domingo, abril 13, 2014

Floração de pimenta malagueta ornamental


GERTRUDES
Meu pé de pimenta malagueta

Foto: João Cruzué
PIMENTA MALAGUETA
(Primeira produção da Gertrudes)
POR JOÃO CRUZUÉ

Quase tudo que você precisa saber sobre pimentas está no estudo Pimenta (Capsicum spp.) da EMBRAPA HORTALIÇAS com sede em Gama, no Distrito Federal. Lá  só não diz como você deve fazer se seu pé de pimenta malagueta emitir flores dentro de uma sala fechada de um escritório no Centro de uma grande Cidade. 

Eu disse que a EMBRAPA diz quase tudo, porque nesta semana que passou (7 - 11 de abril/2014) quase perdemos uma florada inteira da Gertrudes, um pé de pimenta malagueta que embeleza o ambiente do escritório. Foi preciso usar tecnologia de experiências passadas para conseguir conseguir a polinização das flores.

Quando as lindas pimentas desta foto começaram a murchar, nós verificamos que, ao mesmo tempo, a Gertrudes tinha começado a soltar botões de uma nova florada. E a primeira flor que se abriu, um dia depois estava murcha. Como também murchou e caiu o pendúculo que suportaria o fruto  se ele tivesse vingado. Eu comecei então a desconfiar que em um ambiente fechado de escritório nenhum fruto iria vingar e teria que agir rápido.

Primeiro colocamos um pouco de água de cal no substrato do  vaso onde a Gertrudes está enraizada. Se o problema fosse acidez excessiva,  (como no caso das flores do chuchu) estaria resolvido. Restava um outro problema bem mais difícil - a polinização.

A flor da pimenteira malagueta é branca, com cinco pétalas, copo virado para baixo. Esta estrutura suporta cinco "bolsinhas de pólem"  ou anteras -  que seriam a parte masculina da flor. No cento, desce um longa haste branca, quase do calibre de uma agulha - o estigma - a parte feminina da flor.  Se um grão de polem entra em contato com o estigma, ocorre a fecundação e um fruto nasce. Do contrário, em 24 horas toda estrutura da flor inclusive o pendúculo caem. São descartados.

A Gertrudes estava em sala fechada, sem direito à brisa nem inseto, bem no Centro de São Paulo. Por isso, minha segunda providência foi ir até o Armarinho Fernando onde comprei dois pincéis com as cerdas pequenas e delicadas. Encostei o pincel na flor um uma pequena nuvem de polem se desprendeu e brilhou contra o sol. Usei o pincel em todas as flores. A partir do dia seguinte, os pendúculos pararam de cair e frutos começaram a vingar . Acertara em cheio.

Mas havia outro problema. 

Uma grande quantidade de botões iam abrir no fim de semana. Então tomei uma decisão radical. Para tristeza de minhas colegas de seção, que já se acostumaram com a planta, comprei um grande recipiente de plástico na Rua Direita, acondicionei a Gertrudes e fui direto para minha casa. Como não sou adepto de automóvel, ela foi de metrô e de trem. Conheceu a Linha Vermelha, a Linha Amarela e muitas estações da  CPTM. Como dá trabalho, carregar um vaso de pimenta que pesa uns seis quilos!

                                                                                                                                                                       Foto: João Cruzué
Pimenta Malagueta
(Gertrudes no dia 4.4.14)
No sábado de manhã, eu fiz questão de ver quando os primeiros raios de sol começaram a iluminar a Gertrudes.  E, para minha surpresa, no minuto seguinte, uma abelhinha já foi chegando. Como se já conhecesse a Gertrudes há muito tempo, ela foi chegando e trabalhando nas flores. Em pouco tempo já estava com duas patinhas cheias de polem de pimenta. Como eu teria que comprar outro pincel, pois esqueci os outros na gaveta da minha mesa, desisti. Pelo menos umas quatro ou cinco abelhinhas.

Hoje pela manhã, notei que as flores que se abriram ontem, já se desprendiam do pendúculo. Não a flor inteira, mas suas pétalas e anteras.  Em 24 horas o botão se abre e se a polinização não ocorre, a flor cai junto com o pendúculo e você fica sem um fruto. Como uns 20 botões se abriram no sábado, e hoje eu contei uns 30, já deu para contabilizar que se eu tivesse deixado a Gertrudes trancada no escritório neste fim de semana, no mínimo 60 pimentas deixariam de vingar.

O uso do pincel escolar, com poucas e delicadas cerdas funcionou. Contei umas 40 pimentinhas. Com outras 50 deste fim de semana, a Gertrudes vai arrebentar a boca do balão com mais de 100 malaguetas. Ainda tem muito botão para abrir.

Resumo da ópera: Pimenta malagueta ornamental não se poliniza em ambiente fechado. O tempo da abertura do botão, que só acontece durante o dia, até a polinização da flor é coisa muito rápida. Pela minha observação, depois que a flor da pimenta malagueta abre, se não ocorrer a polinização no começo da tarde, adeus pimentinha. Se o ambiente for de um escritório, a polinização só vai acontecer se for usado o pincel para espalhar o polem, de forma que algum grão se apegue ao estigma e aconteça a fecundação. Este seria o plano "B".

                                                                                                                                                                     Foto: João Cruzué
Pimenta malagueta com flores

(Gertrudes em 4.4.14, depois da coleta dos frutos)
O plano "A" seria cultivar a sua pimenteira em um ambiente aberto, com direito à brisa e à visita de abelhas. Eu usei os dois planos, mas o segundo parece-me mais eficaz.

Se tudo der certo, e o frio não afetar a Gertrudes, dentro de um mês, eu devo tirar outra foto dela com mais de 100 pimentas vermelho-ferrari. Vamos bater o record da primeira produção, que foi de 57 pimentas.


Mudas de pimenta malagueta

(Gertrudes em casa, com as gertrudinhas em 12.4.14)
Gertrudes junto com  34 gertrudinhas, todas elas germinadas a partir das sementes de uma única pimenta. 

Idade: 45 dias. 

Hoje é Domingo de "Ramos", 13.04.2014. Uma frente fria chegou hoje a São Paulo. Ontem choveu forte, mas hoje ainda não deu nem um pingo. A previsão é de tempo chuvoso e constante na segunda e na terça. Não sei não...


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sábado, abril 12, 2014

A Páscoa e o discurso do Papa Francisco

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Papa Francisco
João Cruzué
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Uma coisa devo admitir: quem cuida da assessoria de imprensa do Vaticano é um profissional muito competente. Tenho visto o resultado disso desde a visita do Cardeal Jorge Mario Bergoglio na Jornada Mundial da Juventude. Na verdade, antes, quando desde a fumaça branca o foco da imprensa foi conduzido para a "simplicidade" do novo Papa. Não creio que este atributo seja tão forte quanto a capacidade de Bergoglio tem de ser  pragmático. 

A maior vulnerabilidade da Igreja Católica no começo do Terceiro Milênio tem sido os padres pedófilos. Não poucos, como disse o Papa, que depois corrigiu para muitos. Milhares. Fato, infelizmente, comum, principalmente no Brasil. Aqui a consciência do povo não é tão sensível quanto na Europa e nos Estados Unidos. Lá o bicho pega. 

Quando Francisco veio à imprensa nesta véspera de Domingo de Ramos para pedir perdão em nome da Igreja Católica pela dor que os vigários pedófilos causaram, ainda que o fizesse comovido e perturbado, não surtiu efeito do outro lado. 

E não surtiu porque as famílias dos agredidos e abusados disseram que não serão apenas com "palavras" que a Igreja Católica vai apagar um silêncio de mais de 50 anos de abusos. Além das palavras, cobraram justiça. Levar a processo cada crápula que segurou um criança nos braços não como um  gesto de amor, mas para tomar dela sua pureza e sua honra.

O testemunho e atitudes do Papa Francisco têm feito bem à imagem da Igreja Católica. Mas como este gesto do pedido de perdão aconteceu à frente de uma câmera e um microfone, sentado confortavelmente em um trono, para mim isso só têm um nome: PRAGMATISMO. O foco concentrado na solução imediata da péssima imagem da Igreja Católica, herdada de um passado onde os antecessores jogaram a pedofilia debaixo do tapete e fizeram silêncio contra a dor daqueles que não conseguiram esquecer os abusos que sofreram.

Se Francisco fosse mesmo autêntico, e não um produto artificial para consumo midiático, teria feito diferente. Ido até uma das famílias com crianças abusadas por sacerdotes católicos, para pedir perdão de joelhos. SEM IMPRENSA, SEM FOTO, SEM MICROFONE E FORA DA PÁSCOA. 

Como evangélico que sou, não estou fazendo a Igreja Católica de vidraça. Há pastores e crentes vagabundos que abusam de crianças da Igreja Evangélica. Mas eles são poucos. Não são aos milhares, nem as dezenas de milhares como na Igreja Romana. A pedofilia não é um pecado recorrente na Igreja Protestante, porque os pastores são homens que se casam. E casam-se porque Pedro era casado.

Para mim, o pedido de perdão do Pontífice católico foi planejado por sua consultoria de imprensa. Ficou técnico demais. Tão "verdadeiro" quanto uma nota de 30 dinheiros.




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sexta-feira, abril 11, 2014

A maldição da cor negra não tem sustenção bíblica

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A negra jabuticaba
POR JOÃO CRUZUÉ


Meu Comentário Inicial:  A pele negra, os olhos e  cabelos negros têm tudo a ver com Melanina. Isto pode ser explicado cientificamente e nunca foi consequência de  maldição divina. Esta conversa fiada de que a cor negra dos africanos é decorrência da maldição de Caim, no passado era fundamento para escravagistas e hoje, preconceito de cérebros de ameba.  

Pesquisando a Bíblia, ao meu ver, nunca houve esta associação. E quando aparentemente ela veio, parece que teve uma resposta dura de Deus.  É muito provável que a sedição de Miriã e Arão em Números 12:1 tenha tido origem na cor da pele da mulher cuxita (etíope de Moisés. Se assim foi, Deus não deixou isso sem castigo. A lepra de Miriã  a deixou branca como a neve. Teria este castigo alguma repreensão contra a manifestação de racismo?  Não há detalhes no texto, mas o contexto  traz grande  possibilidade  desta interpretação. 


Já pensou, se na Bíblia, a lepra tivesse uma cor escura? Seria um prato cheio para a fundamentação do racismo. 

Alguns orelhudos dizem por aí que Noé amaldiçoou a descendência de Cã com a cor negra. Outros, linguarudos,  especulam que uma das noras de Noé era negra. De qualquer forma,  creio que esta difamação era fruto da hipocrisia dos evangélicos (Batistas) americanos do começo do século XX. Eles andavam com a Bíblia na mão e o ódio aos negros no coração. Se não fora DEUS, comissionando o  Pastor Martin Luther King, Jr. os negros americanos, ainda  hoje, estariam oficialmente debaixo da segregação racial  na América.  


Este assunto besta, dizem,  foi desenterrado há pouco tempo de uma pregação antiga do polêmico Deputado Federal, Pastor Marcos Feliciano. 


Tenho uma curiosidade: gostaria de saber de que versão da Bíblia seria a literatura deste texto apócrifo: “Você e todos os seus descendentes serão eternamente amaldiçoados, e para diferenciá-los dos demais lhes darei a cor negra, a cor das trevas e do eterno pecado”.  Distorção grosseira de Gênesis 9:25 que NUNCA relacionou a maldição com a cor da pele de Cã ou de Canaã. (Fim do comentário inicial).

Veja agora o texto da Revista Despertai,  e lá no final vou deixar minha conclusão com com meu entendimento sobre a verdadeira origem da raça negra.


REVISTA DESPERTAI/TORRE DE VIGIA

Edição;  22 março 1978

[FORAM OS NEGROS  AMALDIÇOADOS NA BÍBLIA?]



"MUITOS líderes religiosos respondem que “Sim”. Os clérigos Robert Jamieson, A. R. Fausset e David Brown, em seu Comentário Bíblico, asseveram: “Maldito seja Canaã [Gênesis 9:25] — esta maldição se tem cumprido na . . . escravização dos africanos, os descendentes de Cão.” — Comentary, Critical and Explanatory, on the Whole Bible (Comentário, Crítico e Explicativo, de Toda a Bíblia).

Afirmaram que não só a escravização dos negros cumpria tal maldição bíblica, mas que sua cor negra também. Assim, muitos brancos foram levados a presumir que os negros fossem inferiores, e que Deus propôs que fossem servos dos brancos. Muitos negros ficaram amargurados pelo tratamento recebido, em resultado desta interpretação religiosa. Uma delas observa:

[Testemunho de uma vítima do preconceito]:
“Era o verão de 1951 quando eu, menina curiosa de 7 anos, sentei nos degraus da Primeira Igreja Batista em ‘Sheepshead Bay’, Brooklyn, e chorei. Tentara diligentemente esfregar a negritude de minha pele até ela sair, porque minhas coleguinhas brancas tinham comentado que era repulsiva. Esfregá-la com detergente Ajax apenas deixou uma mancha vermelha, inchada, que doía, quase tanto quanto meu coração infantil, quando comecei a ponderar por que um Deus de amor me tinha feito negra, a menos que não me amasse.

“Tinha ouvido dizer que isso era devido a uma maldição imposta por Deus à nossa raça. Mas, não conseguia entender ou compreender o que havíamos feito a Deus, para merecer tal castigo. E acho, refletindo, que no fundo do coração eu sempre nutri um ressentimento particular contra Deus por me fazer negra e me colocar em mundo de brancos.

“Nos distúrbios esmagadores das zombarias e epítetos raciais de minhas coleguinhas, tais como: ‘Se é branca,  criança é linda. Se é morena, só nos dá pena.  Se negra é, aqui não ponha o pé’.  Surgiu uma condição marcada, em que comecei a ferver de raiva, especialmente diante de meninas brancas da minha idade.”

Que dizer dessa maldição bíblica? 

São negras as pessoas por causa duma maldição imposta por Deus a algum ancestral delas? E sofreram os negros séculos de escravidão em cumprimento desta maldição? Ensina realmente a Bíblia tais coisas? Vejamos. O relato bíblico que em pauta reza:

“E [Noé] bebeu do vinho, e embebedou-se. E descobriu-se no meio de sua tenda. E viu Cã, o pai de Canaã, a nudez do seu pai, e fê-lo saber a ambos os seus irmãos fora.  E despertou Noé do seu vinho, e soube o que seu filho menor lhe fizera. E disse: Maldito seja Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos. E disse: Bendito seja o Senhor Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo. Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo.” — Gên. 9:21-27, Tradução Almeida.

Tem-se afirmado que esta maldição bíblica marca os negros para a servidão perpétua. Com efeito, em 1838, o realizador duma cruzada anti-escravista, Theodore Weld, escreveu num tratado popular: A “profecia de Noé [supracitada] é o vade-mécum [companheiro constante] dos senhores de escravos, e eles jamais se aventuram a sair sem ele”. — The Bible Against Slavery (A Bíblia Contra a Escravidão), página 66.

Mas, primeiro de tudo, queira notar que nada se diz neste relato bíblico sobre alguém ser amaldiçoado com a negritude de pele. E, observe, também, que foi Canaã, e não seu pai Cã, que foi amaldiçoado. Canaã não tinha pele negra, nem seus descendentes, que se fixaram na terra que se tornou conhecida como Palestina. (Gên. 10:15-19) Os cananeus, com o tempo, foram subjugados pelos israelitas, descendentes de Sem, e, mais tarde, pela Medo-Pérsia, Grécia e Roma, descendentes de Jafé. Tal subjugação dos cananeus cumpriu a maldição profética sobre seu ancestral, Canaã. A maldição, assim, nada teve que ver com a raça negra.

De onde, então, veio a raça negra? Dos outros filhos de Cã, Cus e, provavelmente, também de Pute, cujos descendentes se fixaram na África. Mas, como vimos, a Bíblia não diz absolutamente nada sobre os descendentes negros se tais homens serem amaldiçoados! Todavia, presumiu-se incorretamente que assim o foram. Quando é que os comentaristas eclesiásticos começaram a aplicar a maldição a Cã?

Um eclesiástico de uns 1.500 anos atrás, Ambrosiaster, aplicou-a assim, dizendo: “Devido à sua tolice, Cã, que tolamente zombou da nudez de seu pai, foi declarado escravo.” E John F. Maxwell observa em seu recente livro Slavery and the Catholic Church (A Escravidão e a Igreja Católica): “Este exemplo desastroso de exegese [explicação] fundamentalista continuou a ser usado por 1.400 anos e levou ao conceito amplamente expandido de que os negros africanos foram amaldiçoados por Deus.”

Até mesmo há uns cem anos, a Igreja Católica detinha o conceito de que os negros eram amaldiçoados por Deus. Maxwell explica que este conceito “aparentemente sobreviveu até 1873, quando o Papa Pio IX associou uma indulgência à oração em favor dos ‘desgraçados etíopes da África Central, para que o Deus Todo-poderoso removesse inteiramente a maldição de Cã de seus corações"

Todavia, mesmo antes do começo da cristandade há mais de 1.500 anos atrás, sim, possivelmente mesmo antes de Jesus Cristo viver na terra, os rabinos judeus ensinavam uma estória sobre a origem da pele negra. Afirma a Encyclopœdia Judaica: “O descendente de Cã (Cus) tem pele negra como castigo por Cã ter tido relações sexuais na arca.”

“Estórias” similares foram inventadas nos tempos modernos. 

Os defensores da escravidão, tais como John Fletcher, de Luisiana, EUA, por exemplo, ensinavam que o pecado que motivou a maldição de Noé fora o casamento inter-racial. Afirmava que Caim fora assolado com a pele negra por matar seu irmão, Abel, e que Cã pecara por se casar com alguém da raça de Caim. 

É digno de nota, também, que Nathan Lord, presidente da Faculdade Dartmouth, que no último século atribuiu também a maldição de Noé sobre Canaã, parcialmente, ao “casamento misto proibido [de Cã] com a raça previamente iníqua e amaldiçoada de Caim”.

Mas, tais ensinos não têm nenhuma base na Bíblia. 

E houve gente, nos séculos passados, que mostravam que a maldição proferida por Noé estava sendo aplicada erroneamente aos negros. À guisa de exemplo, em junho de 1700, o Juiz Samuel Sewall, de Boston, EUA, explicou: “Pois Canaã é a pessoa amaldiçoada três vezes, sem se mencionar Cã. . . . Ao passo que os da raça negra [em inglês, Blackmores] não descendem de Canaã, mas de Cus.”

Também, em 1762, certo John Woolman publicou um tratado em que disutia a aplicação desta maldição bíblica, de forma a justificar a escravização de pessoas e privá-las de seus direitos naturais. “É uma suposição embrutecida demais, para ser admitida pela mente de qualquer pessoa que sinceramente deseje ser governada por sólidos princípios”.

Imensos danos resultaram da aplicação errônea, por parte de eclesiásticos, desta maldição bíblica! A escravização dos negros africanos, e os maus tratos que lhes impuseram, desde os dias da escravidão, não podem de forma alguma ser justificados pela Bíblia. A verdade é: Os negros não são, e jamais foram, amaldiçoados por Deus!"


---fim---

Conclusão e entendimento do Blogueiro sobre a origem da raça negra:

Na minha vida de cristão  ouvi muitas vezes, sempre de pessoas iletradadas, que nem pensavam direito no que repercutiam, que a cor negra da pele era maldição de Caim. Sem ficar repetindo esse assunto, e indo direto ao ponto, a pessoa que ressuscita este tipo de  texto em pleno século XXI está procurando encrenca.

A Genética, um ramo da verdadeira Ciência que trata, entre outras coisas, do estudo do DNA, genes, cromossomos, bases de ligação, já jogou luz suficiente neste assunto, para dar a entender a quem investiga a beleza da criação de Deus que este tipo de comentário não resiste à mais simples lógica científica. Se Caim ou Canaã foi amaldiçoado com a pele negra, como ficaria explicada a cor negra das aves, dos peixes, gatos, cachorros, patos, árvores e frutos? Será que somente o homem possui a cor da pele negra? 


Haveria um caim também em todo reino animal e também no reino vegetal?

Se nós cristãos cremos pela fé que Deus criou o corpo do homem e da mulher, também devemos crer que Ele potencializou sua genética (DNA) para produzir filhos e filhas com diferentes cores de pele, olhos e cabelos. A esta opinião devo acrescentar as Leis de Mendel, que trataram do estudo das características recessivas e dominantes transmitidas pela união de indivíduos diferentes dentro da mesma espécie.

A pele negra, os olhos e  cabelos negros tem tudo a ver com  Melanina e nunca foi uma maldição divina. Sua origem é genética e tem perfeita explicação na Biologia.

Pesquisando a Bíblia, é muito provável que a sedição de Miriã e Arão em Números 12:1 tenha tido origem na cor da pele da mulher de Moisés que era cuxita (etíope). Se assim foi, Deus não deixou isso barato. A lepra de Miriã  a deixou branca como a neve. Teria este castigo alguma repreensão indireta contra racismo?  Por que uma doença que mudasse a cor da pele para um branco extremo?

Bem, se em nossos dias, alguém ainda fica falando ou citando abobrinhas racistas nos púlpitos de Igrejas, talvez esteja mesmo procurando sarna para se coçar. Depois não me venha com conversa de perseguição injusta por causa da fé... Pois  em Provérbios 26:3 está escrito: "O açoite é para o cavalo, o freio é para o jumento, e a vara é para as costas dos tolos." 


Ô Glória!



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