domingo, julho 26, 2015

As cinco direções do olhar - O olhar para trás


O filho pródigo
Autor: João Cruzué
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Nossa maneira de olhar para as coisas do cotidiano afetam diretamente nossa capacidade de ser abençoados por Deus. Já contei em meu testemunho algumas de minhas lutas, principalmente o que aconteceu durante um período de onze longos anos de desemprego. Devo confessar que não sou um mestre em estratégias de como vencer lutas e tribulações, mas já estive no deserto e não estaria longe da verdade se dissesse que o cristão enfrenta periodicamente algum tipo de luta. Há pelo menos cinco direções para um olhar e a maneira como o direcionamos é decisiva para vencer ou fracassar, agradar a Deus ou abandoná-lo. Assim, quero escrever neste primeiro post uma pequena  reflexão sobre o olhar para trás

Restituição. Olhar para trás para tentar concertar coisas erradas do passado. Zaqueu, depois do encontro com Jesus,  olhou para trás quando disse que daria a metade de seus bens para os pobres e se em alguma coisa tivesse defraudado alguém restituiria o prejuízo, devolvendo quatro vezes mais. Esta atitude está de acordo com o que está escrito em Apocalipse 2:5 "Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te.  Conheci um moço que na sua vida de incredulidade dera muitos prejuízos financeiros. Ficou endividado e, por isso, deixou de pagar muita gente. Um dia, aceitou Jesus e achava que não tinha nenhuma obrigação de procurar os credores para pedir o perdão da dívida ou combinar um acordo de pagamento. Esta atitude de "esquecer" da vida passada no que diz respeito a prejuízos dados ao próximo está longe de ter amparo nas escrituras.

Arrependimento oportuno. Outro personagem bíblico que olhou para trás de forma correta foi o filho pródigo. O moço começou a olhar para o mundo e as oportunidades  e os prazeres que ele oferecia. Pediu sua parte da herança, foi embora e gastou tudo. Teimoso, decidiu continuar no mundo arranjando um emprego de cuidador de porcos. A fome o obrigou a olhar para trás. Arrependido, voltou e recebeu o perdão do pai. Judas, o traidor, também olhou para trás, mas sua atitude não encontrou arrependimento, senão remorso. Passou três anos de convívio com Jesus, começou a roubar o dinheiro da bolsa e, por fim, deu lugar ao diabo e vendeu o Mestre por 30 moedas de prata. Não foi um ato de fraqueza, mas uma sequência de faltas graves, sempre colocando seu coração no dinheiro.

Atitude de gratidão. Outra forma de olhar para trás, está registrada em Lucas 17:11.  O Evangelista registrou uma viagem de Jesus da Galileia para Jerusalém. No meio do caminho estava a região de Samaria e, passando por uma aldeia, dez leprosos vieram ao seu encontro. Parando de longe, pediram: Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós! E ele os curou. E acontecendo que depois de terem ficado limpos, foram embora cada um para suas famílias, com exceção de um ex-leproso que era samaritano.  Ele voltou alegre e glorificando a Deus em alta voz. Ajoelhou diante de Jesus e colocou seu rosto no chão, profundamente agradecido. Por causa disso, ele ouviu de Jesus: Levanta-te e vai; a tua fé te salvou. Assim, além da cura recebeu a salvação. Olhar para trás para demonstrar gratidão às pessoas e a Deus. Outro exemplo mais ou menos parecida, está patente na atitude do copeiro-mor, quando se lembrou de José diante do faraó do Egito.

Generosidade ou falta dela. A quarta forma de olhar para trás, nesta breve análise, está registrada em Mateus 18:23.  Ali, o súdito de um Rei lhe devia 10 mil talentos. Não tendo como pagar, seu Senhor  mandou que ele, sua mulher e filhos fossem vendidos, com tudo quanto tinham, para a dívida fosse paga. Não tendo como pagar, aquele súdito se ajoelhou diante do Rei e pediu uma oportunidade, prometendo pagar toda dívida. O Rei, sabendo que isto jamais seria possível, movido de íntima compaixão, perdoou-lhe toda dívida e o livrou da prisão. Mal tendo recebido o perdão, o perdoado lembrou-se de que havia um conhecido seu que lhe devia uma ninharia de 100 dinheiros. Mandou executar a dívida e prender o devedor. De forma parecida aquele companheiro seu lhe pediu prazo, prometendo que pagaria toda dívida. Mas seu pedido não foi ouvido. Sem nenhuma compaixão, nem lembrança do perdão do Rei, fez exatamente o contrário do perdão que havia recebido. O resultado desta atitude está na Bíblia. Por falta de perdão, a dívida perdoada foi reinscrita e cobrada com a venda da família e prisão pelo resto da vida.

Atitude de esquecimento. A quarta forma de olhar para trás é tem a ver esquecer de com mágoas, prejuízos e murmuração. Quanto a esta forma de olhar, o apóstolo Paulo escreveu  o conselho de Deus, em Filipenses 3:13-14: "... Mas uma coisa faço,  e é que me esquecendo das coisas que para trás ficam, e avançando para as que estão adiante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. O Rei David tinha tudo para ficar reclamando das maldades do sogro (o Rei Saul), mas tinha um coração generoso. Sua vocação e chamada era ser o próximo Rei de Israel. Se David tivesse dado ouvidos aos conselhos de seus companheiros para matar o sogro nas oportunidades que teve para isso, nunca teria alcançado a promessa de Deus. David não só foi rei, como ficou com a corou por 40 anos.

Abraão sofreu um grande prejuízo, quando o sobrinho escolheu as melhores terras para o pasto do seu gado. Não por coincidência, naquela noite, O Senhor apareceu para Abraão e mandou que ele LEVANTASSE os olhos desde o lugar onde estava, para a banda do Norte, Sul, Oriente e Ocidente, e fez uma promessa: Toda a terra que vês te hei de dar a ti e a tua semente, e arrematou: para sempre! Traduzindo: o que o sobrinho tinha tomado (por esperteza) era um prejuízo provisório. Deus, com esta visão, estava dizendo para Abraão que não perdesse seu tempo olhando para trás e para o prejuízo que acabara de sofrer, mas que olhasse para cima, porque havia muito mais promessas a receber do que aquele pequeno prejuízo que acabara de sofrer.

Amor às coisas do mundo. Em Lucas 9:62 está escrito: Ninguém que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus. Neste caso em particular estão muitos pastores atuais que deixam o ministério e a vocação de Deus a troco de um cargo político. Também está enquadrado neste aspecto do olhar o caso do jovem rico de Lucas 18:23.  Ele olhou para trás e não teve coragem de se desfazer da sua riqueza. Outro caso parecido está o da mulher de Ló cujo coração estava em Sodoma.

Lucro no prejuízo. Quero acrescentar, nesta quarta forma de olhar as coisas, com um testemunho pessoal, sobre o qual já escrevi em outras oportunidades. O caso da venda dos tomates. Em 1993, eu estava no começo do que viria a ser onze anos de desemprego. Como sou filho de agricultores, em uma época  difícil, orei e decidi plantar uma horta de tomates. Era uma coisa que minha sabia plantar muito bem. E quando chegou o final da colheita, um comprador propôs a compra de uma grande quantidade. Não concordando com a forma da colheita dos frutos (ele queria só os grandes), ele decidiu não levar os tomates. O resultado foi uma montanha tomates (cinco toneladas) de 10 metros de comprimento por um metro de altura amontoados no chão, cobertos com folhas de palmeiras para não estragar ao sol. Eu estava em São Paulo, quando soube do problema. Assim que recebei o recado, dobrei meus joelhos e orei, muito chateado. No dia seguinte recebi um telefonema de um comprador de Muriaé.

- Você tem "tumate" aí para vender?

-Tenho, mas já estão maduros, colhidos, e amontoados no chão. Disse toda a verdade.

-É maduro mesmo que eu quero, para o mercado do Rio. No outro dia, um caminhão Mercedes, trucado, atravessou a ponte e deixou umas 220 caixas no chão, ao lado de umas cinco toneladas de tomates. 

Para o comprador que deixou de levar o preço combinado na época para cada caixa de 25 kg era 65 dinheiros (não me lembro o nome da moeda de 1993). O preço que recebi do comprador de Muriaé foi 50 por caixa, coisa assim.  Um prejuízo, aparente, de 15,00 por caixa.

Não  muito tempo depois, o primeiro comprador achou por bem me ressarcir do prejuízo. Ele mandou me entregar a metade do preço combinado - 32,50.  Não tenho a conta certa, mas depois de tudo, acabei recebendo 72,00 por caixa., ou seja, mais dinheiro do que se tivesse vendido no começo. É assim que Deus trabalha. Nem posso imaginar o que teria acontecido se eu tivesse ido até aquele comprador para tirar satisfações, em lugar de ter orado. Em um dia o Senhor respondeu. Na vida do cristão, quando é da vontade de Deus, todo prejuízo é provisório. 

Espero que você possa ter ouvido a voz do Senhor para uma situação de sua vida neste texto simples. Eu gosto de escrever para servir aos meus irmãos e agradar ao Senhor. Em algum tempo no futuro, vou concluir as outras quatro análises sobre as outras direções do olhar. Que o Senhor ouça suas orações a atenda o desejo do seu coração.

A Paz de Cristo.

Irmão João: cruzue@gmail.com


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sexta-feira, julho 24, 2015

Chuva com trovoadas e cebolinhas em São Paulo - sexta-feira 24.7.2015


Inpe-Cptec, imagem de satélite  em 24.7.15 - 21:30 sexta-feira
Autor: João Cruzué
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Hoje, o dia passou muito depressa para mim. Eu planejei refazer a drenagem de todos os onze vasos de terra que  tinha preparado para plantar cebolinhas e salsinhas. No começo da noite ouvi um forte trovão e depois veio a chuva. Vou detalhar minhas atividades e comemorar a chuva.

Na semana passada eu tinha comprado 12 vasos grandes, de plástico marrom, com uma capacidade estimada entre 05 e 07 litros, para o plantio de cebolinhas e salsinhas.  Fiz a semeadura das salsa, variedade graúda portuguesa em duas bacias e as sementes da cebolinha foram para uma floreira de uns 70 cm de comprimento. O problema é que ocorreu uma falha no projeto da drenagem, eu tinha colocado apenas umas britas com um pouco de areia.

Minha procura por manta de bidin se mostrou fracassada, Ela é uma espécie de tecido sintético para colocar acima das britas ou bolas de argila estendida para reter o  substrato e não deixar a água levar embora os minerais e nutrientes. Resolvi o problema com tela de mosquiteiro. Tinha comprado uns sacos de ráfia (entulho) mas o material se mostrou 100% impermeável, por isso, inadequado.

Minha irmã atendeu meu pedido e enviou das Gerais algumas mudas de couve manteiga e de cebolinhas, das variedades que minha mãe plantava em Dom Cavati. Os vasos já plantados eu os desfiz, com exceção daquele com alfavaca que gostaram do lugar.

Arranjei um saco de lixo preto para 60 litros e fui devolvendo a terra dos vasos dentro dele. A areia que comprei no  começo da tarde foi pouca. Voltei no depósito para comprar outro saco, comprando também um saco de britas e tijolos baiano. Na loja de plásticos comprei mais oito vasos. Durante o dia eu comprei dois sacos de carvão.

Meu processo de drenagem ficou assim. Fiz vários furos pequenos com uma tesoura de unha no fundo do vaso, de dentro para fora. Coloquei um pouco de carvão no fundo do vaso em lugar da argila estendida. Em cima dos pedaços de carvão, coloquei as britas. Sobre os dois materiais eu coloquei um pedaço de tela de mosquiteiro de cor verde. Em cima da tela coloquei areia média. Estas coisas: carvão, brita, tela e areia ficara da altura dos meus três dedos do meio da mão direita na vertical. 

Acima do material de drenagem, ainda ficava um espaço de 20 cm para colocar o substrato.

Eu usei como substrato a terra de muitas bacias e vasos (de cor muito escura). Este substrato eu já o tinha feito há uns quatro dias.  Eu tinha peneirado tudo aquilo, colocado um pouquinho de cal, um pouco de NPK e superfosfato - o que tinha em mão. Como registrei antes, hoje eu desfiz todos os vasos para usar uma outra metodologia para a drenagem.

Como as mudas de cebolinhas eram poucas, fui no sacolão do Morumbi Sul e encontrei maços de cebolinhas com raízes. Cortei as raízes e as folhas das cebolinhas e comecei a plantar em quatro vasos dos 16 que concluí o processo de drenagem.

Como a previsão do tempo estimou chuvas para a terça-feira, eu tinha deixado vários baldes e bacias debaixo das goteiras do telhado. Até a quinta-feira (23.7.15) o fundo deles estava apenas úmido. Desconfiei que hoje, sexta-feira iria chover e voltei a colocar as bacias e baldes nos mesmos lugares. No começo da noite, súbito, ouvi um belo trovão e, depois, água caindo. 

Eu tenho dois tambores de 60 litros para armazenamento de água da chuva, com bom sistema de vedação.  O segundo tambor já estava com apenas 20 cm de água. Depois da chuva, deu para encher os dois até à boca e ainda sobrou água para encher um terceiro tambor. 

Com água tão cara e rara, optei por esta alternativa cuja vantagem é não possuir cloro. Quanto a um provável foco de dengue, por ser hermeticamente fechados, durante dois meses, seu conteúdo se apresentou limpo e sem larvas. 

Meu projeto é cultivar uns 25 vasos grandes. Tenho dois vasos com  morangos, vou plantar alface roxa, mostardas, cebolinhas, salsinha, uns dois pés de tomates uva, uns dois pés de pepino, alfavaca, uns dois pés de pimentões, rúculas.  As mostardas e as rúculas por aqui são estranhas: folhas exageradamente grandes. Tem alguma coisa no solo que elas apreciam. Para aguar tudo isto, preciso que chova pelo menos, a cada três semanas de agosto até novembro.

Para quem ainda não viu, vou apresentar algumas de minhas plantas de colheitas passadas:


Foto: João Cruzué
Gertrudes - abril 2014

Foto: João Cruzué
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Gertrudinhas - maio 2014

Foto: João Cruzué
Gisele - fevereiro 2015

Foto: João Cruzué
Chuchus verde-escuros

Foto: João Cruzué
Manjericões

Comentários finais: Os frutos da "gertrudes" foram impossíveis de comer. Sendo da variedade das malaguetas (malaguetona) não faz o gênero de ninguém da minha família. Quanto à "gisele", é uma pimenta da variedade cayenne e, dizem, que faz bem ao coração, sendo um pouquinho mais ardida que a variedade dedo de moça - minha preferida para fazer molho com óleo de canola. 

Sobre os chuchus, há uns 30 anos venho colhendo uns 200 frutos por ano em duas estações. A gente come uns 30, distribui para os amigos umas duas, no máximo três vezes. 

Os manjericões cresceram lindos, ficaram com pés enormes, mas não é apreciado pela culinária mineira, pelo cheiro e sabor muito fortes. O engraçado é que eles ficaram bonitos, porque sabiam que não iriam para a panela...

Conclusão: coloquei bastante detalhes no post, porque daqui a alguns anos, será bom saber que no dia de hoje coloquei em ação meu mais novo projeto de matar as saudades do velho campo e registrar que choveu forte na Zona Sul de São Paulo.

Nota do dia posterior: choveu mais ainda no sábado!