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| Visão |
João Cruzué
A Apple, liderada por Steve Jobs, teve acesso a essas tecnologias e incorporou a GUI ao Lisa e, posteriormente, ao Macintosh, redefinindo a indústria de computadores pessoais. A Microsoft seguiu o mesmo caminho com o Windows, tornando-se uma das empresas mais valiosas do planeta. A Xerox, embora pioneira, perdeu a chance de se tornar uma gigante da computação pessoal, enquanto Apple e Microsoft construíram impérios bilionários sobre conceitos que a Xerox julgou periféricos.
2. Os Bell Labs, da AT&T, criaram o UNIX no final da década de 1960, um sistema operacional altamente robusto, modular e portátil. Por restrições regulatórias e visão estratégica limitada, a AT&T licenciou o UNIX a preços simbólicos para universidades e centros de pesquisa, sem perceber seu potencial comercial global e de longo prazo.
Décadas depois, o UNIX tornou-se a base de inúmeros sistemas operacionais, incluindo Linux, BSD, Solaris e, indiretamente, macOS e Android. Empresas como Red Hat, IBM, Google e Apple construíram modelos de negócios bilionários sobre essa arquitetura. A AT&T, por sua vez, não capitalizou o valor estratégico do UNIX e perdeu protagonismo em um dos pilares da economia digital.
3. A Kodak inventou a primeira câmera digital
funcional em 1975, desenvolvida por um de seus próprios engenheiros. No
entanto, a empresa optou por não explorar a tecnologia, temendo que ela
canibalizasse seu altamente lucrativo mercado de filmes fotográficos e
revelação química. A patente foi subutilizada e a inovação ficou engavetada por
décadas.
Empresas como Sony, Canon, Nikon e, posteriormente, fabricantes de smartphones, dominaram o mercado de imagem digital, criando cadeias produtivas bilionárias. A Kodak, presa a um modelo de negócio obsoleto, entrou em colapso financeiro e pediu falência em 2012. O caso tornou-se um dos exemplos mais clássicos de miopia estratégica e falha de governança da inovação.
4. A Nokia, líder absoluta em telefonia móvel no início
dos anos 2000, possuía tecnologias avançadas em mobilidade, design de hardware
e comunicação sem fio. No entanto, subestimou o valor estratégico do ecossistema
de software, especialmente sistemas operacionais modernos e plataformas de
aplicativos, tratando-os como acessórios e não como núcleo do negócio.
Com a ascensão do iOS (Apple) e do Android (Google), ambos fortemente protegidos por patentes e integrados a ecossistemas digitais, a Nokia perdeu rapidamente relevância. O Android, em especial, tornou-se a base do maior sistema operacional móvel do mundo, gerando receitas bilionárias indiretas ao Google. A Nokia, apesar de sua base tecnológica, acabou vendendo sua divisão de celulares e perdendo protagonismo global.
5. A IBM, ao lançar seu computador pessoal em 1981,
decidiu não proteger rigidamente a arquitetura do PC, adotando
componentes de terceiros e permitindo compatibilidade aberta. A empresa
considerava o PC um produto secundário frente a seus grandes sistemas
corporativos e mainframes, não antecipando a explosão do mercado de
computadores pessoais.
Essa decisão permitiu que empresas como Microsoft (com o MS-DOS e depois Windows) e fabricantes de clones como Compaq, Dell e HP dominassem o mercado. A Microsoft, em especial, transformou o licenciamento de software em um dos modelos mais lucrativos da história, alcançando valorizações trilionárias. A IBM permaneceu relevante em outros segmentos, mas abriu mão do maior ciclo de riqueza já gerado na indústria de tecnologia pessoal.
Assim, esses cinco casos revelam um padrão recorrente: o erro não foi técnico, mas estratégico. As empresas pioneiras detinham conhecimento, patentes e capital humano, mas falharam em compreender o valor futuro da inovação e em alinhar governança, visão de longo prazo e modelo de negócios.
6. Esaú, é um personagem bíblico. Foi protagonista do maior clássico de miopia estratégica registrado na Bíblia Sagrada. Esaú era primogênito de sua família, e naquele tempo como tal detinha direitos espirituais, jurídicos e econômicos: liderança da família, herança dobrada e participação direta na linhagem da promessa.
Contudo, movido por uma necessidade imediata e racional, vendeu sua primogenitura por um prato de comida porque estava com muita fome. Com essa atitutde demonstrou achava desprezível e sem valor um ativo que tinha valor eterno. As Escrituras destacam que ele “desprezou a primogenitura”, revelando não ignorância, mas desdém consciente pelo futuro. E este futuro era uma bênção espiritural que repercutiria no mundo material.
Assim, a forma como entender o Reino de Deus, hoje, se desprezível e pura perda de tempo ou algo muito valioso, vai contar na balança de Deus que pesa seu futuro.
O Novo Testamento Bíblico interpreta esse episódio como advertência severa: Esaú perdeu algo irrecuperável, mesmo tendo se arrendido do que fez, já era tarde demais.
Encerrando, por hoje, não vou conceituar aqui o que é o Reino de Deus. Uma pesquisa básica daria conta do recado. Mas, vou deixar um subsídio: "O reino dos céus é também semelhante a um comerciante que procura boas pérolas; e, tendo achado uma pérola de grande valor, vendeu tudo o que possuía e a comprou.
O Reino de Deus é o melhor investimento para uma vida inteira. Um legado para as gerações da sua família.
SP - 13/12/2025



