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sexta-feira, abril 11, 2014

A maldição da cor negra não tem sustenção bíblica

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A negra jabuticaba
POR JOÃO CRUZUÉ


Meu Comentário Inicial:  A pele negra, os olhos e  cabelos negros têm tudo a ver com Melanina. Isto pode ser explicado cientificamente e nunca foi consequência de  maldição divina. Esta conversa fiada de que a cor negra dos africanos é decorrência da maldição de Caim, no passado era fundamento para escravagistas e hoje, preconceito de cérebros de ameba.  

Pesquisando a Bíblia, ao meu ver, nunca houve esta associação. E quando aparentemente ela veio, parece que teve uma resposta dura de Deus.  É muito provável que a sedição de Miriã e Arão em Números 12:1 tenha tido origem na cor da pele da mulher cuxita (etíope de Moisés. Se assim foi, Deus não deixou isso sem castigo. A lepra de Miriã  a deixou branca como a neve. Teria este castigo alguma repreensão contra a manifestação de racismo?  Não há detalhes no texto, mas o contexto  traz grande  possibilidade  desta interpretação. 


Já pensou, se na Bíblia, a lepra tivesse uma cor escura? Seria um prato cheio para a fundamentação do racismo. 

Alguns orelhudos dizem por aí que Noé amaldiçoou a descendência de Cã com a cor negra. Outros, linguarudos,  especulam que uma das noras de Noé era negra. De qualquer forma,  creio que esta difamação era fruto da hipocrisia dos evangélicos (Batistas) americanos do começo do século XX. Eles andavam com a Bíblia na mão e o ódio aos negros no coração. Se não fora DEUS, comissionando o  Pastor Martin Luther King, Jr. os negros americanos, ainda  hoje, estariam oficialmente debaixo da segregação racial  na América.  


Este assunto besta, dizem,  foi desenterrado há pouco tempo de uma pregação antiga do polêmico Deputado Federal, Pastor Marcos Feliciano. 


Tenho uma curiosidade: gostaria de saber de que versão da Bíblia seria a literatura deste texto apócrifo: “Você e todos os seus descendentes serão eternamente amaldiçoados, e para diferenciá-los dos demais lhes darei a cor negra, a cor das trevas e do eterno pecado”.  Distorção grosseira de Gênesis 9:25 que NUNCA relacionou a maldição com a cor da pele de Cã ou de Canaã. (Fim do comentário inicial).

Veja agora o texto da Revista Despertai,  e lá no final vou deixar minha conclusão com com meu entendimento sobre a verdadeira origem da raça negra.


REVISTA DESPERTAI/TORRE DE VIGIA

Edição;  22 março 1978

[FORAM OS NEGROS  AMALDIÇOADOS NA BÍBLIA?]



"MUITOS líderes religiosos respondem que “Sim”. Os clérigos Robert Jamieson, A. R. Fausset e David Brown, em seu Comentário Bíblico, asseveram: “Maldito seja Canaã [Gênesis 9:25] — esta maldição se tem cumprido na . . . escravização dos africanos, os descendentes de Cão.” — Comentary, Critical and Explanatory, on the Whole Bible (Comentário, Crítico e Explicativo, de Toda a Bíblia).

Afirmaram que não só a escravização dos negros cumpria tal maldição bíblica, mas que sua cor negra também. Assim, muitos brancos foram levados a presumir que os negros fossem inferiores, e que Deus propôs que fossem servos dos brancos. Muitos negros ficaram amargurados pelo tratamento recebido, em resultado desta interpretação religiosa. Uma delas observa:

[Testemunho de uma vítima do preconceito]:
“Era o verão de 1951 quando eu, menina curiosa de 7 anos, sentei nos degraus da Primeira Igreja Batista em ‘Sheepshead Bay’, Brooklyn, e chorei. Tentara diligentemente esfregar a negritude de minha pele até ela sair, porque minhas coleguinhas brancas tinham comentado que era repulsiva. Esfregá-la com detergente Ajax apenas deixou uma mancha vermelha, inchada, que doía, quase tanto quanto meu coração infantil, quando comecei a ponderar por que um Deus de amor me tinha feito negra, a menos que não me amasse.

“Tinha ouvido dizer que isso era devido a uma maldição imposta por Deus à nossa raça. Mas, não conseguia entender ou compreender o que havíamos feito a Deus, para merecer tal castigo. E acho, refletindo, que no fundo do coração eu sempre nutri um ressentimento particular contra Deus por me fazer negra e me colocar em mundo de brancos.

“Nos distúrbios esmagadores das zombarias e epítetos raciais de minhas coleguinhas, tais como: ‘Se é branca,  criança é linda. Se é morena, só nos dá pena.  Se negra é, aqui não ponha o pé’.  Surgiu uma condição marcada, em que comecei a ferver de raiva, especialmente diante de meninas brancas da minha idade.”

Que dizer dessa maldição bíblica? 

São negras as pessoas por causa duma maldição imposta por Deus a algum ancestral delas? E sofreram os negros séculos de escravidão em cumprimento desta maldição? Ensina realmente a Bíblia tais coisas? Vejamos. O relato bíblico que em pauta reza:

“E [Noé] bebeu do vinho, e embebedou-se. E descobriu-se no meio de sua tenda. E viu Cã, o pai de Canaã, a nudez do seu pai, e fê-lo saber a ambos os seus irmãos fora.  E despertou Noé do seu vinho, e soube o que seu filho menor lhe fizera. E disse: Maldito seja Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos. E disse: Bendito seja o Senhor Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo. Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo.” — Gên. 9:21-27, Tradução Almeida.

Tem-se afirmado que esta maldição bíblica marca os negros para a servidão perpétua. Com efeito, em 1838, o realizador duma cruzada anti-escravista, Theodore Weld, escreveu num tratado popular: A “profecia de Noé [supracitada] é o vade-mécum [companheiro constante] dos senhores de escravos, e eles jamais se aventuram a sair sem ele”. — The Bible Against Slavery (A Bíblia Contra a Escravidão), página 66.

Mas, primeiro de tudo, queira notar que nada se diz neste relato bíblico sobre alguém ser amaldiçoado com a negritude de pele. E, observe, também, que foi Canaã, e não seu pai Cã, que foi amaldiçoado. Canaã não tinha pele negra, nem seus descendentes, que se fixaram na terra que se tornou conhecida como Palestina. (Gên. 10:15-19) Os cananeus, com o tempo, foram subjugados pelos israelitas, descendentes de Sem, e, mais tarde, pela Medo-Pérsia, Grécia e Roma, descendentes de Jafé. Tal subjugação dos cananeus cumpriu a maldição profética sobre seu ancestral, Canaã. A maldição, assim, nada teve que ver com a raça negra.

De onde, então, veio a raça negra? Dos outros filhos de Cã, Cus e, provavelmente, também de Pute, cujos descendentes se fixaram na África. Mas, como vimos, a Bíblia não diz absolutamente nada sobre os descendentes negros se tais homens serem amaldiçoados! Todavia, presumiu-se incorretamente que assim o foram. Quando é que os comentaristas eclesiásticos começaram a aplicar a maldição a Cã?

Um eclesiástico de uns 1.500 anos atrás, Ambrosiaster, aplicou-a assim, dizendo: “Devido à sua tolice, Cã, que tolamente zombou da nudez de seu pai, foi declarado escravo.” E John F. Maxwell observa em seu recente livro Slavery and the Catholic Church (A Escravidão e a Igreja Católica): “Este exemplo desastroso de exegese [explicação] fundamentalista continuou a ser usado por 1.400 anos e levou ao conceito amplamente expandido de que os negros africanos foram amaldiçoados por Deus.”

Até mesmo há uns cem anos, a Igreja Católica detinha o conceito de que os negros eram amaldiçoados por Deus. Maxwell explica que este conceito “aparentemente sobreviveu até 1873, quando o Papa Pio IX associou uma indulgência à oração em favor dos ‘desgraçados etíopes da África Central, para que o Deus Todo-poderoso removesse inteiramente a maldição de Cã de seus corações"

Todavia, mesmo antes do começo da cristandade há mais de 1.500 anos atrás, sim, possivelmente mesmo antes de Jesus Cristo viver na terra, os rabinos judeus ensinavam uma estória sobre a origem da pele negra. Afirma a Encyclopœdia Judaica: “O descendente de Cã (Cus) tem pele negra como castigo por Cã ter tido relações sexuais na arca.”

“Estórias” similares foram inventadas nos tempos modernos. 

Os defensores da escravidão, tais como John Fletcher, de Luisiana, EUA, por exemplo, ensinavam que o pecado que motivou a maldição de Noé fora o casamento inter-racial. Afirmava que Caim fora assolado com a pele negra por matar seu irmão, Abel, e que Cã pecara por se casar com alguém da raça de Caim. 

É digno de nota, também, que Nathan Lord, presidente da Faculdade Dartmouth, que no último século atribuiu também a maldição de Noé sobre Canaã, parcialmente, ao “casamento misto proibido [de Cã] com a raça previamente iníqua e amaldiçoada de Caim”.

Mas, tais ensinos não têm nenhuma base na Bíblia. 

E houve gente, nos séculos passados, que mostravam que a maldição proferida por Noé estava sendo aplicada erroneamente aos negros. À guisa de exemplo, em junho de 1700, o Juiz Samuel Sewall, de Boston, EUA, explicou: “Pois Canaã é a pessoa amaldiçoada três vezes, sem se mencionar Cã. . . . Ao passo que os da raça negra [em inglês, Blackmores] não descendem de Canaã, mas de Cus.”

Também, em 1762, certo John Woolman publicou um tratado em que disutia a aplicação desta maldição bíblica, de forma a justificar a escravização de pessoas e privá-las de seus direitos naturais. “É uma suposição embrutecida demais, para ser admitida pela mente de qualquer pessoa que sinceramente deseje ser governada por sólidos princípios”.

Imensos danos resultaram da aplicação errônea, por parte de eclesiásticos, desta maldição bíblica! A escravização dos negros africanos, e os maus tratos que lhes impuseram, desde os dias da escravidão, não podem de forma alguma ser justificados pela Bíblia. A verdade é: Os negros não são, e jamais foram, amaldiçoados por Deus!"


---fim---

Conclusão e entendimento do Blogueiro sobre a origem da raça negra:

Na minha vida de cristão  ouvi muitas vezes, sempre de pessoas iletradadas, que nem pensavam direito no que repercutiam, que a cor negra da pele era maldição de Caim. Sem ficar repetindo esse assunto, e indo direto ao ponto, a pessoa que ressuscita este tipo de  texto em pleno século XXI está procurando encrenca.

A Genética, um ramo da verdadeira Ciência que trata, entre outras coisas, do estudo do DNA, genes, cromossomos, bases de ligação, já jogou luz suficiente neste assunto, para dar a entender a quem investiga a beleza da criação de Deus que este tipo de comentário não resiste à mais simples lógica científica. Se Caim ou Canaã foi amaldiçoado com a pele negra, como ficaria explicada a cor negra das aves, dos peixes, gatos, cachorros, patos, árvores e frutos? Será que somente o homem possui a cor da pele negra? 


Haveria um caim também em todo reino animal e também no reino vegetal?

Se nós cristãos cremos pela fé que Deus criou o corpo do homem e da mulher, também devemos crer que Ele potencializou sua genética (DNA) para produzir filhos e filhas com diferentes cores de pele, olhos e cabelos. A esta opinião devo acrescentar as Leis de Mendel, que trataram do estudo das características recessivas e dominantes transmitidas pela união de indivíduos diferentes dentro da mesma espécie.

A pele negra, os olhos e  cabelos negros tem tudo a ver com  Melanina e nunca foi uma maldição divina. Sua origem é genética e tem perfeita explicação na Biologia.

Pesquisando a Bíblia, é muito provável que a sedição de Miriã e Arão em Números 12:1 tenha tido origem na cor da pele da mulher de Moisés que era cuxita (etíope). Se assim foi, Deus não deixou isso barato. A lepra de Miriã  a deixou branca como a neve. Teria este castigo alguma repreensão indireta contra racismo?  Por que uma doença que mudasse a cor da pele para um branco extremo?

Bem, se em nossos dias, alguém ainda fica falando ou citando abobrinhas racistas nos púlpitos de Igrejas, talvez esteja mesmo procurando sarna para se coçar. Depois não me venha com conversa de perseguição injusta por causa da fé... Pois  em Provérbios 26:3 está escrito: "O açoite é para o cavalo, o freio é para o jumento, e a vara é para as costas dos tolos." 


Ô Glória!



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terça-feira, setembro 07, 2010

A Igreja evangélica nos dias de Noé



"Mateus 23:24"

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“E o que de mim, entre muitas testemunhas,

ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos

para também ensinarem os outros”

II Timóteo 2;2.
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João Cruzué

Segundo Donald Stamps, em seus comentários na Bíblia de Estudos Pentecostal, “A Igreja tem a responsabilidade de salvaguardar a verdadeira e original doutrina bíblica que se acha nas Escrituras, e transmiti-la aos fiéis sem transigência nem corrupção”. Quanto ao ensino das doutrinas bíblicas, nunca, nos últimos cinco séculos, os cristãos tiveram tantos mestres e tanta literatura de excelente didática e qualidade, todavia ao analisar a segunda parte da afirmação, considerando os últimos 20 anos da Igreja evangélica brasileira, vivemos tempos de tanta transigência e corrupção.

Hoje ao abrir o jornal vi que uma entidade evangélica de Dourados – MS. mantenedora de um hospital evangélico local, está sob suspeita de “financiar” um esquema de “mensalão”. Na prestação de contas do convênio do 3º setor, cerca de R$50.000,00 eram devolvidos em dinheiro vivo, para as mãos do executivo municipal, calçados por notas frias, segundo denúncias locais. Cerca de 28 pessoas foram presas.

Cerca de oito meses atrás, um colega de serviço enviou-me um arquivo “ppt” mostrando uma mansão nos Estados Unidos, que a princípio pensei fosse a Casa Branca. No finalzinho dos slides, fiquei sabendo que aquela casa pertencia a um bispo dono de uma grande rede de televisão. Meu colega não é crente, e se admirou da prosperidade daquele líder evangélico.

Ainda, há umas duas semanas, um conhecido, auditor de um TCM, enviou-me email com o título “Novo Programa da Casa Própria”, embaixo, aparecia a tela do YouTube. Imaginei que fosse algo parecido com o programa “Minha Casa, Minha Vida”, mas não. Era um conhecido tele-evangelista de minha Igreja, Assembleia de Deus, lançando mais um plano de “sementes”. Na fala do evangelista, ele dizia que se alguém vivia pagando aluguel, e desejasse adquirir sua casa própria, deveria separar uma oferta no valor do aluguel, e a plantasse como semente na conta bancária do pastor.

Nesses tempos eleitorais, eu sei que isto não acontece na Igreja evangélica brasileira, mas decerto em “outros países”. Quantos pastores presidentes de campos, de Igrejas e congregações – “lá” – assentam-se com candidatos não cristãos para negociar votos a troco de favores imorais e fisiológicos? Quantos candidatos evangélicos “desses países” não estão fazendo propaganda política ilegal dentro e na porta das Igrejas, profanando o testemunho dos velhos pioneiros que puseram o testemunho acima dos interesses pessoais?

O que fazer neste momento se grande parte dessa liderança evangélica já se corrompeu? Ministério cristão não se resume em ensinar, pregar, misturar línguas estranhas no meio de sermões para dissimular uma situação pessoal de mornidão. E o testemunho, como é que fica? A palavra bíblica sem a equivalente sinceridade, é conversar para boi dormir. É engano. É falsidade profética.

Tenho ainda que criticar, veementemente, os mestres responsáveis pela produção e comentários das Revistas de Escola Dominical. Por que eles não veem que esta instituição tão conceituada está sendo desmoralizada, enquanto pensam que bastam textos eruditos, teologicamente corretos, de fina ortodoxia, para tapar o sol com a peneira? Estes textos estão sendo atropelados pelo mau testemunho de um ministério (respeitando poucas exceções) que já se corrompeu. Os atuais "donos" da Igreja são os mesmos a quem Cristo confrontou em seu tempo: "Coais um mosquito, e engolis um camelo." Para aonde foi a moral de uma instituição que ensina a verdade, a santidade, o caminho, mas anda de braços dados com aqueles que vivem na hipocrisia, na avareza, na mentira, no caminho largo. Não basta combater o pecado (nas lições) na base do faz de contas, com palavras desprovidas de testemunho. Ensinam como agradar a Deus, mas suas atitudes O repugnam. Ensinam mas não praticam. É por isso que muitos deles já perderam suas famílias para o mundo, pois vivem uma mentira; e Deus não se deixa escarnecer, retribuindo-os segundo suas obras. O que adianta escrever para o mundo inteiro e perder a própria família para o inferno?

A primeira carta do Apocalipse, à igreja de Éfeso, retrata muito bem este momento, o final da primeira década do século XXI. “Escreve ao anjo da Igreja que está em Éfeso... “Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos (pastores líderes) e o não são Tu os achaste MENTIROSOS”. Como é possível um pastor dormir em paz com o travesseiro servindo em um ministério em uma situação dessas? A fidelidade é um compromisso devido, primeiramente, a Deus. E o que acontece se as autoridades religiosas superiores já quebraram este compromisso?

É por isso que não se vê mais falar no Espírito Santo nas Igrejas. É por isso que nos grandes templos (ressalvando poucas exceções) ninguém mais se interessa por batismo como Espírito Santo. É por isso que os fiéis estão indiferentes nos cultos.: Jesus está do lado de fora. A corrupção e a transigência com o pecado trouxe a profanação do sagrado, e onde impera a sujeira o Espírito de Deus não habita mesmo.

E agora Senhor, enviarás um novo Pentecostes? Levantarás novos e santos líderes para nos ensinar? Reformarás a Reforma, depois de 500 anos? É possível Senhor avivar as cinzas de uma Igreja morta? Onde estará a Tua presença para que possamos seguir após ela? Será possível que já estamos chegando aos tempos do fim, que os verdadeiros adoradores serviriam solitários com suas próprias famílias, como nos dias de Noé?





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