terça-feira, abril 01, 2014

História da Igreja Assembleia de Deus Ministério do Brás

O terceiro templo sede: na Avenida Celso Garcia, 560.

"Minha Obra será grande neste lugar; como uma árvore frutífera
cujos galhos atingirão até o exterior"

Reportagem de João Cruzué

Esta profecia se cumpriu literalmente nos 70 anos seguintes. Em 13 de julho de 1938, teve início na Capital paulista o Ministério do Brás. A primeira congregação de Madureira no estado de São Paulo. Parte desta reportagem foi escrita por mim em 1988, na época do Jubileu de Ouro da Igreja e foi publicada no jornal Arauto Cristão. Para fazê-la, fiz duas entrevistas: uma com o pastor Isidro Cabreira da congregação do Sacomã e  a outra com o Pr. Artur Lourenço dos Santos da Congregação da Vila Olímpia. Já passaram-se mais de 25 anos. Na época, fui pessoalmente na Rua da Glória, no Bairro da Liberdade, onde cliquei uma foto do salão do nº 605, onde tudo começou.

O Ministério do Brás, na verdade, foi gestado em outro estado, quando um pastor da Igreja Assembleia de Deus do Rio de Janeiro teve uma revelação de Deus. Em visão ele viu um salão com uma placa de aluguel. O nome desse pastor era Paulo Leivas Macalão. Pastor Paulo não perdeu tempo. Acompanhado da esposa, Zélia, e do cunhado Sylvio Brito, viajou a São Paulo afim de receber mais provas da vontade de Deus.

Andando pelas ruas do antigo Centro da Capital paulista, passou em frente ao número 605 da Rua da Glória onde reconheceu o salão e viu a placa de aluguel. Era um espaço de 6 x 3,5m. Na época desta reportagem era usado pela empresa Max - Chen.

A primeira família que congregou na Rua da Glória, segundo o Pastor Artur, foi o casal Luiz e Maria Mori. No final de 1938, também passou a congregar ali, recém-chegados de Palmares - PE, a família do irmão Artur Lourenço dos Santos que foi levada por vizinhos. Pai, mãe e irmãos. Pastor Artur mostrou-me seu cartão de membro que  trazia o número 23.

Entre 1939 e 1940, também vieram congregar na Rua da Glória, a família Cabreira. Pai, mãe e o filho de nome Isidro Cabreira. Mais tarde, o segundo Pastor consagrado pelo Brás, que também tive o privilégio de conhecer e o prazer de gravar a primeira entrevista.

Para chegar aos cultos da Rua da Glória, todo domingo, a família do Pastor Isidro tomava o Bonde da linha Fábrica-Praça da Sé. Lá se reuniam com outros irmãos para fazer três cultos ao ar-livre. O primeiro era no Largo São Paulo (Rua Almeida Jr.), o segundo no Largo da Pólvora, finalizando na Rua 11 de Agosto, abaixo do Palácio da Justiça. Estes cultos eram a força de evangelização da Igreja aliada aos convites que se faziam às famílias dos vizinhos.

O Senhor encorajava a Igreja pela sua palavra enviada aos seus servos, os profetas. Para aceitar a fé nos anos 40 e prosseguir no Caminho, só mesmo ouvindo a voz de Deus pelas profecias, afirmou o Pr. Artur. A discriminação e a perseguição eram tantas, que era difícil para um crente até mesmo arranjar um emprego.

Por exemplo, ninguém queria uma empregada doméstica crente. O adversário vinha das Igrejas Católicas. Os padres difamavam os crentes perante a comunidade dizendo que eles subiam pelas paredes, comiam carne humana, e que não passavam de macumbeiros. As pedras atiradas nos telhados das Igrejas na hora dos cultos eram frequentes.

Na década de 40 havia apenas duas Igrejas Pentecostais. A Assembléia de Deus e a Congregação Cristã no Brasil.

As primeiras vigílias de oração aconteciam no "monte". Não havia conveniência para vigiar nem nas casas nem nos salões, por causa das pressões dos vizinhos. O "monte" fica pelos lados de Pirituba, onde não havia casas nas redondezas. Ali os crentes podiam orar à vontade, mesmo em voz alta.

A congregação ficou na Rua da Glória por mais ou menos dois anos. Dali seguiu para a Rua da Cantareira no ano de 1941. Por falta de registro foi fechada. De novo, vieram do Rio para São Paulo o Pastor Paulo Macalão e o Irmão Alípio para regularizar a situação.

Um capitão da PM morava no andar de cima do salão. Incomodado com o barulho dos louvores e com o som instrumentos de sopro mandou verificar se a Igreja possuía licença de funcionamento. Não tinha.

A obra de Deus foi reaberta. Não mais abaixo da residência do capitão, mas na Rua da Mooca, nº 403. Dali seguiu para a Rua Rangel Pestana, 995. O primeiro terreno da Igreja sede do Ministério do Brás, na Rua Major Marcelino, foi comprado pelo Pastor Antônio Alves. Nele foi construído um templo em um corredor muito comprido de 5m de largura.

Sob a presidência do Pastor Álvaro Mota a casa vizinha foi comprada. Derribada, juntamente com o primeiro templo. Ali se assentou as bases e foi construído o segundo templo. Em 1962 foi inaugurado o grande templo da Rua Major Marcelino. Com a derrubada do primeiro templo, enquanto o segundo templo não ficava pronto, a congregação alugou pela última vez um salão de cultos. Na Rua Brigadeiro Machado, onde permaneceu por pouco mais de um ano, retornando para congregar no térreo do templo em construção, quando a nave da Igreja ficou pronta.
Os recursos financeiros para a construção vieram através de um sistema de bloquinhos de papel organizado pelo Pastor Álvaro Mota.

Depois disso, um novo templo da sede do Ministério do Brás foi inaugurado na Avenida Celso Garcia.

De 1939 até o ano de 2009, passaram pela presidência do Ministério do Brás 14 Pastores. Samuel Ferreira é o nome atual pastor. Aqui vão os nomes de todos deles, em ordem cronológica.

1 - Pastor Paulo Leivas Macalão;

2 - Pastor Syvio Brito;

3 - Pastor Jácomo da Silva;

4 - Presbítero Enoque;

5 - Pastor Samuel Ramalho;

6 - Pastor Antonio Alves dos Santos;

7 - Pastor Otávio José de Souza;

8 - Pastor Álvaro Mota;

9 - Pastor Manoel Francisco da Silva;

10 - Pastor Alexandre Alegria;

11 - Pastor José Eduardo Modesto;

12 - Pastor Antonio Ianoni;

13 - Pastor Raimundo Linhares;

14 - Pastor Lupércio Vergniano;

15 - Pr. Samuel Ferreira, o atual pastor.


Espero que esta reportagem, repaginada, contribua para homenagear os pastores que deixaram este grande legado para os membros e ministros atuais da Igreja Evangélica Assembleia de Deus do Ministério do Brás, bairro antigo da Capital paulista.



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sábado, março 29, 2014

Um olhar cristão sobre o Rio de Janeiro



Rio de Janeiro
JOÃO CRUZUÉ
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A  primeira vez que estive no Rio de Janeiro, foi apenas de passagem. Eu tinha 18 anos.  Estava correndo para fazer minha matrícula na Faculdade de Economia São Luís. Como não tinha mais passagem para São Paulo, tive que fazer uma triangulação: Belo Horizonte - Rio de Janeiro - São Paulo.  Naquela época o Rio era lindo. Hoje ele continua lindo, mas uma sombra escura paira sobre o seu destino. O Rio precisa de Jesus e de um crente que fale do amor de Deus. Não de pastores políticos desfilando por Brasília.

Estava escuro quando o ônibus da Cometa descia a serra em direção à Cidade Maravilhosa. Pela janela eu olhava para a lua cheia e o vidro a transformava em um cometa de duas caudas virtuais.  Depois que cheguei à Rodoviária, fui comprar o bilhete para Sampa. Como ainda tinha bastante tempo, fui andar um pouco pelas ruas da redondeza. Devia ser umas cinco horas da manhã. Não havia ninguém, só o céu, as estrelas e a sombra escura de um pequeno morro à frente.

Voltei ao Rio em 1986. Fomos à Madureira para aprender como organizar um certo congresso religioso. Na ocasião comi pipoca e tomei sorvete no Pão de Açúcar.

O Rio era lindo e a sociedade quieta. 

E hoje, quem houve falar do Rio se assusta. E uma pergunta me veio estes dias: Por que as favelas do Rio, em lugar de se tornarem cristãs tornaram-se bastiões do tráfico? 

Eu não tenho as respostas. Mas minha intuição me diz que, tanto quanto São Paulo, as lideranças cristãs do Rio estão mais preocupadas com o formalismos dos cultos frios semanais do que com projetos de discipulado e evangelização. Ela também me diz que, dada as circunstâncias, é mais apaixonante correr atrás de cargos políticos do que de uma alma perdida.

As prioridades inverteram-se, à medida que os valores cristãos foram trocados. Assim como não existe um Cristo virtual, também não existe uma Igreja Evangélica do Facebook. Os pastores, que apascentam o rebanho, foram ungidos para ser atalaias de Deus. Vejo que, muitos desses homens no Rio, estão deixando o rebanho a convite de "a" e de "b". Quem é maior: "a", "b" ou JC?

A única pessoa que pode modificar a situação da Cidade Maravilhosa é Cristo, por meio do Espírito Santo. E  O Espírito Santo não opera sozinho.  Ele procura por crianças, adolescentes, jovens, adultos e anciões que lhe deem lugar para dizer a cada perdido, não importa se seja traficante ou não, que JESUS o ama e que se ele não se converter não terá paz, nem família, nem vida eterna.

Uma sombra maligna a cada dia escurece mais e mais a Cidade do Rio e  a todas as grandes cidades do país. A presidente Dilma nada pode fazer. O Governador Sérgio Cabral não sabe o que Fazer, ma, todo cristão, que ainda ouve a voz do Espírito Santo, conhece muito bem o que deve ser feito.

O futuro do Rio de Janeiro está sob a responsabilidade dos joelhos e do jejum dos crentes fiéis ao SENHOR Jesus.  Mas não só dos joelhos e dos jejuns, mas também do IDE por todas as casas e barracos das favelas e morros do Rio, para dizer a seus moradores que Deus é Amor e que a fé em JESUS muda a história de qualquer homem ou mulher.

Se alguém espera solução de outro lugar, acorde! Primeiro ela vem de cima. Da boa vontade de Deus. Só depois ela pode chegar ao coração dos homens e das mulheres, SE houver alguém disposto a IR até onde eles estão.