domingo, fevereiro 19, 2017

Chamada ministerial, Igreja e representação política


A MISSÃO DA IGREJA É PREGAR O EVANGELHO


BÍBLIA
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João Cruzué

Quero deixar registrado com bastante clareza, aqui, minha opinião sobre o papel da  Igreja  e de seus pastores na política da nação brasileira. Sou blogueiro evangélico desde 2005. Cristão, servo do Senhor Jesus Cristo desde os 19 anos; consciente de minha cidadania sou compelido a posicionar-me de forma clara, de acordo com o conhecimento que tenho vontade do Senhor e dos meus 42 anos de fé. Se o interesse exagerado de representação política da Igreja Evangélica brasileira e de seus pastores não for criticado, comentado, reprovado e combatido, ele só vai aumentar!

Estou perfeitamente consciente que sem a Política, o Estado não vai destinar com eficiência e equidade os recursos dos tributos que pagamos. A Política, para mim, é a arte de conversar e voltar a conversar com o propósito de conhecer os problemas da nação e levar recursos  para onde há maior carência. A política como fator de equilíbrio social. Por exemplo: estamos em 2018, e a transposição do Rio São Francisco ainda não foi concluída. Ainda hoje, assisti no Jornal Nacional que a Ferrovia Transnordestina começou em 2006, deveria ter sido terminada em 2010, também está parada e enferrujando.

Por outro lado, vemos a boa política não está funcionando em nosso país. Foram gastos bilhões de reais em construções de estádios para a Copia de 2014, e  outros bilhões nas construções dos Jogos Olímpicos de 2016. Megalomanias que tiveram o foco do mundo inteiro, mas que durou apenas um mês. E porque não houve a boa política nestes casos? Porque quanto maior a empreitada, maior a corrupção. E quase o Brasil caiu no conto do vigário do trem bala São Paulo Rio, que nossa "ex-presidenta" queria licitar por uma "micharia" de 50 bilhões de reais..

Quanto a Igreja, O Senhor Jesus não a edificou para outro propósito senão para ser Casa de Oração para todos os povos. Uma instituição divina e mística para cuidar da vida espiritual das pessoas que a cada ano ficam mais vazia. 

A Igreja é a porta e o caminho de um  Reino totalmente distinto do mundo social. Dessa forma, a representação política pretendida pelos religiosos e  Igreja são coisas bem distintas. Na Igreja, a autoridade maior é o SENHOR JESUS. Na política, a autoridade maior pode ser qualquer cidadão/cidadã. Mas, em nenhuma passagem do Novo Testamento, seja pelas palavras do SENHOR, ou de Paulo, João, Pedro ou Tiago está escrito que a missão da Igreja é fazer política. Por analogia, a César o que é de César e a DEUS o que é de DEUS.

"Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura" (Marcos 16:15) - é esta a Missão da Igreja.

O abandono do arado. É esta, a imagem que vejo quando percebo a preocupação das lideranças das grandes denominações evangélicas (Igreja Universal,  Igreja Internacional da Graça, Igreja Mundial e Igreja Assembleia de Deus) em participar ativamente de projetos políticos, aspirando posições e cargos de poder temporal. Quando este desejo, este projeto se torna mais comentado e mais discutido em meio à liderança de uma Igreja Evangélica, o Reino de Deus, ó... deixou de ser a missão da Igreja. A missão primeira, segunda, terceira quarta, quinta... da Igreja é apregoar o Reino de Deus e a  reconciliação com Deus por meio do sangue de Jesus.

Um pastor que recebeu a convocação do SENHOR, a unção ministerial para cuidar do rebanho do SENHOR, quando larga tudo isso para ser um Vereador, Deputado, Senador, Governador, ou até mesmo Presidente, está trocando o sagrado pelo profano. Estará jogando no lixo a sua CHAMADA MINISTERIAL pelo SENHOR. Não adianta racionalizar, dizendo "Veja bem, José e Daniel..." Não tem nada de veja bem.

Não importa se esse pastor, bispo, evangelista, apóstolo seja lá quem for: Trocou a chamada de Deus para cuidar do rebanho por uma  cadeira de representação política, sinto muito: É, sim, um profeta velho e um homem desviado da verdade. Há homens de sobra para a representação política,e poucos homens com chamada para cuidar do rebanho.

Um erro de estratégia. Uma falta de paciência. Se estas denominações evangélicas, apreciadoras do poder temporal, estivessem mesmo trabalhando prioritariamente em projetos de evangelização nos últimos 20 anos, a metade do Brasil já seria do Senhor Jesus. Isto por si só, evitaria a grande perda de tempo (e ministérios pastorais) em projetos políticos. A lógica é: Se o povo de uma nação se converter ao Senhor, seus políticos serão homens com o temor do SENHOR.

O que a Igreja tem ganhado com a participação direta de seus pastores nas casas legislativas brasileiras? 

Meu comentário: podem até  ter colocado muitos pastores no poder. Pela quantidade de crentes, pode a bancada evangélica chegar a 30%. Todavia,  a um custo muito alto: a sua CREDIBILIDADE. Hoje, diante dos olhos da nação, qual tem sido a imagem, por exemplo: do Bispo Macedo, do Pastor Marco Feliciano,  Valdemiro Santiago, R. R. Soares, Silas Malafaia...

Decididamente são bons homens de negócios! Têm fama, mas a cada dia perdem sua credibilidade perante o povo. O que isto faz? Fecha a porta da Igreja, para os que tinham desejo de entrar. 

Poder e sucesso não é sinônimo de inerrância. Poder temporal e Pastor milionário que cuida de rebanho de pobres são coisas que destoam do perfil do CRISTO. E, se destoam, devo tomar cuidado para não ser enganado com a voz de um profeta velho.

Lugar de Pastor evangélico não é na política, mas cuidando da sua missão espiritual: Orando, evangelizando, pastoreando, consolando, aconselhando, repreendendo, ajudando a levantar, a perdoar... Cuidando do rebanho. Deixar o espiritual pelo material é loucura.  

O papel da Igreja não é separar seus pastores mais populares para serem candidatos a cargos eletivos, porque eles têm compromisso com Aquele que os separou. Se a Igreja fizer isto, estará pisando nos dons ministeriais de seus líderes, e Deus não vai deixar isto impune. A família desses pastores pode ficar sem os muros da proteção da graça de Deus. Sem isso, o diabo deita e rola, como fez dentro da Casa do Rei Davi.

O papel da Igreja Evangélica é pregar o Evangelho da salvação ao pobre para que ele aprenda a orar direito, ser um homem reto e , assim encontrar o caminho da prosperidade. A Igreja também tem em seu projeto principal orar pelo enfermo para que ele receba a cura. Deve expulsar os demônios dos oprimidos pelo diabo para que eles sejam liberto. A Igreja deve falar  ao corrupto para que ele deixe de roubar a nação, o sustento do pobre, a correção da aposentadoria da viúva,  a aposentadoria dos velhinhos e o pão da criança desamparada.

O papel da Igreja é condenar a corrupção, e não caminhar ao lado dos corruptos. O papel da Igreja é preparar seus jovens para apregoar o ano aceitável do Senhor Jesus, em lugar recrutá-los para distribuir "santinhos"  na porta dos templos na época de eleição.

O papel da Igreja não é trazer candidatos ao púlpito, mas ensinar aos novos convertidos a ouvir o doce som da voz do Espírito Santo, para que possam discernir de pronto o santo do profano, quando alguém estiver liderando. 

Com tantas almas perdidas na miséria do pecado, a Igreja está precisando é de mais Pastores, mais Bispos, mais Apóstolos para enviar ao campo em lugar de mandá-los para serem políticos em Brasília. Mais juízo e menos vaidade.

Por outro lado, é também o papel da Igreja levar, por meio da Palavra de Deus, homens e mulheres  a aprenderem o temor de Deus, para que sejam aptos a toda a boa obra, inclusive, servir à nação em qualquer cargo ou função da carreira pública. Se isto não for feito, a corrupção continuará apodrecendo a política e roubando o futuro de milhões de brasileiros. Crente pode militar na política, mas lugar de Pastor é cuidando do rebanho do Senhor através da Igreja. Isto não é costume, é um princípio bíblico conhecido por santidade, separação do mundo para servir a Deus.



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quinta-feira, fevereiro 16, 2017

Uma passagem de volta para o profeta Jonas

Profeta Jonas
João Cruzué
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Um dos profetas antigos que mais se contextualiza nossos dias é o profeta Jonas. As Igrejas estão cheias de Jonas. Homens que pensam que Deus é mais justiça que misericórdia. Mas há um lado animador nessa história: Quando  Jonas foi confrontado por Deus e passou por um processo de reeducação ele  aprendeu colocar a sua vontade em segundo plano. Vamos pensar juntos sobre isto.

Jonas era como um teólogo moderno. Achava-se mais sábio que Deus. Não que todo teólogo seja assim, mas grande parte deles são pessoas que acham que conhecem tudo. Mas graças a Deus por eles, tanto pelos noviços quanto pelos que já provaram na própria pele a pedagogia de Deus, através de experiências duras. E Jonas, como costuma fazer muitos teólogos presunçosos, posicionou-se como um crítico da vontade de Deus.

Jonas estava cheio de razão e seco do Espírito. Apesar de ter vocação de profeta e chamada de profeta, ainda estava envolvido por demais com as opiniões dos judeus da sua época. Em lugar de arranjar mais tempo para ouvir a voz de Deus, Jonas ouvia as razões da sua própria consciência. Jonas era livre, independente ou pelos menos achava que era.  


Hoje é tudo do parecido. Fazemos tudo correndo. Até a oração tem que ser rápida. Bem diferente da prioridade dos primeiros apóstolos que ao se acharem envolvidos com muitos assuntos administrativos e sociais, separaram sete homens probos para servir às mesas  e voltaram à oração e pregação da Palavra. 

Quando não temos tempo para ficar na presença do Senhor, perdemos a direção e depois a compaixão. Compaixão é  olhar com os olhos do Espírito de Deus. É o profundo entendimento de Deus das fraquezas humanas. Quando a compaixão sai, fica apenas o grande desejo de criticar do formalismo religioso. Se Jonas queria de fato a destruição do povo de Nínive,  é porque já não mais enxergava com os olhos do Espírito.

Por que Jonas não foi substituído? 


Deus poderia muito bem ter  chamado outros profetas para pregar em Nínive. Havia dezenas ou centenas deles em Israel. O fato é que a boa obra que Deus começara em Jonas não iria deixá-la inconclusa. Jonas fora criado para um grande propósito: anunciar as palavras de juízo aos ninivitas e servir de exemplo às futuras gerações de profetas. Quando propositalmente não foi, o plano B de Deus entrou em ação. Jonas mudou de atitude porque tinha somente duas alternativas: ou ia ou morria.

Jonas não era um pregador eloquente. Ele repetia apenas uma frase: "Em quarenta dias, Nínive será subvertida". Era isto que queria. Mas era a mensagem de Deus. Jonas pregava desejando que o juízo sobreviesse e destruísse os ninivitas. Mas Deus tinha outro desejo: queria que houvesse  arrependimento. Era uma pequena possibilidade. Parece que Deus queria dar uma lição em Jonas. Este tinha certeza que em 40 dias a cidade ira virar cinza e fumaça, mas Deus tinha um olhar diferente. Um propósito diferente. Ele via uma multidão de pessoas arrependidas.


Por que há tantos Jonas nas Igrejas? Porque estamos passando por uma época de pregações de um evangelho distorcido. Assim como Jonas, Deus criou cada um para um propósito santo. Todavia, há um evangelho humanista que vem pregando apenas para satisfazer a o desejo de cada crente. Tenho visto, por repetidas vezes, ao final de mensagens nos cultos, pregadores conclamando e até mesmo forçando as pessoas para virem à frente dos púlpitos para deixarem seus problemas. E nada acontece.

Quando cristãos passam por lutas continuadas, a primeira coisa que deve ser analisada são as causas e não apenas as consequências. Pode ser que estejam no "ventre da baleia" passando por um processo pedagógico, para um breve desbaste de suas próprias vontades. Se esta for a causa, não há oração que os tire de lá a não ser que primeiro façam um compromisso de obediência com Deus.

Se é o seu caso, verifique atentamente se não está ocioso na obra do Senhor. Se não está fugindo da vontade do Senhor. Ou se está querendo receber bênçãos sem cumprir os compromissos de fidelidade. 
Quando você se batizou deve ter ouvido  de  esta pergunta: "Você promete ser fiel a Deus enquanto viver? Por isso, antes de mais nada, se está pensando em ir para bem longe da vontade do Senhor, pense no caro preço que Jonas pagou pela sua viagem de volta.







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