciso pedir uma bênção. Quero ir e voltar em paz e sem cruzar com guardas. À noite eu darei um oferta de agradecimento.  E fui buscar o tal arco lá na Rua Bem-te-vi.

Passando pela Avenida João Dias, depois da ponte parei para  abastecer. Adiante,  antes do  HSBC, dobrei à direita na Rua Gilbratar para pegar a Marginal de Pinheiros. Sabe quem estava bem depois da esquina?  Um guarda de trânsito. Voltar eu não podia; correr não ia dar certo. Então eu vi um motorista parado junto ao guarda. Tive uma idéia. Também parei ao lado do guarda e perguntei: Seu guarda, como faço para pegar a Marginal? E ele, muito prestativo ensinou: vai em frente, dobra para a direita depois esquerda,...faça assim e assim. E foi desse jeito, que passei com
um carro velho, de placas amarelas  diante do guarda. Não estou me gabando de esperteza, mas testemunhando que Deus é fiel e responde orações.

Fui à Vila dos Remédios. Trouxe o arco, as duas colunas de ornamentação, enormes.. dentro daquele Chevette. Não sei como, mas coube.
Voltei em paz, feliz da vida e cumpri meu voto, uma singela oferta de gratidão na Igreja. Deus não precisava do meu dinheiro, mas aprovou minha liberalidade.

Deus é fiel
O Chevette foi se deteriorando à medida que a "grana" ficava ainda mais curta. A ferrugem foi aumentando e comendo tudo. Era viciado em óleo. Toda semana bebia um litro de óleo grosso. Tornei-me um mecânico razoável.  Sabia trocar velas, pastilhas de freio, sangrias, esquentar vela encharcada de óleo no fogão... mecânica era por minha conta. O carro piorou tanto que depois de cedrto tempo pedaço de ripa de madeira  ocupou o lugar da máquina de vidro da porta do motorista.

O escapamento eram ruim. Quando minha esposa saía da garagem acelerando aquela "bagaça," o ronco era ensurdecedor. Em 1994 fomos cuidar de nossa primeira congregação - a Assembléia de Deus do Parque Santo Antônio. Nosso carro era o mais feio de todos. Eu cheguei a ouvir um comentário de um ex-supervisor da Igreja que era possível saber quem está chegando à Igreja só pelo barulho do carro. Ele com certeza estava falando de nosso carro, que tinha um
ronco inconfundível.

E nós continuávamos esperando com paciência pelas bênçãos que "nunca" chegavam. Infelizmente, de vez em quando também ouvíamos pregações que nos cotovelavam quanto ao testemunho de certos crentes que nunca saíam de baixo das lutas.

Eu não gosto de dizer isto, mas se era o diabo que nos oprimia, ele não gostava de nosso carro. Pasme!  O velho chevette caindo aos pedaços foi roubado. Isso mesmo roubado! E achado, uma semana depois na calçada da subida da curva da Figueira Grande, na Estrada do M'Boi Mirim. E passou mais uma semana. Como ninguém mexeu no carro, nem puseram fogo nele, fomos lá, pusemos gasolina, repusemos a bateria, e ainda por quase um ano, aquele carro nos serviu para buscar flores do Ceasa e carregando os equipamentos de decoração.

Eu  estive caminhando nessa curva em 2009 e aquele montinho de concreto onde o diferencial do Chevette ficou preso - ainda está lá. Sete anos! Isto me fez lembrar como Deus é fiel. E por fim, um sitiante comprou aquela "relíquia" por R$200,00. Ele queria dar  cem reais, mas minha esposa bateu e pé, e disse que por menos de 200 ele não saía.

Em julho de 2003, depois de onze anos sem emprego, o Senhor nos deu uma oportunidade de ser contador num grande Hospital público do Município de São Paulo. Depois veio o concurso e passei. Seis anos depois eu estava de mudança para a Secretaria de Finanças do Município de São Paulo. Fiz entrevista e passei, com nada mais nada menos que o Secretário de Finanças do Município de São Paulo, Dr. Valter Aluísio de Moraes. Mas não fui para a SF. No mesmo mês recebi um telegrama do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Sim senhor! Concurso feito em dezembro de 2005. Quase quatro anos depois a mão de Deus me buscou para um empregaço.  Idade? 53 anos!

Anote aí as placas de nossos últimos carros - todos 0k:
Celta GM 2004 - DMJ 8496. 
Corsa GM Classic 2006 - DSM 9976. 
Logam Renault  2008- EEL 6258.
Livina da Nissan 2010- EQZ 3684 

Livina prata
 
Mas foi através daquele Chevette Hatch 80 que Senhor nos provou e preparou para nós as bênçãos dos anos seguintes. Se não aprendermos a ser agradecidos nas pequenas bênçãos, creio que não saberemos ser gratos pelas grandes.  E da mesma forma que estou aqui dando meu testemunho, dias virão que você também vai voltar aqui para contar o seu.


Ao Senhor Jesus toda glória! 


Se este testemunho conseguiu falar com você, não agradeça a mim. Embora eu não seja tão humilde quanto deveria, sei muito bem que foi o Senhor que fez isto, e é coisa marivilhosa aos nossos olhos. Irmão João.










quarta-feira, novembro 04, 2009

Deus é fiel

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Wallpaper de João Cruzué
João Cruzué

UD 3191 era a placa amarela de um carro nosso. Um Chevette Hatch, cinza, ano 80, comprado em 87 e vendido em 2002 por R$200,00. Se você está precisando ouvir a voz de Deus por causa de tempos dífíceis, leia este testemunho para fortalecer seu coração. Os protagonistas foram minha esposa e eu.

Em 1987, minha esposa vendia bordados de Ibitinga, cidade do interior paulista, próxima de Araraquara, famosa pelas colchas, toalhas, lençóis e outros bordados. Ela orou por um carro, para vender de porta em porta.

Alguns dias depois, achamos um Chevette Hatch prateado, lindo, usado,pelo preço Cz$4.100.000,00. Havia tantos zeros na moeda que não mais me recordo se eram milhões cruzados ou cruzados novos. Era de uma época, em que o ex-presidente José Sarney começava seu discurso assim: "Brasileiras e Brasileiros..." E quando fazia discurso na TV, todo mundo corria aos postos porque o preço dos combustíveis ia aumentar.

Como já testemunhei, de agosto de 1992 a julho de 2003, fiquei desempregado e minha casa e eu passamos por muitas provações. Naquele período devo ter enviado mais de 500 currículos e participado de dezenas de entrevistas cujo resultado eram apenas portas fechadas. Daí, procuramos nos virar das mais diversas maneiras possíveis e decentes, à medida que as oportunidades iam aparecendo. Em 1995, abrimos um comércio ( em tempo errado) que depois não deu certo. Trinta mil de prejuízos. Também plantei tomates e depois mandiocas no sítio dos meus pais no Estado das Gerais - para não ficar ocioso.

Depois da fase dos "bordados", ajudei minha esposa a levar pessoas em excursões "bate e volta" para o Paraguai. Depois ganhamos nosso pão ornamentando eventos. Fui vendedor de planos de saúde da Unimed Paulistana, atividade que o Senhor preparou para me fazer mais otimista. Eram muitas aflições, e também muitas orações.

Nosso Chevette era deste modelo

Fomos dezenas de vezes com ele na "Feira de Flores" que acontece nas madrugadas de terças e sextas-feiras, no Ceasa de São Paulo. Duas da madrugada. Ao dobrar o banco traseiro, cabia muita coisa em um Cehvette Hatch. Rosas vermelhas: "dalas" e "vegas"; rosas champangne: "oceânias" e "versilhas". Crisântemos: "margarida" e "polar". Lisiantos brancos e lilazes. Tuyas, maços de gipsófila, paulistinhas, smailacs, heras, tangos, caixas de espumas florais, orquídeas, lírios para buquês, cestas, argila.Ufa!

De 1992 até 2002, nosso carro não foi licenciado. Com os recursos sempre lá embaixo, lembro-me do dia que orei ao Senhor mais ou menos assim: "Pai, eu preciso de ajuda. Nosso dinheiro dá suprir apenas nossas necessidades básicas. Gostaria que o Senhor cuidasse de nós neste aspecto, porque o dinheiro do licenciamento vai nos fazer falta. E Deus foi fiel. Nunca fomos abordados, em nenhuma blitz, em nossos caminhos para levar nossas filhas, todo dia, para suas escolas em Santo Amaro, para ir aos cultos na Igreja, para comprar roupas no Largo do Cambuci de vez em quando. Enquanto o modelo das placas dos carros já eram brancas e com três letras, a daquele Chevete sempre ficaram nas amarelas.

Um dia, precisando ir na Vila dos Remédios para buscar um arco de ornamentação com grandes colunas eu orei. "Senhor, a Vila dos Remédios é muito longe. Nosso carro ainda está com essas placas amarelas. Vou pedir uma bênção. Quero ir e voltar em paz. À noite eu darei um oferta de agradecimento. Fui buscar o arco.

Passei pela Avenida João Dias, depois da ponte, para abastece. Adiante do antigo Banco Bamerindus, hoje HSBC, dobrei à direita para pegar a "Marginal". Sabe quem estava lá na frente? Um guarda de trânsito. Voltar eu não podia; correr não ia dar certo. Vi um motorista parado junto ao guarda, e tive uma idéia. Também parei ao lado dele e perguntei: Seu guarda, como faço para pegar a Marginal? E ele, muito prestativo ensinou: vai em frente, dobra para a direita depois esquerda,...faça assim e assim. E foi desse jeito, com muita classe, que passei com um carro velho, com placas amarelas proibidas diante do guarda. Não estou me gabando de esperteza, mas testemunhando que Deus é fiel e responde orações.

Fui à Vila dos Remédios, e trouxe o arco duas colunas para ornamentação, enormes, dentro daquele Chevette - não sei como, mas coube. Voltei em paz, feliz da vida e cumpri meu voto. Uma oferta de gratidão na Igreja. Deus não precisava do meu dinheiro, mas aprovava minha liberalidade.

O Senhor é Fiel.

O Chevette foi se deteriorando à medida que a "grana" ficava ainda mais curta. A ferrugem foi aumentando e comendo tudo. Era viciado ém óleo. Toda semana precisava de litro de óleo. Me tornei um mecânico razoável. As velas, pastilhas de freio, sangrias, eram por minha conta. A coisa piorou tanto que uma pedaço de ripa de madeira se transformou máquina do vidro da porta do motorista.

O escapamento eram ruim. Quando minha esposa saía da garagem acelerando, aquela "bagaça," o ronco era ensurdecedor. Em 1994 fomos cuidar de nossa primeira congregação - a Assembléia de Deus do Parque Santo Antônio. Nosso carro era o mais feio de todos. Eu cheguei a ouvir um comentário de ó possível saber quem está chegando à Igreja só pelo barulho do carro. O nosso tinha um ronco inconfundível.

E, nós continuávamos esperando com paciência pelas bênçãos que "nunca" chegavam. Infelizmente, de vez em quando, também ouvíamos pregações "cotovelando" o testemunho de certos crentes que estão sempre debaixo de lutas.

Pasmem! o velho chevette caindo aos pedaços, foi roubado. Isso mesmo roubado! E achado, uma semana depois na calçada da subida da curva da Figueira Grande, Estrada do M'Boi Mirim. Passou uma semana, como ninguém mexeu no carro, nem puseram fogo nele, fomos lá, pusemos gasolina, uma bateria e ainda nos serviu por quase de um ano buscando flores do Ceasa e carregando os equipamentos de decoração. Eu estive caminhando nesta curva recentemente (2009) e o montinho de concreto onde o diferencial ficou preso - ainda está lá. Isto já faz sete anos! Deus é fiel.

E por fim, um sitiante comprou aquela "relíquia" por R$200,00.

Em julho de 2003, depois de onze anos sem um sustento fixo, o Senhor nosdeu uma oportunidade de ser contador num grande Hospital público do Município de São Paulo. Depois veio o concurso e passei . Estávamos sem carro há um ano e meio. Minha esposa também havia conseguido uma oportunidade como professora substituta em uma escola estadual.

Em janeiro de 2004, o Senhor nos concedeu a oportunidade de comprar nosso primeiro carro 0km, um Celta 2004 - DMJ 8496. Ficamos com ele pagando prestações até outubro - 2006. Na terceira semana de outubro/06, nós o trocamos por um Corsa também novinho em folha, DSM 9976. Sem dívidas. Na segunda semana de outubro 2008, trocamos o Corsa por um Renault Logam 1.6 EEL 6258.Também sem dívidas. Mas nunca nos esquecemos daquele Chevette.

Wallpaper de João Cruzué

Foi através dele que Senhor nos provou e preparou para nos as bênçãos dos anos seguintes. É por isso que precisamos dar graças pelos dias de "deserto" porque é o tempo de ser provado no pouco. Se não aprender a ser agradecido pelas pequenas bênçãos do dia a dia, como vai saber ser grato pelas grandes?

Dê graças em tudo. Aguarde orando, porque o Senhor também vai virar o seu "cativeiro".

Ao Senhor Jesus toda glória! Sua vitória já está com Ele.


Se este testemunho foi importante para sua vida, ore por mim. cruzue@gmail.com

sexta-feira, setembro 14, 2007

UD 3191 - Deus é fiel


wallpaper por João Cruzué

por João Cruzué

UD 3191. Esta, era a placa de nosso carro. Um Chevette Hatch, cinza, ano 80, comprado em 87 e vendido em 2002 pela "fortuna" de R$200,00. Se você precisa ouvir a voz de Deus para fortalecer seu coração, prepare-se para ler este testemunho, cujos protagonistas foram minha esposa e eu.

Em 1987, em São Paulo, minha esposa vendia bordados de Ibitinga, cidade do interior paulista, próxima de Araraquara, famosa pelas colchas, toalhas, lençóis e outros bordados. Ela precisava de um carro para realizar suas vendas de porta em porta, então, começamos a procurar.

Alguns dias d
epois achamos um bonito Chevette Hatch pelo preço Cz$4.100.000,00. Havia tantos zeros na moeda que não mais me recordo se eram milhões cruzados ou cruzados novos. Era na mesma época, que o Presidente José Sarney começava seu discurso assim: "Brasileiras e Brasileiros..." E, quando ele fazia este discurso em rede nacional, todo mundo corria, na mesma hora, aos postos porque o preço dos combustíveis certamente iriam aumentar.

Como já antes testemunhei, de agosto de 1992 a julho de 2003, fiquei desempregado e minha casa e eu passamos por muitas provações. Naquele período, devo ter enviado mais de 500 currículos e participado de dezenas de entrevistas cujo resultado eram apenas portas fechadas.

Daí, procuramos nos virar das mais diversas maneiras possíveis e decentes, à medida que as oportunidades iam aparecendo.
Em 1995, abrimos um comércio ( em tempo errado) que depois não deu certo. Trinta mil de prejuízos. Também plantei tomates e depois mandiocas no sítio dos meus pais no Estado das Gerais - para não ficar ocioso.

Ajudei minha esposa a reunir pessoas para fazer excursões compras"bate e volta" no Paraguai; naquelas viagens, poderíamos ter feito muito din
heiro "trazendo" uisque, mas nunca o fizemos porque tínhamos temor de Deus. Depois, ganhamos nosso pão ornamentando eventos. Não posso esquecer de mencionar outra atividade bem conhecida: vendedor de planos de saúde da Unimed Paulistana, em cuja atividade o Senhor me ajudou a ser mais otimista. Eram muitas as aflições, mas mesma forma muitas orações.



nosso carrro era assim

Fomos dezenas de vezes com ele na "Feira de Flores" que acontece nas madrugadas de terças e sextas-feiras, no Ceasa de São Paulo, na Marginal do Rio Pinheiros, perto do "Cebolão". Ao dobrar o banco traseiro, cabe muita coisa em um Cehvette Hatch. Por exemplo: rosas vermelhas: "dalas" e "vegas"; rosas champangne: "oceânias" e "versilhas"; crisântemos: "margarida" e "polar"; lisiantos brancos e lilazes, tuyas, maços de gipsófila, samambaias paulistinhas, smailacs, heras, tangos, caixas de espumas florais, orquídeas, lírios para buquês, cestas, argila.

O horário era muito cedo. Íamos às 2:00h da manhã. Hoje, apesar de não mais estarmos no ramo de ornamentações, ainda gosto de ir ao Ceasa, acompanhando minha esposa na compra de flores para alguns aniversários de pessoas da Igreja.


De 1992 até 2002, nosso carro não foi licenciado. Com os recursos sempre lá embaixo, lembro-me do dia que orei ao Senhor mais ou menos assim: "Pai, eu preciso de ajuda. Vou usar nosso dinheiro para apenas suprir nossas necessidades básicas. Gostaria que o Senhor cuidasse de nós neste aspecto, porque o dinheiro do licenciamento vai nos fazer falta .

E, de 1992 até 2001 ele ficou mesmo sem licenciar, e nunca fomos abordados, em nenhuma blitz, em nossos caminhos para levar nossas filhas, todo dia, para suas escolas em Santo Amaro, para ir aos cultos na Igreja, para comprar roupas no Largo do Cambuci de vez em quando, mas só andávamos na dentro da cidade de São Paulo.


Um belo dia, eu precisei ir até a Vila dos Remédios para buscar um arco de ornamentação muito grande para ser usado em decorações. . Antes de sair de casa orei: Senhor, a Vila dos Remédios é muito longe. Nosso carro ainda está com placas amarelas ( as placas antigas com duas letras ). Vou pedir a sua bênção para ir e voltar em paz. À noite vou dar um oferta de agradecimento.

Na Avenida João Dias, depois do antigo Banco Bamerindus, hoje HSBC, dobrei à direita. Sabe o que estava lá na frente? Um guarda de trânsito! Voltar eu não podia; correr não ia dar certo. Vi um motorista parado em frente ao guarda, então tive uma idéia: também parei ao lado do guarda e perguntei: Seu guarda, como faço para pegar a Marginal por aqui? E ele, muito gentil e prestativo ensinou: vai em frente, dobra para a direita depois faça assim e assim... Foi dessa forma, passei com
um carro velho, com placas amarelas (proibidas) na frente do guarda.

Fui à Vila dos Remédios, coloquei um arco com duas colunas enormes dentro do chevette - não sei como.
Quem já viu sabe: era muito volume, mas aquilo tudo,coube . Voltei em paz, feliz da vida e cumpri meu voto.


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O Senhor é fiel - sempre. Comigo e com você.

O carro foi se deteriorando. A medida que a "grana" ia ficando muito curta, a ferrugem foi aumentando e comendo tudo. Toda semana era um litro de óleo. As velas, as pastilhas de freio, sangrias, eu mesmo colocava e regulava. Fiquei muito entendido em mecânica de chevettes... Chegou um tempo, que até o vidro da porta era escorado com um ripa.

O escapamento estava estragado, e, quando minha esposa saía da garagem acelerando, o ronco era ensurdecedor. Em dezembro de 1994 fomos cuidar de nossa primeira congregação - a Assembléia de Deus do Parque Santo Antônio. Nosso carro era o mais feio de todos. Não sei se tinha a ver conosco, mas certa vez ouvi meu supervisor pregando e comentando a respeito de certos irmãos que já se sabia que estavam chegando na igreja, só pelo barulho do carro.


E, nós continuávamos esperando com paciência pelas bênçãos que custavam a chegar.Fala-se muitas coisas boas em cima de um púlpito, mas também a gente ouve algumas palavras que fazem murchar a esperança em nosso coração. Do tipo: Olha, irmãos, é muito estranho o crente passar anos e anos debaixo da luta sem ser abençoado...será que é pecado ou conformismo? Infelizmente de vez em quando ouvíamos isso e acho que sempre haverá alguém se prestando ao papel de (mui) amigos de Jó.

Não poderia deixar de contar o que aconteceu , em certo ano, próximo do Natal, quando minha esposa e eu voltávamos do Largo do Cambuci, com o carro cheio de roupas para revender. Quando descíamos a Avenida Rebouças, tinha centenas de motoboys fechando a via contrária solídários com um colega que tinha sido atropelado.

Nós estávamos descendo, no sentido contrário, também com um engarrafamento horroroso. O motor do carro foi esquentando, esquentando, até que morreu. Desci e o empurrei por quase um quilômetro, tentando fazê-lo pegar no tranco. Passamos no meio de uma dezena de guardas de trânsito, atônitos e concentrados apenas nas duas centenas de motoqueiros que aceleravam e buzinavam com suas motos fazendo um som infernal.

Para chegar em casa, gastamos bastante. A compra de uma bobina - que não era a causa do problema. E o custo do socorro de um eletrecista.o defeito era no cabo do polo negativo da bateria que não dava mais terra com a carcaça do chevete.


E por fim, pasmem! O velho chevette caindo aos pedaços foi roubado. E achado, uma semana depois na subida da curva da Figueira Grande, na Estrada do M'Boi Mirim. Aí, fizemos um B.O. Sei lá, poderia algum crime ter sido praticado e achamos por bem nos precaver. Passou uma semana, como ninguém mexeu no carro nem puseram fogo nele, fomos lá, pusemos gasolina e uma bateria ( a única coisa que levaram ) e o trouxemos de volta . Ainda nos serviu por quase de um ano buscando flores do Ceasa e carregando os equipamentos de decoração.

Você já pensou que até um carro no mais completo "bagaço" possa ser roubado? Pois foi! E, devido as fortes aceleradas dadas pelos ladrões o motor que já era cansado, foi batendo mais forte as válvulas até quebrar de vez. Ficou parado na rua, em frente a nossa casa, alguns meses. Até que um sitiante apareceu oferecend0 R$100,00. E acabou levando por R$200,00.

Em julho de 2003, depois de onze anos sem um sustento fixo, o Senhor me deu uma oportunidade de ser contador em cargo de emergência num grande Hospital público do Município de São Paulo. Depois veio o concurso e passei . Estávamos sem carro há um ano e meio. Minha Esposa, com e maiúsculo mesmo, também tinha conseguido uma oportunidade como professora substituta em uma escola estadual.

Em janeiro de 2004, seis meses depois, o Senhor nos concedeu a oportunidade de comprar nosso primeiro carro 0km, um Celta 2004 - DMJ 8496 . Ficamos com ele pagando prestações até outubro - 2006. Na terceira semana de outubro/06, nós o trocamos por um Corsa também novinho em folha , DSM 9976. Sem dívidas.
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wallpaper de João Cruzué

Procurando ser fiel no pouco a cada ano, o Senhor está nos concedendo bênçãos sempre maiores, as quais não podería deixar de contar de jeito nenhum.

Se você estiver nadando em águas de bênçãos, este testemunho talvez não vá acrescentar muito a sua vida espiritual. Contudo, se o seu caso é análogo - não apenas a automóveis - mas também a outras coisas, posso assegurar que o Senhor a(o) ama do mesmo jeito, que no tempo das vacas magras ele está presente na sua vida. Atrás de toda crise, tem algo novo de Deus que você vai saber. O Senhor está lhe amadurecendo para depois lhe revelar.

No meu caso foi algo bem longe das minhas cogitações. Nos três últimos anos antes da minha grande bênção, recebi uma carta de um presidiário. Era a resposta de um folheto carimbado e distribuído seis anos antes. O Senhor me mostrou uma missão: a de coletar e enviar literatura cristã, pelo correio, para grupos de presos crentes nas penitenciárias do interior paulista, depois das grandes rebeliões de fevereiro de 2001. Em são juízo eu nunca teria feito aquilo, mas era a vontade do Senhor para mim.

O Espírito Santo fez arder meu coração com a lembrança de Eclesiastes 11: 1 "Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás". Como resultado, tenho guardado comigo mais de 500 cartas do cárcere. Através delas descobri grupos de cristãos atuando em 48 penitenciárias paulistas.

As igrejas da região nos doaram em quase três anos, mais de meia tonelada de Revistas de Escola Dominical usadas, afora bíblias que também ganhamos e compramos. De 32 caixas de literatura que seguiram, somente uma retornou. Aprendi que nos presídios do interior de São Paulo existem mais de 400 grupos com necessidade de literatura.

Para nós foi uma experiência riquíssima. Se o Senhor não tivesse me ajudado a ocupar meu tempo com aquela missão, não teria suportado a luta contra o desemprego e o abandono dos colegas de ministério.


Se o Senhor tem algo especial para sua vida quando for o tempo, o Espírito Santo também vai dizer no seu coração o que é. Deus não vai dizer através de profetas nem de profecias. Ele vai falar como um voz dentro do seu coração. Seus olhos vão molhar, você vai se alegrar, você vai ter certeza de que é Deus. Depois disso, as pessoas ao seu redor e até mesmo da sua Igreja vão dizer que você está doida(o), que é perigoso, que você está exagerando. Foi assim comigo. Fiquei apaixonado por aquilo que fazia. A voz do Espírito Santo é inconfundível, ela não deixa dúvidas.

Ao seu tempo suas bênçãos vão chegar. Mas guarde bem no seu coração: diante de grandes provações, você não pode ficar de braços cruzados. Nem na esfera material nem na espiritual - as duas fazem parte do seu processo de amadurecimento em Cristo. Lembre-se depois de tão somente agradecer ao Senhor como sempre estou fazendo publicamente.

Ao Senhor Jesus toda glória! Sua vitória já está com Ele.


autor: joão cruzué

Se este testemunho foi importante para sua vida, escreva para mim: cruzue@gmail.com





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