domingo, março 14, 2010

Uma boa consciência e cargos religiosos

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Entardeder na Galiléia
João Cruzué

Se você tivesse diante de um processo de escolha difícil, qual caminho tomaria: socorrer um ente querido ou investir apenas no ministério pastoral? Não tenho nada de tão importante assim em vida, para que venha influir na vida de alguém, mas julguei conveniente escrever algumas linhas para dizer que oportunidade não voltam se fizermos escolhas erradas contrariando a voz do Espírito Santo.

Em meados de 2000 eu estava à frente de uma congregação com mais de 100 almas. Deus era comigo, ajudando-me muito no cuidado ministerial. Pela mesma ocasião minha mãe começou a ter sérios problemas de saúde mental. Eu pedi uma licença de seis meses ao Pastor Setorial para cuidar do assunto. A princípio ele não se agradou, mas Deus disse-me que seria bem-sucedido. E eu tinha chegado ao limite, antes de conversar com ele. E o fato interessante era que ao dobrar o joelho para orar, minha consciência se apresentava nítida enquanto marcava em brasa o meu coração com o nome de minha mãe.

Eu fui substituído. Conversei com a família e, durante dois anos, mês sim, mês não, eu viajava 900 km, para fazer companhia a minha mãe. Diante dos colegas de ministério eu fiquei com uma mancha. O julgamento deles era diverso do meu. Achavam que primeiro vem o ministério e depois o resto.

Dez anos depois, ainda continuo analisando minha escolha. Descobri que não valia a pena pensar como eles. Perdi o interesse de andar com eles, pois a mim pareceu-me que não estavam dispostos a sacrifícios pela família. Eu não desisti do ministério, mas o Senhor é Senhor do meu tempo, da minha vida e sabe do propósito para o que me criou.

O que aconteceu nestes dez anos? Bom, seis meses depois de estar cuidando de minha mãe, comecei a coletar literatura para enviar para as igrejas do cárcere nas Penitenciárias do Estado de São Paulo. Durante dois anos e meio, coletei e enviei pelo correio mais de 500kg de revistas usadas de Escola Dominical, sempre acompanhadas de algumas Bíblias. Em 14 de julho de 2003, o Senhor pos fim a 11 anos de desemprego, quando abriu-me as portas para ser o contador da Autarquia Hospitalar do Campo Limpo. Trabalhei seis anos ali. Não consegui resolver todos os problemas de minha mãe, mas ela melhorou bastante, e se sentiu bem mais segura.

No final do ano passado, recebi um telegrama em minha casa solicitando minha presença no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo para assumir uma vaga conquistada em concurso. Data do concurso 11.12.2005. Quase quatro anos. Mudei de emprego e passei a ganhar um dos melhores salários do Estado.

Eu não contei toda a história. Tive um grande prejuízo por causa de um negócio com outro familiar. Perdi seis terrenos comprados e pagos para esta pessoa. Na época do desemprego a venda desses imóveis livraria minha família das grandes dificuldades que passamos. Eu perdoei o prejuízo e coloquei a causa nas mãos de Deus, sabendo que mais o Senhor tem para dar do que o diabo para carregar!

Examinando o passado e principalmente as duas escolhas mencionadas, percebo que meu coração está em paz. Eu não sei se foi por ter feito as escolhas certas que o Senhor colocou em minhas mãos um cargo de auditor no Tribunal. O que sei é que não tenho nada em meu coração que me faça envergonhar das atitudes que tomei. Elas me custaram muitas feridas e muitos mal-entendidos, mas no final de tudo eu percebi que se não fora Jesus ao meu lado eu teria ficado sozinho.

Mas é melhor ficar sozinho e ter a presença de Jesus do que um ministério de fachada. Acho que é uma grande hipocrisia ensinar amar ao próximo do alto de um púlpito, enquanto abandona pais, mães e a família à própria sorte. Isso é loucura, que nossos filhos, dias mais tarde, vão lançar em nosso rosto.

Se assuntos dessa natureza também estão fazendo parte do seu dia a dia, eu creio que uma consciência em paz com Deus é muito mais valiosa. Mais que uma posição eclesiástica conquistada a preço da negligência, da omissão envolvendo um ente familiar. O preço pode não ser suficiente para comprar a sua própria consciência.








O cumprimento das promessas do Salmo 23 em minha vida

águas tranqüilas

autor: João Cruzué

O Salmo 23 é um dos capítulos mais conhecidos e amados da Bíblia Sagrada. Posso ver nele palavras de lindas profecias que se cumpriram no passado, continuan se cumprindo no presente e cumprir-se-ão também no futuro na vida daqueles que se aproximam do Deus. Entre tantas coisas belas que posso ver nele, existem sete promessas para o nosso dia a dia.

O autor dessas promessas é o Senhor Jeová.

Quando você aceita Jesus como Salvador de sua alma e Senhor da sua vida, você muda de senhorio e de posição diante de Deus. Assim como no Brasil, para ter uma existência civil é necessário o Registro de Nascimento, a Bíblia também ensina, no primeiro capítulo do Evangelho segundo João, que a todos que receberam Jesus em seus corações pela fé, foi dado o direito, por Deus, de ser registrados como filhos de Deus, no Livro da Vida. A esses, o Salmo 23 declara a primeira promessa: de que o Senhor é o Pastor pessoal, atendo a suas necessidades. O Senhor Jesus, o nosso Pastor, sabe o que está passando com você e comigo.

Faltando poucos dias para encerrar o longo período de desemprego por que passei, de 1992-2003, pude experimentar isso bem de perto. Eu estava passando por um mar revolto e o Senhor entrou no barco e me levou para as águas tranqüilas. Em março de 2003 eu estava no sítio concluíndo o plantio de 160 covas de bananeiras, a maioria delas da variedade maçã. Março, na Região do Vale do Rio Doce, significa o fim das chuvas de verão. Ao terminar o plantio delas, um irmão da Igreja Presbiteriana e eu oramos e agradecemos a Deus, como é de costume.

Então, uma chuva caiu moderadamente sobre a superfície da terra seca. Contudo não a molhou completamente. Vi naquela chuva, justamente no final do trabalho o cuidado de Deus. À noite, quando fui me deitar, às 8:00h, assim que pus os joelhos no chão antes de dormir, caiu outra chuva, exatamente quando comecei a orar. Então veio a minha alma uma oração bem humorada: Senhor, por duas vezes hoje já choveu moderadamente. Entendendo eu que o Senhor estava alegre e provocava uma oração mais ousada de minha boca, com muito bom humor orei assim:

--Senhor, eu posso amanhã gastar a metade do dia indo de uma a uma daquelas 160 covas de bananeiras e aguá-las. Mas, já que o Senhor está insistindo, vou orar difente: se queres mesmo molhar aquela terra, então envia uma chuva de verdade, 10 vezes mas forte que estas, pois aí vai molhar de uma vez!

Em meio à madrugada acordei com um barulhão forte no telhado da casa assobradada. Grandes goteiras caiam das telhas na calçada, e no outro dia havia sinais de enxurrada por todos os lados. Molhou mesmo.

Então entendi o significado do cuidado, do amor que Deus tem por nós. Se Ele insistiu em me mostrar que se preocupava em molhar simples bananeiras, era porque ele queria que entendesse que me amava e que estava cuidando de mim e da minha familia, durante todo os onze anos de desemprego.

Presença, cuidado, paz, segurança, vitória, compromisso e bondade. Sete bênçãos. Todas essas elas estão se cumprindo em minha vida.

Vim de uma família que não conhecia a paz. Meus velhos embora católicos, honestos, trabalhadores, eram muito materialistas e me xingavam muito. Um dia comecei a ter ataques epilépticos. Mãe, ficou horrorizada, pois toda família de meu pai tinha esse problema. Assim que entreguei minha vida para Jesus, aos 18 anos, fui curado dessa doença horrível. Quando permiti que Jesus entrasse de verdade em minha vida, a paz que eu não tinha veio completamente.

Eu descia a antiga Rua 10, do Jardim São Luiz - em 1975 - seguindo para meu trabalho onde hoje fica o Supermercado Extra da Ponte da João Dias. Descia alegre, feliz, como se flutuasse sobre a rua. A família estava endoidecida porque eu me tornara crente, mas eu não ligava muito para a raiva deles.


Importante: assim escrevi antes de novembro de 2009:
Uma parte
importante desse Salmo, o quinto versículo, ainda está por se cumprir na minha vida. Aquela que diz que o Senhor prepara uma mesa diante dos inimigos. Na verdade, posso dizer que não possuo inimigos na expressão literal dessa palavra. Mas, entendo que ao me tornar um cristão, deixei de perseguir os degraus da segurança financeira, da riqueza que a família de minha origem sempre julgou mais importante. Para eles, ao me tornar crente preocupei-me em demasia com o espiritual e deixei de correr atrás do que de fato a sociedade valoriza: a fama e a riqueza.

Aprendi uma coisa observando um atributo marcante na vida de Davi, antes de tomar qualquer decisão, ele orava e buscava a presença do Senhor para orientar-se. Eu não preciso de riquezas para conquistar mais paz, alegria, gozo, uma família firme na casa do Senhor - pois tudo isso já tenho. Mas por outro lado sei que Ele vai colocar-me atrás de uma mesa, e diante dela todos os difamadores, e murmuradores, e incrédulos, para mostrar a todos eles, não que o joão é alguma coisa, mas que o Deus do João é.

Assim como o João, você está prestes a receber de Deus o que tem buscado. O mesmo Senhor que mostrou-lhe o cuidado para com simples bananeiras vai enviar no tempo apropriado (breve) aquilo que falta a você. Creia nisso. Ele não descançará enquanto não lhe abençoar com todas as bênçãos prometidas, e seus difamadores ainda vão ter que dizer: como é maravilhoso o Senhor Jesus!

O que aconteceu depois de novembro de 2009: Fui convidado para fazer parte do time de contadores do Departamento de Contabilidade da Secretaria de Finanças do Município de São Paulo. Passe em duas entrevistas com o segundo e depois com o Sr. Secretário. Ele me deu as boas vindas. Mas, não fui para a Secretaria de Finanças. Em 14 de novembro recebi um telegrama do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, para assumuir uma vaga de auditor. Eu tinha feito um concurso em dezembro de 2005. Na prorrogação desse concurso, quase três anos depois, quando eu nem mais me lembrava dele, a bênção do Senhor me alcançou. E se cumpriu o versículo 5 do Salmo 23, porque, Graças a Deus por nosso Senhor Jesus Cristo - que me deu grande vitória. Hoje é 14 de março de 2010. Há três meses estou no TECESP, e tenho agradecido, todo dia, esta bênção que o Senhor graciosamente quis dar a mim.





autor: João Cruzué


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