sábado, maio 09, 2020

Homenagem às Mães em 10 de maio de 2020

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Por João Cruzué
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Todo dia é dia das mães, mas hoje é um dia diferente, especial, dedicado para celebrar a maior autoridade do lar, ou para lembrar daquela que não está mais presente.Hoje é o dia das mães. Há muitos radicais que associam o Dia das Mães como um evento comercial, mas este 10 de maio de 2020 não se mede de jeito nenhum com esta régua, pois estamos sem shoppings, sem lojas, sem 25 de Março. Um dia das Mães sem comércio aberto, pelo menos nos bairros mais centrais da Capital Paulista. Então, vamos refletir um pouco sobre as mães da Bíblia.

A palavra "Mãe" está presente  371 vezes na Bíblia, sendo 280 vezes no Velho Testamento e 71 vezes no Novo. O primeiro versículo onde aparece nossa homenageada está no Livro de Gênesis 2:24 e, o último, Apocalipse 17:5. A mãe do Senhor é citada 36 vezes no NT. De longe é a mãe mais citada em toda Bíblia.  Neste dia 11 de maio de 2014, estamos aqui para deixar nossa homenagem a todas as mamães.

No Velho Testamento houve muitas mulheres valorosas. Por exemplo, Rebeca - a mãe que amava mais ao filho Jacó do que a Esaú. Joquebede, a mãe de Moisés, a mãe planejadora. E Ana,  a mãe que parecia  bêbada diante dos olhos do sacerdote Eli. A força da sua oração incomodava a Deus e perturbava homens.

Hoje, 10 de maio de 2020 é o Dia das Mães. 

Quero dedicar aqui algumas palavras de carinho para cada mãe que estiver lendo este texto. Parabéns! Mamãe.

Dona Glória, a minha mãe já está com o Senhor há nove anos. Ela foi professora aos 15 anos de idade, e ensinava em uma classe mista na Zona Rural. Seu trabalho era referência, pois havia alunos da cidade que  trocaram a escola da Cidde para frequentar suas aulas. Era uma moça de cidade que se casou com um homem do campo. Não quis, porém, ficar apenas na cozinha e foi trabalhar ombro a ombro com meu pai. Juntos construíram um futuro próspero com muito suor e muita enxada. Era uma senhora muito econômica que repudiava o desperdício.

Acreditava no poder da Educação. Aos sete anos de idade, lembro da minha mãe capinando um arrozal, comigo ao  seu pé, com um caderno na mão fazendo lições de casa. Era extremamente focada na Educação. Tanto é que aos seis anos já estava alfabetizado, tendo sido matriculado direto no segundo ano, aos 07 anos de idade. Aprendi a ler na "famosa" Cartilha da Infância de Thomaz Galhardo. Aquela tão criticada do "Joãozinho é cabeçudo, mas tem belo coração" O interessante é que nunca soletrei, nem "silabei" - lia as palavras por inteiro. Mãe só teve um pouquinho mais de trabalho comigo com a letra "gê", que eu insistia em chamar de "efegê".

Aos 18 anos, mãe "empurrou-me" para a cidade grande, para procurar meu futuro. Para concluir os estudos e trabalhar. Eu tentei voltar dois anos depois, mas ela não concordou. Estava certa. Duas coisas boas aconteceram longe de casa: conclui o bacharelado em Ciências Contábeis e tornei-me um crente em Jesus. Mas isto ela detestou, e muito lutou para que eu não saísse da sua "religião". Mãe era católica "roxa". Catolicismo que ela abandonou 12 anos depois, quando ouviu a ordem do Senhor para sair e aceitar Jesus como seu único Senhor e Salvador.

Ó Senhor Jesus, neste dia consagrado especialmente às Mães, receba esta concisa oração: Abençoa com saúde, força e sabedoria cada mãe deste mundo. Especialmente a minha esposa Cleo, que também é pedagoga e minha filha mais velha, com seu filhote de três anos - entre tantas outras sábias e excelentes e mamães.

Parabéns Mamães!











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sexta-feira, maio 08, 2020

A linguagem do silêncio na Bíblia



João Cruzué

No livro de Eclesiastes está escrito que tudo tem seu tempo determinado e que há tempo para todo propósito debaixo do céu. Inclusive tempo de falar e tempo de ficar calado. Também há outras formas de silêncio na Bíblia que merecem uma boa análise. Então, vamos ver isso de mais perto.

O Salmo 115:17 diz que os mortos não louvam ao Senhor, nem os que descem ao silêncio. Esta semana foi particularmente dura quanto a esta forma, pois minha cunhada Dalva, a mais alegre, a mais barulhenta, faleceu e está em um lugar de silêncio em uma cidade no Vale do Ribeira  -SP.

E, no Evangelho segundo Mateus, 26, também está escrito que Jesus guardou silêncio diante do sumo sacerdote judeu no dia do julgamento. O líder religioso perguntava, mas Jesus não respondia. Talvez admirado diante da ignorância dele, tão fora de sintonia com Deus. 

De repente, o sumo sacerdote perguntou: Conjuro-te perante o Deus vivo que nos diga se tu és o Cristo, o filho de Deus. Então Jesus abandonou o silêncio e produziu a prova oral que o condenou à morte. "Tu o disseste; entretanto, eu vos declaro que, desde agora, vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu." 

Depois disso, o sumo sacerdote rasgou as  vestes e bradou "vitorioso": "Blasfemou! Que necessidade temos mais de testemunhas? Eis que ouvistes agora a blasfêmia!" Para um religioso Judeu mediano, Deus é único e não tem filho.

Aqui no Centro da Cidade de São Paulo, as pessoas também fazem silêncio diante dos grupos de viciados em crack e dos loucos da Região da Praça da República. É o silêncio da desigualdade, da indiferência ou, quem sabe, da impotência. Se o próprio viciado não procurar por ajuda, ele não pode ser forçado nem ajudado. O silêncio das autoridades diante de uma liberdade da escolha à autodestruição.

No Evangélio de Lucas, 15, um pai amoroso não disse palavra quando o filho mais novo pediu sua parte na herança e foi-se embora. Nada do que o pai dissesse teria valor. Foi o silêncio do amor e da sabedoria. Aquele pai aguardou em silêncio até o dia que avistou o filho retornando para casa. Então começou a falar sem parar: Trazei-me depressa a melhor roupa, ponde-lhe um anel na mão, sandálias nos pés, trazei-me o bezerro cevado e matai-o; comamos e alegremo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu; tinha se perdido e foi achado!"

No Evangelho segundo João, um grupo de fariseus levou uma mulher adúltera diante de Jesus. Eles queriam ver sangue;  acusavam e Jesus permanecia em silencio. Eles continuaram acusando enquanto Jesus escrevia na areia. Não  disse uma palavra. Quando os homens calaram-se Jesus disse: "Aquele que estiver sem pecado, atire a primeira pedra." Ele guardou silêncio diante da hipocrisia, quando ela se calou, ouviu uma crítica certeira. E foi em silêncio que eles foram embora. Um silêncio de vergonha.Em Apocalipse 8, por quase meia hora se fez silêncio no céu. O silêncio da expectativa.

Existe também o silêncio dos covardes, que no tempo de falar preferem ficar calados. Há ainda o silêncio de um coração contrito cujas palavras e gemidos já se esgotaram em oração. E  há o silêncio da dor, da opressão, onde a língua permanece muda, enquanto as lágrimas falam.

Para cada tempo e ocasião existe uma forma de silêncio adequada. Mas eu guardei a melhor para o final. Se você ainda não aceitou Jesus Cristo como Senhor da sua vida, ou está distanciado dele como o filho pródigo, não fique em silêncio diante da oportunidade quando você ouvir a voz de Deus falando a sua alma.