quinta-feira, março 27, 2014

Confissões de um Presbítero escandalizado


Por Adiel Teófilo.

Blog do Adiel


Parece pouco edificante contar aos outros as nossas decepções. No entanto, quando se trata de fatos ocorridos dentro de uma igreja evangélica, creio que é importante mostrar como está se cumprindo a face mais triste das profecias Bíblicas. A finalidade não é desanimar e nem entristecer quem serve a Deus, e sim alertar para que todos se preparem, visando enfrentar os tempos trabalhosos dos últimos dias, porque muitos terão a aparência de piedade, mas negarão a eficácia dela, por causa da conduta pessoal contrária aos preceitos da Bíblia Sagrada. Destes afasta-te” (II Timóteo 3.1-5).

Dito isso, confesso aos homens diante de Deus: estou profundamente escandalizado...

A minha grande decepção é com fatos ocorridos dentro da igreja que participei como membro e Presbítero durante mais de quinze anos. Ela faz parte de uma denominação centenária no Brasil, que mudou bastante desde a sua fundação por dois missionários suecos. Atuei nessa igreja como líder de adolescentes, presidente de mocidade, líder de casais, professor de escola dominical, membro de comissão jurídica, além de várias atividades voltadas para o ensino, pregação, evangelismo e visitação de membros.

Trabalhei muito para o Reino de Deus dentro dessa igreja e disso não me arrependo, porém há fatos difíceis de esquecer. Certa vez um pastor, que ainda faz parte da diretoria daquela igreja, tentou me subornar. Propôs que escolhesse qualquer das congregações sob sua liderança, dizendo que iria me nomear como dirigente. Prontamente recusei! Percebi logo que o real propósito era me fazer calar. Isso porque, orientado por Deus em sonho, descobri que ele estava desviando dinheiro da igreja, gastando com diversas despesas pessoais e familiares, e ainda fazia declarações falsas no relatório financeiro.

É muito triste relembrar isso... Ainda mais porque trabalhei durante trinta e um anos no serviço público e nunca nenhum superior ou colega de trabalho tentou me subornar. Certamente por perceber a seriedade e a honestidade com que sempre desempenhei minhas atribuições, servindo a Deus e não aos homens (Colossenses 3.23).  

Relatei ao presidente da igreja o desvio financeiro que estava ocorrendo e apontei as provas. O conselho fiscal foi convocado e depois das apurações todas as irregularidades foram comprovadas. Tentei assim colocar a salvo o que é do Senhor, entretanto acabei ficando como mentiroso... Para decepção geral, o errado não foi disciplinado, pelo contrário, foi cada vez mais prestigiado pela liderança. Esse fato causou perplexidade e indignação a muitos, porque quando um pequeno cai é logo disciplinado e até excluído daquela igreja, mas quando um dos grandes fracassa recebe toda a proteção do rei.

E assim, para esconder os desvios de dinheiro que aquele pastor praticou, o presidente mentiu para os membros em pleno culto, dizendo que não tinha nada de errado com as finanças da igreja. Tentou ainda varrer toda a sujeira para debaixo do tapete, pedindo reservadamente que a conclusão do conselho fiscal fosse modificada no relatório das apurações. Essa mentira proferida no altar levou ao sacrifício a consciência de várias ovelhas do rebanho do Senhor, pois os membros que sabiam da verdade nunca se conformaram com essa injustiça e ainda sofrem com a dor da decepção.

Tudo isso me deixou perplexo... Fui ensinado desde a infância em lar evangélico a dizer sempre a verdade, qualquer que seja a circunstância, e acreditava que aqueles líderes seguiam esse mesmo princípio cristão. Todavia, fiquei mais surpreso ainda ao saber que aquele pastor, que desviou dinheiro da igreja, ensinava que se for necessário dizer uma pequena mentira para alcançar uma coisa boa, que não tinha nenhum problema. Meu Pai Eterno! Que cristianismo é esse? Será que furtar, mentir, enganar, não é mais pecado? “Não furtareis, nem mentireis, nem usareis de falsidade cada um com o seu próximo;” (Levítico 19.11).

Noutra ocasião mais recente, acompanhando a iniciativa de outros membros, manifestei publicamente opinião contrária ao envolvimento da igreja com a política partidária. Isso porque, a principal finalidade desse apoio político, usando a igreja e sem consultar os membros, era favorecer os familiares do presidente com cargos no governo, conforme extensa lista publicada em Diário Oficial, além de privilegiar amigos mais próximos, como aquele pastor que praticou os desvios de dinheiro.

Questionei também a falta de transparência na administração financeira. A igreja estava sendo cobrada judicialmente por dívidas não pagas, com imóvel penhorado pela justiça,  entretanto, a diretoria tinha vendido metade de um imóvel da igreja por quatro milhões de reais, em área nobre de Brasília, para uma construtora que iria concluir a construção do templo no imóvel, porém o templo permanece inacabado e ninguém sabe o que foi feito com o crédito de quatro milhões de reais.  

Diante disso, esperava-se que a diretoria adotasse uma postura digna de cristão. Que falasse a verdade a todos os irmãos, conforme Efésios 4.25, seja comprovando que estão agindo honestamente e administrando com zelo, seja reconhecendo que cometeram erros e estão dispostos a corrigi-los. Mas, lamentavelmente, para vergonha dos evangélicos, nada disso aconteceu...

O que se presenciou, para desapontamento geral, foi o autoritarismo e a maneira antibíblica com que a diretoria daquela igreja usou a disciplina... Na tentativa de fazer calar todos que se manifestaram sobre os problemas que afetavam a igreja, a diretoria aplicou a exclusão de forma arbitrária contra membros e obreiros, inclusive contra mim, sem sequer me ouvir, contrariando dessa forma o preceito Bíblico de Mateus 18.15, desrespeitando o Estatuto da igreja e violando o direito fundamental da ampla defesa previsto no artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal de 1988.

Como se percebe, a disciplina não foi aplicada como meio de correção para a justiça, a fim de resgatar quem falhou, conforme Hebreus 12.6-11. Para tristeza de todos, a disciplina foi usada de forma abusiva, tal como o pai que espanca violentamente o próprio filho. Desse modo, a disciplina cristã foi completamente desvirtuada e empregada apenas como instrumento de retaliação e de represália, a fim de afastar da denominação aqueles que ousaram dizer a verdade diante do engano, ou que contrariam os interesses da cúpula, por mais escusos e obscuros que sejam.

Sei que problemas e corrupção ocorrem em vários lugares. Contudo, graças a Deus, em todos os locais onde trabalhei, por uma década no Exército Brasileiro e na Polícia Civil do Distrito Federal por mais de duas décadas, nunca presenciei ninguém ser punido por dizer a verdade ou porque pediu providências legais. As pessoas que foram acusadas de cometer alguma falta sempre foram ouvidas e puderam se defender usando todos os meios legítimos. Aqueles que de fato erraram, foram devidamente punidos. Os chefes com os quais trabalhei diretamente nunca prevaricaram, sempre adotaram providências para corrigir as irregularidades que tomaram conhecimento.  

Enfim, acreditava que entre líderes cristãos o caráter seria bem melhor, principalmente quando comparados com aqueles que não são evangélicos. Mas, porque será que a diretoria daquela igreja tem se comportado em alguns aspectos pior que os infiéis? Infelizmente, não vale a pena permanecer em uma denominação dirigida por gente assim... a minha decepção é maior que o templo que eles ocupam... 

Que Deus tenha misericórdia deles e faça abundar em meu coração o verdadeiro amor e o perdão sincero.

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Comentário do Blogueiro: A justiça é um atributo de quem serve de verdade a Deus. E a mentira e a falta de justiça também são outros dois atributos. Atributos de quem já não mais anda na presença de Deus. Pode ter o título que for dentro da Igreja, que perante Deus é um profeta velho. (João Cruzué)

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domingo, março 23, 2014

Três conselhos cristãos para se livrar das dívidas

O PRÍNCIPE DA PAZ
João Cruzué
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Eu já era um cristão entendido na Palavra de Deus, quando passei por um longo e crescente aperto financeiro. Desempregado, casado e duas filhas pequenas. Foram onze anos. Tenho recebido muitos e-mails pedindo uma palavra conforto sobre o assunto e, por isso, quero aproveitar a oportunidade, para  compartilhar três conselhos cristãos com você. 

Conheci um irmão que era muito bom em negócios. Diria que era tão bom, que tentava ir além do limite do temor de Deus. Em certa época, eu estava lá embaixo, numa cova que não tinha tamanho. No mesmo tempo aquele irmão, colega de congressos de Igreja, apareceu e convidou-me para trabalhar no ramo dos negócio de seguros.  Ele era muito esperto; ganhou muito dinheiro. Como o dinheiro para ele vinha em primeiro lugar, muita gente foi passada para trás e se viu prejudicada com a ganância do moço.  O tempo passou, e tudo que ele ganhou  ele começou a perder. Casa, carro, honra, etc. Era uma pessoa muito abençoada, mas por causa do amor ao dinheiro, Deus foi sendo deixado para trás em sua vida.

Da cova (falo de situação financeira muito difícil) depois de onze anos, Deus se lembrou de mim, e abriu-me uma porta.  Ano de 2003.  Esta porta foi em uma Autarquia da Prefeitura de São Paulo.
De lá para cá, foram outros onze anos e a cada ano, Deus foi aumentando a minha prosperidade. Não fiquei rico, porém, sem dívidas e comendo, junto com minha família, um pão com fartura.

Nisso agradeço e glorifico ao Senhor, pois se não fora Ele, nem mais estaria vivo ou vivendo com a família.

Antes de ir ao meu propósito, um parêntesis.  Não venha me dizer que o justo não passa por necessidade. Ele não passa a vida inteira na necessidade, mas de vez em quando ele passa por muitas provações. O livro de Gênesis está cheio de experiências de vida.  A Terra de Canaã manava leite e mel, mas de vez em quando "rolava" uns anos de deserto também, para que o povo não se "esquecesse" de ouvir a voz de Deus e atentasse para a sua vontade.

Primeiro conselho: Não seja desonesto nos negócios com o próximo. Não passe a perna nos outros em qualquer negócio que seja, porque Deus ouve a oração do prejudicado e vai julgar a causa dele, e cobrar de quem lhe deu prejuízo. Você pode acumular riqueza e bens de forma desonesta, mas com o passar dos anos, tudo aquilo vai virar pó. Se não for na sua mão, vai ser na de seus filhos. Ajuntar riquezas com desonestidade é como construir uma casa na areia! Atitude: Se você deu prejuízo ao próximo, vai e conversa com ele. Peça perdão. Assumo um compromisso de devolver o que é dele. Se não tiver o que devolver, assuma um compromisso de honrar sua dívida, assim que a temporada de deserto passar.  Isto é bíblico. Quando Jesus foi visitar a casa de Zaqueu, ouviu dele um compromisso de arrependimento e de restituição de produto de corrupção. E por falar nisso, não aumente as estatísticas brasileiras, não pratique corrupção com dinheiro público. Há muita miséria nesta nação, e uma das causas é o desvio de dinheiro público. Dinheiro de corrupção é maldito.

Segundo conselho: Não gaste todo mês aquilo que você não ganha. Ponha em equilíbrio as suas contas. Se ganha 1.000,00, não gaste 1.005,00. Se tiver seus filhos na escola particular, tire e ponha na escola pública. Mas irmão, isto é falta de fé... Não é não. Nossos filhos aprendem melhor os segredos da oração e o valor do dinheiro no tempo de deserto. O deserta também é uma aula de cidadania. Se o seu  carro está levando grande parte dos seus ganhos, venda-o. Você pode andar de ônibus. De trem. De metrô! Se mesmo tendo feito a SUA PARTE, a sua dívida que está aumentando, ORE. Ore e peça ao SENHOR que lhe mande socorro. Com muito juízo, procure ajuda da sua parentela.  

Primeiro foi Deus, depois foi minha família e a família da minha esposa que muito nos ajudaram no tempo da secura.  Mas eu também fiz a minha parte. Tirei minha filha da escola particular. A caçula sempre estudou na escola pública.  Minha  primogênita está se formando na USP, daqui a dois meses vai pegar o canudo. A caçula, foi mais longe,  trouxe dois diplomas em um mesmo dia. Estudava das 05:40 da manhã até  a tarde. Formou-se em Pedagogia e Artes Visuais. Fui na sua festa de formatura no sábado passado, dia 15,  e já na segunda-feira, dia 17, ela  já estava assumindo cargo de professora, concursada, em uma Escola do Estado de São Paulo. 

No começo, tínhamos dois carros. Vendi o meu. Vendi, para ajudar para pagar as despesas do parto da  caçula. Ganhamos o bercinho, porque não tínhamos dinheiro para comprá-lo. Hoje, de dia 23 março 2014, estou trabalhando há quase cinco anos no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Sou agente concursado,  tenho 58 anos, e este trabalho é o melhor de todos que eu já tive.  Antes de vir para o TCE, trabalhei seis anos em uma Autarquia da Prefeitura de São Paulo. Onze anos de bênçãos sempre crescentes.

Terceiro conselho: PrimeiramenteAceite Jesus. Vai até uma Igreja Evangélica e pergunta como se faz isto. Se quiser um começo do assunto, por favor, leia isto: Como se reconciliar com Deus.  

Se já aceitou Jesus e encontra-se desviado, vote para a Casa do Senhor.  Sem resolver sua vida espiritual, além de andar para trás, também vai prejudicar as pessoas da sua casa, da sua família. Um lar sem Jesus, é uma porta aberta para os espíritos devoradores.

Mas, se você é um crente fiel,  passando por uma temporada de lutas continue firme. Orando e procurando ouvir a voz de Deus. Se você já distribuiu centenas de currículos, foi a uma meia dúzia de entrevistas e sempre levou a porta na cara, não se envergonhe. Ore como eu orei: SENHOR, eu não tenho vergonha, nem estou desanimado, de continuar procurando e mandando meus currículos. Mas, eu já fiz tanto isto, que se não se importa, vou orar para que mande alguém levar o emprego em minha casa. Orei, e Deus concordou. Foi assim que fui trabalhar em uma Autarquia da Prefeitura de São Paulo, no ano de 2003.

Agora, a segunda e mais importante parte do terceiro conselho: Se você é um cristão fiel, mantenha-se ocupado com aquilo que Deus lhe deu para fazer na Igreja. Cante, ore, ensine, ensaie, toque, sirva, socorra, visite, dirija o culto. A bênção não chega para quem está ocioso. 

Da mesma forma, se você era um desviado, e agora voltou, arranje alguma coisa para fazer na obra do Senhor. A bênção não vai chegar na sua casa, se você estiver com as mãos atadas sem servir a Deus em alguma coisa.

E, por fim, se você não era crente, mas ouviu meu primeiro conselho e aceitou Jesus, por enquanto fique na Casa de Deus, aprendendo. Lá tem um evento, todo domingo, que se chama ESCOLA DOMINICAL. Ali, você vai aprender a orar, a andar da maneira que Deus se agrada. Vai aprender qual é a vontade de Deus para você, e como saber se é o tempo e o lugar de fazer ou deixar de fazer as coisas.  De acordo com a sede que você tiver da Palavra de Deus, Deus também vai cuidar da sua necessidade. No Evangelho de S. João está escrito: E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Libertar de que? Da maneira errada de viver, e das dívidas também. Crê no Senhor Jesus, e Ele salvará você e a sua casa.  Se você colocar a sua vida espiritual em dia com o SENHOR JESUS, tudo aquilo que for impossível para você e para os homens, Ele vai fazer, porque para DEUS não há nada impossível de fazer.

Espero que você tenha gostado. As palavras não foram muito suaves, eu sei, mas tuto o que está escrito aí, eu já passei. Olhando para mim mesmo, sei que nada do que eu fiz me dava direito de ser abençoado por Deus. Mas uma coisa, eu tenho certeza: o trabalho que a gente faz na Casa do Senhor e pela Obra do Senhor, é o que conta. Há uma coisa muito interessante quando se fala de uma parte do caráter de Deus que gostaria de compartilhar. Se alguém mostrar para mim um copo com uma gota de água dentro, pela minha natureza humana eu vou dizer para você que me deu um copo vazio. Mas se você mostrar este mesmo copo para o Senhor Jesus, Ele vai se alegrar e dizer: Olhe que linda gota d'água você tem aí! É por isto que somos abençoados: não porque mereçamos, mas porque o SENHOR é bom e misericordioso!

Louvado seja, o nome do Senhor Jesus Cristo!