domingo, setembro 29, 2013

Uma mão amiga na hora do cansaço





Ontem a noite eu falava com um filho muito querido, gerado das entranhas, frutos de uma luta persistente de dez longos anos para trazê-lo por meio da Palavra à vida plena e abundante que Cristo oferece. Lógico que é sempre gratificante ter alguém assim no relacionamento. Isto gera saúde e nos motiva a continuar na empreitada que o Senhor nos chamou.

Às vezes fico pensando que amigos e colegas de ministérios também experimentaram alegria iguais a minha, mas também, tem os que como de igual forma já passei, depararam se na trajetória ministerial com adversidades geradas, por exemplo, por um gigante do tipo Isbi-Benobe.

Falo do episódio de 2 Samuel 21 quando da narrativa de guerras contra os filisteus, mais precisamente a partir do versículo 16. Davi acostumado pelejas renhidas desce com seus guerreiros, mas esta luta resulta num cansaço fora do comum tornando-o presa fácil do maligno Isbi-Benobe que portando uma espada nova intentava ferir a Davi.

O inimigo conhecia a Davi, sabia o que queria ferindo-o, tanto que Abisai que socorre o rei matando o filisteu reúne os companheiros de batalha e convencionam não permitir sob juramento que Davi não mais os acompanharia nas batalhas para que a luz de Israel não se apagasse.

O esquema, a estratégia do inimigo tem a mesmice desde o Jardim do Éden de sempre ferir a liderança, deslocar os que portam a luz do esclarecimento, a direção ou norte do grupo. Nem sempre gostamos de admitir isto, mas é uma realidade. Um pequeno ataque contra o filho, uma ação mais afrontante pessoal por alguém da confiança, tudo isto somatiza um abatimento físico e psíquico, talvez na hora que mais precisamos de energia para a batalha da vida cotidiana em andamento e que parece infindável.

Quem sabe o episódio do socorro de Abisai a Davi leve principalmente os que estão liderando grupos a precaverem se com o iminente perigo de uma proliferação quase que imperceptível dos Isbi-Benobes que se apoderam do momento adequado do nosso cansaço para usar a sua espada ferina para tentar nos anular na árdua batalha que temos que levar avante pela causa do Senhor.

Creio que podemos usar a ênfase do texto, como um conclamar a cada um que está à frente de um trabalho, que lidera, que dirige, que preside, para que atente para a descoberta de um verdadeiro Abisai, capaz mesmo cuidar e velar pela liderança.

Eu tenho tido a felicidade ter encontrado não um, mas vários companheiros, amigos e fiéis escudeiros como Abisai. Um deles é este que falei por telefone hoje, que sempre, onde quer que seja, está sempre pronto a apoiar, socorrer e ser um ombro amigo na hora do cansaço de quem está na batalha há tantos anos.

É lógico que necessariamente não precisa ser ovelha do rebanho, mas filho, como Abisai capaz de estar atento ao perigo do ataque de Isbi-Benobe e capaz de ser como uma mão amiga na hora do cansaço.

Que cada líder encontre seu Abisai e desfrute do companheirismo, amizade e fidelidade, mas que atente também ao perigo da retomada dos Isbi-Benobes, mais fáceis de surgirem do que os Abisais.




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2 comentários:

Eliseu Antonio Gomes disse...

Primeiro, o óbvio e ululante: vivemos em um país capitalista. Nada se faz sem que haja dinheiro envolvido.

Saia de casa e terá que desembolsar algum valor em dinheiro para o combustível do carro, a vaga de estacionamento dele, a comida do restaurante, a opção de lazer. Até para louvar ao Senhor é preciso colocar a mão no bolso: é necessário colaborar com a manutenção do templo e projetos evangelísticos e missionários, não se adquire Bíblia gratuitamente – mesmo que não tenha custado nada a que você usa, algum coração bondoso pagou por ela.

O que vem a ser o mercado gospel?

Para a pessoa desigrejada, aquelas que são avessas às instituições eclesiásticas, todas as denominações evangélicas fazem parte do “condenável mundo gospel. Elas desconsideram o pastor e seu salário cuja origem são os dízimos e ofertas; deploram os cultos semanais no templos, dizendo que é ambiente de manipulação. Além disso, colocam “no mesmo saco” quem cante e grave CDs e DVDs com temáticas bíblicas.

Ao frequentador de igrejas reformadas, o mercado gospel é composto por crentes pentecostais e neopentecostais. Dizem que é baboseira o falar em línguas e chama de circo os cultos fervorosos. Detestam como são realizadas a solicitação de ofertas durante o culto e qualquer solicitação de dinheiro publicamente, como nos casos de ajuda de custo para projetos de programas de televisão e rádio.
O posicionamento de crentes pentecostais é parecido com o de crentes reformados, é claro que tirando o foco de si mesmos e lançando sobre os neopentecostais. Eles não consideram os “neos” cristãos completos. Há quem até se aventure a lançar deboches de seus métodos de culto referente ofertas e dízimos, daquelas que lançam CDs e DVDs.

Para os “neos”, o que é mercado gospel? Já ouvi alguns deles dizer que gospel é uma palavrinha inglesa, cuja equivalente em português é “evangelho”. Acho curioso como eles são tão criticados e criticam pouco seus críticos.

Bem, para mim o mercado gospel é um conjunto de coisas e pessoas. Aquele pregador e cantor que cobra para pregar, aquela cantora que também só se apresenta se pagarem o valor cobrado. A indústria de Bíblias de Estudos (já reparou como as prateleiras de lojas estão saturadas delas, e as editoras não param de lançar?). Os CDs e DVDs de pregações e canções.

O mercado gospel não escapa da Lei de Oferta e Procura. Por que será que Bíblias de editoras católicas são mais baratas do que as e editoras ditas evangélicas. A qualidade industrial é a mesma.

Minha opinião é que precisamos analisar o que é vendido e comprar apenas aquilo que sirva para a nossa edificação. Tomar cuidado com críticas, porque nem todas elas visam o interesse coletivo, não passa de defesa de causas próprias usando disfarce de atuação apologética.

Existem duas forças coordenadas envolvidas no mercado gospel. Não existiram pregadores e cantores cobrando sem a existência de quem se dispusesse a pagar. Seja no interior de templos ou eventos fora dele, existe o financiador, a pessoa física pagante. Não existiriam projetos para novas de Bíblias de Estudo, novos livros, novos CDs e DVDs sem compradores ávidos pelos lançamentos desses produtos.

Aliás, falando em apologia, alguns anos atrás determinado alguém vendia livros e fazia muitas palestras usando um tema contrário ao movimento Teologia da Prosperidade. O preço do livro e o bilhete de entrada nas palestras dele não estavam ao alcance do pobre assalariado com salário mínimo. Tristes contradições do mercado gospel brasileiro!

O conteúdo deste meu comentário não entrou pela questão teológica e doutrinária, propositalmente não teci uma linha sendo pró ou contra movimentos e costumes.

E.A.G.
(Publicado no Belverede nesta data)

Joao Cruzue disse...

Obrigado Eliseu