domingo, outubro 06, 2013

Desenterrando o talento para sair da mediocridade


Parábola dos talentos
João Cruzué

Eu sempre acreditei que seria mais útil se escrevesse com inspiração. Então, dias atrás, após ter orado um pouco mais, veio-me escrever sobre a mediocridade - a característica de desperdiçar a vida com coisas sem importância, sem relevância, sem planos, sem sonhos, da maneira mais pequena e longe da vontade de Deus. Quero dedicar esta mensagem principalmente àqueles procuram  ouvir a voz do Espírito Santo de Deus.

"Deus não nos deu um Espírito de temor, mas de fortaleza, de amor, e de temperança". II Timóteo 1:7. É esse mesmo Espírito que faz arder em nós um sentimento de alegria, um desejo de agradar, de trabalhar para a glória do Senhor. Admira-me hoje a quantidade de cristãos que estejam tristes. É claro que passamos por momentos difíceis onde não há mesmo razão para sorrir, todavia não se trata desses momentos, mas de um sentimento de tristeza diferente que apenas acontece quando o Espírito de Deus não tem mais a oportunidade de se fazer ouvir no coração dos crentes.

De todos os que devolveram os talentos da parábola, o que enterrou seu único talento foi também o único que se apresentou triste e, depois, deu uma desculpa esfarrapada. Passou uma vida inteira com aquele talento enterrado, com um espírito de timidez, e ainda no final murmurou dizendo que seu Senhor era injusto. Ele tinha alguma  razão? Decerto que não.  Sua resposta mal humorada mostra que ele já tinha aborrecido o Espírito Santo.

Quando ficamos ocupados demais com os negócios desta vida e, de outro lado, guardamos mágoas, ressentimentos; murmuramos atentando para defeitos de pastores e irmãos da Igreja, da esposa, tiramos o olhar de Jesus para sermos tangidos por pensamentos malignos. E, quando nos omitimos de empregar algum esforço para falar do amor de Deus, porque alguém na Igreja nos perseguiu ou nos humilhou, estamos querendo, na verdade, nos justificar perante Ele de que a culpa do seu talento estar enterrado é dos outros.

Se Deus nos escolheu para determinada missão, a Igreja não nos deu o apoio necessário, e por isso não queremos fazer mais nada, melindrados, coitadinhos... Estamos errados. Pode ser que nossos planos eram frutos de idéias infantis. Por outro lado, se na verdade eram projetos sérios, se existe alguém que pode abortar a vontade de Deus em nossa vida  - não é o pastor nem alguém da Igreja nem  mesmo o diabo - somos nos mesmos. Você e eu.

Todos esses casos são parecidos com a parábola da "Grande Ceia". O primeiro convidado recusou o convite por causa de um imóvel. O segundo, por causa de um junta de bois e o último, porque se casara e estava em lua de mel.. Pura rotina materialista. 

A isso podemos acrescentar dezenas de outras desculpas modernas. Uma vida medíocre apenas se preocupa com o ordinário, com aquilo que é comum, o vulgar. Se você tem tempo para tantas coisas e não tem mais tempo para empregar os talentos que Deus lhe deu, não ora mais, pode apostar que sua vida está sendo ou será mesmo medíocre.

Deus não nos deu seu Espírito para levarmos uma vida sem relevância, sem propósito e sem sal. 

Há uma multidão de cristãos tristes nas Igrejas ou pior: fora delas. Veio-me à mente aquele versículo: "E, por se multiplicar a iniquidade o amor de muitos esfriará". Ninguém pode se justificar diante do de Cristo dizendo: Senhor estou com as mãos vazias porque me escandalizei com aqueles líderes cristãos que corriam apenas atrás da "prata" dos crentes. 

Fomos comprados pelo sangue de Cristo e nosso foco deve estar nele. Jesus está salvando, curando, alegrando, perdoando, está com os médicos nos hospitais, dia a dia conosco em viagens por estradas perigosas, Deus está trabalhando e sua presença está conosco.

Olhe para o seu coração. Você é especial para Deus. Sua alma é tão preciosa que Jesus pagou um preço muito alto por ela. A promessa da presença do Espírito Santo todos os dias em sua vida é algo muito, muito sublime. Se você entende isso, com certeza vai procurar saber de Deus onde é seu lugar e o que deve fazer e entender qual é o tempo apropriado. Por exemplo: Moisés queria libertar Israel fora de tempo. Outra coisa há excesso de crentes talentosos querendo mostrar serviço apenas dentro do templo. As almas dos perdidos estão no mundo - ali é o verdadeiro campo de batalha.

Muitos pensam que nosso lugar de servir a Cristo é apenas entre as quatro paredes de um templo. Entretanto o maior serviço, o maior desafio, os necessitados e perdidos estão lá fora nas ruas. Quem vai falar do amor de Deus para as prostitutas? E orar pelos enfermos? E visitar os desanimados? E buscar aquela ovelha perdida? E evangelizar na China? Jesus buscava o contato com os pecadores, doentes e necessitados impulsionado pelo Espírito Santo.

Não me admira que haja muita tristeza no coração de muitos cristãos. O Espírito diz: Perdoa. E onde está o perdão? Ele diz: Vai a Igreja e o cristão fica em casa. O Espírito diz: Clama a mim, e responder-te-ei e anunciar-te-ei coisas grandes e profundas que não sabes, e em resposta um silêncio de oração por mais de uma semana, um mês, um ano. Isso é ser mediocre e esta é a razão da tristeza em muitos crentes. Eles estão apagando a presença do Espírito Santo em suas vidas por nada fazerem para agradar ao Senhor.

O Senhor não aceita a mediocridade, uma vida cristã sem nenhum propósito.

"E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento para que experimenteis qual seja a BOA, a AGRADÁVEL e a PERFEITA vontade de Deus" Romanos 12:2.

Quando Abrão estava preocupado com o prejuízo da escolha dos pastos, Deus apareceu e o mandou olhar para o céu e contar as estrelas. A bênção de Abrão não estava nos pastos. Preocupar-se com capim era uma coisa comum, vulgar, mediocre. Deus mudou seu foco de visão pois queria lhe dar uma bênção muito maior: Isaque.

Não me esqueço do testemunho do Pastor David Wilkerson, autor do livro "A Cruz e o Punhal". Ele morava em uma cidadezinha sem graça e sua vida estava no mais ou menos de uma rotina ordinária. Aí, fez um próposito bem simples: ele deixaria de assistir televisão por uma hora, de cada noite, para se dedicar a oração. E, por causa daquela busca, Deus fez uma revolução em sua vida. O resultado foi o primeiro "Desafio Joven" na cidade de Nova York, uma casa de recuperação para viciados em drogas cujo modelo se espalhou pelo mundo inteiro. Quanto tempo você fica diante de tela de um monitor ou de uma Tv? Onde você está desperdiçando seu tempo com coisas medíocres, sem importância? O que está o/a impedindo de buscar respostas em oração?

"Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo vosso coração". Jeremias 29:13.

Dwight L. Moody era o pregador semi-analfabeto. As pessoas se admiravam como Deus usava aquele homem tão caipira. E, ele dizia de si mesmo que era um homem de apenas um talento. Mas, ele não enterrou aquele talento; dizem que ganhou mais de 1.000.000 de almas com ele. Ele modificava situações, orando. As portas do inferno iam se fechando enquanto a glória de Deus descia.

Quero concluir esta mensagem dizendo que um dos piores medíocres da Bíblia foi mesmo aquele que enterrou o único talento que recebera de seu Senhor. Mas sei que o Espírito de Deus já tem falado ao meu e ao seu coração dizendo que ainda há tempo para recomeçar, investindo as habilidades especiais que o Senhor nos deu para repartir o Seu amor. Ainda há tempo de tirar a ferrugem desse talento, porque ela está embotando o sorriso do seu rosto.

Se você gostou Leia mais em Mensagens de João Cruzué

Com carinho, em Cristo:

Irmão João




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domingo, setembro 29, 2013

Uma mão amiga na hora do cansaço





Ontem a noite eu falava com um filho muito querido, gerado das entranhas, frutos de uma luta persistente de dez longos anos para trazê-lo por meio da Palavra à vida plena e abundante que Cristo oferece. Lógico que é sempre gratificante ter alguém assim no relacionamento. Isto gera saúde e nos motiva a continuar na empreitada que o Senhor nos chamou.

Às vezes fico pensando que amigos e colegas de ministérios também experimentaram alegria iguais a minha, mas também, tem os que como de igual forma já passei, depararam se na trajetória ministerial com adversidades geradas, por exemplo, por um gigante do tipo Isbi-Benobe.

Falo do episódio de 2 Samuel 21 quando da narrativa de guerras contra os filisteus, mais precisamente a partir do versículo 16. Davi acostumado pelejas renhidas desce com seus guerreiros, mas esta luta resulta num cansaço fora do comum tornando-o presa fácil do maligno Isbi-Benobe que portando uma espada nova intentava ferir a Davi.

O inimigo conhecia a Davi, sabia o que queria ferindo-o, tanto que Abisai que socorre o rei matando o filisteu reúne os companheiros de batalha e convencionam não permitir sob juramento que Davi não mais os acompanharia nas batalhas para que a luz de Israel não se apagasse.

O esquema, a estratégia do inimigo tem a mesmice desde o Jardim do Éden de sempre ferir a liderança, deslocar os que portam a luz do esclarecimento, a direção ou norte do grupo. Nem sempre gostamos de admitir isto, mas é uma realidade. Um pequeno ataque contra o filho, uma ação mais afrontante pessoal por alguém da confiança, tudo isto somatiza um abatimento físico e psíquico, talvez na hora que mais precisamos de energia para a batalha da vida cotidiana em andamento e que parece infindável.

Quem sabe o episódio do socorro de Abisai a Davi leve principalmente os que estão liderando grupos a precaverem se com o iminente perigo de uma proliferação quase que imperceptível dos Isbi-Benobes que se apoderam do momento adequado do nosso cansaço para usar a sua espada ferina para tentar nos anular na árdua batalha que temos que levar avante pela causa do Senhor.

Creio que podemos usar a ênfase do texto, como um conclamar a cada um que está à frente de um trabalho, que lidera, que dirige, que preside, para que atente para a descoberta de um verdadeiro Abisai, capaz mesmo cuidar e velar pela liderança.

Eu tenho tido a felicidade ter encontrado não um, mas vários companheiros, amigos e fiéis escudeiros como Abisai. Um deles é este que falei por telefone hoje, que sempre, onde quer que seja, está sempre pronto a apoiar, socorrer e ser um ombro amigo na hora do cansaço de quem está na batalha há tantos anos.

É lógico que necessariamente não precisa ser ovelha do rebanho, mas filho, como Abisai capaz de estar atento ao perigo do ataque de Isbi-Benobe e capaz de ser como uma mão amiga na hora do cansaço.

Que cada líder encontre seu Abisai e desfrute do companheirismo, amizade e fidelidade, mas que atente também ao perigo da retomada dos Isbi-Benobes, mais fáceis de surgirem do que os Abisais.




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