domingo, junho 08, 2014

12 de junho é aniversário de Anne Frank

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"Quando eu escrevia,
todas as minhas tristezas desapareciam.
Eu não pensava naquela miséria toda,
mas na beleza que permanecia"
(Anne Frank)

12 de junho, aniversário de Anne Frank

João Cruzué

Annelise Marie Frank foi uma vítima do Shoah. Era adolescente nos anos 40, quando as botas nazistas pisaram no pescoço da Europa continental e promovendo um movimento de deportação e extermínio de judeus sem precedentes na história. Se estivesse viva, completaria 85 anos de idade na quinta-feira 12 de junho de 2009. E meu pai se estivesse vivo, 94 anos. Ambos nasceram no mesmo dia.

Anne Morava em Amsterdã, na Holanda, quando os soldados alemães procuravam judeus para os deportar para os campos de concentração da Polônia. Anne, e sua família: Margot, a irmã mais velha; Edith Hollander, a mãe e o pai - Otto Heinrich Frank. Na companhia do casal Peter e Dussel Van Daan esconderam-se por dois anos no sotão chamado Anexo Secreto. A escritora protestante Cornelia Johanna Arnolda ten Boom ou Corrie Ten Boon, mais tarde escreveu um livro "Refúgio Secreto", onde descrevia suas experiências com ocultação de judeus.


Anne tinha um diário, um presente de aniversário que ela chamava de Kitty, meu gatinho. Tinha 13 anos quando começou a escrever nele. Escrevia as coisas simples do seu dia a dia. O que pensava, fazia e sentia. Se vivesse em nossos dias, escreveria um blog, tal como  Yoani Sánchez, a blogueira cubana.

Em 4 de agosto de 1944  agentes da Gestapo levaram todos para os campos de concentração em Westerbok, Auschwuitz e Bergen-Belsen. O diário de Anne foi entregue ao seu pai, Otto Frank,  único sobrevivente da família. Em 1947 ele decidiu pela publicar este Diário. Era o desejo de Anne. Ela escrevia e registrava tudo para que alguém mais tarde pudesse conhecer a verdade que o tempo costuma apagar e a sociedade a esquecer.

Em Bergen-Belsen, Alemanha, ela foi separada da família. Anne morreu de tifo, nove meses depois da deportação. Apenas duas semanas antes da tomada e libertação daquele campo pela 11ª Divisão Armada Britânica. Quando entraram se depararam com uma visão do inferno: 60 mil prisioneiros, farrapos humanos juntos a uns 30 mil corpos em decomposição, espalhados pelo campo. Anne seria um deles. [1]


Anne Frank era uma adolescente de 13 anos quando começou a escrever seu diário. Se na sua época ela tivesse um computador e Internet, esse diário seria um Blog. Que importância teriam as anotações do diário de uma simples adolescente? Não existiam na sua época os livros de escritores endeusados de todas as épocas? 

Aqui cabe um comentário: Anne tinha um projeto: escrever um diário para contar o testemunho de seu cotidiano. Ela queria que o mundo soubesse. Um sonho de adolescente. Hoje, depois da Bíblia é um dos livros mais lidos do mundo. 

Também Foi produzido um filme sobre o diário de Anne Frank.

Quando Eleanor Roosevelt esteve presente na apresentação do Livro
"The Diary of Anne Frank" disse: "

"Um dos maiores e mais sábios comentários da guerra 
e seu impacto no ser humano que eu jamais li"

O escritor soviético IIlya Ehrenburg disse:

"Uma voz que fala por seis milhões;
voz não de um sábio nem de um poeta, mas de uma menininha comum."


Este artigo teve a Wikipedia como fonte de pesquisa. Achei que seria uma boa ocasião para lembrar da maior conquista da humanidade: a escrita. Sem ela não haveriam livros, nem escolas nem Internet, nem História.

Que o testemunho de Annelise Marie Frank seja mais um motivo para inspirar o nosso trabalho de produção de conteúdo cristão. Eu não poderia deixar passar esta data em branco.


Fotos do Holocausto
http://isurvived.org/home.html

Nota: Permitido a cópia do artigo, com os créditos.

cruzue@gmail.com

As virgens prudentes e tolas da parábola de Jesus

 Crédito da foto: Everton Rosa em  delas.ig

Wilma Rejane

Na sequência de parábolas do Evangelho de Mateus, encontra-se no capitulo 25, as palavras de Jesus sobre dez virgens a espera do noivo. Cinco virgens prudentes e cinco tolas que saem de suas casas com lâmpadas acesas à base de óleo, são as candeias ainda usadas em muitos recintos interioranos e que tinham função especial nas procissões orientais que festejavam noivados.

Os ouvintes de Jesus estavam familiarizados com a tradição das candeias, de modo que puderam compreender perfeitamente o significado da parábola. Vamos conhecer um pouco do que ocorria no antigo mundo oriental em relação a noivado e casamento?

No antigo Israel a aliança de casamento (B'rith) fazia parte do direito civil e não havia documentos legais elaborados para definir os direitos do marido e da esposa. A cerimônia de casamento (chupá) consistia em trazer a noiva para a casa do noivo, em procissão, com lâmpadas acessas durante à tarde ou noite. Havia grande regozijo e celebração nas ruas, e também quando as procissões chegavam na casa do noivo. Uma vez que entravam na casa do noivo, as portas eram fechadas e a cerimônia começava. O noivo espalhava a ponta do manto superior sobre a noiva, em seguida, iriam proceder à câmara de casamento, depois acontecia a festa de encerramento. Amigos e parentes viajavam longas distâncias para participar da festa.

É interessante porque Jesus falou de dez virgens para um noivo e não para dez noivos. Logo, Ele se referia às virgens comparando-as a Igreja de Cristo, o Noivo, era o Próprio Cristo. Ainda na parábola, se lê que cinco virgens tinham suprimento de óleo nas suas lâmpadas, de modo que puderam ficar vigilantes até a chegada do noivo, reconhecendo sua aparência e identificando-o. Cinco noivas, porém, saíram ao encontro do noivo com lâmpadas acessas, mas sem reservas de óleo, suas lâmpadas apagaram e elas não puderam encontrar o noivo, entrar em Sua casa, uma vez que saíram para comprar óleo e quando voltaram as portas da casa onde ocorria a festa de casamento, estavam fechadas. Elas bateram e o noivo respondeu de dentro:

“ Em verdade vos digo que vos não conheço. Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir.” Mateus 25:12-13

Portanto, essa parábola de Jesus exorta a vigilância da Igreja em relação a vinda do Senhor Jesus. É necessário manter a lâmpada acessa constantemente. As virgens néscias saíram para comprar óleo e nessa saída se distanciaram da porta de acesso, da festa e do Noivo. Podemos comparar tudo isso a Igreja que busca suprimento espiritual em ideologias contrárias a Palavra de Deus, se distanciando da Verdade.

Antigo Testamento:

A luz que iluminava o Tabernáculo sagrado vinha de um castiçal também chamado de menorah em hebraico “lugar das luzes”.


“ Ordena aos filhos de Israel que te tragam azeite de oliveira, puro, batido, para a luminária, para manter as lâmpadas acesas continuamente. Arão as porá em ordem perante o Senhor continuamente, desde a tarde até à manhã, fora do véu do testemunho, na tenda da congregação; estatuto perpétuo é pelas vossas gerações. Sobre o candelabro de ouro puro porá em ordem as lâmpadas perante o Senhor continuamente. ” Levítico 24:1-4


Nas extremidades do castiçal, não eram colocadas velas, mas recipientes com óleo puro de oliva, especialmente consagrado para aquele propósito. Os castiçais que recebiam o óleo, eram esculpidos em ouro puro, em formato de folhas e flores de amêndoa. Existe todo um simbolismo referente ao castiçal acesso. Tal qual na parábola das dez virgens, essa parte do tabernáculo exorta a vigilância contínua, a um espírito reto e em constante relacionamento com Deus. Luzes acesas à base de óleo e suprimento dizem respeito a unção, a presença do Espírito Santo na Igreja.

Pode se dizer que as virgens néscias, eram desprovidas dessa luz, suas lâmpadas apagaram e não puderam concretizar o casamento, porque não vigiaram, não se prepararam para o grande dia de suas vidas. Elas pediram azeite as virgens prudentes, que lhes negaram. Aprendemos que a responsabilidade pelo pecado é individual. Não basta estar presente na igreja e seguir rituais, é preciso manter a lâmpada acessa diariamente com a presença do Espírito Santo de Deus no tabernáculo eterno que é nosso ser, templo sagrado.

“ Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?” I Cor 6: 19.

Virtude

Existe um momento na parábola das dez virgens que elas adormecem pela demora do noivo. Me perguntei qual seria o significado desse sono. E no livro de provérbios encontro a resposta, nas palavras do Rei Lemuel descrevendo a mulher virtuosa:

“Ela percebe que o seu ganho é bom e sua lâmpada não se apaga nem enquanto dorme” Pv 31:18.

As virgens néscias, eram desprovidas de virtude, viviam em sono espiritual e escuridão constante. Não se arrependeram a tempo de encontrarem a salvação. As prudentes, se comparam a mulher virtuosa que põe toda confiança no Senhor, mesmo dormindo, têm as lâmpada acessas.

Sabias ou néscias? Com qual das virgens nos assemelhamos? João 3:19, diz: "E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más."

Lâmpada Eterna

Por fim, haverá um tempo em que a noiva será iluminada por uma Luz que nunca se apagará. Um casamento eterno e perfeito, a noiva sentirá o perfume e o amor de seu esposo: Salmo 45:8 “Todas as tuas vestes cheiram a mirra e aloés e cássia, desde os palácios de marfim de onde te alegram.” Poderá dizer que valeu a espera, o não desprezar o óleo da lamparina.

“A cidade não precisa de sol nem de lua para brilharem sobre ela, pois a glória de Deus a ilumina, e o Cordeiro é a sua candeia.” Apocalipse 21:23.

Há mais um detalhe da parábola que gostaria de acrescentar, é em relação a esse verso:

“Então todas aquelas virgens se levantaram, e prepararam as suas lâmpadas.” Mateus 25:7

A tradução do grego para “prepararam” é “Kosmeo” (Strong 2825) = preparar, adornar, embelezar, colocar em ordem. Essa é a noiva que irá se encontrar e adentrar na casa do Noivo. Uma Igreja bela, adornada, em ordem, renascida, agradável. Com vestes apropriadas para a cerimônia.

Que assim seja conosco,
Em Cristo, O Noivo.

Baseado no Evangelho de Mateus, Capítulo 25. Bíblia de Estudo Plenitude e Aqui