domingo, maio 25, 2014

Pastor Eurico x Xuxa Menegel



Deputado Pastor Eurico - Xuxa Meneghel
João Cruzué


Quarta-feira passada, durante uma sessão pública na Comissão de Constituição e Justiça na Câmara Federal, o Pastor Eurico se irritou com a presença da apresentadora Xuxa Meneghel e acabou dizendo que  ela havia cometido no passado a maior violência contra as crianças em um filme pornô de 1982, quando ela contracenava numa cena de sexo com um menino. O assunto da pauta era a discussão do projeto da Lei da Palmada.  A reação do deputado foi muito comentada, e condenada, na mídia secular e apenas noticiada na mídia gospel. 

Este episódio traz-me a memória outro fato igual e antigo protagonizado pelo deputado-pastor Jaime Palharim que durante uma sessão na Câmara com a presença de um parlamentar petista, colocou um penico sobre a mesa para dizer que as palavras do petista cabiam naquele utensílio. Grande falta de educação. O petista, educadamente, não disse nada e, salvo engano, virou o penico de boca para baixo e continuou seu assunto.

Esta forma agressiva de uso da palavra pelo deputado-pastor mostra um lado arrogante que nenhum cristão deveria ter. Ainda que a pessoa em questão não fosse digna de nenhuma respeito, o amor cristão nos constrange a usar de sabedoria e prudência, por que, diz a Bíblia, teremos que prestar contas a Deus de toda palavra ociosa que viermos a falar. E eu tenho visto outros pastores em programas de TV xingarem e difamarem pessoas. Uma clara falta de educação e amor fraternal.

I Coríntios 13:1 - AINDA que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. 

13:2 - E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. 

13:3 -E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. 

Durante seu comentário o deputado-pastor Eurico foi buscar no passado (1982) de Xuxa o motivo para lançar em sua cara uma  pretensa hipocrisia, na época com 19 anos. Eu me pergunto, será que se alguém encontrasse alguma coisa indigna na vida do pastor quando ele tinha 19 anos, ele gostaria que alguém lançasse algo desagradável em seu rosto? 

Deus não constituiu nenhum pastor e nenhum cristão para ser juiz de atitudes do passado dos outros. Para isto existem as autoridades seculares. 

Ainda que eu não tenha simpatia pela Sra Maria da Graça Meneguel, o meu respeito ela tem. Como também tem todo ser humano. Mas se esse pastor um dia saísse da política para voltar a cuidar de uma Igreja, eu passaria bem longe da porta dela. Imagina o que um fulano desses não faria dentro da Igreja quando fosse ouvir e aconselhar os fiéis. Eu deduzo, com base na sua atitude, que lançaria em rosto das pessoas, de cima do púlpito, todas as faltas delas. 

Não sei onde este senhor Eurico aprendeu esta forma de agredir as pessoas em público. Da Bíblia é que não foi. Não vai ser desta forma que vamos ver, um dia, esta moça aceitar Jesus na Igreja. E digo isto, por que a senhora Alda Meneghel, mãe da Xuxa, é crente. E com certeza outros parentes dela também o são.

O senhor deputado-pastor Eurico tem toda liberdade de pensar o que quiser, a Constituição lhe garante. Mas nem sempre o que vem à mente é conveniente para falar. Quem fala muito, dá bom dia cavalo, ou melhor, cai do cavalo.  O mínimo que ele deveria fazer agora, seria pedir desculpas publicamente à senhora Xuxa Meneghel. Errar é humano, permanecer no erro é soberba.






2 comentários:

Anônimo disse...

A pessoa que escreveu este post parece que não viu o vídeo sobre a manifestação do pastor. Primeiro ele estava revoltado sobre como os evangélicos são escrachados em suas posições, tanto no congresso como pela imprensa. Citou vários casos de escrachamento até chegar na tal “lei da palmada”, que estava sob avaliação. Quando se referiu ao que ele entende (como todo cristão) que a maior violência contra as crianças estava ocorrendo na TV, pediu desculpas e disse que respeitava a pessoa da Xuxa, mas citou aquele seu trabalho que envolvia uma cena com um adolescente. Desconheço qualquer atitude de arrependimento da Xuxa por ter feito aquele “trabalho”, ainda que já tenha sido arguida se havia algum arrependimento. Portanto, esta senhora não pode estar sendo madrinha de uma lei que tem tudo a ver com a família. Também acho que o pastor poderia se manifestar de uma forma mais amena (o que não evitaria as mesmas críticas que recebeu), mas não poderia deixar de se manifestar.

Joao Cruzue disse...

Ao anônimo,

Acolho com muito carinho sua opinião.
Muito obrigado por ter tomado seu precioso tempo para honrar este espaço com seu comentário. Realmente em tudo o que o Deputado-pastor arrazoou ele estava certo. Entretanto, uma gota de pimenta a mais sobre um bife tira todo o desejo de saboreá-lo. A forma como ele falou, e também levando em conta os gestos que ele fez, e principalmente o "assunto de 1982", na minha opinião foi um gesto raivoso e inquisitório. Faz tempo que eu não vejo um representante político evangélico usar de mansidão ao falar em público. Diante das câmeras de uma TV, uma pessoa com direito certo pode perdê-lo se usar de força exagerada para "bater" em um suspeito de culpa. Dessa forma, perante a opinião pública o juízo se inverte.
Por esta razão, você pode até ter assistido todo o vídeo, mas deve ter deixado de prestar atenção na agressão barata que o deputado fez. Concluindo, se diante de nós estivesse acontecendo aquele episódio da mulher adúltera, Jesus nunca aceitaria uma acusação de 1982 contra uma pessoa, 32 anos depois. Acho que quem fica guardando o pecado dos outros para jogar na cara na primeira oportunidade, se já teve, não tem mais o Espírito Santo. E por último o que é que este pastor está fazendo longe do rebanho? Será que, por acaso, o Senhor o dispensou do ministério para fazer política, ou ele foi por conta própria incentivado por conselheiros desviados?

Continuo acreditando que o deputado-pastor Eurico errou feio, assumindo um papel de agressor.


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