domingo, julho 17, 2016

O grande Titanic sete erros depois


Titanic
Por: João Cruzué
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Quero aproveitar esta tarde de sexta-feira, para revisar este post que fala sobre a sucessão de erros, que levou o Titanic a um triste naufrágio. Vou aproveitar também, para fazer uma analogia com o processo de secularização por que passa a Igreja Evangélica brasileira.

O Titanic foi apresentado em 1912 à sociedade inglesa como um transatlântico inafundável. A empresa White Star Line o construiu no estaleiro de Belfast, Irlanda, para ser o maior transatlântico do mundo. Maior em tamanho e em  luxo que seus concorrentes diretos da época, o Mauritânia e o Luzitânia da Cunard Line.

Às 23:40 horas do dia 14 de abril de 1912, ele bateu na lateral de um iceberg e em três horas afundou. Foi encontrado 73 anos mais tarde, em 1985, por uma expedição franco-americana a 4.000 metros de profundidade.


UMA SUCESSÃO DE ERROS

Um homem teve o sonho de construir um grande navio e o batizou com o nome de Titanic. Era para ser o maior  barco que jamais navegara pelo oceano. Quanto ficou pronto, seu construtor contratou a tripulação para fazer uma viagem em grande estilo:  A travessia do Velho  Mundo para o Novo Continente.

A tripulação do navio, a princípio humilde, depois de ser apresentada pelo engenheiro àquele colosso, ficou tão envaidecida, a ponto de espalhar pela cidade que o Titanic era  inafundável. E esta confiança inabalável foi o primeiro erro de uma série, para o desastre.

Em sua primeira (e única) viagem, o Titanic transportava 2.208 pessoas, mas somente levava  20 barcos salva-vidas. O que dava para acudir 1.178 passageiros em caso de uma inesperada desgraça. Este foi o segundo erro.

A tripulação dentro daquele colosso, não passou por treinamento para eventuais situações de emergência. Afinal, não era um navio que nem Deus conseguiria afundar? Foi o terceiro erro.

Era o começo da primavera e o Titanic navegava  em um mar gelado onde grandes icebergs haviam sido vistos pela tripulação de outros navios naquela rota. Um deles enviou notícias que foram captadas pelo telégrafo do Titanic. O operador do telégrafo estava tão confiante naquele gigante de aço que decidiu não entregar os alertas ao comando do navio.  Este foi o quarto erro.

Os dois atalaias do barco, no cesto da gávea, não levavam nenhuma luneta. Foi o quinto erro. Assim, quando iceberg fatal apareceu à frente, distava apenas 500 metros. 

O alarme tocou!

O comandante viu o perigo, mas em vez de mandar parar as máquinas e diminuir a velocidade, decidiu  desviar do iceberg.  O navio era muito grande e o tempo muito curto para a manobra. Ele conseguiu virar apenas uns poucos graus. O sexto erro.

Em menos de um minuto, um leve tremor vibrou todo Titanic. A maioria nem percebeu.  O sétimo erro.

No impacto do casco  contra o gelo, os rebites das chapas de duro aço saltaram e abriram-se grandes brechas. Houve um desprendimento das chapas uma das outras. Se houvesse brechas em um ou dois compartimentos, o navio "inafundável" conseguiria chegar ao destino, mas com o impacto, foram  seis os compartimentos atingidos e inundados. 

O diagnóstico do engenheiro construtor foi fatal: Não havia mais salvação para o Titanic.  Seu destino não mais seria o Porto de Nova York, mas o fundo do mar!

Quando os passageiros ouviram a notícia de que a água estava invadindo o barco não conseguiam acreditar.

Das 2.208 pessoas que estavam a bordo do Titanic, 1.176 morreram afogadas ou de hipotermia no mar.  Isto aconteceu  por uma sucessão de erros: Excesso de confiança, falta de botes salva-vidas, falta de treinamento,negligência de um operador de telégrafo, atalaias sem lunetas, a imperícia de um Capitão e uma colisão quase imperceptível com um "simples" bloco de gelo.


UMA ANALOGIA COM A IGREJA DE NOSSOS DIAS

A construção de um grande navio representa a vaidade humana.  Já fizeram isto no passado com uma grande torre. Hoje temos mega templos e Igrejas corporativas. O  mar é o mundo e sua cultura secular.  O destino da viagem está registrado na Bíblia. No tempo de Moisés era Canaã, nos dias de hoje é a Jerusalém celestial. Quem envia as mensagens sobre o perigo é o Espírito Santo.  O pecado do orgulho é a ponta do iceberg.

O navio é a denominação religiosa. Os operadores do telégrafo são os pastores. Na cesta da gávea estão os profetas da Igreja. A mensagem - PECADO À VISTA - tem como destino a ponte de comando. Na ponte de comando estão os líderes da denominação. 

A base de flutuação da Igreja são os ministérios. Ela é divida em compartimentos que não podem entrar "água" do mar: cooperadores, diáconos, presbíteros, levitas, evangelistas, mestres e pastores. O leme do navio é a oração pessoal de seus líderes.  A luneta para enxergar bem longe,  do alto do cesto da gávea, é o jejum.  

A ponta do iceberg é o pecado da soberba.  A parte maior da montanha de gelo fica submersa. Ali pode ficar escondida a teologia da prosperidade, a mesma que o diabo usou para enganar Eva e pregou para Jesus na tentação do deserto.

Á água que entrou nos compartimentos e fez o navio ir ao fundo, é o pecado do secularismo. O mundo sendo despejado imperceptivelmente dentro das famílias cristãs, por meio dos canos de esgoto da cultura  deste mundo rebelde a tudo que vem de Deus. São novelas cheias de adultério, filmes cheios de violência, pornografia na internet, propagandas de bebida alcoólica, revistas masculinas, homossexualismo, pedofilia, baladas noturnas para "crentes", moda indecente, namoro fornicário e muita avareza.

Os barcos salva-vidas representam as missões. Os 20 barcos salva-vidas do navio, insuficientes para salvar  todos passageiros, representam a negligência da liderança da Igreja que não se preocupa com a ordem de Jesus.

Por quê, mais de 100 anos depois, o naufrágio do Titanic não foi esquecido? Talvez para lembrar algumas coisas importantes:

1. Nossos olhos e ouvidos podem ser  enganados através de palavras persuasivas de um propaganda ufanista e sofismática. Eis o maior templo do Brasil, a maior denominação brasileira, o maior grupo de louvor de todos os tempos, o maior pregador de nossa época. Babel também era a maior torre do mundo e as Torres Gêmeas de Manhattan também eram "inderrubáveis"...

Para enxergar a realidade dos fatos é preciso ser exigente. É preciso observar os sinais, as referências e os icebergs que vagam pelo meio do mar. De certa forma, nossas famílias navegam por um oceano cheio de icebergs de secularismo. É possível ver somente uma pequena e inofensiva parte. Mas o pecado que está escondido em baixo, quando colide com a fé, pode parecer que houve só um "tremorzinho" mas é perigoso o suficiente para por a pique a vida de nossos queridos.

O Titanic não afundou por causa de um erro, mas por uma sucessão muitos deles. A Igreja de Laodiceia era o símbolo de uma igreja secularizada. Sua liderança achava que tinha tudo, mas era cega. Ainda não tinha visto que havia perdido Jesus e que ele estava batendo à porta pelo lado de fora. 

Se você ama a sua família, abra bem os olhos para ver, pois assim como foi uma sucessão de erros que levou o Titanic a afundar, muita coisa errada pode estar passando despercebida diante dos seus olhos. É hora de procurar ouvir a voz de Deus, porque os dias são extremamente maus.












quinta-feira, julho 14, 2016

Quanto vale a vida e o padrão de limpeza do Metrô Sé


Estação Sé do Metrô
João Cruzué

Esta semana eu comecei bem dodói. Domingo eu não conseguia beber nem um gole d'água, por causa de vômitos intermitentes. Acho que o fígado se estressou. O médico receitou uma canja de arroz, e não me deu remédio.  Aí, achei que uma água de coco ia bem. Foi. Mas, a imunidade baixa trouxe uma baita inflamação de garganta. Mesmo assim, eu fui à luta; na segunda, na terça e hoje. Quando a gente pensa que tem grandes problemas, aí você começa a perceber o quanto longe da verdade está.

Na saída do trabalho, hoje, passei na Frutaria do Seu João e da Irmã Socorro, no Centro de São Paulo. Eu lá estava comprando uma dúzia bananas nanicas, quando o Alexandre, filho dos donos, olhou para um moço esquálido, morador de rua, que estava parado na porta e disse assim:

-- Não precisa pegar as coisas no lixo; vem aqui que vou lhe dar algumas bananas. Dona Socorro, commpletou: Meu filho,  tenho um pouco de sopa aqui no fundo... Alexandre, pega lá para mim. E eu levantei os olhos e olhei para o rosto daquele moço, alto, magro, enrolado em um cobertor, e vi o retrato completo de entrega total à desesperança.

Comprei minhas bananas deixei uns trocados para o moço, e segui para a Estação Sé do Metrô. Nem bem havia descido as escadas, e notei um amontoado de gente. A princípio pensei que fosse o começo de uma fila. Depois, aquilo não era uma fila. Parecia mais com o evento de algum propagandista cercado por um círculo de curiosos. Também, não era propagandista. Três policiais estavam colocando uma manta térmica de alumínio sobre o corpo desfalecido de um homem seminu todo ensanguentado. Quando eles o moveram do chão com esforço, para colocar sobre a maca, muita gente colocou a mão na boca, de espanto, ao ver sangue para todo lado e um corpo inerte. Eu fiquei zonzo.

A vida sem Deus nesta cidade está valendo muito pouco. Apesar de um início ruim de semana, com vômitos e gripe, ainda assim não posso deixar de ponderar que há gente em situação muito pior. 

O curioso é que, enquanto  lá em Brasília "nossas" autoridades estão preocupadas em quem vai assentar-se na cadeira do Cunha e quando vão votar o projeto da famigerada CPMF, aqui no Brasil real tem gente catando lixo para comer, outros morrendo no metrô, e outros tentando apagar o rastro destas mazelas para não assustar tanto.

Antes de embarcar no trem da Linha Vermelha em direção à Estação República, ouvi o serviço de alto-falante da Estação anunciar:

--Encarregado da limpeza, apresente-se na SSO...


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