terça-feira, abril 08, 2014

País ameaçado pelo abandono da Educação

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João Cruzué

Dia 31 de janeiro, foi publicado um artigo do ex-ministro da Educação, Senador Cristovam Buarque, no Jornal Folha de São Paulo, página 3A, sob o título - "País Ameaçado". Ali o Senador tomou dados da base estatística dos eleitores brasileiros publicados pelo TSE e fez uma análise de seis tópicos. Esse artigo sobre o abandono da educação no Brasil vem martelando minha mente e quero dizer algo mais abaixo, depois da análise de quem é do ramo.

O Tribunal Superior Eleitoral - TSE , segundo o ministro, mostra os seguintes dados: 104 milhões de brasileiros - no momento do cadastramento - declararam não possuir o ensino médio completo; deles, 72 milhões, que não tinham concluído o ensino fundamental, e destes: 28,8 milhões declararam-se analfabetos.

Dr. Cristovam afirmou que o Brasil está ameaçado por um exército de 72 milhões de adultos, que serão os agentes de desagregação social nos próximos 30 anos, não por culpa deles, mas por falha do governo que abandonou a educação do Brasil. Em seguida veremos sua análise em seis parta depois resumir e tecer nossos comentários.

Democracia - O ministro disse que o eleitor sabe votar corretamente, mas sem educação, não tem alternativas de emprego e precisa de soluções imediatas para seus problemas - a famosa pirâmide de Abraham Harold Maslow ( 1908 - 1970). Em vez de votar naquele candidato que propõe mudar o quadro do futuro da saúde, vai votar naquele que lhe oferece uma caixa de remédios, por causa de uma doença atual. "É um voto inteligente" - disse ele, mas que fragiliza a democracia e leva ao aumento da corrupção.

Corrupção: O pleito democrático em que participam eleitores sem alternativas induz a compra e venda de votos, daí vem o descompromisso do eleito com o eleitor e o uso do cargo em benefício próprio. O eleitor que não tem qualificação perde o direito de cobrar do seu representante.

Economia: Hoje não há futuro para uma economia cuja mão de obra não seja altamente qualificada, com trabalhadores preparados para para operar maquinas e instrumentos modernos. Também não há futuro para uma economia que não é capaz de criar know-how. Sem reposição de recursos humanos qualificados nas universidades não haverá o desenvolvimento de técnicas com base nas ciências que o mundo de hoje exige.

Emprego: a empresas estão trocando empregados por operadores, pessoas qualificadas para operar ferramentas inteligentes, através de computadores. Isso exige, no mínimo, segundo grau completo, uso de idiomas , inclusão digital.

Segurança: é possível que a maldade seja uma característica inerente em maior grau entre educados que iletrados. Mas, sem alternativa de emprego, estes últimos ficam sem renda par sobreviver e mais facilmente caem na tentação de pequenos crimes - se ficarem impunes, terão incentivo à criminalidade; se forem presos, cairão no "colo" das universidades do crime, que são as cadeias e presídios superlotados deste país.

Desigualdade: Os dados do TSE não mostram a desigualdade entre o nível de educação do eleitor pobre e do eleitor rico. Eles mostra, sim, a desigualdade regional do acesso à educação. O aumento da desigualdade entre as pessoas e entre as regiões são favas contadas, a julgar pelos dados. Alguns conseguem educar-se, têm alternativas, empregos, renda. Outros ficam excluídos.

O Ministro concluiu: "O pior é que os educados não despertam para os riscos que o país corre. Uma parte nem deseja mudanças, outra defende o voto dos analfabetos sem defender a erradicação do analfabetismo; defende que o capital do patrão deve passar para às mãos dos trabalhadores, mas não defende que a escola do filho do operário seja tão boa quanto a do filho do patrão - como venho defendendo. Aos eleitores sem alternativas pela falta de acesso à educação podemos perdoar suas opções eleitorais, aos eleitores educados não há perdão pela imoral tolerância quanto a mãe de todos os problemas: o abandono da educação."

Nossos comentários

Vamos 
comentar a análise do ministro sob o ponto de vista estritamente cristão, que é um olhar compassivo, pragmático, crítico, oferecendo sugestões e alternativas a luz da Bíblia. Dito isto, agora podemos ir aos fatos e comentar sobre a importância da análise dos seis pontos que o ex-Ministro da Educação, Cristovam Buarque fez.

Iniciamos, dizendo que uma análise foi feita por quem de fato entende do assunto. Antes, dizíamos - um raio-x - hoje podemos afirmar: que foi realizado uma ressonância magnética ou uma tomografia computadorizada. Temos uma boa análise.

Quanto aos dados estatísticos, á primeira vista poderíamos dizer que não seriam reais, uma vez que são dados obtidos na data do cadastramento de cada eleitor. A quantidade de analfabetos, com certeza deve ter caído muito. Mas de acordo com a realidade brasileira, sei que há milhões de eleitores aprenderam a ler, mas não entendem o texto. Trocando seis por meia dúzia não discordaria dos elementos estatísticos usados pelo Senador..

Como contador público, na área da saúde; lido com orçamentos, empenhos, licitações, balanços - entendo um pouco de finanças públicas, e sei onde estão os dados. Segundo o relatório Anexo II do RREO - Relatório Resumido da Execução Orçamentária com dados até novembro de 2007 - publicado na página 14/52 pela Secretaria do Tesouro Nacional o Governo Federal (exclusive estados e municípios) gastou de janeiro a novembro deste ano: 229,3 bilhões em previdência,
 40,5 bilhões em saúde e 20,1 bilhões em educação - de um orçamento da despesa fixada para 2007 em 1,5 trilhão. Eis os números.

Em outra averiguação, vi que gastou-se uma fortuna em programas para ensinar o brasileiro a ler. Ele de fato lê, mais isto é muito pouco em relação a ter educação disponível onde ele está, e na qualidade demandada pela economia mundial em guerra tecnológica constante. O subdesenvolvimento significa estar sempre um ou mais passos atrás dos outros países.

Irrita-me aquele verso do Hino Nacional brasileiro que retrata nossa situação: "Deitado eternamente em berço esplêndido. Foi ótimo o empenho do governo nos últimos dez anos para erradicar o analfabetismo no país. Isto é louvável. Mas segundo os dados analisados pelo ministro temos 72 milhões de analfabetos tecnológicos - quase a metade da população brasileira. Eles vão ganhar pouco, comprar pouco, produzir pouco, contribuir pouco e ter pouca qualidade de vida e podem ser, diante das circunstâncias, massa de manobra de políticos espertos.

Atuei tanto em comunidades católicas quanto evangélicas em programas de erradicação de analfabetismo recentes. Minha esposa e eu, como professores, tivemos muitas alegrias em observar que muitos alunos nossos concluíram o segundo grau, e alguns deles estão se graduando em cursos superiores. Na Igreja onde servi como pastor, lutei contra o analfabetismo ensinando alguns irmãos a ler e escrever com aulas em horários definidos. A mesma coisa aconteceu em todo o Brasil por empenho de pessoas de todos os credos. Sei que muitas empresas também se preocuparam com as instrução de seus colaboradores e os ensinaram a ler e a entender o que liam.
 Fizemos o nosso dever de casa.

Mas nossa tarefa não terminou. Voltando agora para um ângulo de visão religioso e observando com olhos cristãos estamos diante de uma nação cujo povo por falta de acesso a um ensino de qualidade equivalente aos países desenvolvidos está com seu futuro comprometido quanto aos próximos 30 anos, pois 72 milhões de pessoas não vão utilizar todo o potencial que poderiam por falto de capacitação educacional.

A menos que demos graças por isso, o que me recuso a fazer, a previsão do ministro pode cumprir-se integralmente. Deus exige de nós, as pessoas letradas, como também disse o ministro, uma atitide de bons samaritanos. Pelo que eu saiba, não havia analfabetos entre os judeus do tempo de Cristo. Ainda, que os judeus depois da diaspóra, sempre se viravam bem onde quer que estivessem pois nunca foram analfabetos diante da ciência de cada época. Jesus deve ter aprendido a ler com rabinos da sinagoga de Nazaré. A escrita é uma bênção, saber entender o que está escrito é uma bênção maior, e entender os escritos a luz das ciências de nossos dias é um objetivo a ser realizado. Não podemos ser felizes sem amar o próximo, e um dos conceitos cristãos do amor é dar algo sem exigir nada em troca.

Jesus deu sua vida para nos libertar da miséria do pecado. Ele disse: "E conhecereis a verdade e ela vos libertará". Não há liberdade sem a instrução necessária. E São João escreveu: "E conhecemos o amor nisto: que Ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos." Esta é uma verdade terrível: 72 milhões de brasileiros saíram do analfabetismo do"Egito", e no momento estão perambulando, ainda sem direção, no "deserto do Sinai". Para chegar em "Canaã" além de crer no Senhor Jesus é preciso da atuação de muitos "Josués"

Até que ponto existe um comprometimento cristão entre as lideranças evangélicas quando ao desenvolvimento educacional de seus rebanhos? Existe algum tipo incentivo e conselhos de conscientização dos pastores para com a membresia de suas Igrejas? Uma coisa é certa: o que for bom para o fiel, também o será para a Igreja. Um investimento em conselhos e conscientização para com as ovelhas que têm mais necessidades além de ser uma atitude de amor não é de maneira nenhuma tempo perdido. A mudança poderá vir de pequenas atitudes que somadas alcançarão resultados significativos.

Sei que os leitores deste blog participam da inclusão digital. Alguns exercem cargo de liderança em suas comunidades. Suas palavras podem produzir grandes mudanças nos corações das pessoas, assim como aconteceu no relato dos espias, também pode acontecer hoje. Os crentes vêm aos cultos e nós pregamos as palavras de vida eterna para eles. Os verbetes "vitória" e "conquista" estão muito em evidência nos sermões. Então, sabendo que o conhecimento da verdade é causa e a liberdade consequência, o povo cristão precisa saber que há 72 milhões de brasileiros com o futuro comprometido pelos próximos 30 anos, conforme disse o ministro.

E foi assim que Deus falou a Josué: Todo lugar que pisar a planta do seu seu pé, vo-lo tenho dado. Esforça-te Josué, e tem bom ânimo, porque tu farás este povo herdar a terra que jurei a seus pais que lhes daria. É tempo de conscientizar o povo de que a solução não virá do governo, mas do esforço de cada um. Quem ficar esperando vai morrer no deserto - a pouca distância de Canaã
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cruzue@gmail.com

domingo, abril 06, 2014

Blogs Evangélicos, tecnologia virtual para comunicação real


Antes que ela aprenda a ler, você precisa aprender a publicar.
Comece com um Blog; ela ainda vai ser sua leitora.
João Cruzué

Há cerca de dez anos, comecei a me interessar por blogs. Na época, a mídia mais democrática e popular nos Estados Unidos. Eles foram decisivos para eleger os três últimos presidentes. A partir de 2005, os blogs evangélicos  começaram a ser publicados no Brasil por uma elite , que não tinha interesse nenhum interesse em sua popularização. O  modelo se esgotou por que era narcisista. Ele Foi substituído por outros, focados na massificação da tecnologia para estar a serviço do Evangelho.

Foi a partir de  2007 que apareceu a a UBE - União de Blogueiros Evangélicos, que acabou reunindo os blogueiros evangélicos de uma segunda geração -  a maioria deles, assembleanos.  De 2008 em diante, surgiu dentro da UBE um movimento de incentivo à publicação de conteúdo cristão na internet. Cada liderança evangélica foi desafiada a criar seu próprio blog. 

Mais tarde, foi criada a Associação de Blogueiros Cristãos para levar avante um outro projeto: fomentar a participação de 100 mil líderes evangélicos na criação de blogs na  Internet  até o final de 2013. Hoje,  estamos quase lá.  É muito difícil pesquisar um assunto na busca do Google, sem que não há alguma coisa escrita por um blogueiro evangélico. A comunicação depende da tecnologia. A tecnologia vem da inteligência que Deus deu ao homem. E o Evangelho precisa ser comunicado com a melhor tecnologia. Há mais de 6000 anos Deus tem ordenado: ESCREVE! É bíblico.

O projeto de formação de opinião que hoje está aí, no Brasil, é liderado por ateus e secularistas. É por isto, que a participação da Igreja é sempre taxada de retrógrada e fundamentalista. E a Igreja perdeu esta liderança, porque deixou no passado a missão de evangelizar por uma ambição desmedida de poder controlar a sociedade, colocando-se no lugar de Deus - e não a serviço Dele. Todavia, a Igreja cuja rocha de sustentação é Cristo, não é uma associação civil e temporal liderada por homens aferrados ao poder, mas de crentes que reconhecem o senhoria de Cristo e o adora. São coisas bem diferentes. Quando o profeta Elias ficou deprimido, achava que era o único profeta de Deus que restava em Israel. Estava enganado. Tinha muito mais.

Quando o IBGE concluiu o Censo 2010, lá por 2012, o número de evangélicos foi estimado, por amostragem em 22,2% da população brasileira. Em 2014 este número bate na casa dos 25 - 28%, ou seja mais de 50 milhões de evangélicos.

É perfeitamente possível levar 100 mil pessoas a escrever e publicar na Internet. São líderes evangélicos em nossa concepção: pastores, professores, evangelistas, missionários, universitários, maestros, líderes de jovens, líderes de adolescentes, profissionais liberais - enfim, é perfeitamente previsível que há um líder em cada 10 crentes em alguma área da Igreja evangélica.

A Igreja cristã tem uma tradição de cronistas e escritores desde os tempos de Moisés. Mas foi no século XIV, quando a Reforma deu início à Igreja evangélica, que ocorreu a maior revolução na escrita, que se teve notícia. E o primeiro livro produzido pela Imprensa foi a Bíblia Sagrada. E no rastro da Bíblia - até hoje - muitos outros livros pegaram carona na mesma tecnologia iniciada pela máquina de Gutemberg.

Deus sempre quis que sua Palavra fosse pregada, e divulgada na forma escrita para ser conhecida de todos os povos, tribos, línguas e nações. Há uma revolução acontecendo neste século na forma escrita da palavra. Seu alcance não é mais local nem regional. Em dois segundos, um texto publicado neste blog fica disponível aos quatro cantos da terra. Se ele for traduzido para a língua inglesa, pode ser lido por cerca de metade da população do Globo. A Internet é a forma de comunicação mais barata e eficaz, jamais disponibilizada em outras épocas.

Há cinco anos venho publicando conteúdo através do Blogger do Google. Sou um líder evangélico comum. Não sou pastor, não sou bispo, não sou famoso, não sou teólogo, nem venho de família evangélica tradicional. Sou apenas o João. Todavia, na busca do Google, se você digitar "blog cristão", na primeira posição, da primeira página, há pelo menos dois anos aparece o Blog Olhar Cristão. Se você digitar "blogs evangélicos mais acessados", também vai aparecer o Blog Olhar Cristão. Se pesquisar "associação de blogueiros", também na primeira posição vai aparecer a Associação de Blogueiros Cristãos. Humildemente trabalhos nossos.

Por que um líder evangélico deveria criar e publicar um Blog? Fico muito contente por essa oportunidade de responder esta questão. Primeiro, um blog é uma oficina de palavras. É o espaço mais barato e simples para que você comece a aprender a mais promissora e democrática tecnologia de publicação da forma escrita das palavras. Se você tivesse começado há cinco anos, provavelmente seus sites e blogs estariam nas primeiras posições de busca. Cada ano perdido em dúvidas e pouco interesse, são mais e mais endereços digitais não crentes plantados na internet. E você continua em dúvida. Quando toda internet estiver dominada por toda espécie de pessoas, não será mais tempo de começar.

Publicar conteúdo cristão (positivo) na Internet é buscar uma alta posição: formador de opinião. Eu sempre disse isto nos textos que venho publicando: a geração atual de infantes e adolescentes são ávidos usuários da Internet. Se você não quiser publicar, de pagar o preço de um aprendizado que não é imediato, quem vai formar a opinião deles vai ser um ateu, um liberal, um muçulmano, um hindu, um homossexual. Por que? Porque você, talvez, não ache isto importante. E o lugar que é seu por herança e por direito, por indiferença, será tomado por outra pessoa.

É preciso que cada líder evangélico, em casa ou na lanhouse, aprenda a lidar com tecnologia de publicação eletrônica. No começo tudo é difícil, mas com boa vontade e amor à obra de Deus, o tempo e a curiosidade vão trazer o conhecimento necessário para seu proveito, e quem sabe compartilhar com outros para que façam o mesmo.


Eu creio firmemente que vale a pena dedicar tempo para aprender a publicar textos cristãos na Internet. Testemunhos, reportagens, sermões, mensagens, poesias, relatórios de missões, textos de utilidade pública, jornais eletrônicos, etc. Precisamos multiplicar as fontes cristãs de criação de conteúdo eletrônico. É a vanguarda da tecnologia. Eu sei que o Senhor quer isto, e que é muito bom escrever para a glória de Deus. Há muitos famintos de Deus por aí, atrás de um monitor. Eles não querem saber de fofocas evangélicas nem de ortodoxia farisaica. O Espírito do Senhor procura por escritores cristãos que sejam humildes e que se deixem inspirar. E a coisa mais emocionante que já vi nesta vida, e não há outra mais bonita, é quando você vê um pecador arrependido fazendo as pazes com Deus. Aquelas lágrimas de reconciliação são lindas e preciosas ao olhos do Senhor. Eu sempre me emociono com elas.

É para isto que serve um blog genuinamente evangélico. Essa tecnologia precisa ser nossa.


cruzue@gmail.com







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