domingo, setembro 29, 2013

Os males da geração 3.0


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Hall 9000
João Cruzue 

A era da massificação digital já começou. Quem assistiu o filme "O Substituto" (Surrogates), de Jonathan Mostow, protagonizado por Bruce Willis vai entender como é. Seres humanos isolados e deprimidos em suas casas, sendo representados na vida profissional por robôs-sósias,  jovens, bem vestidos, com intensa  socialmente durante o dia. E quando vem a noite, voltam para seus cabides, closets, armários,  enquanto seus  originais se levantam e vivem  sozinhos, trancados em seus quartos em uma casa onde ninguém conversa com ninguém. Sozinhos, mudos, com milhares de seguidores zumbis no twitter e no facebook.  Eis aí a era dos deprimidos.

A família não mais se comunica verbalmente. A filha, no quarto, pede um remédio para a mãe, na cozinha, por um SMS. A vizinha  tem um perfil no facebook onde coloca as fotos da última viagem que o esposo ainda nem viu.  O artista decadente digita algumas vezes por dia  seus bilhetes no twitter que a maioria de seguidores nunca lê. A jovem senhora cola centenas de pensamentos e frases pelo facebook - que a maioria não presta muito atenção. 

Todos se comunicando e relacionando muito em   relacionamento social de faz de contas - que na verdade não passa de um monólogo transmitido por programas-robôs, como no filme Matrix. Uma massificação de mensagens que leva ao enfastio.

Para onde isto vai nos levar?

Creio que já podemos observar alguma coisa. A coisificação dos relacionamentos sociais. Twitters, faces, iPhones, iPads, sMartphones - uma geração de pessoas frias, insensíveis e anti-solidárias está se formando. Despossuídas de sensibilidade humana e de verdadeiro  espírito solidário. Uma grande geração com viés de depressão. O excesso de tempo passado junto à maquinas faz desaprender a se relacionar de verdade. Resumindo - a era do distanciamento já bem identificada há 2000 anos no Evangelho, quando o sacerdote e o levita - viram - mas passaram ao largo do moribundo socorrido pelo bom samaritano.

Eu percebo que quanto mais trabalhamos com recursos eletrônicos, mais automatizado e frio vamos ficando. Esta interação eletrônica excessiva nos torna insensíveis como máquinas. Creio já estamos 100% condicionados para ser comandados por máquinas. Não por robocops, homens de ferro ou Darth Vaiders, mas por algo do tipo "Hall 9000" de Stanley Kubrick. A potencialidade da IA (Inteligência Artificial) já é uma realidade. Tudo nas sombras. Você não vê, não ouve, não sente, mas aquilo nos está monitorando lá - no Google, no Facebook, na NSA,  só falta o chip do apocalipse.

Estamos perdemos o hábito da solidariedade. Cada um por si e Deus para todos. Duvida? Se você prefere ficar no seu quarto mexendo no computador à noite ou nos fins de semana, é muito provável que no último mês não visitou e não foi na casa de ninguém. Os insensíveis da parábola do bom samaritano se multiplicaram. Hoje há milhões sacerdotes e levitas apressados e individualistas, que posso comparar àquela cena de Matrix, onde Morpheus para o programa no meio da rua para mostrar todas aquelas pessoas que são "smiths" em potencial.  O déficit de solidariedade dos internautas só aumenta. A falta de solidariedade e a agressividade as "máquinas" brota incontida dentro de cada família.

Como podemos nos precaver do pior?

Não sei se isto é possível, mas alguém precisa ensinar o uso racional e mostrar o perigo oculto do uso excessivo de eletrônicos. Eles foram criados para satisfazer uma necessidade que não tínhamos. Mostraram-nos milhares de vantagens, mas não abordaram os prejuízos  da dependência digital. Nos fazem perder a noção do tempo. Nos levam a procurar ambientes fechados e isolados para  fazer nossa "comunicação."  Tuitamos e facebookiamos  cada dia mais enquanto perdemos a habilidade de dar bom dia ao pai e a mãe,  dentro da própria casa. Ainda bem que os gatos e os cachorros não gostam de Internet.

A falta de comunicação pelo excesso de comunicação.  A depressão colhida pela falta de solidariedade criada por efeito boomerang. Sozinhos em meio a tanto relacionamento virtual. O futuro mostrado  no filme 2001 - Uma Odisseia do Espaço, de Stanley Kubrick, como aquela paz das cenas onde a música "Danúbio Azul"  é tocada já mostrava sutilmente o começo deste nosso tempo. No vídeo abaixo, observe bem a partir do minuto 2.13: uma nave vazia (sem ninguém) onde o protagonista dormia, sendo atendido por uma comissária que parecia um robô.


Cena comentada está  entre o 2º e o 3º minutos.


Temos a liberdade de fazer, comprar e usar tudo que quisemos, isto é fato. Mas esta coisificação não tem nada de deslumbrante, este excesso de mudanças em tão curto tempo está nos transformando em seres humanos obsoletos, pois não podemos competir com as máquinas. Estas nascem para ser descartadas em dois anos porque  vão ficar obsoletas. E nós corremos o risco criar o ser humano para ser obsoleto a cada dois anos. Desconfio que está vindo aí a geração 3.0. Uma máquina não nasceu com a necessidade de relacionamentos sociais, nem fica deprimida com a solidão. Mas nós, sim. 

A Bíblia, em Provérbios 18.1, diz:  "Busca seu próprio desejo aquele que se separa; ele insurge-se contra a verdadeira sabedoria." 











sábado, setembro 21, 2013

A conversão do pastor chinês Watchman Nee



e o início do seu ministério.

Tradução de João Cruzué

"Meu nascimento foi a resposta de uma oração. Minha mãe tinha muito medo de que sucedesse a ela o mesmo que acontecera a sua cunhada que tivera seis filhas, o que segundo os costumes chineses era ruim, pois meninos eram os mais desejados. Mamãe já tivera duas meninas, e embora não entendesse completamente o compromisso de uma oração, ela orou ao Senhor e disse: “Se o Senhor me der um filho, eu lho darei de volta como presente". E o Senhor ouviu aquela oração, e eu nasci. Foi meu pai que mais tarde me disse que antes do meu nascimento minha mãe me tinha prometido ao Senhor".

Para muitas pessoas, a característica proeminente de ser salvo é o ato de ser liberto do pecado. Entretanto, para mim a questão era se eu aceitaria Jesus e me tornaria seu seguidor e um servo ao mesmo tempo. Eu Fiquei assustado porque se me tornasse um cristão então eu seria chamado para servir a Cristo, e isto iria custar muito caro para mim. Conseqüentemente, o conflito foi resolvido assim que eu percebi que minha salvação deveria ter os dois aspectos. Então, decidi aceitar Cristo como meu Salvador e servi-lo como meu Senhor. Isto foi em 1920, quando tinha 17 anos de idade.

"Na tarde de 29 de abril de 1920, eu estava sozinho em meu quarto lutando para decidir se deveria ou não crer em Cristo. Primeiro, eu estava relutante, mas assim que tentei orar, vi a magnitude dos meus pecados e a realidade, a eficácia de Jesus como Salvador. Assim que eu visualizei as mãos do Senhor estendidas sobre a cruz, elas pareciam me envolver e vi o Senhor dizer: Eu estava aqui esperando por você!

Observando efetivamente o sangue de Cristo limpando meus pecados e cobrindo me de tanto amor eu o aceitei ali mesmo em meu quarto. Anteriormente, eu havia rido das pessoas que aceitavam Jesus, mas naquela tarde, a experiência se tornou também real para mim, e eu chorei, e confessei meus pecados, procurando pelo perdão do Senhor. Assim que fiz minha primeira oração, eu conheci uma alegria e paz tais, que eu nunca tinha experimentado antes. Uma luz parecia fluir no quarto e eu disse ao Senhor: Jesus, o Senhor tem sido deveras misericordioso para comigo."

Depois que me tornei um salvo em Cristo, enquanto meus colegas traziam novelas para ler em classe, eu levava a Bíblia para estudar. Mais tarde, eu deixei a Faculdade para entrar em um Instituto Bíblico, sediado em Xangai criado pela irmã Dora Yu. No começo, por muitas vezes, ela muito educadamente tentou me expulsar do instituto com a explicação de que era inconveniente para mim ficar ali mais tempo. Na realidade era por causa de meu exigente apetite, roupas diletantes e costume de me levantar muito tarde pelas manhãs. Ela queria me mandar embora. Meu desejo de servir a Deus tinha levado um sério revés.

Embora eu pensasse que minha vida tinha sido transformada, de fato permaneciam muitas e muitas coisas que precisavam ser mudadas. Percebendo que eu ainda não estava pronto para o serviço do Senhor, decidi voltar a escola secular. Meus colegas de classe reconheceram que algumas coisas tinha alterado em minha vida mas que existiam muitas outras que ainda permaneciam em meu velho temperamento . Por isso, meu testemunho na escola não era muito poderoso, e quando pela primeira vez dei meu testemunho para o irmão Weigh, ele não me deu atenção.

Seguindo minha nova natureza de salvo já havia muitas mudanças e todo um planejamento de mais de dez anos se tornou sem significado e minhas ambições de uma brilhante carreira já estavam sendo descartadas. A partir daquele dia com uma inegável certeza do chamado de Deus, eu sabia qual deveria ser carreira da minha vida. Eu entendi que o Senhor tinha me escolhido para si, para minha própria salvação e para sua glória. Ele tinha me chamado para servi-lo e para ser seu amigo-operário.

Antes eu desprezava pregadores e pregações porque naqueles dias eles eram assalariados dos missionários americanos ou europeus, e por este serviço ganhavam deles míseros oito ou nove dólares de prata por mês. Eu nunca imaginaria, nem por um momento, que me tornaria um pregador, uma profissão a qual eu considerava tão insignificante.

Depois de me tornar um cristão, tive espontaneamente um desejo de levar outras pessoas para Cristo, mas depois de um ano de testemunho e testemunhando para meus colegas de escola secular, não havia nenhum resultado visível. Eu pensava que mais palavras e mais razões seriam eficientes, mas meu testemunho parecia não ter um efeito poderoso sobre as pessoas.

Tempos mais tarde, encontrei uma missionária da Região Oeste, a irmã Grose, que me perguntou quantas pessoas tinham sido salvas através de mim naquele primeiro ano. Eu abaixei minha cabeça e vergonhosamente confessei que a despeito de minhas tentativas de pregar o evangelho para meus colegas, nenhum deles tinha se convertido.

Então, ela me disse francamente que deveria existir alguma coisa errada impedindo minha comunicação com o Senhor. Talvez fosse um pecado escondido, dívidas ou algum outro impedimento. Admiti que tais coisas existiam e ela me arguiu se estava disposto resolvê-las, imediatamente. Concordei. A seguir me perguntou como dava meu testemunho e eu lhe disse que escolhia as pessoas ao acaso e lhes falava a respeito do Senhor, se elas mostrassem algum interesse. Ao que a missionária me ensinou que eu deveria fazer uma lista e orasse por meus amigos primeiro, enquanto aguardasse pela oportunidade de Deus para testemunhar para eles.

Imediatamente, comecei a colocar minha vida em ordem para eliminar os problemas que impediam minha comunhão com o Senhor. Ao mesmo tempo, fiz uma lista com o nome de setenta amigos com o propósito de orar por eles diariamente. Alguns dias eu orava a cada hora, até na sala de aula. Quando as oportunidades vieram eu tentava persuadi-los a crer no Senhor Jesus. Meus colegas freqüentemente diziam jocosamente, lá vem o Sr. pregador, vamos ouvir sua pregação... Embora de fato, eles não tivessem a mínima intenção de ouvir.

Eu contei, depois, meu fracasso a irmã Grose e ela me persuadiu a continuar orando até que algum deles fosse salvo. E, com a graça do Senhor continuei orando diariamente, e depois de vários meses, todas, com exceção de uma, das setenta pessoas daquela lista foram salvas

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Duas frases de Watchman Nee:
"A menos que sejamos tratados e quebrantados por meio da disciplina, estaremos restringindo o poder de Deus. Sem o quebrantamento do homem exterior, a igreja não pode ser um canal de Deus".

E, em sua última carta, escrita no dia de sua morte: " Apesar da minha doença, ainda continuo cheio de alegria em meu coração" http://www.watchmannee.org/

Ultima nota: Nee tinha um espinho na carne controlado pela graça de Deus. Desde 1924, ele era tuberculoso. Sobre esse assunto, estive olhando o material e pude ver que a luta de Nee em oração contra essa doença é de uma inspiração e edificação maravilhosas. Ele dependia do Senhor, todo dia, para viver por causa da doença. Viveu com ela 48 anos. Deve demandar umas duas semanas de tradução. Orem por mim, pois gostaria de compartilhar essa bênção com meus leitores.

Comentários: quando olho para as fotos deste chinês, meus olhos ficam molhados. Para ser cristão na China, naquela época, tinha que desprezar a própria vida. Ele sabia o preço e não negociava. Quando quiseram libertá-lo, em 1968, com a condição de nunca mais pregar o nome de Jesus, ele não aceitou e assim o mantiveram no cárcere até à morte. Quando for da próxima vez a uma livraria cristã, não perca tempo. Watchman Nee escreveu sobre aquilo que vivenciava.

Ainda não terminou. Agora veja 90 fotos aqui da Igreja Evangélica da China

Fonte de pesquisa do testemunho