domingo, agosto 25, 2013

Amor e hipocrisia


Lírio do  meu quintal
João Cruzué


Amar em termos cristãos, no sentido lateral, é fazer o bem ao próximo sem pensar em reciprocidade. Isto, está bem claro na parábola do bom samaritano. Em sentido mais profundo é estar atento à voz do Espírito para fazer o bem a alguém que necessita de algo no lugar e tempo certos.  A hipocrisia é uma das formas da negação do amor. O hipócrita exalta o bem, mas não tem  um compromisso sincero com a justiça. Sua justiça é apenas uma capa que esconde o egoísmo - o pântano onde brota todo tipo de pecado.

Jesus era movido pelo  amor de Deus. Estava sempre atento à voz do Espírito Santo. Não era assim automático. Ele separava deliberadamente tempo para estar na presença de Deus em momentos de oração e comunhão. Era por isso que chegou à cidade de Nain no exato momento em que a viúva levava o filho morto para o cemitério. E quem foi que mandou o paralítico à beira do Poço de Betesda se levantar e carregar a cama? E, por que ele decidiu pousar na casa de Zaqueu, o corrupto chefe dos Publicanos da cidade de Jericó?

O maior hipócrita da Bíblia, é satanás. Sabe o que é o bem, mas procura nos outros os defeitos e falhas que lhe finge não ter. Quando Deus falou que Jó era um homem justo, procurou  difamá-lo e mostrar os defeitos. Mania de perfeição, mas só de aparências. Ainda existe este tipo de gente nas Igrejas. A primeira coisa que procuram em um novo irmão é onde estão as suas falhas, fraquezas e defeitos. Um hipócrita procura manter o foco nas falhas do mesmo jeito que um abutre procura pela carniça.

Amar é procurar ser útil, solidário, compassivo. É lavar a louça que suja, tendo consciência de que alguém irá fazer tudo em silêncio porque os outros não fizeram a sua parte. O que tem a ver louça suja com amor? De certa forma, o sangue de Jesus foi o "sabão" que limpou os pecados de muitas "vasilhas" imprestáveis., tendo eu sido uma delas. Eu nunca pensei nisto  antes, mas de hoje em diante vou estar consciente disso.

Não é tão fácil amar, principalmente quando você tenta aconselhar alguém que não quer lhe escutar. E o que é escutar? É uma coisa fácil? Não! não é. Eu sei que Deus fala conosco, mas nossos ouvidos costuma estar destreinados para reconhecer sua voz. Certa vez, uma parente meu  me fez a seguinte pergunta: João, quantas vezes Deus chamou o adolescente Samuel, até que ele respondesse "Eis-me aqui Senhor"? Eu disse: Três vezes, mas foram quatro. Por três vezes Deus chamou-o, mas ele não conhecia a voz de Deus. Ele pensava que era a voz de Eli, o Sacerdote.

Vozes parecidas. Este é um grande perigo.  Jesus, na tentação do deserto, depois de 40 dias de jejum, teve fome. Seus olhos foram dirigidos para algumas pedras, ao ouvir uma voz macia e desafiadora: "Se tu és o Filho de Deus, diga a esta pedra que se transforme em pão". Creio que há uma multidão de vozes aparentemente proféticas nos dias de hoje aceitando aquilo que Cristo recusou a fazer.

Estamos vivendo os tempos em que um Evangelho com foco no Velho Testamento está sendo pregado.  O Evangelho da Prosperidade já ficou para trás. Jesus foi muito claro quando disse que não podemos servir a dois senhores. Parece normal, mas não é, ver pastores e Bispos acumulando riquezas em meio a tanta gente com fome de pão e de justiça. Podem dizer que é uma grande besteira, mas é isto que vem ao meu coração neste momento: acumular riquezas pode ser uma forma de escapulir da dependência de Deus. Como posso dizer que a presença de Deus é comigo, se fecho os olhos para tanta miséria e me deito em paz com jatinhos, mercedinhos e apartamentos em Miami?

Será que amar é conhecer a existência da miséria e acumular muitos bens para o futuro? Na verdade, eu considero que de tanto pregar que o cristão não precisa viver na pobreza para ser um discípulo de Cristo, os pregadores do meu tempo acabaram acreditando em um sofisma. E se Deus, da mesma forma que respondeu ao mancebo de qualidade, disser: Vai vende tudo que tens, dá aos pobres e, depois, segue-me - farão eles isto?

É por isso que temo acreditar na mensagem desse evangelho de meus dias. Parece tudo bem racionalizado e explicado, mas estou vendo o povo cristão com um rosto triste, apesar de ricos. E esta tristeza bem disfarçada, escondida, desconfio que seja frieza. E esta frieza só acontece quando a voz do Espírito de Deus não está sendo ouvida. Quando o Espírito fala de um jeito e o povo quer escutar outras coisas, o resultado é o vazio, o frio e a tristeza de coração. E a receita para curar isto está em II Crônicas 7:14.

Amar é abrir os olhos para o que está acontecendo com o nosso próximo. E não importa se ele é meu vizinho, colega de trabalho ou se encontra ferido e faminto nas descidas para Jericó. 

Nota: Fiquei por um bom tempo sem ter vontade de escrever. Acho que devagar eu volto






Marcelinho tinha 13 anos



Marcelinho
João Cruzué


Eu fui um dos que custaram a acreditar que um garoto de 13 anos pudesse ter uma pontaria tão mortal. Imaginei que adultos teriam feito o massacre e que o garoto está sendo usado como boi de piranha. Bode expiatório. Mas, infelizmente eu - e muita gente - estávamos errados.  Este fato, acontecido na Vila Brasilândia - Zona Norte da Capital Paulista, chocou, e por muito tempo, vai assustar o Brasil inteiro.

Como religioso, estou preparado para ouvir fatos que são o resultado do incremento do poder destrutivo do mal chocando a sociedade. Estas coisas podem até trazer-me comoção, mas suas previsões estão bem detalhadas na Bíblia Sagrada.  Uma sociedade avessa as coisas de Deus é uma presa fácil para as desgraças que acontecem em momentos inesperados.

Já ouvimos notícias de esquartejamentos. Assassinatos de pais, mães, filhos e bebês. O que é diferente no caso da Vila Brasilândia, é que um adolescente de 13 anos, sem nenhum motivo, raiva ou ódio, pegou uma pistola ponto 40 e  matou quatro pessoas com tiros na nuca. 

Sei que isto tem a ver com possessão demoníaca, pois o demônio não deixou o serviço incompleto. Depois de destruir a família, voltou para destruir o instrumento da matança que muitos dizem, ser o próprio Marcelinho.

Como é que pode um garoto tão carinhoso, ainda cheirando a fraldas, com os olhos tão meigos chegasse a perpetrar uma barbárie dessas? Eu não tenho as respostas. Algumas considerações:

1) Em lugar do pai de Marcelinho ensinar o filho a ler um Bíblia, ou levá-lo na Escola Dominical ou Catecismo, soube que foi ele quem ensinou Marcelinho a atirar. Foi um bom professor...

2) Não sei quantas pessoas os pais de Marcelinho já mataram por ofício da profissão. Mas sei que o sangue de qualquer morto clama por vingança e a lei da semeadura é clara: O que você semear, também vai colher. Isto é muito bem exemplificado no caso Eloah Pimentel, cujo pai era um assassino de aluguel. Plantou, e teve uma colheita muito triste.

3) A inspiração de Marcelinho para planejar a morte dos pais veio de um jogo violento de videogame. As pessoas que vendem videogame alegam que muitos garotos jogam, e não mataram os pais. É... mas nem todos tem uma mente normal. Quem não se lembra daquele caso, do estudante de medicina Mateus da Costa Meira que assassinou muitas pessoas no cinema do Morumbi Shopping? Pois é ele também teve "inspiração" em um jogo violento de videogame.  Nem todas as mentes sabem distinguir faz de contas com a realidade. Jogos violentos de videogame, podem sim abri a porta para demônios destruidores que se apossam de mentes receptivas para realizar o que mais sabem: Matar, roubar e destruir.

Por fim, quero deixar minhas considerações.

Não ensine seu filho manusear uma arma. A vítima pode ser a sua família. Compre e lhe dê de presente uma Bíblia. Construa um muro em volta da sua mente, do seu coração. Na verdade, este muro que constrói é Deus, desde que você invista na vida religiosa dele.  Ensinar o temor de Deus a um filho nunca foi coisa de babaca. O temor de Deus é o princípio da sabedoria. Se ele aprender  a temer a Deus, vai ser útil para si, para a família e para a sociedade.

Minhas filhas sempre gostaram de videogame. Testaram alguns em casas de amigos, mas nós nunca compramos um eletrônico de games. Nem sentimos falta deles em nossa casa. Acho inconcebível ter em casa games violentos de assassinados, atropelamentos, UFC e congêneres. Isto traz muito lixo. E não estou falando de poluição ambiental, mas de poluição espiritual. Lugar de porcaria não é dentro de um lar. Da mesma forma que do meio do lixo de navegação pode entrar um vírus, cavalo de troia ou um malware, do meio de muito filme, game e Youtube pode vir junto um espírito maligno destruidor.

Quem destruiu toda a família de Marcelinho foi um demônio. Mas ele era impotente para fazer tudo sozinho. O problema é que abriram uma porta para que ele entrasse. O resultado foi que uma criança de 13 anos matou o pai, a mãe, tia e avó e depois se suicidou.  Este caso não vai ser o mais chocante por muito tempo. Infelizmente não há limite para graus de maldade, quando o agente da possessão é um espírito maligno com grande poder de destruição.

É tempo de abrir uma porta para Deus dentro das casas em que seu Nome e sua Palavra nunca forma levados a sério. Aceite Jesus. Leve seu filho/filha à Igreja mais perto da sua casa para aceitar Jesus também. Feche a porta para o diabo.




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Importação de Ministro da Saúde para o Brasil

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O BRASIL ASSINOU UM ACORDO PARA IMPORTAR 4.000 MÉDICOS CUBANOS

Na verdade,  nós estamos precisando mesmo é de importar coisas mais urgentes. Por exemplo, um ministro de verdade para a Saúde.


Medico de Posto de Saúde em Alagoas

O interior do Posto de Saúde

O prédio do posto de saúde


E o protesto de um  verdadeiro alagoano 

Protesto do Blogueiro:
Eu discordo do final do texto da cartolina. O que nós precisamos é importar um  bom Ministro da Saúde, porque  o que está aí até agora não tem feito nada! (João Cruzué)









domingo, agosto 18, 2013

Reencontrando os valores perdidos


"Rediscovering Lost Values"



Por Martin Luther King, Jr. (1929-1968)

Tradução de João Cruzué

"Eu quero que vocês meditem comigo nesta manhã sobre este tema: Redescobrindo os valores perdidos.

Há algo errado com o nosso mundo. Alguma coisa fundamental e basicamente errada. Eu creio que não precisamos olhar muito para enxergar isto. Estou certo que a maioria de vocês concordaria comigo em fazer esta afirmação. E quando paramos para analisar a causa dos males de nosso mundo, muitas coisas nos vêm à mente.


Vamos iniciar perguntando se é devido ao fato de não sabermos o suficiente. Mas não pode ser isto. Porque em termos de acumulação de conhecimento, nós sabemos mais hoje do que os homens conheciam em qualquer outro período da humanidade. Nós temos os fatos à nossa disposição. Nós sabemos mais sobre Matemática, Ciências, Ciências Sociais, Filosofia do que nós nunca soubemos em qualquer período da história do mundo. Então, não pode ser porque nõs não sabemos o suficiente. Bem, não pode ser isto, porque nosso progresso científico sobre os anos passados tem sido surpreendente.

Em seguida, gostaríamos de saber se não foi pelo fato de nossa genialidade científica ter ficado para trás.Isto é, se nós não temos feito mais progressos na área científica.O homem através de seu gênio científico tem encurtado distâncias e reduzido tempos. Tanto que hoje (28.02.1954) é possível tomar o café da manhã em Nova York e cear em Londres, na Inglaterra. Por volta de 1753, uma carta levava três dias para ir de Nova York a Washington, e hoje você pode ir daqui até a China em menos tempo que isso. Não pode ser porque o homem esteja estagnado quanto aos progressos científicos. A genialidade científica do homem tem sido assombrosa.

Eu penso que nós temos que olhar mais profundamente o que temos feito para encontrar a real causa dos problemas humanos e dos males deste mundo de hoje. E se nós queremos mesmo encontrar teremos que olhar dentro dos corações e da almas dos homens.

"Assim nós nos vemos pegos em um mundo complicado. O problema é com o próprio homem, na alma do homem. Nós não aprendemos como ser justos, e honestos, e gentis, verdadeiros e amáveis. Está é a causa de nosso problema. O verdadeiro problema é que através de nossa genialidade científica nós fizemos do mundo uma vizinhança, mas através de nossa moral e genialidade espiritual nós falhamos em torná-lo uma irmandade.

E o grande perigo que enfrentamos hoje não é tanto pela bomba atômica que foi criada pelos físicos. Não tanto por aquela bomba que você pode colocar em um avião e jogá-la sobre a cabeça de centenas de milhares de pessoas – tão perigosa quanto ela é. Mas o perigo verdadeiro que confronta a civilização de hoje é aquela bomba atômica que está no coração dos homens, capaz de explodir no ódio mais vil e no mais destrutivo egoísmo — isto é a bomba atômica que devemos temer hoje.

O problema está no homem. Dentro dos corações e das almas dos homens. Esta é a verdadeira causa do nosso problema.

Meus amigos, tudo que eu estou tentando dizer é que se nós queremos seguir em frente hoje, temos que voltar para reencontrar alguns poderosos e preciosos valores preciosos que deixamos para trás. É o único caminho que nós seríamos capazes para fazer de nosso um mundo um mundo melhor, e para fazer deste mundo o que Deus quer que ele seja com um significado e propósito real. A única maneira que nós podemos fazer é voltar, para redescobrir os valores mais preciosos e poderosos que deixamos para trás.

Jesus at 12
Jesus no templo no meio dos doutores da Lei

Nossa situação no mundo de hoje, faz-me lembrar de um popular acontecimento tomou lugar na vida de Jesus. Isto foi lido nas Escrituras hoje pela manhã, encontrado no segundo capítulo do Evangelho de Lucas. A história é muito familiar, muito popular, e todos nós a conhecemos. Vocês se lembram quando Jesus tinha de 12 anos de idade, Havia o costume das festas. Os pais de Jesus o levaram para Jerusalém. Era um acontecimento anual, a festa da Páscoa, e eles subiram para Jerusalém e levaram Jesus consigo. E eles ficaram ali por poucos dias, e depois de estarem por lá, eles decidiram voltar para casa, para Nazaré. E eles partiram, e eu acho, como era a tradição daqueles dias, o pai provavelmente viajava na frente, e a mãe junto com as crianças, atrás. Veja você, eles não tinham as comodidades modernas que nós temos hoje. Eles não tinham automóveis, nem metrôs ou ônibus. Eles andavam a pé, viajavam sobre jumentos e camelos. Então eles viajavam muito devagar, mas era a tradição do pai guiar o caminho

E eles deixaram Jerusalém, caminhando de volta para Nazaré, e eu imagino que eles caminharam um pouco, sem olhar para trás para ver se todo mundo estava lá. Mas então as Escrituras dizem, que eles seguiram jornada de um dia, e pararam,e eu imagino para checar, para ver se tudo estava em ordem. E eles descobriram que alguma coisa muitíssimo preciosa estava faltando. Eles descobriram que Jesus não estava com eles. Jesus não estava no meio. E assim eles fizeram uma pausa e procuraram e não o viram em volta. E eles foram e começaram a procurar no meio da parentela. E eles voltaram até Jerusalém e o encontraram ali no Templo, junto com os doutores da lei.

Agora, o mais importante para ser visto aqui é isto: que os pais de Jesus observaram que tinham partido, e que eles tinham perdido um valor muitíssimo precioso. Eles tiveram senso o bastante para saber que antes de seguir em frente para Nazaré, eles tinham que voltar a Jerusalém para reencontrar este valor. Eles sabiam disso. Eles sabiam que não poderiam ir para casa em Nazaré, sem que voltassem a Jerusalém.

Algumas vezes, você sabe que é necessário retroceder a fim de seguir em frente. Isso é uma analogia da vida. Eu me lembro que um dia eu estava dirigindo de Nova York para Boston, e eu parei em Bridgeport, Connecticut para visitar alguns amigos. E eu saí de Nova York pela pista expressa que vocês conhecem por Merritt Parkway, em direção a Boston, numa ótima avenida. E eu parei em Bridgeport, e depois de ficar por ali por duas ou três horas eu decidi seguir para Boston, e eu queria pegar outra vez a Merrit Parkway. E eu saí pensando que eu estava indo em direção à Merrit Parkway. Eu parti, e rodei, e continuei rodando e eu procurei localizar uma placa mostrando duas milhas para uma pequena cidade que eu teria de cruzar – Eu não cruzei por aquela particular cidade. Então eu pensei que eu estava na estrada errada. Eu parei e perguntei a um cavalheiro sobre a estrada que eu deveria pegar para chegar na Merritt Parkway. E ele disse: “A Merrit Parkway está de 12 a 15 milhas para trás. Você tem que virar e voltar até a Merrit Parkway”; você está fora do seu caminho agora. Em outras palavras, antes de seguir em frente para Boston, eu tinha que voltar de 12 a 15 milhas, para pegar a Merrit Parkway. Não poderia o homem moderno ter pego a avenida errada? Se ele está para seguir para a cidade da salvação, ele tem que voltar e pegar a avenida certa.

E foi isto que os pais de Jesus observaram: que eles tinham que voltar e encontrar o valor mais precioso que eles tinham deixado para trás, a fim de prosseguir. Eles observaram isto. E assim que eles voltaram para Jerusalém eles encontraram Jesus, o reencontraram por assim dizer, a fim de seguir em frente para Nazaré.

Agora isto é o que nós temos que fazer em nosso mundo de hoje. Nós temos deixado muitos valores preciosos para trás; nós temos perdido muitos valores preciosos. E se nós quisermos seguir em frente, se nós quisermos fazer um mundo melhor para se viver, nós temos que voltar. Nós temos que voltar para reencontrar estes valores preciosos que nós deixamos para trás.

Eu quero tratar de um ou dois destes valores muito preciosos, que nós temos deixado para trás, que se nós vamos seguir em frente para tornar este mundo melhor, nós precisamos redescobrir.

O primeiro princípio de valor que nós necessitamos redescobrir é este: que toda realidade depende de fundamentos morais. Em outras palavras, que este é um universo moral, e que há leis morais suportando o universo tanto quanto leis físicas. Eu não estou certo se todos nós cremos nelas. Nós nunca duvidamos que há leis físicas no universo, que nós devemos obedecer. Nós nunca duvidamos disso. E por isso, nós não pulamos de um aeroplano ou saltamos de altos edifícios por diversão – não fazemos isto. Porque inconscientemente nós o sabemos intuitivamente, e assim não saltamos do mais alto prédio em Detroit por achar isto divertido – nós não fazemos isto. Porque nós conhecemos que existe a Lei da Gravitação Universal. Se nós desobedecermos a ela, sofreremos as conseqüências.

Mas eu não estou tão certo se nós sabemos que há leis morais que suportam o universo tanto quanto as leis físicas. Eu não estou tão certo disso. Eu não estou tão certo se nós realmente cremos que existe a lei do amor no universo, e que se desobedecê-la, você sofrerá as conseqüências. Eu não estou tão certo se nós realmente cremos nisso. Pelo menos duas coisas me convencem de que nós não acreditamos nela, que nós temos nos desgarrado do princípio que este é um universo moral.

A primeira coisa que nós adotamos neste mundo moderno é uma espécie de relativismo ético. Eu não estou tentando usar um palavrão aqui, estou tentando dizer algo muito concreto. E isto é o que temos aceitado, a atitude de que o certo e o errado são meramente relativos para nossas convicções. Grande parte das pessoas não podem defender suas convicções, porque a maioria não pode não estar fazendo isto. Veja, se a maioria não está fazendo isto, então nós devemos estar errados. E desde que tomo mundo esteja fazendo isto, isto deve ser o certo. Uma espécie de interpretação numérica do que é o certo.

Mas, eu estou aqui para dizer a vocês nesta manhã que algumas coisas estão certas e algumas, estão erradas. Eternamente assim, absolutamente assim. É errado odiar. isto sempre tem sido errado e sempre será errado. É errado na América, é errado na Alemanha, é errado na Rússia, é errado na China. Era errado em 2000 antes de cristo, e é errado em 1954 A.D. Está errado jogar fora nossas vidas em um viver sedicioso. Não importa se alguém em Detroit esteja fazendo isto, é errado. Está errado em qualquer época e está errado em cada nação. Algumas coisas são certas e algumas coisas são erradas, não importa se alguém está fazendo o contrário. Algumas coisas do universo são absolutas. O Deus do universo as tem feito assim. E contanto que adotemos esta atitude relativa em relação ao certo e ao errado , estamos nos revoltando contra as mesmas leis do próprio Deus.

Agora, isto não é a única coisa que me convence de que estamos desviados do caminho desta atitude, deste princípio. A outra coisa é que temos adotado uma espécie de teste pragmático para o certo e errado – aquilo que funcionar é o “certo”. Se funcionar, está joia. Nada está errado, a não ser aquilo que não funciona. Se você não foi apanhado, é o certo. Esta é a atitude, não é? Tudo bem, em desobedecer os Dez Mandamentos, mas apenas não desobedeça o décimo primeiro: Não se deixe apanhar! Esta é a atitude. A atitude prevalecente em nossa cultura. Não importa o que você faça, apenas o faça com um pouquinho de classe. Sabe, o tipo de atitude da sobrevivência do mais esperto. Não a sobrevivência Darwiniana do mais apto, mas a sobrevivência do mais liso, o mais esperto – é aquele que está certo. É muito bom mentir, se mentir com dignidade. Tudo bem em furtar, em roubar e extorquir, mas o faça com um pouquinho de finesse. E até é muito bom odiar, mas vista seu ódio apenas com trajes de amor e faça transparecer que você esteja amando, quando você está odiando de fato. Apenas vire-se! É assim que é o certo segundo esta nova ética.

Meus amigos, esta atitude está destruindo a alma de nossa cultura. Está destruindo nossa nação. Aquilo que nós necessitamos nos dias de hoje é um grupo de homens e mulheres que queiram defender o certo e resistir ao errado, onde quer que for. Um grupo de pessoas que precisam vir para ver que algumas coisas estão erradas, mesmo se eles nunca são pegos. E algumas coisas são certas, mesmo que ninguém veja você fazendo ou não.

Tudo que eu estou tentando dizer a vocês é: Que o nosso mundo depende de uma fundação moral. Deus o fez assim. Deus fez o universo para ser baseado em uma lei moral. Se o homem desobedecê-la, está se revoltando contra Deus. Isto é tudo o que precisamos no mundo de hoje: pessoas que sustenham o certo e a bondade. Não é o bastante conhecer as firulas da zoologia e da biologia, mas nós temos que saber as implicações da Lei. Não é o bastante saber que dois e dois são quatro, mas temos que saber de qualquer maneira aquilo que é certo, para ser honestos com nossos irmãos. Não é o bastante conhecer nossas disciplinas matemáticas e filosóficas, mas nós temos que conhecer as simples disciplinas de ser honesto e amoroso para com toda a humanidade. Se nós não aprendermos isto, nós nos destruiremos a nós mesmos, pelo abuso de nosso próprio poder.

Este universo depende de fundações morais. Há alguma coisa neste universo que justifica o que Carlyle diz: “Nenhuma mentira pode viver para sempre.” Há alguma coisa neste universo que justifica o que disse William Cullen Bryant: A verdade, quando esmagada na terra, se levantará novamente”. Alguma coisa neste universo justifica os versos de James Russell Lowell:

"A verdade, sempre no cadafalso

O erro, eternamente no trono

Ainda que o cadafalso mude de opinião no futuro

Por trás do obscuro ignorado, de pé está Deus

Dentro das sombras observando tudo"


Há algo neste universo que justifica o escritor bíblico dizer: Você ceifará aquilo que plantar” Esta é uma lei de sustentação universal. Este é um universo moral. Ele depende de fundações morais. Se nós queremos fazer disso um mundo melhor, temos que voltar e redescobrir os valores preciosos que deixamos para trás.

E depois, há uma segunda coisa, um segundo princípio que nós temos que voltar e redescobrir. E isto é aquilo que controla toda realidade espiritual. Em outras palavras, nós temos que voltar e redescobrir o princípio que há um Deus por trás do processo. Bem, vocês vão dizer: Por que você tem tocado neste ponto em seu sermão em uma Igreja? Pelo mero fato de nós estarmos na Igreja, nós cremos em Deus, e não precisamos voltar para redescobrir aquilo. Pelo mero fato de estarmos aqui, e o mero fato de que nós cantamos e oramos, e vamos para a igreja – nós cremos em Deus. Bem, há alguma verdade nisso. Mas nós devemos lembrar que é possível afirmar a existência de Deus com nossos lábios, e negar sua existência com nossas vidas!

O mais perigoso tipo de ateísmo não é o ateísmo teórico, mas o ateísmo prático. Este é o mais perigoso tipo. E o mundo, e mesmo a igreja, está repleta de pessoas que prestam culto com os lábios em lugar de um culto com a vida. E sempre há um perigo em que nós deixamos transparecer externamente que nós cremos em Deus, quando internamente não. Nós dizemos com nossas bocas que nós cremos nele, mas vivemos nossas vidas como se Ele nunca tivesse existido. Isto é o perigo sempre presente confrontando a religião. Isto é um tipo perigoso de ateísmo.

E eu penso meus amigos que isto é uma coisa que tem acontecido na América. Que nós temos inconscientemente deixado Deus para trás. Agora, nós não temos feito isso conscientemente; mas inconscientemente. Veja você, o texto, você se lembra do texto que dizia que os pais de Jesus seguiram uma jornada de um dia inteiro sem saber que ele não estava com eles? Eles não o deixaram para trás conscientemente. Foi sem querer; seguiram um dia inteiro e nem mesmo sabiam disso. Não foi um processo consciente. Veja você, nós não crescemos para dizer: “Agora Deus, adeus! Nós vamos deixar o Senhor agora.” O materialismo na América tem sido algo inconsciente. Desde a ascensão da Revolução Indústria na Inglaterra, e com as invenções de todos os nossos aparelhos e bugingangas, de todas as coisas do conforto moderno, nós inconscientemente deixamos Deus para trás. Nós não pretendíamos isto.

Nós apenas ficamos envolvidos em conseguir nossas contas bancárias graúdas que nós inconscientemente nos esquecemos de Deus. Nós não pretendíamos fazer isto. Nós ficamos tão envolvidos em conquistar nossos carros de luxo, e eles são mesmo ótimos, mas nós ficamos tão envolvidos nisso, que isto se tornou muito mais conveniente dirigir até à praia no domingo à tarde do que vir para a Igreja de manhã. Isto foi inconscientemente, não pretendíamos fazer isto.

Nós ficamos tão envolvidos e fascinados pelas tramas da televisão que nós achamos um pouco mais conveniente ficar em casa do que vir para a Igreja. Foi uma coisa inconsciente. Nós não pretendíamos fazer isto. Nós não apenas nos levantamos para dizer “ Agora Deus, nós vamos embora”. Nós temos seguido uma jornada de um dia inteiro, e então nós vimos que nós inconscientemente conduzimos Deus para fora do universo. Um dia inteiro de jornada – não queríamos fazer isto. Nós apenas ficamos tão envolvidos nas coisas, que nós nos esquecemos de Deus.



E este é o perigo que nos confronta, meus amigos, que em uma nação como a nossa, onde damos ênfase na produção em massa, e isto é de importância considerável, onde temos tantas conveniências e luxo e tudo o mais, há o perigo de que nós inconscientemente, nos esqueçamos de Deus. Eu não estou afirmando que aquelas coisas não sejam importantes; nós precisamos delas, nós precisamos de carros, nós precisamos de dinheiro; de tudo o que é importante para viver. Mas sempre quando elas se tornam em substitutos de Deus, elas são prejudiciais.

Eu devo dizer para vocês esta manhã, que nenhuma dessas coisas podem jamais ser substitutos reais para Deus. Automóveis e metrôs, TVs e rádios, dólares e centavos, nunca podem ser substitutos de Deus. Porque muito antes da existência delas, nós necessitamos de Deus. E por muito tempo depois que elas tiverem passado, nós ainda necessitaremos de Deus.

E para concluir, eu digo para vocês nesta manhã que eu não colocar minha o fundamento de minha fé nestas coisas. Eu não vou colocar minha a base de minha fé em bugigangas e invenções. Com um jovem com grande parte de minha vida ainda pela frente, eu decidi bem cedo dar minha vida por algo absoluto e eterno. Não para estes pequenos deuses que estão por aí hoje, e amanhã se vão, mas para Deus que é o mesmo ontem, hoje e para sempre.

Não nos pequenos deuses que podem estar conosco em poucos momentos de prosperidade, mas no Deus que caminha conosco através do vale da sombra da morte, e nos motiva a não temer mal algum. Este é o Deus.

Não em um deus que pode nos dar alguns carros Cadillacs e Buicks conversíveis, embora eles sejam lindos, que estão na moda hoje e ficarão fora de moda depois de três anos, mas em um Deus que criou as estrelas para ornar os céus como faróis tremeluzentes de eternidade.

Não em um deus que pode construir alguns edifícios arranha-céus, mas em um Deus que criou as gigantescas montanhas, beijando o céu, como se banhassem seus picos no imponente azul.

Não em um deus que pode nos dar alguns rádios e aparelhos de TV, mas em um Deus que criou a grande luz cósmica que se levanta cedo de manhã no horizonte leste, que pinta seu technicolor através do azul, algo que o homem nunca pode fazer.

Eu não vou por os fundamentos da minha fé em pequenos deuses que podem ser destruídos em uma era atômica, mas em um Deus que tem sido nosso socorro desde as eras passadas, e nossa esperança para os anos que virão, e nosso abrigo no tempo da tempestade, e nosso eterno lar. Este é o Deus em quem eu estou colocando o fundamento da minha fé. Este é o Deus que eu rogo a vocês para adorarem nesta manhã.

Saiam e estejam certos de que este Deus vai durar para sempre. Tempestades podem vir e ir. Nossos grandes edifícios arranha-céus podem vir e ir. Nossos belos automóveis virão e passarão, mas Deus estará aqui. As plantas podem desaparecer, as flores podem murchar, mas a palavra de nosso Deus permanecerá para sempre e nada pode impedi-la. Nenhum P-38 desde mundo pode alcançar Deus. Todas as nossas bombas atômicas jamais podem alcançá-lo. O Deus de quem eu estou falando para vocês nesta manhã é o Deus do universo, é o Deus que permanece através de todas as eras. Se nós temos que seguir em frente nesta manhã, nós temos que voltar para encontrar este Deus. Este é o Deus que exige e ordena a nossa máxima submissão

Se nós vamos seguir em frente, devemos voltar lá atrás e redescobrir estes valores preciosos: que toda realidade depende de fundamentos morais e que toda realidade tem um controle espiritual.

Deus abençoe vocês!



Source: http://www.stanford.edu/group/King/publications/sermons/contents.htm

Leia também o sermão O Manual da Igreja Construtiva
cruzue@gmail.com
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quinta-feira, agosto 15, 2013

Sonhos não Realizados - Sermão de Martin Luther King

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Martin Luther King.
Uma batida à meia-noite.


"UNFULFILLED DREANS"

Pastor Martin Luther King, Jr.


Tradução de João Cruzué

"Eu quero pregar nesta manhã sobre o tema: Sonhos inacabados. Sonhos não realizados. E vou usar como texto básico o capítulo 8, do primeiro livro de Reis. Às vezes ele passa despercebido; não é uma das passagens muito familiares do Velho Testamento, mas eu não me esquecerei jamais de quando o encontrei pela primeira vez. Ele me impactou com uma mensagem de significância cósmica, porque diz muito em tão poucas palavras, sobre as coisas que experimentamos nesta vida.

Davi, como você sabe, foi um grande Rei. E uma das coisas que era primordial na mente e no coração de Davi era a construção do grande templo. Construir o templo era considerado pelo povo judeu, o projeto da maior relevância a ser empreendido Esperava-se que o rei o levasse a cabo. Davi tinha este desejo e tentou iniciá-lo.

E então nós chegamos àquela passagem de I Reis, onde se lê: "E estava no coração de Davi, meu pai, construir uma casa para o nome do Senhor Deus de Israel. E o Senhor disse a Davi, meu pai, "Porquanto propuseste em teu coração edificar uma casa em meu nome, bem fizeste em ter proposto isso, no teu coração".

É sobre esse desejo que vou pregar nesta manhã: "Bem fizeste em propor isto em teu coração." Foi como se Deus dissesse: "Davi, você não será capaz de terminar o templo, mas eu quero te abençoar, por que isto estava em teu coração. Teu sonho não se cumprirá. A majestosa esperança que guiou teus dias não será suficiente para trazer à existência um templo que você não será capaz de construir. Mas eu te abençoo Davi, porque isto estava em teu coração. Você tinha desejo de fazê-lo, você tinha a intenção de fazê-lo, você tentou fazê-lo, você começou a construí-lo. E Eu te abençoo por ter este desejo e pela intenção no teu coração. É bom que isto estivesse em teu coração."


E muitos de nós começam a construir templos pela vida: templos de caráter, templos de justiça, templos de paz. E então, frequentemente, nós não os terminamos, porque a vida é como a Sinfonia Inacabada de Schubert. Em muitas ocasiões nós começamos, tentamos, nos preparamos, para construir uma variedade de templos. E eu acho que uma das grandes agonias da vida é que estamos constantemente tentando terminar aquilo que nos é inexequível. Nós somos compelidos a fazê-lo. E tanto nós, quanto Davi, nos encontramos diante de várias circunstâncias, tendo que enfrentar o fato de que nossos sonhos não serão realizados.

Agora, deixe-me dizer que a vida é uma história contínua de sonhos despedaçados. Mahatma Gandhi laborou por anos e anos em prol da independência do seu povo. E através da poderosa revolução da não-violência, ele foi capaz de conquistar aquela independência. Por muitos anos o povo indiano foi dominado politicamente, explorado economicamente, segregado e humilhado por forças estrangeiras, e Gandhi batalhava contra isso. Ele batalhou para unir seu próprio povo e nada era mais importante em sua mente do que um país grande e unido movendo-se em direção a um grandioso destino. Este era seu sonho.

Mas Gandhi tinha de enfrentar o fato de que seria assassinado, e morreria com o coração quebrantado, pois a nação que almejava unir, terminou dividida entre Índia e Paquistão, como resultado do conflito entre Hindus e Muçulmanos.

A vida é uma contínua história de projetos de construção de grandes templos sem capacidade para terminá-los.


O presidente Woodrow Wilson sonhou com a Liga das Nações, mas ele morreu antes que a promessa se cumprisse.

O apóstolo Paulo falou certo dia, sobre seu desejo de ir até a Espanha. O maior sonho de Paulo era levar o Evangelho à Espanha, mas Paulo nunca chegaria lá. Ele terminou seus dias na cela de um cárcere romano. Isso é a história da vida.

Tantos de nossos ancestrais costumavam cantar a liberdade. Eles sonharam o dia em que seriam capazes de sair da caverna da escravidão, da longa noite da injustiça. E eles costumavam cantar uma pequena canção: "Ninguém sabe dos meus problemas, ninguém sabe, a não ser Jesus" Eles pensavam de um dia melhor, e eles sonhavam seus sonhos. E eles cantavam: "Estou muito contente porque este problema não vai durar para sempre. Mais tarde, mais tarde, eu vou deitar fora o meu pesado fardo." E eles costumavam cantá-la, pois tinham um poderoso sonho. Entretanto muitos deles morreram antes de ver o cumprimento desse sonho.

E cada um de nós nesta manhã, de alguma maneira, está construindo algum tipo de templo. A batalha está sempre lá. Algumas vezes é bem desencorajador. Outras vezes, muito desencantador. Alguns de nós estão tentando construir um templo de paz. Nós falamos contra a guerra, nós protestamos, mas parece que nossa cabeça está batendo contra um muro de concreto. Parece não significar nada. E é muito frequente que ao construir o templo da paz, você seja deixado sozinho, desencorajado, confuso.

Bem, é a história da vida. E uma coisa que me faz feliz é que eu posso ouvir uma voz clamando através do tempo, dizendo: "Pode ser que não seja hoje, pode não ser amanhã, mas é bom que isto esteja em teu coração. É bom que você esteja tentando" Você pode não ver. O sonho pode não ser cumprido, mas é bom que você tenha um desejo de trazê-lo à realidade. É bom que ele esteja em teu coração.

Agradeçamos a Deus nesta manhã porque nós temos certeza de ter algo significativo em nossos corações. A vida é uma história contínua de sonhos despedaçados.

Agora deixe-me trazê-lo a outro ponto. Quando você estabelece construir um tempo criativo, seja ele qual for, você deve enfrentar o fato de que há uma tensão no centro do universo entre o bem e o mal. Ela está ali: uma tensão no coração do universo entre o bem e o mal. O hinduísmo refere-se a isto como um conflito entre a ilusão e a realidade. Platão explica que há uma tensão entre o corpo e a alma. O Zoroastrismo, uma religião antiga, costuma dizer que há um conflito entre o deus da luz e o deus da escuridão. O Judaísmo tradicional e o Cristianismo dizem que há uma tensão entre Deus e satanás. Qualquer nome que você chame, há uma luta no universo entre o bem e o mal.

Não é tão somente uma luta travada lá fora, em algum lugar entre as forças externas do universo, ela está sendo travada em nossas próprias vidas. Os psicólogos tratam o assunto a sua maneira, e assim dizem eles várias coisas. Sigmund Freud diz que esta tensão é uma crise entre o que ele chama de id e o superego.

Mas você sabe, alguns de nós sentem que há uma tensão entre Deus e o homem. E em cada um de nós, nesta manhã, há uma guerra em andamento. É uma guerra civil. Eu não quero saber quem seja você, Eu não quero saber onde você mora. Existe uma guerra civil acontecendo em sua vida. E cada vez que você levanta para ser bom, há alguma coisa empurrando você e lhe dizendo para ser mau. Isto acontece em sua vida. Toda vez que você se dispõe a amar, alguma coisa continua atraindo você, tentando fazer com que você odeie. Cada vez que você se prepara para ser gentil e dizer coisas boas sobre as pessoas, algo esteja perturbando você para ser ciumento e invejoso, para espalhar o mal e difamar.

 uma guerra civil acontecendo. Existe uma esquizofrenia, como diriam os psicólogos ou os psiquiatras, acontecendo dentro de todos nós. E há momentos em que todos nós sabemos que de alguma maneira há em nós um Mr. Hyde e um Dr. Jekyll. E nós terminamos por chorar como Ovídio, o poeta romano: "Eu vejo e aprovo as coisas boas da vida, entretanto são as más que eu faço". E terminamos por concordar com Platão: Que a personalidade humana é como uma carruagem com dois cavalos teimosos, cada um querendo seguir por uma direção. Outras vezes nós terminamos clamando como Santo Agostinho, quando ele diz em suas Confissões: "Ó Senhor, faze-me puro, mas não agora". Ou como o apóstolo Paulo: "O bem que eu quero, não faço. E o mal que não desejo, isto faço". Ou nós terminamos dizendo como Goethe: "Que há várias coisas em mim, o bastante para fazer de mim um cavalheiro e um velhaco. Existe uma tensão no interior da natureza humana. E sempre quando nós nos propomos a sonhar nossos sonhos e construir nossos templos, devemos ser honestos o bastante para reconhecê-la.

De volta ao texto básico. Em uma análise final, Deus não nos julga por incidentes separados ou por enganos isolados que fazemos, mas pela inclinação total de nossas vidas. Na análise final, Deus sabe que seus filhos são fracos, que são frágeis. Em uma análise final, o que Deus requer é que nossos corações sejam retos. A salvação não está na conquista da moralidade absoluta, mas no processo e na estrada certos.

Existe uma rodovia chamada BR-80. Eu tenho viajado nesta rodovia de Selma, no Alabama, até Montgomery. Mas eu nunca vou esquecer da minha primeira experiência coma HW-80, quando eu estava dirigindo ao lado de Coretta, Ralph e Juanita Abernathy para a Califórnia. Nós saímos de Montgomery direto para Los Angeles pela "Highway" 80 - e ela pode levar a vários caminhos para fora de Los Angeles. Sabe, mesmo sendo um homem bom ou uma boa mulher, isto não quer dizer que você vai chegar a Los Angeles. Simplesmente quer dizer que você está na Highway 80. Pode ser que você não tenha se esquecido [dos lugares] de Selma, Meridian, Mississipi, Monroe, Louisiania - isto não vem ao caso. A questão é se você está na estrada certa. A salvação é estar na estrada certa, mesmo que não tenha ainda alcançado o destino.

Oh! Eu tenho finalmente que enfrentar o fato de que não há ninguém bom, a não ser o Pai. Todavia, se você estiver na estrada certa, Deus tem o poder, Ele tem algo chamado Graça. Ele coloca você onde você precisa estar.

Agora, uma coisa terrível na vida é tentar chegar a Los Angeles pela HW-78. É quando você está perdido. Aquela ovelha da parábola estava perdida, não meramente porque ela estava fazendo alguma coisa errada, mas porque estava no caminho errado. Ela nem mesmo sabia para onde estava indo; ela ficou tão distraída no que estava fazendo, mordiscando a grama verdinha, que entrou pelo caminho errado. A salvação é ter certeza de que você está no caminho certo. É bom - como nós gostamos - que isto esteja em nosso coração.
Algumas semanas atrás, alguém estava me dizendo algo sobre uma pessoa que eu tenho um grande respeito. E tentavam dizer alguma coisa que não soava muito bem a respeito de seu caráter, sobre algo que estava fazendo. E eu disse: número 1: Eu não acredito nisso. Mas número 2: mesmo que esteja, ele é um bom homem porque seu coração é reto. E em última análise, Deus não vai julgá-lo por um erro isolado que esteja fazendo, se a inclinação da sua vida é reta.

E a questão que quero levantar nesta semana com você é : Seu coração é reto? Se o seu coração não é reto, conserte-o hoje; peça a Deus para consertá-lo. Encontre alguém que seja capaz de dizer sobre você: "Ele pode não ter alcançado as alturas superiores, ele pode não ter realizado todos os seus sonhos, mas ele tentou." Não seria uma coisa maravilhosa para alguém dizer assim sobre você? "Ele tentou ser um homem justo. Ele tentou ser um homem honesto. Seu coração estava no lugar certo." E eu posso ouvir uma voz dizendo, clamando através da eternidade "Eu me agradei de ti" Tu és uma vaso da minha graça porque isto estava em teu coração" E é tão bom que isto estava em teu coração"

Eu não sei nesta manhã que é você, mas eu posso dar um testemunho. Você não precisa sair por aí dizendo nesta manhã que Martin Luther King é um santo. Oh! não. Eu quero que você saiba nesta manha que eu sou um pecador como todos os filhos de Deus. Mas eu quer ser um bom homem. E eu quer ouvir uma voz dizendo para mim, um dia: "Eu te escolhi e eu te abençoo, porque você tenta. É bom que isto estava em teu coração." O que há em seu coração nesta manhã?

Oh! Nesta manhã, se eu puder deixar alguma coisa com você, deixe-me adverti-lo para estar bem certo de ter um forte barco para sua fé. Os ventos vão soprar. As tempestades do desapontamento estão vindo. As agonias e as angústias da vida estão chegando. E tenha certeza de que seu barco é forte, e também esteja muito certo de ter uma âncora. Em tempos iguais a estes, v
ocê precisa de uma âncora. E esteja bem certo de que sua âncora segura o barco.

Estará escuro algumas vezes, e triste tentar, e tribulações virão. Mas se você tiver fé no Deus, de quem eu estou falando nesta manhã, não importa. Por que você pode se erguer no meio das tempestades. E eu digo para você da experiência desta manhã, sim, eu vi um flash do relâmpago. Eu já ouvi o estrondo do trovão. Eu senti o mal tentando conquistar minha alma. Mas eu ouvi a voz de Jesus, dizendo ainda para lutar. Ele prometeu nunca me deixar, nunca me deixar sozinho. Não, sozinho, nunca! Ele prometeu nunca me deixar. Nunca me deixar só.

E quando você tiver esta fé, você pode caminhar com seus pés firmes sobre o chão e sua cabeça para cima, e você não temerá o homem. E você não temerá nada que chegar diante de você. Porque você sabe que ainda está em Creta. Se você subir aos céus, Deus está lá. Se você descer ao inferno, Deus também está lá. Se você tomar as asas do vendo nesta manhã e voar para os lugares mais remotos do mar, deus também está lá. Para qualquer lugar que nos virarmos nós O encontraremos. Nós não podemos escapar Dele".
Fonte: Stanford University






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domingo, agosto 11, 2013

Café com Jesus

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Planos de Envolvimento
Café com Jesus
João Cruzué

A Paz do Senhor Jesus Cristo!

É muito bom chegar o sábado, depois de uma semana de bastante trabalho. E esta semana marcou minha volta das férias. De segunda à sexta-feira eu prossegui com meu plano de caminhadas. cinco vezes, da Estação da Luz à Rua São Caetano, Cantareira, Mercado Municipal, 25 de Março até à Praça da Sé. Mais ou menos três quilômetros, aproveitando o tempo, isto é, levantando mais cedo e descendo longe do trabalho. Com este plano, pretendo, durante o inverno, perder um pouco de peso. Aproveitei o assunto para estabelecer uma analogia entre planos pessoais e planos de serviço na obra do Senhor. E se você tem pensado, e ainda não foi adiante, em fazer alguma coisa que tem desejado para glória do nome do Senhor, venha tomar este café comigo, a três, porque Jesus vai estar presente.

Lembro-me de um episódio registrado no Livro "A Cruz e o Punhal", best seller escrito pelo Pastor David Wilkerson, recentemente falecido em um acidente de carro nos Estados Unidos. Ele contou que tinha uma vida pastoral confortável e tempo de sobra para assistir a umas quatro horas de TV, à noite. Então ele estabeleceu um plano: Iria deixar, por uma hora, de assistir Televisão, para se dedicar à oração. Isso: deixar por uma hora a TV para orar. Parece tão pouco, mas foi isso que produziu uma mudança radical em sua vida para sempre. . Aquelas orações deram início ao Desafio Jovem (Teen Challenger) as Casas de Recuperação de pessoas com problemas com drogas. Seu plano estava dentro da vontade de Deus, e foi uma bênção.


Vou escolher um assunto bem parecido na Bíblia Sagrada. Neemias era um judeu expatriado e servia como copeiro do Rei Artaxerxes, da Pérsia. Um dia ele soube que alguns amigos seus tinham voltado de Jerusalém e foi conversar com eles. Foi aqui que ele ouviu que: Jerusalém estava com os muros fendidos, os portões queimados e os judeus que não foram deportados em grande miséria. Aquelas más notícias doeram seu coração. E ele chorou muito ao ouvir aquilo. E no último verso do capítulo 1, mostra que este trecho de oração: Faze prosperar hoje teu servo e dá-lhe graça perante este homem (o Rei). Ele também tinha um plano no seu coração, aquele plano estava e-x-a-t-a-m-e-n-t-e dentro da vontade de Deus.

Causa e consequência.

E por último vou acrescentar algo parecido em minha experiência de vida. Eu sempre gostei muito de evangelizar com literatura. E certa vez, recebi 500 livretos do Evangelho S. João enviados pela Sociedade Bíblica Trinitariana de Londres. Reparti os 500 em três volumes - de 150, 150 e 200 e os levei para distribuição em cadeias de três distritos policiais da Zona Sul de São Paulo. Isso foi em janeiro de 1995. Seis anos depois veio a primeira notícia.

Um presidiário da "P1" de Avaré escreveu-me uma carta e como envelope dobrou uma folha de papel sulfite cor-de-rosa. Naquela carta ele contava que havia uma congregação de 70 detentos naquele lugar. Que eles precisavam de orações, folhetos para evangelizar e algumas Bíblias. E esta carta veio com uma conclusão muito educada. Ela dizia assim: ...Se fosse possível atendê-lo, muito obrigado! E se não fosse possível, obrigado do mesmo jeito. Esta forma humilde de agradecimento levou a traçar um plano, que vingou, prosperou, e me levou a enviar mais de 500 kg de literatura cristã USADA para mais de 30 penitenciárias paulistas, mais de 500 cartas recebidas de pedidos e agradecimentos. E mais uma coisa, comecei bem no tempo mais complicado - no começo de 2001, o ano que explodiram as rebeliões do PCC. De 2001 a 2003 - dois anos e meio coletando e remetendo caixas de Lições de Escola Dominical, usadas, e Bíblias.

E como foi o meu planejamento? Depois de ter enviado a primeira caixa, com 13 quilos, eu me senti compelido a continuar. Era madrugada em abril de 2001. Como não achei o caderno, peguei uma agenda antiga e fui escrevendo nela: Em dois anos queria ter endereços de dirigentes de congregações do cárcere em 50 prisões paulistas. Em dois anos, fiz uma previsão para enviar uma tonelada de literatura usada. Resultado: no final dos dois anos, tinha 50 endereços completos e comunicação com dirigentes de 48 "igrejas do cárcere". Apenas de meu empenho pessoal consegui remeter meia tonelada, mas tem um detalhe: O Jornal "Mensageiro da Paz" divulgou este trabalho. Eu cheguei a receber caixas de literatura usada/nova de estados com o Pará e o Rio Grande do Sul, daqueles que não quiseram fazer a remessa direto às prisões. E disso não tive como conferir a quantidade. Posso dizer sem receio, que era algo da vontade de Deus que veio ao meu coração para fazer - e prosperou porque foi detalhado em um plano.

Deus trabalha com planos.

No post anterior, "A alegria do Senhor é a nossa força", eu escrevi sobre a bênção de estar trabalhando em algo que glorifica o nome do senhor. No tempo e no lugar certos. E quando você está OCUPADO com algo, que vem do coração DEUS, com CERTEZA, a alegria do ESPÍRITO SANTO fica refletida em seu rosto. O Seu rosto brilha e irradia felicidade, mesmo em dias de lutas ciclópicas.

É para conversar sobre isso que convidei "você" para tomar este cafezinho, juntos, na presença de Jesus. Daí, a explicação de "Café com Jesus".

Não sei se você já notou, que dependendo da Igreja, quando você olha para o rosto dos crentes vê aquela multidão de pessoas com os semblantes preocupados, sóbrios, com testas franzidas, sem nenhum traço de felicidade. Eu sei que não é assim na sua Igreja, mas acontece muito disso por aí... E eu preciso falar sobre este assunto, porque passei por eternos onze anos de desemprego e muitas lutas, para sobreviver. O final deles coincidiu com meu envolvimento com a missão de enviar literatura para presídios.

A alegria do Espírito Santo surge em nossa vida quando nós fazemos algo que alegra o SENHOR. Por exemplo: quando aceitamos Jesus, quando nos batizamos. Se dermos ouvidos à voz do Espírito de Deus, esta alegria aumenta e o brilho em nosso rosto permanece. Mas por falta de discernimento e falta de zelo de muitos pastores, você não é incentivado ou cobrado, para encontrar o propósito de Deus para sua vida. Tem o propósito de cada dia, o propósito para um ano, as missões especiais, e um ministério para uma vida toda. Mas tem que ser com CERTEZA. Estar no lugar certo, fazendo a coisa certa e no tempo certo. Lugar, objetivo e ocasião.

Para ficar por aqui: a maioria dos crentes que anda com "cara" de quem chupou limão ultimamente tem duas explicações: ou eles preferem a zona de conforto de não se envolverem com nada - e por isso vão mesmo perder o brilho do Espírito Santo, ou eles não têm pastores para ensiná-los e cobrá-los de envolvimento.

Sem agradar o Senhor, você vai perder o brilho do rosto, porque o Espírito Santo quer agitar seu coração, tinir os seus ouvidos, para trabalhar em coisas que honrem e glorifiquem o nome do Senhor. Se isto não é feito, ele se entristece em você. E um dia vai embora e deixa para trás um rosto triste, sem brilho e sem graça. Aí, você não mais vai poder dizer "A Alegria do Senhor é a minha força."

Faça planos para agradar o Senhor. Quem sabe hoje de madrugada você vai se sentar à mesa, pegar um caderno e escrever algumas linhas para ações nos próximos meses? Se os olhos do Senhor nesse momento se voltarem para você e contemplar isso, você não imagina do que Deus é capaz.

Foi assim que Deus me ensinou. E foi fazendo assim que o Senhor deu-me vitória depois de onze anos de desemprego - estando na idade dos 50. Quero terminar este café, orando com você.

Senhor Jesus Cristo, aí está meu irmão do outro lado dessa mesa. O Senhor conhece cada dia seu, cada luta e cada necessidade. Se ele estiver triste e sobrecarregado com pesada luta, da mesma forma que o Senhor cuidou de mim, cuida dele, Senhor. Mostre ainda hoje, ou nesta semana, algo que vai depender dele para fazer. Para que ele conheça os detalhes e possa planejar ações que levem o teu amor, Senhor, aos mais necessitados que ele. Amém.


Em Cristo,


Irmão João Cruzué



Se você gostou deste texto, ele é consequência deste outro: A alegria do Senhor é a nossa força



cruzue@gmail.com
















segunda-feira, agosto 05, 2013

Por que Deus permite a depressão?

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Vale da Morte - Califórnia


"Faze-me saber os teus caminhos Senhor; ensina-me as tuas veredas.
Guia-me na tua verdade e ensina-me, pois tu és o Deus da minha salvação; 
por ti estou esperando todo dia" Salmo 25: 4-5.




João Cruzué  


Um fato é inegável: nós cristãos não estamos livres da crise nem da depressão. Elas podem atingir a todos, crentes e descrentes, sem distinção. Já tenho escrito algumas vezes sobre isso, porque eu estive lá, foram 11 longos anos de desemprego, onde o pão de cada dia da minha casa foi diminuindo, diminuindo, até quase secar. Apesar ser graduado, falar duas línguas, ter trabalhado com estrangeiros por mais de dez anos, quando a porta se fechou, parece que alguém jogou a chave fora. Eu fiquei sozinho. 

O conteúdo deste texto não vai ser técnico. Não vou dissertar sobre os "n" passos para vencer a depressão. Vou, sim,  dar meu testemunho de como passei por ela e que lição tirei dessa experiência muito difícil, para compartilhar com você - que está lendo isso agora e precisa ouvir uma palavra de Deus.

Sem rodeios. Deus permite que passemos alguns dias (ou anos) no vale da depressão porque tem um propósito especial em nossa vida. Para encontrar este caminho e conhecer este propósito temos um problema: nós mesmos. Somos por demais vaidosos, nossa vontade costuma prevalecer sobre a vontade de Deus, nossa oração é pouca, nossa zona de conforto, esplêndida e nossos planos, humanos. Com tantos cuidados desta vida, perdemos o foco e nos desgarramos do caminho da vontade de Deus - o nosso SENHOR.

De repente, eu comecei a enviar currículos. Diquei desempregado em 31.07.1992. O ano de 1992 se passou e nada de uma porta de emprego aberta. Veio 1993, continuei enviando currículos. Sem nada à vista, apesar de ser contador graduado, profissional competente para fazer balanços em português e inglês, lá fui eu para o sítio. Fui plantar tomates. Preços ruins, 800 km longe de casa. Longe da família, uma senhora luta. Não deu prejuízos, ganhei o suficiente para alguns meses. Veio 1994; refiz e enviei outros currículos. Nada!

Em 1994. Se de um lado os ventos da luta financeira sopravam trazendo a secura do deserto, na vida espiritual as coisas não estavam no mesmo plano. Comecei a dirigir minha primeira congregação, cooperando com o saudoso pastor Luiz Vicente Branco. Foram 67 meses cuidando da congregação da Assembleia de Deus do Parque Santo Antonio. Sim, sessenta e sete, porque eu não sairia com "66". A Igreja não percebia tanto a luta que passávamos, pois os cultos eram muito bons. As festas de Círculo de Oração e de grupo de Crianças, maravilhosas.

Em 1995, meus pais nos emprestaram uma quantia para o início de um comércio. A recessão pós-Collor estava só começando e não sabíamos. Prejuízo de 30 mil reais. Nossa filha mais velha, estava em colégio particular. Tiramos. Nossos móveis de quarto, sala e cozinha, todos velhos, nós deixamos. Nossa linha de telefone fixo, que valia na época R$5.200,00, nós a vendemos para pagar dívidas. Nosso carrinho velho, um Chevette Hatch ano 80, sem licenciamento desde 1992. Bebia um litro de óleo por semana. Em 1996, durante cinco meses do ano não tínhamos como fazer compras no supermercado. Foi neste ano que, certo dia, voltei para casa com meio quilo de café. Eu orei, dei graças, e aprendi o valor das pequenas coisas.

Por algum tempo busquei ouvir uma palavra do Senhor para mim nas casas de três irmãs "profetas", como não havia resposta à vista, fiquei dependendo apenas das minhas orações e das orações dos mais íntimos. Quando o dinheiro falta, nós orávamos. Invariavelmente, minha mãe ou minha cunhada se comunicavam conosco. Deus falava com elas, e elas nos socorriam.

Em 1997, nós não tínhamos dinheiro para pagar as últimas prestações da nossa casa. Era o 15º ano. O último. O Bradesco contratara um escritório de cobrança e fizemos um acordo para pagar os atrasados. Não pudemos honrar o compromisso ajustado. Se não fora a ajuda de uma amiga de minha esposa, nossa casa tinha ido para Leilão. Já tínhamos recebido o aviso. Esta irmã, tirou seu dinheiro da poupança e nos entregou faltando um ou dois dias para o prazo fatal. Aqui, Deus cumpriu sua promessa que está escrita no salmo 23 - Senhor é meu Pastor, e as coisa básicas para a sobrevivência da minha casa Ele não deixará faltar.

A luta não diminuiu. O pão continuava escasso. Em agosto de 2000, eu precisei pedir licença ao Pastor Luiz para cuidar de assuntos familiares. Minha mãe estava precisando de cuidados, e minha família também. Não tínhamos nenhuma porta aberta e eu tive que me "virar". Enquanto atendia a minha mãe, me dediquei ao plantio de um hectare de mandiocas. Veio a seca e levou 1/3 do que havia nascido. Replantei e aguei por 45 dias. A chuva veio e com ela as ervas daninhas, mais altas que os pés de mandioca. Eu chorei. Mas em duas semanas tudo ficou limpo. Tempos de chuva, muito barro, e uma nuvem de mosquitinhos pólvora picando as duas orelhas. A seca e o mato ficaram para trás. O mandiocal cresceu tanto e era tão verde que parecia a "Floresta Amazônica." Meu pastor havia me dado um versículo, que dizia que Deus estava comigo. E estava. Vendi mandiocas por quase dois anos. Foram mais de 50 toneladas.

No começo de 2001, eu acabara de voltar da limpeza das ervas daninhas do mandiocal. Não preciso nem dizer que todo ano, eu continuava enviando currículos, fazendo alguns bicos como contador, com muito pouco resultado. Mas aí, eu entrei na reta final dos onze anos de muitas lutas e aflições financeiras. Ainda faltavam dois anos para os dias no vale terminarem. Não estava mais dirigindo congregação. Também não era mais preciso ficar olhando os pés de mandioca crescerem. Era ano novo e eu estava sozinho em casa. Em São Paulo. A família estava com meu sogro, em outro estado. E foi exatamente na primeira semana de janeiro de 2001 que eu recebi uma carta de um presidiário crente da Penitenciária I de Avaré.

Era o primeiro retorno em seis anos, de alguns folhetos que distribui para ser entregues aos presos dos três distritos policiais próximos de minha casa. Eu estava começando a acertar o caminho da vontade de Deus para mim.

Sim, eu estava deprimido. Desconheço alguém que fique desempregado por nove anos seguidos, que não esteja abalado em todas as áreas de sua vida. E estes abalos vêm principalmente da frustração de querer, mas não poder trazer o pão para dentro de casa. Não me esquecendo de mencionar as palavras ruins que nos momentos de grande angústia, nossos familiares e vizinhos valam. Você já foi chamado de lixo? Você já perdeu toda moral diante da família, por ser um imprestável? Você já foi para uma entrevista suando, tremendo e sabendo que vai ser mais uma portada na "cara"? Sim eu me especializei nestas coisas. Podem não ser as mesmas pelas quais você passa, mas elas produzem as mesmas feridas.

Embora todos me aconselhassem do contrário, o Espírito Santo me convenceu de uma maneira que eu comecei a ajuntar literatura evangélica usada. Depois eu as embalava em caixas de 13 ou 18 ou 23 kg. E as mandava para os presídios onde conhecia os dirigentes das "igrejinhas" do cárcere. Todos tinham medo, mas o Espírito me disse no início: "Lança o teu pão sobre as águas, porque, depois de muitos dias o acharás." Eu mandava as caixas depois de cheias pelo correio, e pelo sistema de encomenda normal. Para conhecer os nomes de presos que lideravam os grupos que eram as Igrejas dentro dos presídios, eu escrevia cartas sociais. A primeira caixa com 13,600 kg seguiu para a PI de Avaré com 150 revistas usadas de Escola Dominical e uns 16 Bíblias. Durante dois anos e meio eu continuei firme nesta missão. Eu orei e planejei descobrir o nome de presos dirigentes de congregações em 50 cárceres em dois anos. Fiquei a duas congregações desta meta. Foram mais de 500 kg de revistas e bíblias para cerca de 30 penitenciárias diferentes, a maioria no Interior paulista. Escrevia muitas cartas de aconselhamentos. Quase tantas quantos foram os currículos que enviei.

Eu comecei no ministério de literatura para presos no mesmo período que explodiram as 29 rebeliões do PCC no Estado de São Paulo. Eu recebi minha primeira carta de preso em janeiro. Em 18 de fevereiro de 2001, as rebeliões vieram. A primeira caixa de literatura seguiu em março do mesmo ano. A assistência religiosa nos presídios do Interior paulista cessou por causa das rebeliões. Era muito arriscado. As autoridades fecharam as portas. E Deus me preparou para atender com literatura neste tempo.

Se eu estivesse na minha vida confortável e próspera dos anos 80, eu jamais teria coragem de recolher literatura para presos. Meu próprio pastor me avisou que aquele trabalho não iria me dar nenhuma projeção ministerial. Eu continuei, porque sentiu a alegria do Espírito em mim. E se não fora esta ocupação, o gelo que levei dos colegas de ministério depois que saí de licença da congregação que dirigia para atender minha mãe, minha fé não teria sobrevivido. Deus me ocupou nisso para dar alguma relevância para uma pessoa que se sentia exatamente um lixo.

Na Estrada de Itapecerica tem um CDD - Centro de Distribuição Domiciliar dos Correios. Ali, durante dois anos e meio eu postei centenas de cartas de aconselhamento e comunicação com presos crentes. Ao lado deste CDD tem o Hospital Municipal do Campo Limpo. E Deus olhou para mim, e quando eu estava indo para o terceiro ano de ministério com literatura usada para presos, Deus me abriu a porta para trabalhar como contador em regime de emergência. Depois veio o concurso e eu passei em primeiro lugar. Contador concursado. Fiquei ali até o início deste ano - 2009. Pertinho da minha casa. Ia a pé. Depois de seis anos naquele lugar, fui trabalhar no Centro. E a Prefeitura de São Paulo gostou do meu trabalho, e convidou-me (três vezes) para fazer parte do time de contadores da Secretaria de Finanças. Fui aprovado em três entrevistas. A última, com o próprio Secretário. E ele me deu a boas vindas à nova Casa.

E o que tem o Salmo 25 com tudo isto?

A partir do momento que eu percebi que o desemprego começou a ficar longo, eu invadi o meu coração. E procurei em todos os cantinhos onde estava o pecado que me impedia de orar e ser ouvido por Deus. E eu tomei a "vassoura" do concerto e comecei a varrer e a perguntar: Senhor onde está esse pecado, para que eu possa confessá-lo e me endireitar diante de Ti? Ele nunca me falou. Só muitos anos depois eu entendi o seu propósito. Foi a partir desses 11 anos de deserta que eu aprendi que o Senhor é o meu SENHOR. Ele manda em mim, e eu obedeço. Ele tinha um segredo para me dizer, mas eu não tinha tempo nem ouvidos. Mas um dia, nove anos depois, quando eu abri a primeira carta de um preso e vi que tinha o mesmo carimbo que eu havia perdido há seis anos, eu percebi que Deus estava falando comigo. E quando eu entendi o espaço de tempo que aquela carta representava, os pelos dos meus braços deram glória a Deus, meu coração se encolheu e eu ouvi uma voz dentro do meu espírito que dizia: "Lança o teu pão sobre as águas, porque, depois de muitos dias o acharás"

E por dois anos e meio eu lancei o pão. Fiz o que Deus queria que eu fizesse. E fiz com paixão. Quando eu chegava em alguma congregação ou na reunião dos obreiros, os crentes olhavam para o meu rosto e se lembravam das literaturas dos presos. Até hoje ainda me dão revistas para o cárcere.

O tempo de chorar terminou em 14 de julho de 2003. De lá para cá, nestes últimos seis anos, minha família e eu temos sido muito abençoados. A cada ano, as bênçãos aumentam. Mas eu não me alegro tanto por elas, mas por saber que a presença do Senhor está conosco. Que ele me mostrou um caminho mais excelente. Ele me corrigiu e mostrou que havia um serviço especial que era de minha responsabilidade fazê-lo. E como recordação me deixou mais de 500 cartas do cárcere.

Por que Deus permite a crise, a depressão ou um duro quebrantamento em nossa vida?

Eu entendi que ele queria que eu o chamasse de Pai. Que sua vontade era diferente da minha. Que para me mostrar o caminho era preciso 11 anos de desemprego e outros abalos. Que ele estava cuidando para que tivesse raízes mais profundas, para alicerce das grandes bênçãos e pelas outras maiores que Ele me dará. É no vale que se aprofundam as raízes. Hoje eu olho para aqueles anos e dou graças a Deus por eles. Eles não me aniquilaram, senão me tornaram mais humilde, servil, e apaixonado pelo serviço dele.

Não tomei nenhum calmante, nem qualquer medicamento para vencer a depressão. Usei uma receita que funcionou muito bem comigo e vai funcionar com você. Eu fazia longas caminhadas. Todo dia. E durante as caminhadas eu orava. O exercício físico resolve os problemas de ordem física. A oração vai até o trono da Graça de Deus. Do possível você cuida, e Deus cuida do impossível. Você somente vai conseguir arrancar a tristeza cotidiana com exercícios e oração. É no campo espiritual que você renova suas forças, quando fala com Deus, quando pede ajuda, quando chora nos ouvidos dele. Ele não vai interferir nem tirar você do deserto enquanto não for o tempo. A companhia dele você vai ter. Saiba disso, agradeça por isso, e se alegre pela resposta, pois cada dia no vale também significa menos um dia para a sua virada.

Não vá sair por aí ajuntando literatura para presos como eu ajuntei. Enquanto não ouvir a voz de Deus claramente em sua alma não arrisque em coisas incertas. Enquanto não souber o ministério especial que Deus, porventura, queira que você trabalhe, cuide normalmente de sua fé indo e participando das atividades da casa do Senhor onde você congrega.

Desejo, sinceramente, que seus dias no vale não sejam de forma alguma tão longos quanto o meu. E para terminar vou repetir: Quando Deus permite que um Cristão passe por períodos difíceis, com certeza é para que fique preparado para bênçãos maiores e ministérios maiores.

Quem diria que daquela atividade de escrever cartas para presos, Deus me ensinaria escrever um blog que hoje recebe mais de 1.000 leitores em média por dia? Pense nisto. Foi uma mudança e tanto.



"Qual é o homem que teme a Deus?
Ele o ensinará no caminho que deve escolher. 
O segredo do Senhor é para os que o temem; 
e Ele lhes fará saber o seu concerto."
Salmo 25: 12 e 14.
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Adolescentes Cristãos - Oi razões para esperar


OITO RAZÕES PARA ESPERAR
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DIGA NÃO AO SEXO ANTES DO CASAMENTO.

Por Josh McDowell

"¿Qué razones dar a los adolescentes para que se abstengan de las relaciones premaritales? Hay una razón básica, Dios nos lo prohibe. No obstante, Dios nos ha dado numerosas razones para obedecer su mandamiento y es vitalmente importante conocerlas. El autor nos ofrece ocho buenas razones para que sus adolescentes esperen.

Hay una razón básica para abstenerse de la relación premarital: porque Dios lo dice. Si Él dice que el sexo prematrimonial está prohibido (y lo ha dicho) entonces es causa suficiente para refrenarse de tal conducta. No obstante, Dios nos ha dado numerosas razones para obedecer su mandamiento y es vitalmente importante conocerlas porque es conocer el por qué.

¿POR QUÉ ESPERAR?
Tenemos ocho buenas razones para que tu adolescente espere, cuatro son beneficios y las otras cuatro consecuencias.

BENEFICIOS1. El esperar favorece una relación personal, más que física.
Todos deseamos una relación de amor íntimo y el sexo es la expresión física de esa relación. Pero es sólo un reflejo de intimidad, no la causa. Cuando el sexo está primero que una relación personal, no deja que el verdadero amor se desarrolle.

2. El esperar desarrolla el carácter.
El sexo está diseñado para experimentarse entre dos personas casadas, construido sobre autocontrol, disciplina, sensibilidad, paciencia, compromiso, confianza y fidelidad. Cuando está gobernado por esas cualidades capacita a la pareja para gozar de grandes profundidades en intimidad y unidad. Cuando esto se halla en el carácter, son el fundamento para la continuidad y la satisfacción de una relación y del matrimonio.

3. El esperar asegura una relación confiable.
La confianza es fundamental para el matrimonio. Cuando un esposo o una esposa sabe que el otro ha esperado, se fortalece el factor de confianza. Si un hombre y una mujer pueden esperar hasta el casamiento para consumar el sexo, hay una confianza agregada de que él o ella se mantendrá fiel después del matrimonio.

4. El esperar construye una buena autoestima.
El esperar desarrolla el carácter y, mientras el adolescente ve que así sucede, su autoimagen mejora.

CONSECUENCIAS1. No esperar significa tener recuerdos con qué batallar.
Una de las bellezas de nuestra mente es su capacidad para recordar. Es así que los recuerdos de experiencias sexuales pasadas vuelven a rondar como «fantasmas sexuales». Decenas de jóvenes me han contado cómo batallan contra el miedo de la «comparación», al relacionar el presente con el funcionamiento sexual de otras parejas. En muchos casos, esta ha destruido la relación. Aun años más tarde, burlándose de la saludable relación o matrimonio, esos fantasmas pueden retornar.

2. El no esperar carcome la autoestima.
La culpa y los remordimientos acompañan generalmente a las relaciones prematrimoniales. Si no se trata debidamente, devastará la autoestima de una persona joven.

3. El no esperar significa la posibilidad de embarazo.Un embarazo no planeado causa inmenso sufrimiento a la chica, al muchacho, a los padres y al bebé.

4. Hay 34.000 otras razones para esperar
Ese es el número de nuevas enfermedades por transmisión sexual que se reportan diariamente. Las consecuencias de estas enfermedades incluyen dolor físico, daños cerebrales en los recién nacidos, esterilidad y aun la muerte.

ENSEÑA EL CONTEXTO DE LO POSITIVO

Siempre que Dios emite un mandamiento negativo tal como «¡Espera!», lo hace con dos motivos positivos: protegernos y proveer para nosotros. Él sabe que si el sexo va a ser importante, deberá ser experimentado dentro de cierto contexto. Sus leyes, restricciones y mandamientos establecen los beneficios y es la guía que define amor, relación y matrimonio en su máxima expresión. Es liberador saber que la motivación de Dios para prohibir algunas cosas es para protegernos de influencias destructivas y proveernos de todo lo que necesitamos física, emocional y espiritualmente.

El rey David es un ejemplo de cómo el violar los mandamientos morales de Dios trae dolor al corazón. Después que David cometió adulterio, Dios dijo: «Yo te ungí por rey sobre Israel, y te libré de mano de Saúl, y te di la casa de tu señor, y las mujeres de tu señor en tu seno; además te di la casa de Israel y de Judá; y si esto fuera poco, te habría añadido mucho más» (2 Sa. 12.7, 8).

Sin embargo David «estimó de poco valor» la provisión de Dios y trató de satisfacer sus necesidades a su manera. Esto resultó en muerte, violación, conspiración y disturbio. Pero a través de ello, la misericordia de Dios era evidente. En el Salmo 37.4, 5 David expresó cómo aprendió luego a confiar en un amante Dios que estaba deseoso de proveer y era capaz de hacerlo para todas sus necesidades y protegerlo del mal.

Tanto como sea posible, explícale al adolescente las razones que están detrás de las restricciones que pones sobre él. Comunícale que sólo quieres lo que es mejor para él. No te sorprendas si se enoja contra ti. La mayoría cree que «sabe lo que es mejor» para su vida, pero tú mantente en la postura.

Tarde o temprano, el punto principal será entendido: que tú lo amas, y que los límites de tu amor, que provienen de un amante Dios, son para protegerlo y proveer para Él."




Leia 2ª parte : Amor, casamento e sexo 2

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