sábado, março 22, 2014

A voz de Deus e o voo 370 da Malaysia Airlines


Cockpit do Boeing 777
JOÃO CRUZUÉ

Era sexta-feira, dia 07 de março de 2014.  Perto da meia-noite, um Boeing 777 da Malaysia Airlines decola com 227 passageiros e 12 tripulantes de Kuala Lumpur, Capital da Malasia, com destino a Pequim, Capital da China. Quarenta minutos depois da decolagem, o avião comunica à Torre de controle da Malásia que estava "tudo bem". Foi a última frase que se ouviu de uma pessoa com vida dentro daquele avião. O que aconteceu depois, ainda ninguém sabe, a não ser que o avião estava fora de rota. Em lugar de viajar para o Norte em direção a Pequim, ele seguiu para o Sul em direção ao nada no meio do Oceano Índico.

Uma coisa está fora de questão: Para mudar 180º na rota, alguém digitou de forma incorreta quatro algarismos. Apenas isto.  E tendo isto acontecido, depois de sete horas de voo em direção oposta, pelas notícias e fotos de satélite,  não foi em Pequim que o Jato 777 pousou, mas no meio do Oceano Índico em algum lugar entre a Austrália e o Sul da África.

Crash MH370 Flight

Este triste acidente, que comove principalmente a China,  é o fato análogo que vamos usar, hoje, para nossa meditação. Vamos meditar sobre o voo de muitas Igrejas, lotadas de crentes, tendo na cabine um piloto que pensa que seu sucesso ou seu carisma é suficiente para pousar a nave nos portões do paraíso.  E o reverso desta meditação, também é: você tem certeza de que na cabine do piloto da sua Igreja existe um líder que anda na direção de Deus? Ou ainda, na esfera individual: Será que você está mesmo indo no rumo espiritual certo?

Muita gente estranha o fato de que nenhum contato, nenhuma ligação de celular, nada, depois do comunicação do co-piloto, de que estava "tudo bem". Os especialistas dizem que, além da proibição de manter aparelhos celulares ligados,  na altitude de 10 mil metros não há torre de celular. Além disso, um veículo a mais de 900 km por hora também dificulta qualquer contato. E mais, no meio do Oceano Índico,  os "poderosos" smartphones não passam de aparelhos mudos. Mesmo com tanta tecnologia, ela não não foi de serventia alguma.

Em 1990, aconteceu algo parecido, com o vou Voo 354 da Varig. A rota era São Paulo - Belém do Pará, com escalas em Uberaba, Uberlândia, Brasília e Marabá. O voo foi tranquilo até Marabá, quando o avião chegou às cinco da tarde. Daí para frente, o piloto digitou quatro números e uma vírgula, no computador do avião, e foi tranquilamente assistir o jogo da Seleção Brasileira, nas eliminatórias da Copa contra o Chile. Era sete de setembro de 1990. Em lugar de digitar 027,0, a história mostra que foi digita 0270. E por causa de uma simples vírgula em lugar de ir para Belém do Pará, o avião tomou o rumo Oeste. Tendo acabado o combustível, o comandante aterrizou no meio da Selva do Xingu, matando 13 pessoas.

Fato semelhante deve ter acontecido no acidente do voo MH370 da Malaysia Airlines. O rumo da viagem é digitado no computador. A partir do momento que estes números são inseridos o avião faz tudo sozinho. Até chegar perto do aeroporto, quando o piloto retoma o controle.

Um simples ponto ou uma minúscula vírgula pode decidir o destino de centenas de pessoas dentro de um avião.

Nos dias do ministério de Jesus, os discípulos estavam no nave do Templo em Jerusalém. Admirados com a construção daquela magnífico santuário, eles comentaram sobre a beleza daquelas pedras para Jesus. E ele, respondeu indo de encontro à opinião deles e disse bem claro que não ficaria  pedra sobre pedra naquela construção. E disse que não passaria aquela geração sem que se cumprisse a sua palavra. Quarenta anos depois o Templo foi destruído. E por que foi destruído? Porque os guias espirituais de Israel naquela época estavam fora de rumo! 

Recentemente ficamos perplexos diante do escândalo que aconteceu na Igreja Assembleia de Deus da Coreia do Sul. A igreja do grande CHO. E por que aquele homem que começou tão humilde, e foi tão usado por Deus, caiu de uma forma tão vergonhosa? Certamente porque em algum tempo ele colocou uma vírgula a mais, ou a menos, sobre a voz do SENHOR.

A Bíblia diz que diante da soberba vem a queda. A soberba é querer ser Deus. Tomar com sua a Igreja que é do SENHOR.  E a queda vem sobre um tripé de três escândalos: poder, dinheiro e adultério.

O apego ao poder é o primeiro sinal de perda de direção. Deus quer que o líder religioso desça, para que ele o coloque no monte. Mas quando este líder vai para o monte por conta própria, Deus derrubá-lo no pó de um escândalo, para que conheça de novo a humildade.

Mas o apego ao poder costuma não derrubar sozinho um homem que está na cabine da presidência de uma Igreja. Por contrariar a palavra de Deus, agora, ele está nas mãos do diabo (o primeiro soberbo). É por isso, que a queda de um pastor soberbo vem por um escândalo financeiro, por um escândalo sexual ou pelos dois juntos. 

E o que é uma simples  vírgula? Uma mínima coisa.

Uma mínima desobediência é o bastante para mudar o rumo da vida  um grande servo de Deus. É como se fosse uma brecha, para que o diabo coloque naquele coração um ovo de serpente. Pelos frutos do espírito e que se conhece um verdadeiro cristão. Também, é pelos desejos da carne que se percebe que alguém está moldando  seu caráter na pessoa de seu mentor. Era por isso que Jesus muitas vezes chamou os fariseus de filhos do diabo.

Deus está falando neste momento de perplexidade de uma nação de mais de 1,3 bilhões de pessoas.De perplexidade de 7 bilhões de pessoas.

É comum as pessoas generalizarem a respeito de religião dizendo que "Todos os caminhos levam a Deus".

Será?

Eu digo que não. Se você digitar no seu coração ou na sua mente os números trocados, em lugar de chegar a Deus, você pode descobri tardiamente que foi enganado. Que estava sendo tangido pelas idiossincrasias de outros. A vida espiritual de cada um de nós é de responsabilidade pessoal. Se você estiver procurando por Deus, vai encontrar a porta e o caminho.

A porta e o caminho é Jesus. Foi ele que disse: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Também ele disse: Eu sou a porta das ovelhas. Quem entrar por mim salvar-se-á. E disse mais: Todo aquele que vem a mim, de maneira nenhuma o lançarei fora. 

Esteja preparado para a  meia-noite. Da mesma forma que os passageiros do voo MH 370 embarcaram, sem saber, para a última viagem de suas vidas, fique atento a a realidade de sua vida espiritual. Confira se você está indo no avião do "maria-vai-com-as-outras". Fique atento aos sinais da Palavra de Deus.


















Gertruds, um pé de pimenta malagueta no escritório

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Foto: João Cruzué
Capsicum frutescens
JOÃO CRUZUÉ

No começo deste mês de março, eu conheci a Gertrud. Ela não tinha este nome, foi um apelido que lhe dei depois. Quando comecei neste meu novo trabalho, meu chefe tinha um pé de pimenta malagueta. Ele foi embora, mas a pimenta ficou. Deve ter durado uns três anos, mesmo morando em um vazo muito pequeno. Eu vou contar para você, agora,  um pouco da mais nova moradora da minha seção.

Eu sempre gostei de ir na hora do almoço, para os lados do grande Mercado Municipal da Rua Cantareira, perto da Rua 25 de Março. Lugar de bons "vacalhaus", "binhos" e "caijos". Por incrível que pareça, eu só gosto dos caijos, é claro, porque sou filho das Gerais.  Mas do outro lado Rua Cantareira, perto do Banco Itáu, tem um outro Mercado, na verdade uma feira coberta, onde você encontra muitas frutas e principalmente pimentas.

Na entrada desta feira, tem uma família de brasileiros, descendentes de japoneses. Normalmente, a gente os chama de "japoneses", mas eu acho que estaria sendo injusto. Esta família vende mudas de plantas. E no primeiro dia que estive ali, no começo de março/14, eu vi manjericões roxos e verdes, alecrins, hortelãs, bonsais de mexericas poncãs, dois pés de jabuticabeiras de uns 60 cm e um pé de pimenta malaguetona.

Não foi amor à primeira vista. Na verdade, eu não estava muito a fim de comprar. Mas, me lembrei do pé de pimenta da antiga sala do meu chefe, e pah! Comprei o pé de pimenta. Tem um meio quilômetro, do Mercado Municipal ao meu local de trabalho.

Dizem que pé de pimenta é para espantar mau olhado. Mas não foi por isto que comprei a pimenta. Eu ainda tenho muito sangue de capiau mineiro, criado no Vale do Rio Doce, grande frequentador das águas do Rio Caratinga, nos tempos de criança. No sítio, a gente tinha gato, cachorro, cavalo, boi, cabrito... em escritório de prédio moderno isto não acontece, então vamos de plantas mesmo.

Como todo animal no sítio tinha nome, decidi dar nome ao meu pé de pimenta.  Olhei para aquela arvorezinha de  50 cm, e vi que tinha "cara" de Gertruds.  Tive, primeiro,  o cuidado de dar um nome diferente de qualquer colega. Já pensou se você tem uma colega de trabalho e depois ela fica sabendo que você deu seu nome a um pé de pimenta?

Quita-feira passada, eu levei a máquina para tirar umas fotos da Gertruds. Eu sei que logo, logo, as pimentas dela vão começar a murchar e secar. Assim, no auge da sua "beleza", tirei umas trinta fotos dela. Joguei fora as feias e ainda ficaram umas 10.

Somos em três na seção. Minha chefe, uma colega e eu. Com certeza, a gertruds  tem trazido mais alegria ao nosso trabalho super-burocrático. Tem colegas que acham que, sendo nós auditores de um Tribunal de Contas, seria bom manter a pimenta longe de nossos relatórios, com vistas à moderação, sabedoria, etc... mas, eu acho que a Gertruds está fazendo o papel de um animalzinho de estimação. Estimada ela é, e muito.

Um fato muito muito engraçado aconteceu nesta semana que passou. Gozo de boa amizade com uma antiga diretora e a convidei para conhecer a Gertruds. Sei que lá pelas quatro horas da tarde, a glicose  diária já se foi e nossas mentes começam a se esgotar.  Foi neste horário que a convidei para conhecer a Gertruds.

--Como é  esta  tal Gertruds, perguntou.  E eu respondi que era muito ardente...

No outro dia, minha chefe que é amigona desta diretora voltou rindo muito depois do almoço. Ela me dizia que minha ex-diretora estava muito preocupada comigo. 

--Que história é essa de "ardente"?  A esposa do João já sabe que ele está pondo as manguinhas para fora com esta tal de Gertruds? Este mal-entendido levou-me a carregar a Gertruds até a mesa dela.  Não sei o que se passou na cabeça dela, mas acho que ela entendeu bem a semântica da palavra "ardente" quando ficou conhecendo a Gertruds.

Como ela não vai durar para sempre, tirei um de seus frutos, abri e coloquei  as sementes em dois pequenos vasos. Em uma semana, nasceram umas 20 gertrudinhas. Agora não sei o que fazer com tanta pimenta. Meu atual diretor tem gastrite. Só de olhar para a gertruds ele começa a tossir.

No mercado onde comprei a Gertruds, tem um senhor que vende pimentas frescas. Puxei conversa com ele, enquanto comprava umas pimentas. O senhor Santo (deve ser um italiano) foi me ensinado: esta daqui é a caiene;  muito boa para o coração. Eu comprei um pouco e voltei em outro dia para comprar um quilo. Não de caiene mas de dedo de moça.  

Eu já tinha umas duas garrafas em casa de molho de pimenta que eu mesmo fiz com umas pimentas dedo-de-moça que colhi no meu quintal. Garrafas de uns sete anos. Aproveitei esta minha fase pimenta e fiz outras três garrafas de molho de pimenta. Duas com pimenta dedo de moça, aquela vermelha enorme, e um da pimenta caiene que tem pouca ardência. Da malaqueta eu ainda não fiz molho, não. Mas como a Gertruds tem mais de 50 pimentas, acho que vai dar uma boa garrafa de molho.


Na verdade, um pé de pimenta no escritório com pimentinhas nascendo, mudinhas torcendo o pescoço para olhar o sol é coisa muito boa para aliviar o estresse. Como apaixonado fazedor de mudas (blog ecológico) acho que a malagueta, tanto a pequena quanto a grande, se adapta bem a ambientes bem iluminados. Ela gosta de sol forte e muita água no pratinho do vaso. O contrário das violetas que preferem a sombra.

Tenho usado como adubo, umas coisas que comprei lá na Rua São Caetano. Além de vestidos de noiva, ali tem duas casas enormes de coisas  para agricultura e pecuária. Superfosfato triplo, sulfato de amônia, adubo foliar, enxofre, óleo mineral, etc. Agora pulverizadores pequenos, eu amei os da marca Guarani que encontrei na loja da Camicado, adiante da Ladeira Porto Geral.

Daqui a um ano quando voltar a esta crônica, quem sabe este pé de pimenta já esteja na sua terceira geração. Gertruds, depois Penélope, depois Gisele... Cada geração vai ter um nome. A propósito, dê uma clicada com o mouse  na foto da Gertruds, para vê-la em tamanho maior.

O que tem de estranho nesta crônica? Eu acho que é o fato de colocar nome de gente em pés de planta. Quem sabe elas gostam?